http://dn.sapo.pt/2006/08/04/economi...enda_marc.html
IN: diário económico do Diário de notícias
A Ford contratou como consultor Kenneth H. M. Leet, um "mago" das aquisições e fusões, com o objectivo de travar a crise em que mergulhou: os prejuízos do construtor de automóveis norte-americano duplicaram no segundo trimestre (254 milhões de euros) e a japonesa Toyota já o ultrapassou em vendas nos EUA. Uma das primeiras decisões será o destino a dar às marcas estrangeiras. E fala-se já na venda da Jaguar.
Jaguar, Land Rover, Aston Martin e Volvo, que estão integradas na Premier Auto Group, a divisão estrangeira da Ford, deveriam atingir o breakeven ou mesmo dar lucros este ano. Mas somam resultados negativos, para além dos custos superiores ao previsto com pensões. As reduzidas vendas da Jaguar são um dos "grandes culpados", pelo que o The Wall Street Journal" considera que Leet pode propor a venda da empresa.
Outro cenário em estudo é o das alianças estratégicas, como a que está proposta entre a General Motors e a Nissan/Renault. No mês passado surgiram rumores de que a Toyota estaria interessada numa aliança, talvez mesmo com a General Motors, que a transformasse no maior fabricante mundial. Um entendimento com a Ford está longe de ser considerado como improvável.
Apesar de Tom Hoyt, porta-voz da Ford, afirmar que "não há planos para desinvestir nas nossas marcas ou investir numa nova aliança", o mercado espera pelo primeiro conselho de Kenneth Leet. Este é um gestor que conhece a empresa: nos 18 anos em que esteve associado à Goldman Sachs, as acções da Ford fizeram sempre parte da sua carteira, e respondendo unicamente perante o presidente e CEO Bill Ford, tem por objectivo último "dar a volta" à empresa.
Para já, Bill Ford diz que a solução "Way Forward", lançada há seis meses e que prevê o encerramento de 14 fábricas e a redução de 25 mil a 30 mil postos de trabalho até 2012, não só se mantém como será acelerada. Com os custos da reestruturação, os analistas prevêem que os prejuízos da Ford este ano ascendam a 3 mil milhões de dólares. Um estudo interno, baseado no pior dos cenários (petróleo a 100 dólares por barril, subida das taxas de juro e uma queda brusca do consumo) aponta que o prejuízo poderá chegar aos 5 mil milhões de dólares.
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