Olá!
Como já será do conhecimento de alguns de vós, eu conduzo um Alfa 146, mas hoje passei o dia com o Punto 55 que a minha mãe conduz diariamente.
O carro completou hoje 170000Km, desde que chegou cá a casa em 02/08/1994. Nestes anos levou várias peças de desgaste e hoje decidi substituir-lhe eu mesmo uma que já há muito tinha entregue a alma ao criador: o termostato.
Isto porque já há bastante tempo que o motor não conseguia atingir a temperatura ideal de funcionamento com o carro em andamento. Em pára e arranca ou ao ralenti ela subia normalmente, mas assim que se aumentava a velocidade, o ponteiro da temperatura da água descia até bem perto do mínimo. Isto é mau porque ao não permitir que o motor não aqueça, também não deixa que o óleo que o lubrifica atinja a temperatura a que a sua capacidade de lubrificação é a melhor. Basicamente o óleo anda mais espesso e a lubrificar menos o motor, aumentando o desgaste do motor e aumentando os consumos, quer pelo maior atrito das peças do motor (que causa o tal desgaste das peças móveis), quer pelo facto de induzir a centralina a fazer uma mistura rica em combustível continuamente.
Assim, hoje de manhã fui a uma casa de peças e adquiri o termostato que tinha previamente encomendado por 11,39€.
Depois fui comprar água destilada e anti-congelante. Nunca pensei que fosse tão complicado encontrar um decente. A maioria dos que encontrei na prateleira eram trampa. Protegiam, imagine-se, por exemplo até aos -6ºC (ridículo!), e outros até aos -11ºC, o que é claramente insuficiente. Estes, mesmo de marca conhecida (Redex), pouco mais são do que água com corante.
Finalmente encontrei 2 embalagens de 2L de concentrado que numa diluição de 1:1 com água evita a solidificação até aos -28ºC. Este já me pareceu razoável e como não encontrei melhor, foi esse mesmo que trouxe.
Cheguei a casa e dei início à minha modesta empreitada. Abro o capot, olho para o termostato, no lado direito do bloco e vejo que este está seguro por 2 parafusos.
Para facilitar o acesso e a visibilidade retirei a protecção dos "coil-packs" (não sei o nome em Português) que se encontram mesmo acima do termostato, desapertando o parafuso de 10mm no topo.
De seguida, usando uma chave de estrela desapertei a abraçadeira e puxei cuidadosamente a tubagem do termostato. E com isto começou a jorrar líquido cor de ferrugem de dentro do motor e da tubagem (que vem do vaso de expansão). Não pensei que estivesse tão mau, mas estava. Tirei então a tampa do vaso de expansão, meti a ponta de uma mangueira lá dentro e abri a torneira. Isto forçou o líquido que restava no circuito a sair pelo termostato, pois estava bloqueado em "aberto". Deixei correr até sair toda a água ferrugenta e só sair água límpida.
Depois, e usando uma chave de 10mm e um roquete, aliviei o parafuso da frente do termostato. Para o de trás usei um adaptador, para tornar a chave mais comprida por causa do acesso menos óbvio. No fim foi só puxá-lo.
Nesta foto vê-se bem a ferrugem que o sistema tinha (e ainda terá alguma agarrada aos ductos).
Antes de colocar o termostato novo e respectiva junta, limpei bem a zona do bloco do motor onde ele iria encaixar, que estava cheia de sujidade, para que a aderência fosse a melhor possível e, assim, evitar fugas.
Seguidamente alinhei a junta e o termostato com os parafusos e apertei-os, deixando o termostato montado.
Chegou a altura de diluir o anticongelante e aí distraí-me. Despejei um garrafão de 2L do anticongelante (aí tudo bem), mas depois despejei também todo o garrafão de 5L de água destilada. Para não ficar com uma concentração demasiado baixa, tive que por os 2L restantes do outro garrafão. Basicamente a minha diluição ficou a 5L de água para 4L de anticongelante. Não é 50% como eu queria, mas é 40%, o que não é assim tão mau.
Depois desapertei a abraçadeira no fundo do vaso de expansão para tirar a água e esvaziar o circuito. Voltei a apertar a abraçadeira e comecei então a colocar a solução diluída pelo vaso de expansão até que deitou fora pela tubagem que vai ter ao termostato. Quando isso aconteceu, encaixei e apertei definitivamente a mangueira com a abraçadeira.
Abri então as duas purgas do sistema: uma no canto superior esquerdo do radiador (aquele "pino" de cor branca), outra atrás do motor na tubagem da "chauffage" (o parafuso que se vê que dá para desapertar com chave de fenda - embora à mão também dê), como se pode ver nas fotos:
Enchi então o reservatório até começar a sair líquido pela purga do radiador e fechei-a. Adicionei mais um pouco de anticongelante (até ligeiramente acima do máximo) e apertei ligeiramente a outra purga, de forma a não saltar com a pressão, mas de maneira a que o líquido pudesse sair para sangrar. Pus a tampa do vaso de expansão e liguei o motor. Vi o líquido a sair pela purga continuamente e quando o nível no vaso de expansão baixou até ao máximo (pois estava acima) apertei bem o parafuso de purgar para fechar o circuito.
Deixei o motor trabalhar ao ralenti, até disparar a ventoinha 1 ou 2 vezes e fui dar uma volta. Foi com satisfação que vi que o indicador da temperatura da água não descia até ao mínimo com o carro em andamento, mas antes conservava uma temperatura adequada independentemente da velocidade, tal como é suposto.
Custo total: 28€!
Portanto já sabem: se o vosso carro tem os mesmos sintomas que descrevi no início deste testamento/tutorial, está na altura de trocar o termóstato.
Como já será do conhecimento de alguns de vós, eu conduzo um Alfa 146, mas hoje passei o dia com o Punto 55 que a minha mãe conduz diariamente.
O carro completou hoje 170000Km, desde que chegou cá a casa em 02/08/1994. Nestes anos levou várias peças de desgaste e hoje decidi substituir-lhe eu mesmo uma que já há muito tinha entregue a alma ao criador: o termostato.
Isto porque já há bastante tempo que o motor não conseguia atingir a temperatura ideal de funcionamento com o carro em andamento. Em pára e arranca ou ao ralenti ela subia normalmente, mas assim que se aumentava a velocidade, o ponteiro da temperatura da água descia até bem perto do mínimo. Isto é mau porque ao não permitir que o motor não aqueça, também não deixa que o óleo que o lubrifica atinja a temperatura a que a sua capacidade de lubrificação é a melhor. Basicamente o óleo anda mais espesso e a lubrificar menos o motor, aumentando o desgaste do motor e aumentando os consumos, quer pelo maior atrito das peças do motor (que causa o tal desgaste das peças móveis), quer pelo facto de induzir a centralina a fazer uma mistura rica em combustível continuamente.
Assim, hoje de manhã fui a uma casa de peças e adquiri o termostato que tinha previamente encomendado por 11,39€.
Depois fui comprar água destilada e anti-congelante. Nunca pensei que fosse tão complicado encontrar um decente. A maioria dos que encontrei na prateleira eram trampa. Protegiam, imagine-se, por exemplo até aos -6ºC (ridículo!), e outros até aos -11ºC, o que é claramente insuficiente. Estes, mesmo de marca conhecida (Redex), pouco mais são do que água com corante.
Finalmente encontrei 2 embalagens de 2L de concentrado que numa diluição de 1:1 com água evita a solidificação até aos -28ºC. Este já me pareceu razoável e como não encontrei melhor, foi esse mesmo que trouxe.
Cheguei a casa e dei início à minha modesta empreitada. Abro o capot, olho para o termostato, no lado direito do bloco e vejo que este está seguro por 2 parafusos.
Para facilitar o acesso e a visibilidade retirei a protecção dos "coil-packs" (não sei o nome em Português) que se encontram mesmo acima do termostato, desapertando o parafuso de 10mm no topo.
De seguida, usando uma chave de estrela desapertei a abraçadeira e puxei cuidadosamente a tubagem do termostato. E com isto começou a jorrar líquido cor de ferrugem de dentro do motor e da tubagem (que vem do vaso de expansão). Não pensei que estivesse tão mau, mas estava. Tirei então a tampa do vaso de expansão, meti a ponta de uma mangueira lá dentro e abri a torneira. Isto forçou o líquido que restava no circuito a sair pelo termostato, pois estava bloqueado em "aberto". Deixei correr até sair toda a água ferrugenta e só sair água límpida.
Depois, e usando uma chave de 10mm e um roquete, aliviei o parafuso da frente do termostato. Para o de trás usei um adaptador, para tornar a chave mais comprida por causa do acesso menos óbvio. No fim foi só puxá-lo.
Nesta foto vê-se bem a ferrugem que o sistema tinha (e ainda terá alguma agarrada aos ductos).
Antes de colocar o termostato novo e respectiva junta, limpei bem a zona do bloco do motor onde ele iria encaixar, que estava cheia de sujidade, para que a aderência fosse a melhor possível e, assim, evitar fugas.
Seguidamente alinhei a junta e o termostato com os parafusos e apertei-os, deixando o termostato montado.
Chegou a altura de diluir o anticongelante e aí distraí-me. Despejei um garrafão de 2L do anticongelante (aí tudo bem), mas depois despejei também todo o garrafão de 5L de água destilada. Para não ficar com uma concentração demasiado baixa, tive que por os 2L restantes do outro garrafão. Basicamente a minha diluição ficou a 5L de água para 4L de anticongelante. Não é 50% como eu queria, mas é 40%, o que não é assim tão mau.
Depois desapertei a abraçadeira no fundo do vaso de expansão para tirar a água e esvaziar o circuito. Voltei a apertar a abraçadeira e comecei então a colocar a solução diluída pelo vaso de expansão até que deitou fora pela tubagem que vai ter ao termostato. Quando isso aconteceu, encaixei e apertei definitivamente a mangueira com a abraçadeira.
Abri então as duas purgas do sistema: uma no canto superior esquerdo do radiador (aquele "pino" de cor branca), outra atrás do motor na tubagem da "chauffage" (o parafuso que se vê que dá para desapertar com chave de fenda - embora à mão também dê), como se pode ver nas fotos:
Enchi então o reservatório até começar a sair líquido pela purga do radiador e fechei-a. Adicionei mais um pouco de anticongelante (até ligeiramente acima do máximo) e apertei ligeiramente a outra purga, de forma a não saltar com a pressão, mas de maneira a que o líquido pudesse sair para sangrar. Pus a tampa do vaso de expansão e liguei o motor. Vi o líquido a sair pela purga continuamente e quando o nível no vaso de expansão baixou até ao máximo (pois estava acima) apertei bem o parafuso de purgar para fechar o circuito.
Deixei o motor trabalhar ao ralenti, até disparar a ventoinha 1 ou 2 vezes e fui dar uma volta. Foi com satisfação que vi que o indicador da temperatura da água não descia até ao mínimo com o carro em andamento, mas antes conservava uma temperatura adequada independentemente da velocidade, tal como é suposto.
Custo total: 28€!
Portanto já sabem: se o vosso carro tem os mesmos sintomas que descrevi no início deste testamento/tutorial, está na altura de trocar o termóstato.
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