De: Ana Filipa Queirós
Piloto da Equipa #48 CGS TYRES/ REIVAX SPORT Desafio Único FEUP I
Licença Desportiva nº 2879
Tive oportunidade de ver, recentemente, a reportagem que passou na RTP N sobre a primeira corrida do Desafio Único FEUP I em Braga. Foi com extremo desagrado que reparei que, por coincidência (ou não), tanto nesta reportagem ( http://www.vimeo.com/4613336 ) como na publicidade colocada no Youtube pela organização do Desafio ( http://www.youtube.com/watch?v=irRZKq_Mirw ) , a corrida parece apenas ter começado na segunda partida da primeira manga.
Como é possível que digam que no início da primeira manga sobe a adrenalina e começam os "primeiros toques a arrastarem alguns carros para fora da pista"? Que o Desafio é uma "prova de velocidade e por isso de espectáculo" em que houveram "momentos emocionantes"? Será que ninguém reparou que, no início da primeira manga, um dos concorrentes sofreu um acidente incompreensivel e de violência bastante visível?!
Quero relembrar a organizadores e participantes que, na primeira partida do Circuito Braga I, no passado dia 26 de Abril, ocorreu um acidente de violência inexplicável em que o meu carro (#48 CGS TYRES/REIVAX SPORT) foi abalrroado e, depois de capotar várias vezes, incediou-se. Felizmente, e apesar da violência do acidente, eu sai do carro pelos meus próprios pés e "apenas" com queimaduras de segundo grau na face. Valeu-me a presença de espírito para me soltar rapidamente dos cintos, a sorte de não ter perdido os sentidos (apesar dos fortes embates com a cabeça durante o acidente) e a excelente preparação do carro da minha equipa.
Contudo, não se pode dizer que isto tenha sido apenas uma pedra no caminho ou um obstáculo perfeitamente contornável. Além da minha recuperação me impedir de participar nas próximas corridas, o carro ficou completamente destruido. A perda total do carro significou o fim de um projecto, o abandonar do desafio para mim, e o começar do zero para a equipa #48 CGS TYRES/REIVAX SPORT.
Apesar de todas as consequências do acidente e do grande susto, sentido não só por mim e pela minha equipa, mas também pelos restantes pilotos, até hoje não se verificou qualquer punição ou tentativa de averiguar o que realmente aconteceu em plena recta do Circuito Vasco Sameiro. Contrariamente ao que seria esperado, o que parece estar a acontecer é que a organização do Desafio parece ter decidido (talvez por ser a opção mais conveniente) "apagar da história" o sucedido e continuamos todos "amigos como antes".
Além da inactividade por parte da organização perante o sucedido, confesso que senti também uma enorme falta de apoio e preocupação por parte dos mesmos. Os contactos após o acidente resumiram-se a um telefonema nos dias seguintes e a um enorme "ignorar" durante a prova do Circuito Internacional de Portimão, no passado fim de semana, onde ninguém da organização se dirigiu a mim para saber como estava ou à equipa #48 CGS TYRES/REIVAX SPORT para mostrar alguma preocupação com a gravidade do acidente numa prova que, supostamente serve para "promover o automobilismo nacional".
Pior que a ausência de apoio, foi ver as corridas de Portimão, falar com vários pilotos depois destas e constatar que realmente quase nada ou mesmo nada mudou. Continua a haver uma agressividade desmesurada por parte de alguns concorrentes que abalrruam os colegas, fazendo as corridas como se delas dependesse a sua vida. É notável a falta de desportivismo e de boa formação, pessoal e desportiva, dentro das pistas. Parece que depois de vestir o fato e colocar o capacete todos se esquecem que o principal objectivo destas corridas é que os pilotos se divirtam e mostrem as suas capacidades pelo que são e não pela forma como fazem desaparecer a concorrência. Quando saimos da pista, todos nós, temos cá fora à nossa espera uma família e uma semana normal de trabalho pela frente, penso que ninguém quer pôr em causa a sua segurança e a sua integridade física, de forma desnecessária, por causa de um hobbie um pouco mais radical.
Cumprimentos,
Ana Filipa Queirós
Piloto da Equipa #48 CGS TYRES/ REIVAX SPORT Desafio Único FEUP I
Licença Desportiva nº 2879
Piloto da Equipa #48 CGS TYRES/ REIVAX SPORT Desafio Único FEUP I
Licença Desportiva nº 2879
Tive oportunidade de ver, recentemente, a reportagem que passou na RTP N sobre a primeira corrida do Desafio Único FEUP I em Braga. Foi com extremo desagrado que reparei que, por coincidência (ou não), tanto nesta reportagem ( http://www.vimeo.com/4613336 ) como na publicidade colocada no Youtube pela organização do Desafio ( http://www.youtube.com/watch?v=irRZKq_Mirw ) , a corrida parece apenas ter começado na segunda partida da primeira manga.
Como é possível que digam que no início da primeira manga sobe a adrenalina e começam os "primeiros toques a arrastarem alguns carros para fora da pista"? Que o Desafio é uma "prova de velocidade e por isso de espectáculo" em que houveram "momentos emocionantes"? Será que ninguém reparou que, no início da primeira manga, um dos concorrentes sofreu um acidente incompreensivel e de violência bastante visível?!
Quero relembrar a organizadores e participantes que, na primeira partida do Circuito Braga I, no passado dia 26 de Abril, ocorreu um acidente de violência inexplicável em que o meu carro (#48 CGS TYRES/REIVAX SPORT) foi abalrroado e, depois de capotar várias vezes, incediou-se. Felizmente, e apesar da violência do acidente, eu sai do carro pelos meus próprios pés e "apenas" com queimaduras de segundo grau na face. Valeu-me a presença de espírito para me soltar rapidamente dos cintos, a sorte de não ter perdido os sentidos (apesar dos fortes embates com a cabeça durante o acidente) e a excelente preparação do carro da minha equipa.
Contudo, não se pode dizer que isto tenha sido apenas uma pedra no caminho ou um obstáculo perfeitamente contornável. Além da minha recuperação me impedir de participar nas próximas corridas, o carro ficou completamente destruido. A perda total do carro significou o fim de um projecto, o abandonar do desafio para mim, e o começar do zero para a equipa #48 CGS TYRES/REIVAX SPORT.
Apesar de todas as consequências do acidente e do grande susto, sentido não só por mim e pela minha equipa, mas também pelos restantes pilotos, até hoje não se verificou qualquer punição ou tentativa de averiguar o que realmente aconteceu em plena recta do Circuito Vasco Sameiro. Contrariamente ao que seria esperado, o que parece estar a acontecer é que a organização do Desafio parece ter decidido (talvez por ser a opção mais conveniente) "apagar da história" o sucedido e continuamos todos "amigos como antes".
Além da inactividade por parte da organização perante o sucedido, confesso que senti também uma enorme falta de apoio e preocupação por parte dos mesmos. Os contactos após o acidente resumiram-se a um telefonema nos dias seguintes e a um enorme "ignorar" durante a prova do Circuito Internacional de Portimão, no passado fim de semana, onde ninguém da organização se dirigiu a mim para saber como estava ou à equipa #48 CGS TYRES/REIVAX SPORT para mostrar alguma preocupação com a gravidade do acidente numa prova que, supostamente serve para "promover o automobilismo nacional".
Pior que a ausência de apoio, foi ver as corridas de Portimão, falar com vários pilotos depois destas e constatar que realmente quase nada ou mesmo nada mudou. Continua a haver uma agressividade desmesurada por parte de alguns concorrentes que abalrruam os colegas, fazendo as corridas como se delas dependesse a sua vida. É notável a falta de desportivismo e de boa formação, pessoal e desportiva, dentro das pistas. Parece que depois de vestir o fato e colocar o capacete todos se esquecem que o principal objectivo destas corridas é que os pilotos se divirtam e mostrem as suas capacidades pelo que são e não pela forma como fazem desaparecer a concorrência. Quando saimos da pista, todos nós, temos cá fora à nossa espera uma família e uma semana normal de trabalho pela frente, penso que ninguém quer pôr em causa a sua segurança e a sua integridade física, de forma desnecessária, por causa de um hobbie um pouco mais radical.
Cumprimentos,
Ana Filipa Queirós
Piloto da Equipa #48 CGS TYRES/ REIVAX SPORT Desafio Único FEUP I
Licença Desportiva nº 2879
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