Este fim-de-semana proporcionou-se um comparativo informal de consumos que me deixou não só um pouco espantado, mas também a pensar no papel determinante de certos factores nas medições de consumos, explicando certos “milagres” que por vezes se lê por aqui (e não só).
Como Portugal tem imensas coisas excelentes, de entre as quais a gastronomia, fui com um casal amigo almoçar a 1xx km de casa, aproveitando também para dar um passeio.
Assim, a minha A4 B6 (1.9 TDI 130) levava o mesmo número de pessoas que o Citroen C5 I 1.8, ou seja, 3, tendo o trajecto consistido em IC19, CREL e A8, totalizando pouco mais de 100 km para cada lado.
Para quem não conhece a A8 nesta zona, é uma AE feita sem pés nem cabeça, que não só tem um piso mau pelo piso cheio de covas, mas que junta imensas curvas e declives quase constantes.
Apesar dos ritmos calmos da viagem (130/140 km), a carga no acelerador não é constante, pois existem uma série de coisas que obrigam a oscilações importantes. Embora eu nunca tenha tirado a 6ª, conseguia notar em algumas zonas que se eu não deixasse o motor “morrer” um bocado na subida, o motor atmosférico do C5 não conseguia acompanhar sem reduções importantes de caixa (que foram obviamente evitadas).
Já com a boa gastronomia na mesa e a primeira metade da viagem feita, falávamos de como meter gasolina hoje no Jumbo custa tanto quanto meter gasóleo numa bomba normal. A aproximação dos preços dos combustíveis é cada vez mais uma realidade.
Só que houve aqui um “pequeno detalhe” que baralha estas contas, e foi este:
Ou seja, falamos aqui de um diferencial de 3 litros em 100 km, o que em números redondos significa 4,5€ a mais em cada 100 km!
Como relatei no DB da A4, este mesmo comparativo informal já foi feito há mais de um ano (precisamente no mesmo trajecto) com um E220 CDI de 150cv, tendo o MB gasto umas pequenas décimas a mais do que a A4 (mais do que natural, considerando as diferenças de peso e motor).
Mais ainda, eu sei que numa AE plana como a A2 este diferencial (A4 vs C5 I) seria reduzido em um litro, o que tornaria num diferencial mais próximo do que consideramos “normal”.
Mas o facto é que este não foi um trajecto “inventado” para mostrar o que quer que seja. É uma das saídas principais de Lisboa, e a única que permite a deslocação a certas zonas do país sem andar metido em estradas cheias de rotundas e semáforos.
É um cenário real de utilização, com um diferencial de custo também real nessa mesma utilização.
O motor do C5 I não será o motor a gasolina mais evoluído (nem o 1.9 TDI), o que pesará nos consumos. Ainda assim, é um 1.8 16v de injecção multiponto, onde estes ritmos estarão dentro da zona de conforto.
Mais ainda, eu já fiz consumos de 7,8 litros com esse mesmo carro, mas conduzindo-o nas calmas pela serra de Sintra (Malveira, etc), e fazendo um pequeno teste até aos 190 km/h numa AE “perto de si”, o que demonstra que o C5 não estará assim tão fora do normal em termos de consumos quanto isso (para um 1.8 com aquelas dimensões em 2001).
Mas acima de tudo, fico como conclusão destes pequenos comparativos que as variações reais de consumo entre carros (aquelas feitas na mesma estrada, no mesmo dia, à mesma hora) podem mostrar resultados muito díspares de medições de consumos avulso – ajudando a explicar muitos números fantásticos que alguns fazem!
Se é 'instintivo' que a expressão “consumo de cidade” seja diferente caso estejamos a falar de Lisboa às 9 da manhã, Lisboa às 3 da manhã ou Covilhã a qualquer hora, talvez os diferentes tipos de AE não o sejam – mas a diferença está lá, e muito presente!
Fiquei com a noção reforçada de que os consumos relatados por situações individuais valem o que valem. Se não existirem termos de comparação idênticos (o mesmo carro a fazer os mesmos trajectos à mesma velocidade e em condições iguais ou muito similares), acabam por ter um valor próximo de zero.
Como Portugal tem imensas coisas excelentes, de entre as quais a gastronomia, fui com um casal amigo almoçar a 1xx km de casa, aproveitando também para dar um passeio.
Assim, a minha A4 B6 (1.9 TDI 130) levava o mesmo número de pessoas que o Citroen C5 I 1.8, ou seja, 3, tendo o trajecto consistido em IC19, CREL e A8, totalizando pouco mais de 100 km para cada lado.
Para quem não conhece a A8 nesta zona, é uma AE feita sem pés nem cabeça, que não só tem um piso mau pelo piso cheio de covas, mas que junta imensas curvas e declives quase constantes.
Apesar dos ritmos calmos da viagem (130/140 km), a carga no acelerador não é constante, pois existem uma série de coisas que obrigam a oscilações importantes. Embora eu nunca tenha tirado a 6ª, conseguia notar em algumas zonas que se eu não deixasse o motor “morrer” um bocado na subida, o motor atmosférico do C5 não conseguia acompanhar sem reduções importantes de caixa (que foram obviamente evitadas).
Já com a boa gastronomia na mesa e a primeira metade da viagem feita, falávamos de como meter gasolina hoje no Jumbo custa tanto quanto meter gasóleo numa bomba normal. A aproximação dos preços dos combustíveis é cada vez mais uma realidade.
Só que houve aqui um “pequeno detalhe” que baralha estas contas, e foi este:
- Consumo A4 1.9 TDI neste trajecto: 5,6 litros
- Consumo C5 1.8 16v neste trajecto: 8,6 litros
Ou seja, falamos aqui de um diferencial de 3 litros em 100 km, o que em números redondos significa 4,5€ a mais em cada 100 km!
Como relatei no DB da A4, este mesmo comparativo informal já foi feito há mais de um ano (precisamente no mesmo trajecto) com um E220 CDI de 150cv, tendo o MB gasto umas pequenas décimas a mais do que a A4 (mais do que natural, considerando as diferenças de peso e motor).
Mais ainda, eu sei que numa AE plana como a A2 este diferencial (A4 vs C5 I) seria reduzido em um litro, o que tornaria num diferencial mais próximo do que consideramos “normal”.
Mas o facto é que este não foi um trajecto “inventado” para mostrar o que quer que seja. É uma das saídas principais de Lisboa, e a única que permite a deslocação a certas zonas do país sem andar metido em estradas cheias de rotundas e semáforos.
É um cenário real de utilização, com um diferencial de custo também real nessa mesma utilização.
O motor do C5 I não será o motor a gasolina mais evoluído (nem o 1.9 TDI), o que pesará nos consumos. Ainda assim, é um 1.8 16v de injecção multiponto, onde estes ritmos estarão dentro da zona de conforto.
Mais ainda, eu já fiz consumos de 7,8 litros com esse mesmo carro, mas conduzindo-o nas calmas pela serra de Sintra (Malveira, etc), e fazendo um pequeno teste até aos 190 km/h numa AE “perto de si”, o que demonstra que o C5 não estará assim tão fora do normal em termos de consumos quanto isso (para um 1.8 com aquelas dimensões em 2001).
Mas acima de tudo, fico como conclusão destes pequenos comparativos que as variações reais de consumo entre carros (aquelas feitas na mesma estrada, no mesmo dia, à mesma hora) podem mostrar resultados muito díspares de medições de consumos avulso – ajudando a explicar muitos números fantásticos que alguns fazem!
Se é 'instintivo' que a expressão “consumo de cidade” seja diferente caso estejamos a falar de Lisboa às 9 da manhã, Lisboa às 3 da manhã ou Covilhã a qualquer hora, talvez os diferentes tipos de AE não o sejam – mas a diferença está lá, e muito presente!
Fiquei com a noção reforçada de que os consumos relatados por situações individuais valem o que valem. Se não existirem termos de comparação idênticos (o mesmo carro a fazer os mesmos trajectos à mesma velocidade e em condições iguais ou muito similares), acabam por ter um valor próximo de zero.
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