Anúncio

Collapse
No announcement yet.

Tópico do Roland Ratzenberger

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    Tópico do Roland Ratzenberger



    Roland Ratzenberger (4 de Julho de 196030 de Abril de 1994) foi um piloto de Fórmula 1 natural da Áustria, falecido aos 33 anos de idade.

    Uma curta temporada

    Antes de correr pela Simtek - uma das equipes da Fórmula-1 em 1994 - o piloto austríaco havia participado de diversas categorias do automobilismo internacional, sobretudo no Japão e na Inglaterra. Sua chance de correr na temporada de 94 previa um contrato de cinco corridas para que ele mostrasse um bom desempenho.
    No início da temporada, ele dizia que não iria expôr o carro a acidentes, já que a equipe encontrava-se em sérias restrições orçamentárias. No GP do Brasil, não conseguiu se classificar para correr; em Aida, no Japão, largou em 22º e chegou em 11º. Nos treinos livres para o GP de San Marino, Ratzenberger fazia uma tentativa de classificação quando, ao final da curva Tamburelo, a asa dianteira do Simtek soltou-se e o piloto, sem controle do carro, chocou-se violentamente contra o muro na curva Villeneuve, a cerca de 308 Km/h.
    Ratzenberger teve fraturas múltiplas no crânio e no pescoço. Logo após o acidente, uma tentativa de reanimação cardíaca foi feita na própria pista. Mas o pior não pôde ser evitado: sua morte foi anunciada oito minutos após o piloto ter dado entrada no Hospital Maggiore de Bologna. Após o acidente, a equipe Simtek anunciou que não iria se retirar da corrida, alegando que Roland gostaria que David Brabham, seu companheiro de equipe, participasse da corrida.
    Lembrando que nesse mesmo final de semana, no dia seguinte à morte de Ratzenberger, mais uma tragédia aconteceu: a morte do piloto Ayrton Senna, que minutos antes da largada, cogitou a hipótese de não participar daquele GP.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Roland_Ratzenberger

    #2
    A imagem do acidente é simplesmente arrepiante, sobretudo quando o carro pára e a cabeça do piloto também fica caída Eu até pensei que ele já estaria morto nessa altura..

    Rest in Peace

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por mário silva Ver Post
      A imagem do acidente é simplesmente arrepiante, sobretudo quando o carro pára e a cabeça do piloto também fica caída Eu até pensei que ele já estaria morto nessa altura..

      Rest in Peace

      Não tenho dúvidas que teve morte imediada, afinal partiu o pescoço.
      Na pista é que era muito mau anunciar a morte do piloto.

      Foi mesmo um fim de semana trágico. Só não percebo como Imola continuou a receber o GP.
      E como só a morte de Senna é que ainda hoje merece ser analisada como se houvesse um culpado.

      Comentário


        #4
        Realmente não deve haver memória de um fim de semana tão negro a nível de pilotos na Fórmula 1.

        Também me lembro de me revoltar completamente por a morte de Ayrton Senna ter remetido a um silêncio total a de Ratzenberger, como se o maior talento, currículo ou fama de um fizessem a morte dele mais trágica que a do outro!

        Aliás, quem a remeteu ao silêncio foi mais uma vez a "brilhante" jornalha que o mundo tem!!!

        Comentário


          #5
          Roland Ratzenberger merece ser lembrado como um exemplo de sacrifício e de profissionalismo.

          Embora membro de uma família de industriais austríacos, Roland contrariou a família ao insistir em tornar-se piloto profissional na vez de se dedicar ao negócios familiares. Pagou um elevado preço por isso: a família recusou-lhe todo e qualquer apoio financeiro, espererançada que estava no abandono da profissionalização por parte de Roland quando este se deparasse com as dificuldades de monta que o profissionalismo automobilístico geralmente acarreta para a grande maioria dos jovens pilotos pretendentes a profissionais.

          Roland teve que se desenvencilhar sem a ajuda da família, tendo admitido em entrevista, poucos dias antes do seu acidente fatal, que a sua chegada à F1 teria sido bem mais fácil e rápida caso tivesse podido dispôr do apoio financeiro da família, como sucedeu com outros pilotos provenientes de famílias ricas, que chegaram mesmo a ser campeões do mundo na disciplina.

          Quanto mais não fora por esta dura prova de vida, Roland merece ser recordado e homenageado como o homem que foi capaz de optar pela via mais difícil para não renegar os seus sonhos.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
            Realmente não deve haver memória de um fim de semana tão negro a nível de pilotos na Fórmula 1.

            Também me lembro de me revoltar completamente por a morte de Ayrton Senna ter remetido a um silêncio total a de Ratzenberger, como se o maior talento, currículo ou fama de um fizessem a morte dele mais trágica que a do outro!

            Aliás, quem a remeteu ao silêncio foi mais uma vez a "brilhante" jornalha que o mundo tem!!!
            Em Portugal houve mesmo quem se passasse de vez e declarasse que mais valia ter morrido o Lamy do que o Senna!... Como se se pretendesse instaturar um mercado da vez no que toca à morte...

            Revoltante.

            Como se já não bastasse a tragédia da morte de qualquer piloto...

            Comentário


              #7
              Um nome que nunca esqueci...

              Comentário


                #8
                http://www.gptotal.com.br/entrevista/ratzemberger1.htm

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                  Realmente não deve haver memória de um fim de semana tão negro a nível de pilotos na Fórmula 1.

                  Também me lembro de me revoltar completamente por a morte de Ayrton Senna ter remetido a um silêncio total a de Ratzenberger, como se o maior talento, currículo ou fama de um fizessem a morte dele mais trágica que a do outro!

                  Aliás, quem a remeteu ao silêncio foi mais uma vez a "brilhante" jornalha que o mundo tem!!!


                  Exactamente o que senti na altura e ainda hoje....

                  Comentário


                    #10
                    Ambos devem de ser lembrados, como vitimas da sua propria paixão. Mas acima de tudo devia-se de ter sido posto em causa a falta de seguraça da pista, pois na sexta tinha havido uma acidete com Rubens Barrichelo que só por acaso não deu em Tragédia. Só o que me revolta foi nessa altura os pilotos não terem tomado a mesma atitude que se tomou em 2005 no GP da america apos o despiste do Ralf Shumcher, Se em 1994 tivessem boicotado o GP de San Marino se calhar não heveria a tragedia que houve e pouparia-se 2 vidas. Foi pena ter morrido o piloto que queria fazer isso porque o outro que decidiu continuar a corrida acabou por ganhar a mesma.

                    Paz a alma de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna.

                    Comentário


                      #11
                      E não devemos esquecer que o próprio acidente do Lamy, no início deste GP, provocou mais uma morte: a de um espectador!!

                      A roda saltou do carro e caiu na assistência...

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                        Realmente não deve haver memória de um fim de semana tão negro a nível de pilotos na Fórmula 1.

                        Também me lembro de me revoltar completamente por a morte de Ayrton Senna ter remetido a um silêncio total a de Ratzenberger, como se o maior talento, currículo ou fama de um fizessem a morte dele mais trágica que a do outro!

                        Aliás, quem a remeteu ao silêncio foi mais uma vez a "brilhante" jornalha que o mundo tem!!!
                        100% de acordo!

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Omega Ver Post


                          Roland Ratzenberger (4 de Julho de 196030 de Abril de 1994) foi um piloto de Fórmula 1 natural da Áustria, falecido aos 33 anos de idade.

                          Uma curta temporada

                          Antes de correr pela Simtek - uma das equipes da Fórmula-1 em 1994 - o piloto austríaco havia participado de diversas categorias do automobilismo internacional, sobretudo no Japão e na Inglaterra. Sua chance de correr na temporada de 94 previa um contrato de cinco corridas para que ele mostrasse um bom desempenho.
                          No início da temporada, ele dizia que não iria expôr o carro a acidentes, já que a equipe encontrava-se em sérias restrições orçamentárias. No GP do Brasil, não conseguiu se classificar para correr; em Aida, no Japão, largou em 22º e chegou em 11º. Nos treinos livres para o GP de San Marino, Ratzenberger fazia uma tentativa de classificação quando, ao final da curva Tamburelo, a asa dianteira do Simtek soltou-se e o piloto, sem controle do carro, chocou-se violentamente contra o muro na curva Villeneuve, a cerca de 308 Km/h.
                          Ratzenberger teve fraturas múltiplas no crânio e no pescoço. Logo após o acidente, uma tentativa de reanimação cardíaca foi feita na própria pista. Mas o pior não pôde ser evitado: sua morte foi anunciada oito minutos após o piloto ter dado entrada no Hospital Maggiore de Bologna. Após o acidente, a equipe Simtek anunciou que não iria se retirar da corrida, alegando que Roland gostaria que David Brabham, seu companheiro de equipe, participasse da corrida.
                          Lembrando que nesse mesmo final de semana, no dia seguinte à morte de Ratzenberger, mais uma tragédia aconteceu: a morte do piloto Ayrton Senna, que minutos antes da largada, cogitou a hipótese de não participar daquele GP.
                          http://pt.wikipedia.org/wiki/Roland_Ratzenberger

                          Muito bem relembrado.

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                            Realmente não deve haver memória de um fim de semana tão negro a nível de pilotos na Fórmula 1.

                            Também me lembro de me revoltar completamente por a morte de Ayrton Senna ter remetido a um silêncio total a de Ratzenberger, como se o maior talento, currículo ou fama de um fizessem a morte dele mais trágica que a do outro!

                            Aliás, quem a remeteu ao silêncio foi mais uma vez a "brilhante" jornalha que o mundo tem!!!

                            Verifiquem se os verdadeiros reponsáveis, por essa "jornalha" não somos todos nós.

                            Na altura não ouvi vozes de protesto, nem que alguém relembrasse o Ratzenberger, cá, neste pais, viveu-se Senna, Senna e mais Senna, sem lhe querer retirar qualquer mérito a vida de ambos tinha o mesmo valor, independentemente dos méritos desportivos, ou do peso instituicional na F1.

                            A cobardia dos que fazem da F1 um desporto de grande audiência e repleto de idolos, é que foi cobarde, não houve a coragem de elevar mais alto as vozes da vergonha e da verdade, face ao negocio do Lobbies e do €€€€.


                            Todos tivemos culpa pelo quase esquecimento da Morte do Roland Ratzenberger.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por peras777 Ver Post
                              Ambos devem de ser lembrados, como vitimas da sua propria paixão. Mas acima de tudo devia-se de ter sido posto em causa a falta de seguraça da pista, pois na sexta tinha havido uma acidete com Rubens Barrichelo que só por acaso não deu em Tragédia. Só o que me revolta foi nessa altura os pilotos não terem tomado a mesma atitude que se tomou em 2005 no GP da america apos o despiste do Ralf Shumcher, Se em 1994 tivessem boicotado o GP de San Marino se calhar não heveria a tragedia que houve e pouparia-se 2 vidas. Foi pena ter morrido o piloto que queria fazer isso porque o outro que decidiu continuar a corrida acabou por ganhar a mesma.

                              Paz a alma de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna.
                              Isso não foi bem assim.....

                              O Ralf Schumacher teve o despiste no muro de Indianapolis no ano 2004.

                              A situação que contas em 2005, foi que a Michelin descobriu que o lote de pneus que mandou para a corrida de USA, não era a adequada para pista oval e ao longo dos treinos os pneus apresentavam defeitos na segurança de aderência. Então na impossibilidade de mudarem de lotes de pneus (pois estes já estavam marcados para a corrida) pela FIA, a Michelin disse às suas equipas-clientes que nâo garantia a segurança para os seus carros e as equipas equipadas com pneus michelin não partiram para a corrida, deixavam as equipas com pneus Bridestone a correram sozinhas (Ferrari, Jordan e Minardi)

                              Comentário


                                #16
                                Na altura, o Autosport escreveu na capa (sob fundo negro) "O fim-de-semana mais negro de sempre da Fómula 1". Pode parecer um exagero e até um título sensacionalista, mas analisado a frio, penso que não é.

                                Já muitas mortes houve na F1 e até já houve GP's onde morreu mais gente mas isto acontece numa altura em que se julgava que a morte estava erradicada da F1 (salvo erro, desde 1982 que não morriam pilotos em corrida). No mesmo fim-de-semana, morrem Ratzemberger nos treinos, Senna em corrida, um espectador no seguimento de uma acidente na partida e Barrichello sobrevive quase por milagre a um acidente nos treino-livres. Foi demais para a imagem da Fórmula 1: os jornais sensacionalistas caíram em cima dum desporto "assassino" e para ajudar a FIA correu a lançar medidas desesperadas para tentar aumentar a segurança dos carros. Claro que tudo o que é feito à pressa acaba por dar maus resultados e a F1 viveu dias conturbados. Lamy quase acabava com a sua carreira ao ser vítima de um acidente em Silverstone quando testava novas medidas de segurança para a FIA (sobreviveu com as pernas partidas). A ajudar "à festa", o grave acidente de Karl Wendlinger no Mónaco umas semanas depois ainda serviu para agravar mais as críticas que caíam sobre a Fórmula 1. Foi uma época muito conturbada para a Fórmula 1.

                                Como sempre foi preciso haver mortes para que os construtores começassem a ter exigências muito mais apertadas em termos de segurança mas ao menos acredito que foi graças a esse "acordar" que Kubica continua vivo após o acidente no GP do Canadá deste ano assim como Alonso, por exemplo, após o espectacular acidente que teve no Brasil em 2003

                                Comentário


                                  #17
                                  Topico que aplaudo!

                                  A morte de Senna ofuscou a perda deste piloto, mas recordo-me pois na altura ainda assistia à F1 e lembro-me bem destes 2 despistes!

                                  Comentário


                                    #18
                                    http://www.youtube.com/watch?v=iYf1w...elated&search=

                                    Comentário


                                      #19
                                      Já se passou tanto tempo, lembro-me como se fosse ontem!

                                      Lembro-me da cena do despiste e da cabeça do piloto tombar para o lado..e do acidente de Ayrton e um pneu que saltou para a cabeça dele...eram só fotos do desastre ans revistas, a cara dele ensanguentada, o funeral em directo...até na escola se comentava isso.

                                      Comentário


                                        #20
                                        A morte de Ratzberger tem o mesmo valor que qualquer vítima que ocorra neste preciso momento.
                                        Quando chorarem essas mortes podem reclamar da diferença de atenção que foi dada ao Senna e ao Ratzenberger.
                                        Nada mais...

                                        Comentário


                                          #21
                                          lembro-me desse dia (quando ainda era habitual espectador da F1, incluindo as corridas as tantas da matina). o nome do Ratzenberger nao me esqueço e tb me chocou um pouco ter sido relegado fora de uma justa homenagem perante tanto aparato em relação ao Senna. Ambos mereciam ser lembrados e homenagiados.

                                          Há coisas que recordei agora e nao me lembrava. O Barrichello que por 5cms tb escapou à morte e o sorriso no pódio do Schumacher pela vitória.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por EL PAKITO Ver Post
                                            Exactamente o que senti na altura e ainda hoje....
                                            Idem...

                                            Comentário


                                              #23
                                              PARTE I


                                              – Luiz Fernando Ramos
                                              À primeira vista, havia um mundo separando Ayrton Senna e Roland Ratzenberger. O brasileiro era um ídolo em todo o planeta, tricampeão mundial e estava na equipe mais poderosa da Fórmula 1. O austríaco, um completo desconhecido (mesmo em seu país natal) e correndo em uma equipe estreante, cujo orçamento anual não pagaria o salário de Senna. Exemplos dos dois extremos deste fascinante esporte.
                                              Mas havia alguns pontos em comum unindo estes seres humanos. Tinham praticamente a mesma idade (Ayrton era três meses e meio mais velho que Roland) e tiveram um casamento curto que fracassou em nome da busca pela verdadeira paixão de suas vidas: correr na Fórmula 1. Quis o destino que o brasileiro tivesse o talento e os meios para atingir este objetivo com mais rapidez e sucesso que o austríaco. Quis o destino que os dois morressem em nome deste sonho e que suas mortes permanecessem, para sempre, ligadas.
                                              Ratzenberger nasceu em Salzburg no dia 4 de julho de 1960 e foi infectado pelo vírus da velocidade aos cinco anos de idade, quando a avó o levou para ver uma corrida de subida de montanha. Pouco depois a Áustria foi invadida pela “febre Jochen Rindt”, e o sucesso do compatriota nas pistas foi o argumento final para a decisão de Roland: iria ser piloto e, acima de tudo, correr na Fórmula 1.
                                              Seus pais tinham outros planos para o único filho homem. Mandaram o adolescente para estudar em uma escola técnica em Graz, mas nada atrapalharia seus planos. Roland pegou o dinheiro e foi para Monza, onde participou de um curso em uma escola de pilotagem.
                                              A decisão lhe custou uma justa bronca paterna e o fez decidir: iria se virar sozinho para seguir no automobilismo. Enquanto o motorista da família Senna buscava o jovem Beco na escola para levá-lo ao kartódromo de Interlagos, Ratzenberger metia a mão na massa trabalhando como mecânico na escola de Walter Lechner em Salzburgring, podendo andar de Fórmula Ford quando um carro estivesse livre.
                                              “Só assistimos uma corrida sua ao vivo uma vez, de F-Ford em Salburgring”, relembra o pai Rudolf. “Roland ganhou as duas baterias, mas não ficou feliz em nos ver. Com freqüência não sabíamos onde ele estava, o que fazia... Ele não queria ajuda e eu não sou nenhum carrapato. E jamais ele nos procuraria para dizer: ‘estou mal, vivo só de sanduíches’”.
                                              Não demorou muito para o austríaco se estabelecer como um homem de ponta na Fórmula Ford 1600. Além dos títulos europeus em 1984 e 1985, Ratzenberger triunfou em 1986 no famoso Festival de Brands Hatch, uma espécie de Mundial da categoria, com cerca de 100 pilotos inscritos. Seu companheiro de equipe era um tal de Eddie Irvine. “A vitória foi em uma espécie de ‘photo-finish’. Foi sensacional para ele porque, como piloto privado, conseguiu derrotar diversas equipes de fábrica”, recorda o irlandês.
                                              Mas as portas da Fórmula 1 não se abriram e, para sobreviver, Roland pilotou nos anos seguintes qualquer carro que lhe fosse oferecido: Fórmula 3, Fórmula 3000, carros esporte e também protótipos. Além de acumular experiência e alguns bons resultados, o caráter afável do austríaco lhe rendeu também muitas amizades entre os companheiros de pista.

                                              No fim dos anos 80 e início dos 90, o automobilismo viveu um enorme ‘boom’ no Japão. O sucesso da Honda e de Ayrton Senna na Fórmula 1, aliado à um período econômico especialmente frutífero, fez com que empresas despejassem rios de dinheiro no esporte a motor. Como ocorreu no futebol com a J-League, as principais equipes correram para a Europa em busca de pilotos com experiência ou jovens postulantes ao sucesso.
                                              Roland mudou-se para Tóquio em 1990 e logo pôs em prática seu lado versátil, competindo ao mesmo tempo na Fórmula Nippon (a F-3000 de lá), Grupo A (turismo, com a BMW) e Grupo C (protótipos, com a Toyota). Dentre suas vitórias, a mais importante veio nesta última categoria, sua favorita, nos 1000 Km de Fuji.
                                              Fora da pista, formou-se uma turma da pesada: Ratzenberger, Irvine, Heinz-Harald Frentzen, Mika Salo, Jeff Krosnoff e Andrew Gilbert-Scott. Vivendo como reis, dividindo hotéis com aeromoças e na mira das fãs japonesas, os pilotos europeus logo passaram a competir também no número de conquistas sexuais.
                                              O norte-americano Krosnoff, que viria a morrer em um acidente na Fórmula Indy em 1996, era o que mais divertia seus colegas. Desenhista talentoso, o piloto tinha mania de enviar faxes às recepcionistas de hotel com esquetes pornográficos.
                                              A amizade era grande e um episódio famoso ocorreu num bar da capital japonesa. Um executivo árabe discutiu com sua noiva oriental até chegar à agressão. Frentzen resolveu intervir, no que o nervosinho sacou uma faca e partiu em direção ao alemão. Sua sorte é que Ratzenberger agiu rápido, dando uma gravata no sujeito e o desarmando. “Roland salvou minha vida”, admite Frentzen, que lembra de outro episódio não tão heróico. “Ele também era muito malandro. Uma vez abandonei em Sugo e ele me deu carona após a bandeirada. Só que foi a 150 km/h para os boxes enquanto eu fazia de tudo para me agarrar ao carro... e desceu do cockpit rindo!”
                                              O que pegou a turma de surpresa foi a decisão de Ratzenberger, o mais bem-sucedido com as mulheres entre todos eles, em se casar com a aeromoça norueguesa Bente. A cerimônia ocorreu em dezembro de 1991, em Salzburg. Um ano depois, estavam separados. “Foi um erro”, reconheceu mais tarde o piloto. “E o pior é que joguei minha agenda telefônica com os números importantes fora. Agora tenho de começar tudo de novo!”
                                              Aos poucos, os europeus do oriente foram conquistando espaço na Fórmula 1. O primeiro a entrar foi Irvine, na famosa corrida de Suzuka em que levou um soco de Ayrton Senna por ultrapassá-lo quando era retardatário. “Roland foi um dos poucos que me ligou para me felicitar pela estréia”, afirma o irlandês.
                                              No final de 1993, a Sauber chamou Frentzen para a temporada seguinte e Krosnoff foi para os Estados Unidos desenvolver os motores Toyota na Fórmula Indy. Quando parecia que sobrariam Ratzenberger e Salo no automobilismo japonês, a recém-formada equipe Simtek resolveu chamar o austríaco para fazer parceria com o australiano David Brabham na Fórmula 1. O sonho finalmente se realizaria.

                                              “Não posso permitir nenhum acidente. Nosso orçamento anual é igual ao salário de Gerhard Berger. Não temos dinheiro para consertar carros.” Foi com este pensamento que Roland Ratzenberger iniciou a temporada de 1994. Pilotar com segurança e inteligência, sem querer extrapolar os limites de seu já limitado equipamento.
                                              No Brasil, Ratzenberger andou mal na sexta-feira e teve problemas no treino classificatório do sábado, ficando a pé no meio da sessão. Terminou fora do grid, com o penúltimo tempo dentre os 28 pilotos, melhor apenas que o aventureiro Paul Belmondo, filho do famoso ator francês.
                                              As coisas melhoraram em Aida. O austríaco deixou os carros da Pacific para trás e largou na última posição do grid. Terminou a prova em 11º lugar, com cinco voltas de atraso em relação ao vencedor Michael Schumacher. Mas ficou satisfeito. “Pilotei sem assumir qualquer risco, dirigindo dentro dos limites do carro para não abandonar. Mas meus limites são maiores que este”, analisou.
                                              Seu único momento importante em relação ao resultado final do GP do Pacífico foi uma quase colisão com Rubens Barrichello no grampo, justamente na corrida que marcou o primeiro pódio na carreira do piloto brasileiro. “A culpa foi toda dele. Já havia subido com o carro todo na zebra, mas ele virou cedo demais. Sempre tomava cuidado quando ia receber uma volta de alguém, especialmente se eram Berger ou Wendlinger”, afirmou Roland.
                                              Curiosamente, diversos ciclos na sua vida se fecharam na semana anterior ao fatídico GP de San Marino. Em Salzburg, uma pacífica conversa com o pai sobre automobilismo ganhou um caráter de reconciliação. “Ele já é quase um fã meu”, comentaria o piloto em Ímola.
                                              Depois, uma semana em Mônaco o ajudou a se integrar aos pilotos da Fórmula 1 que ainda não conhecia. Algumas horas passadas no iate de Gerhard Berger serviram para uma primeira (e única) aproximação entre os dois compatriotas. No final, a viagem até Ímola de carona no Porsche Carrera 4 de Jirki Jarvi Lehto, onde o austríaco reafirmou sua felicidade em estar na categoria e seu otimismo para o fim-de-semana.
                                              Na sexta-feira, um susto na curva Villeneuve: Roland, em sua volta de desaceleração, é quase tocado pelo companheiro David Brabham, que iniciava uma volta rápida. O choque a quase 320 km/h poderia ter tido graves conseqüências, mas foi levado numa boa pelos dois pilotos. “Demos boas risadas sobre isso. Ele não olhou direito e a gente quase bateu”, disse o austríaco, poucos minutos antes do treino de classificação no sábado.
                                              Às 14h20, um pedaço da asa dianteira do Simtek S941 se soltou na aproximação da mesma curva Villeneuve. Ratzenberger perdeu o controle do carro e foi em direção ao muro. São duas pancadas quase que simultâneas: a primeira, a 308 km/h, com a parte dianteira esquerda do carro num ângulo inferior a 90º. A segunda, com toda a lateral do carro, na qual o piloto bateu a cabeça contra o muro. Morte instantânea. A Fórmula 1 em estado de choque.
                                              Ayrton Senna interrompeu sua participação no treino classificatório, assim como os pilotos da equipe Benetton (Schumacher e Lehto, ambos amigos de Roland) e Karl Wendlinger. Gerhard Berger, surpreendentemente, voltou mais uma vez à pista. “Em uma hora destas, ou você continua, ou pára de vez. E eu resolvi continuar”, explicou. À noite, com lágrimas nos olhos, o austríaco da Ferrari soltou uma frase tristemente profética em uma conversa com o repórter Heinz Prüller. “Eu esperava por um acidente como este. Tinha de acontecer, já tivemos sorte por muito tempo. E eu temo que esta série negra vai continuar. A morte de Roland não foi nossa última na Fórmula 1.”

                                              Comentário


                                                #24
                                                EPÍLOGO

                                                David Brabham largou na corrida do domingo. Foi a primeira vez na Fórmula 1 que uma equipe não se retirou de uma corrida após um de seus pilotos ter perdido a vida nos treinos. Ninguém falou mal. A decisão foi tomada em conjunto com a família Ratzenberger e todos consentiram que o próprio piloto teria preferido assim. Até o final da temporada, a Simtek correu com a inscrição “For Roland” na lateral da tomada de ar do motor.
                                                O enterro ocorreu no dia seguinte ao de Ayrton Senna. O momento mais emocionante foi quando Niki Lauda pediu a palavra. “Querido Roland: todos que também participam de corridas entendem porque você amava tanto este esporte e arriscava sua vida por ele. E aos outros, que nunca participaram, não dá para esclarecer exatamente por isto”.
                                                Berger admitiu que nunca havia visto tantas mulheres bonitas em um funeral e comentou: “eu gostava de seu jeito espontâneo de ser, de sua personalidade aberta, com aquela tranqüila felicidade que brota de dentro. Roland havia chegado perto de enriquecer realmente o cenário da Fórmula 1.”
                                                Imaginar o que o piloto poderia ter alcançado se o acidente não acontecesse é um exercício interessante. Ele sempre andou no mesmo ritmo de seus companheiros dos tempos de Japão, gente como Irvine, Frentzen e Salo, todos com carreiras longas na F-1. Mas teria de superar um primeiro ano na segunda pior equipe do grid e, sem apoio financeiro, precisaria obter alguma performance realmente sensacional para conseguir um lugar em outro time melhor.
                                                Nestes dez anos do trágico fim-de-semana de Ímola, seu nome foi relembrado e a ligação intrínseca de sua morte com a de Senna comprovada. Mas Ratzenberger sempre permaneceu vivo na memória de seus companheiros de pista. O filho de Mika Salo com a japonesa Noriko foi batizado de Max Roland. “Pelo menos um pedaço dele permanece conosco”, afirma o finlandês. (Luiz Fernando Ramos)
                                                “ELE GASTOU TUDO O QUE TINHA PARA
                                                CORRER NA F 1”

                                                Pelo menos um piloto brasileiro teve estreito relacionamento com os dois pilotos mortos no final de semana do GP de San Marino de 1994. O paulista Maurizio Sala disputou o Campeonato Paulista de Kart de 1974 na categoria Junior, tendo Ayrton Senna como um de seus maiores adversários. “Quando um de nós dois não ganhava, era porque havíamos batido um com o outro”, relembra Sala. “Depois disso, passamos a correr em categorias diferentes. Comecei a correr com carros aqui no Brasil em 1977. O Ayrton continuou no kart até ir correr de Fórmula Ford na Inglaterra em 1981. Eu só estreei nessa categoria no final de 1982”, recorda.
                                                Com Ratzenberger, Sala teve um contato mais próximo. Ambos se conheceram quando corriam no Japão, e disputavam as mesmas categorias. Um freqüentava a casa do outro e o austríaco conheceu uma de suas namoradas, Kadija, na casa de Sala. “Ela era amiga da Naomi Campbell”, conta Sala. “O Roland era um cara quieto, e muito arrojado como piloto”. Em 1989, Sala e Ratzenberger dividiram um Porsche 962 na 24 Horas de Le Mans com outro austríaco, Walter Lechner. Não tiveram sorte: um pneu estourado provocou um acidente após poucas horas de corrida.
                                                Hoje, Sala é chefe de uma equipe da categoria Stock Car Light e busca patrocínio para correr na divisão principal, a Stock Car V8. E faz uma revelação surpreendente: “Fiquei mais chocado com a morte do Roland do que com a do Ayrton. Talvez pelo fato de ele ser novato e ter investido todo o dinheiro que havia ganho no Japão para correr na F 1 por uma equipe pequena. Fez isso na raça, acreditando que aquilo poderia levá-lo a algo maior. Foi muito triste ver tudo acabar daquela maneira. Com o Ayrton foi diferente: ele já era um ídolo, um piloto consagrado. Acho que a ficha só caiu para mim quando fui ao velório e ao enterro. Antes, a morte do Ayrton parecia algo irreal”. (Luiz Alberto Pandini)

                                                http://www.gptotal.com.br/entrevista/ratzemberger2.htm

                                                Comentário


                                                  #25

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Tanto a morte do Ratz como a do Senna ficaram congeladas no tempo, lembro-me exactamente desses dois momentos.

                                                    Comentário


                                                      #27

                                                      Comentário


                                                        #28

                                                        Comentário


                                                          #29

                                                          Comentário


                                                            #30

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

                                                            Collapse

                                                            Ad Fim dos Posts Mobile

                                                            Collapse
                                                            Working...
                                                            X