Pilotos das motos do Dakar contra limitação de velocidade
02.01.2006 - 21h09 Lusa
A maioria dos pilotos das motos participantes nesta edição do rali todo-o-terreno Lisboa-Dakar estão contra a limitação da velocidade máxima de 160 quilómetros por hora imposta pela organização da prova, que alega "motivos de segurança".
A medida, adoptada pela primeira vez este ano, tem gerado alguma controvérsia, principalmente junto da poderosa armada da KTM, cujos motociclos, de 660cc, facilmente conseguem ultrapassar aquela velocidade.
Assim acontece com o piloto francês Cyril Despres, detentor do título do Dakar, cuja máquina não está equipada com um limitador de velocidade e atinge velocidades superiores a 180 km/h.
"Ao procurar controlar a velocidade máxima a 155 km/h, deparei-me com duas grandes pedras", alegou o piloto francês e líder da classificação geral após a terceira etapa, hoje disputada entre Er Rachidia e Nador, em Marrocos.
"É preciso ver que não temos o auxílio de um co-piloto e nas motos temos sempre demasiadas coisas para fazer, além de estar de olhos postos no velocímetro", acrescentou Despres.
Opinião contrária manifestou o director desportivo do rali, David Castera, para quem um dispositivo sonoro relativamente simples avisa o piloto quando a velocidade se aproxima do máximo permitido.
Assim acontece com a moto de Alain Duclos, piloto de uma KTM de cilindrada inferior (450cc), que dispõe de um "bip" avisador que "dispara" a partir dos 150 km/h e se torna mais intenso à medida que a moto se aproxima dos 160 km/h, momento em que o aviso sonoro se torna contínuo.
Embora reconhecendo que a limitação de velocidade pode produzir um "efeito perverso" no controlo das motos, conforme observou Cyril Despres, o director desportivo do rali afasta a hipótese de a medida ser revogada na presente edição do Dakar.
"Depois de duas etapas de rolamento rápido, os concorrentes vão entrar em sectores mais técnicos da prova e o problema (da velocidade limitada a 160 km/h) deixará de existir", alega Castera.
Para o piloto francês Stéphane Peterhansel, seis vezes vencedor do rali Dakar em motos e agora participante no sector de automóveis com um Mitsubishi, "é perigoso introduzir o corte electrónico de velocidade a 158 km/h, quando poderemos necessitar de mais potência instantânea".
O piloto defende, em alternativa, a adaptação da caixa de velocidades da moto à velocidade máxima permitida, de molde a que a relação mais longa não permita exceder o limite imposto.
http://www.publico.clix.pt/shownews....504&idCanal=10
02.01.2006 - 21h09 Lusa
A maioria dos pilotos das motos participantes nesta edição do rali todo-o-terreno Lisboa-Dakar estão contra a limitação da velocidade máxima de 160 quilómetros por hora imposta pela organização da prova, que alega "motivos de segurança".
A medida, adoptada pela primeira vez este ano, tem gerado alguma controvérsia, principalmente junto da poderosa armada da KTM, cujos motociclos, de 660cc, facilmente conseguem ultrapassar aquela velocidade.
Assim acontece com o piloto francês Cyril Despres, detentor do título do Dakar, cuja máquina não está equipada com um limitador de velocidade e atinge velocidades superiores a 180 km/h.
"Ao procurar controlar a velocidade máxima a 155 km/h, deparei-me com duas grandes pedras", alegou o piloto francês e líder da classificação geral após a terceira etapa, hoje disputada entre Er Rachidia e Nador, em Marrocos.
"É preciso ver que não temos o auxílio de um co-piloto e nas motos temos sempre demasiadas coisas para fazer, além de estar de olhos postos no velocímetro", acrescentou Despres.
Opinião contrária manifestou o director desportivo do rali, David Castera, para quem um dispositivo sonoro relativamente simples avisa o piloto quando a velocidade se aproxima do máximo permitido.
Assim acontece com a moto de Alain Duclos, piloto de uma KTM de cilindrada inferior (450cc), que dispõe de um "bip" avisador que "dispara" a partir dos 150 km/h e se torna mais intenso à medida que a moto se aproxima dos 160 km/h, momento em que o aviso sonoro se torna contínuo.
Embora reconhecendo que a limitação de velocidade pode produzir um "efeito perverso" no controlo das motos, conforme observou Cyril Despres, o director desportivo do rali afasta a hipótese de a medida ser revogada na presente edição do Dakar.
"Depois de duas etapas de rolamento rápido, os concorrentes vão entrar em sectores mais técnicos da prova e o problema (da velocidade limitada a 160 km/h) deixará de existir", alega Castera.
Para o piloto francês Stéphane Peterhansel, seis vezes vencedor do rali Dakar em motos e agora participante no sector de automóveis com um Mitsubishi, "é perigoso introduzir o corte electrónico de velocidade a 158 km/h, quando poderemos necessitar de mais potência instantânea".
O piloto defende, em alternativa, a adaptação da caixa de velocidades da moto à velocidade máxima permitida, de molde a que a relação mais longa não permita exceder o limite imposto.
http://www.publico.clix.pt/shownews....504&idCanal=10