Depois de dez anos consecutivos no Algarve, o Rali de Portugal vai regressar ao Norte e vai ser mais caro. O anúncio foi nesta quarta-feira feito por Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), que justificou o abandono daquele que considerava o “rali perfeito” com a paixão dos adeptos dos desportos motorizados no norte do país. A edição de 2015 vai ocorrer no início de Junho (em 2014 foi em Abril) e vai custar entre 3,6 e 3,8 milhões de euros, mais 500 mil euros que no ano passado, um acréscimo justificado pelo presidente do ACP por necessidades maiores em termos de segurança.“Vamos ter mais problemas de segurança. O público é mais indisciplinado e terá de haver mais policiamento”, frisou Carlos Barbosa, referindo que as câmaras municipais irão suportar boa parte destes custos. O presidente do ACP estima que cerca de 35% do orçamento da prova seja dedicado à segurança, mas ainda não sabe quantas pessoas estarão encarregues de garantir a segurança e cumprir os requisitos estabelecidos pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).O percurso não foi apresentado nesta quarta-feira — será divulgado em Agosto próximo —, mas Carlos Barbosa já divulgou as localidades que fazem parte da prova, todas a norte do rio Douro. Com o centro nevrálgico do rali situado na Exponor em Matosinhos, a prova irá passar por Amarante, Baião, Caminha, Fafe, Guimarães, Lousada, Matosinhos, Mondim de Basto, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vieira do Minho. Uma certeza dada por Carlos Barbosa é que Arganil não estará no rali em 2015, algo impossível de fazer devido à regra da FIA em obrigar a que as ligações não excedam os 25% do total de quilometragem. “Mas em 2016, talvez haja rali em Arganil”, assegurou Barbosa, que justificou a mudança de data para o início de Junho (troca com o rali da Sardenha) por causa das condições meteorológicas.Esta viragem a Norte não está garantida para lá de 2015. Carlos Barbosa explicou que os contratos com as câmaras municipais são de um ano, com opção por mais anos, e que o objectivo é manter, no futuro, o rali como uma das seis provas europeias do World Rally Championship (WRC). Depois de duas edições (2005 e 2006) como prova candidata, foi com o seu percurso algarvio que o Rali de Portugal voltou ao WRC em 2007, tendo desde então apenas saído do calendário em 2009 devido a uma rotação de países promovida pela FIA. O presidente assume que é um risco abandonar o Algarve, mas que não houve qualquer incentivo por parte dos municípios algarvios para segurar o rali. “Adorei estar no Algarve. Era o rali perfeito e era considerado, a par do rali da Finlândia, o melhor rali do campeonato. A verdade é que o Algarve nada fez para nos segurar lá em baixo. Estamos agradecidos às câmaras e ao turismo do Algarve, mas tomaram-nos como um dado adquirido. Uma prova como esta custa muito dinheiro e precisamos de apoios”, frisou Carlos Barbosa, referindo que o ACP ainda não recebeu 500 mil euros do 1,5 milhões anualmente atribuídos pelo Estado português.
Para Pedro Machado, presidente da Câmara de Lousada, o regresso do rali ao município é “um momento histórico” e um investimento que vale a pena fazer. “A câmara terá de fazer um esforço, mas seguramente que compensa. É uma forma de atrairmos mais visitantes e dinamizar a economia local. Não quero avançar com números, mas não é nada que não se pague por uma [etapa] da Volta a Portugal. São investimentos que não são avultados e que dão retorno”, disse ao PÚBLICO o autarca que esteve presente na cerimónia realizada na sede do ACP, em Lisboa.
Para Pedro Machado, presidente da Câmara de Lousada, o regresso do rali ao município é “um momento histórico” e um investimento que vale a pena fazer. “A câmara terá de fazer um esforço, mas seguramente que compensa. É uma forma de atrairmos mais visitantes e dinamizar a economia local. Não quero avançar com números, mas não é nada que não se pague por uma [etapa] da Volta a Portugal. São investimentos que não são avultados e que dão retorno”, disse ao PÚBLICO o autarca que esteve presente na cerimónia realizada na sede do ACP, em Lisboa.
PÚBLICO
09/07/2014 - 18:45
(actualizado às 21:49)
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