"Nos piores casos, o aumento varia entre 40 e 60%."
Mais valia terem estado quietos. [8]
Os parques de estacionamento vão ser pagos em fracções de 15 minutos a partir de amanhã, em vez de hora a hora, como acontece actualmente. É uma exigência da lei que visa tornar mais justo o pagamento. Mas os empresários do sector trocaram as voltas ao Governo e a generalidade dos consumidores vai pagar mais. Nos piores casos, o aumento varia entre 40 e 60%.
O parque à superfície do Jardim do Tabaco, em Lisboa, já alterou o tarifário e é um exemplo paradigmático. Os utentes pagam 20 cêntimos por cada quarto de hora, quando anteriormente pagavam 50 cêntimos por um período inferior a uma hora e um euro até duas horas. As novas regras só favorecem os primeiros 30 minutos de utilização, após o qual o consumidor paga sempre mais (ver quadro).
Tais contas significam, segundo Mário Queiroz, director comercial da SIENT, empresa que explora o parque, "uma reconversão do esquema antigo", mas admite que só ficará "mais barato para utentes de curta duração". Curtíssima, acrescentamos nós. A SIENT tem 19 parques no País (5753 lugares).
Os consumidores também sentirão na carteira o novo preço do Parque dos Restauradores, na capital, um dos que pratica valores mais elevados dada a localização e a falta de concorrência. Uma hora custa 1,50 euros e, a partir de amanhã, passará para 2,10 euros, ou seja, mais 40%. Neste caso, o que compensa são as primeiras duas fracções de 15 minutos de cada hora.
A administração da Emparque, concessionária do Parque dos Restauradores, explica o raciocínio da empresa. "Sendo a utilização típica dos parques dispersa, a aplicação generalizada deste mecanismo de cálculo conduz, em média, à manutenção da receita global existente."
António Mendes, da SPEL, empresa que detém 20 parques, seis dos quais em Lisboa, recorre a um exemplo prático: "Imagine um restaurante tipo rodízio em que cada pessoa paga uma quantia fixa, independentemente do que consome. Quem come pouco está a subsidiar quem come muito. Imagine que um Governo diz que quem come menos tem de pagar menos. O que é que faz o dono do restaurante? Ajusta os preços para manter as receitas. É o que acontece com os parques de estacionamento."
A Emparque é a proprietária do Parque dos Restauradores e de mais 56 no País, o que significa 50 mil lugares e lhe confere o título de maior empresa do sector. Os primeiros 15 minutos são sempre mais caros que os restantes, tal como acontece em outros locais, mesmos nos raros casos em que o preço da hora se mantém. A primeira fracção custa 90 cêntimos nos Restauradores, enquanto que nos parques do Saldanha e da Avenida de Berna, da mesma firma, é de 70 cêntimos.
O ViaCatarina do Porto - propriedade da Sonae Sierra - cobra agora um euro à hora mas, com a nova tarifa, exige 50 cêntimos logo nos primeiros 15 minutos. A partir daí, o utente paga 25 cêntimos por cada fracção de 15 minutos.
Os empresários citam um estudo Associação Nacional de Empresas e Parques de Estacionamento (ANEPE) que conclui que o utente quando entra no parque já está a gastar 33 cêntimos, o custo do equipamento, da manutenção, da electricidade e da segurança do parque.
A Promoparques (Atrium Salanha e Junqueira) é das poucas que não vai aumentar o preço de uma hora de estacionamento (1,50), mas fez uma divisão diferenciada pelas quatro fracções de 15 minutos: 50 cêntimos, 50, 30 e 20 cêntimos, sendo os primeiros 30 minutos sempre mais caros em qualquer hora.
Vítor Oliveira explica a diferença de preço dos primeiros 30 minutos pelos custos do equipamento, argumento que já não justifica a tarifa máxima para as restantes horas - mas foi a fórmula que encontraram para não encarecer a hora. "Já temos um preço considerável. Este é um edifício de escritórios e as pessoas iriam procurar alternativas", justifica, acrescentando que irão avaliar o impacto do novo tarifário nas receitas e, se necessário, fazem um reajustamento.
O Atrium Saldanha, onde o utente típico permanece em média entre duas e três horas, tem mais quatro parques na mesma zona, o que quer dizer que a concorrência também dita os novos aumentos.
A CPE tem 14 parques e vai aumentar o parque da Praça do Município, localizado na Baixa lisboeta onde há falta de lugares, em mais cinco cêntimos do que o Alto do Parque (Eduardo VII). A empresa optou por fazer fracções de custo igual, mas sobe cinco cêntimos por hora nos primeiros 180 minutos, o que resulta no aumento geral de 15%.
http://dn.sapo.pt/2006/07/19/socieda...s_ficam_m.html
Mais valia terem estado quietos. [8]
Os parques de estacionamento vão ser pagos em fracções de 15 minutos a partir de amanhã, em vez de hora a hora, como acontece actualmente. É uma exigência da lei que visa tornar mais justo o pagamento. Mas os empresários do sector trocaram as voltas ao Governo e a generalidade dos consumidores vai pagar mais. Nos piores casos, o aumento varia entre 40 e 60%.
O parque à superfície do Jardim do Tabaco, em Lisboa, já alterou o tarifário e é um exemplo paradigmático. Os utentes pagam 20 cêntimos por cada quarto de hora, quando anteriormente pagavam 50 cêntimos por um período inferior a uma hora e um euro até duas horas. As novas regras só favorecem os primeiros 30 minutos de utilização, após o qual o consumidor paga sempre mais (ver quadro).
Tais contas significam, segundo Mário Queiroz, director comercial da SIENT, empresa que explora o parque, "uma reconversão do esquema antigo", mas admite que só ficará "mais barato para utentes de curta duração". Curtíssima, acrescentamos nós. A SIENT tem 19 parques no País (5753 lugares).
Os consumidores também sentirão na carteira o novo preço do Parque dos Restauradores, na capital, um dos que pratica valores mais elevados dada a localização e a falta de concorrência. Uma hora custa 1,50 euros e, a partir de amanhã, passará para 2,10 euros, ou seja, mais 40%. Neste caso, o que compensa são as primeiras duas fracções de 15 minutos de cada hora.
A administração da Emparque, concessionária do Parque dos Restauradores, explica o raciocínio da empresa. "Sendo a utilização típica dos parques dispersa, a aplicação generalizada deste mecanismo de cálculo conduz, em média, à manutenção da receita global existente."
António Mendes, da SPEL, empresa que detém 20 parques, seis dos quais em Lisboa, recorre a um exemplo prático: "Imagine um restaurante tipo rodízio em que cada pessoa paga uma quantia fixa, independentemente do que consome. Quem come pouco está a subsidiar quem come muito. Imagine que um Governo diz que quem come menos tem de pagar menos. O que é que faz o dono do restaurante? Ajusta os preços para manter as receitas. É o que acontece com os parques de estacionamento."
A Emparque é a proprietária do Parque dos Restauradores e de mais 56 no País, o que significa 50 mil lugares e lhe confere o título de maior empresa do sector. Os primeiros 15 minutos são sempre mais caros que os restantes, tal como acontece em outros locais, mesmos nos raros casos em que o preço da hora se mantém. A primeira fracção custa 90 cêntimos nos Restauradores, enquanto que nos parques do Saldanha e da Avenida de Berna, da mesma firma, é de 70 cêntimos.
O ViaCatarina do Porto - propriedade da Sonae Sierra - cobra agora um euro à hora mas, com a nova tarifa, exige 50 cêntimos logo nos primeiros 15 minutos. A partir daí, o utente paga 25 cêntimos por cada fracção de 15 minutos.
Os empresários citam um estudo Associação Nacional de Empresas e Parques de Estacionamento (ANEPE) que conclui que o utente quando entra no parque já está a gastar 33 cêntimos, o custo do equipamento, da manutenção, da electricidade e da segurança do parque.
A Promoparques (Atrium Salanha e Junqueira) é das poucas que não vai aumentar o preço de uma hora de estacionamento (1,50), mas fez uma divisão diferenciada pelas quatro fracções de 15 minutos: 50 cêntimos, 50, 30 e 20 cêntimos, sendo os primeiros 30 minutos sempre mais caros em qualquer hora.
Vítor Oliveira explica a diferença de preço dos primeiros 30 minutos pelos custos do equipamento, argumento que já não justifica a tarifa máxima para as restantes horas - mas foi a fórmula que encontraram para não encarecer a hora. "Já temos um preço considerável. Este é um edifício de escritórios e as pessoas iriam procurar alternativas", justifica, acrescentando que irão avaliar o impacto do novo tarifário nas receitas e, se necessário, fazem um reajustamento.
O Atrium Saldanha, onde o utente típico permanece em média entre duas e três horas, tem mais quatro parques na mesma zona, o que quer dizer que a concorrência também dita os novos aumentos.
A CPE tem 14 parques e vai aumentar o parque da Praça do Município, localizado na Baixa lisboeta onde há falta de lugares, em mais cinco cêntimos do que o Alto do Parque (Eduardo VII). A empresa optou por fazer fracções de custo igual, mas sobe cinco cêntimos por hora nos primeiros 180 minutos, o que resulta no aumento geral de 15%.
http://dn.sapo.pt/2006/07/19/socieda...s_ficam_m.html
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