Anúncio

Collapse
No announcement yet.

O declínio da Opel nos últimos 20 anos. Esta marca terá futuro? E a Europa?

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    O declínio da Opel nos últimos 20 anos. Esta marca terá futuro? E a Europa?

    No fórum Alemão motor-talk.de, o maior fórum Europeu de automóveis, foi publicado um artigo cujo autor analisa os resultados desta marca durante a sua história.

    Die schwarze Serie von Rüsselsheim : Opel News ( A série negra de Rüsselsheim )

    Como já se sabia, o cenário é realmente, negro.

    É triste porque isto é um pouco o espelho daquilo que se passa na Europa, e não só no Mundo Automóvel como na industria em geral.

    A Opel é a marca que está em pior situação, já estava em crise antes da própria crise ter eclodido em 2008, e será um caso para a acompanhar com atenção nos próximos tempos, porque não se augura nada de bom para esta marca. Ainda há 2 semanas o seu CEO se demitiu devido aos maus resultados, e tem nos últimos tempos perdido imensos quadros superiores e engenheiros que estão a fugir para outras empresas com medo da falência da Opel.

    Apesar de ser uma marca que nunca me despertou interesse são sempre postos de trabalho que se podem perder, que é o aspecto social mais grave quando uma empresa entra em dificuldades.

    Quota de mercado da Opel na Alemanha nos últimos 60 anos:




    Resultados operacionais da GM Europa (Opel/Vauxhall):




    Vendas na Alemanha desde 1869:




    Não acontece apenas nos automóveis, por exemplo na área que mais gera receita no Mundo, a electrónica de consumo, a Europa perdeu nos últimos 20 anos imensa industria.

    Lembro-me da Alcatel, Siemens, Philips, Grundig, etc.. Hoje vemos que estas marcas foram substituídas pelas Asiáticas: Samsung, Toshiba, Panasonic, LG, HTC, Acer, Sharp, etc..

    Isto remete-nos para a questão primordial nos dias de hoje na Europa. Qual o futuro da industria Automóvel, e não só, da Europa?

    #2
    Há que ir procurar sustentabilidade noutras marcas do mesmo grupo para atenuar o efeito.

    Comentário


      #3

      Eles estão com ar de quem vai falir em breve.

      De momento estou sem tempo para detalhar uma resposta ao post.

      Apenas duas notas rápidas.
      Apesar de tudo continua a fazer do melhor que o mundo generalista automovel tem para oferecer.
      Post colocado pelo hater Olimpo, um heterónimo do Zer07. Com característas mais civilizadas.Não me surpreende este "acaso".
      Ainda vais ter que levar com estes "charutos" no teu retrovisor durante mais uns anos.



      EDIT
      Editado pela última vez por Jfire; 09 August 2012, 00:22.

      Comentário


        #4
        A Opel podia estar melhor se fizesse carros mais interessantes.

        Eu falo por mim, nem sequer considero um Opel, porque não têm um modelo que me desperte qualquer interesse.

        Comentário


          #5
          Tem cativado mais a minha atenção.

          Rezam as histórias que o Corsa OPC está carro para se bater com qualquer um dos seus rivais e ganhar e o Astra GTC/OPC está a sair-se muito bem nas reviews e agrada-me por fora.
          Também não se pode esquecer o Insígnia, para ser justo.

          Problemas da Opel, sejam relevantes ou pormenores:
          -> Peso (problema geral, quer se queira quer não. Mas uns estão pior que outros)
          -> Jantes (é das marcas que mais tem contribuído para a estupidez geral no que toca a tamanho. Estamos a falar de 20'', pelo menos...)
          -> No geral não tenho nada conta os interiores mas algumas questões como consola central, volante ou outras questões de detalhe não me agradam muito em alguns casos.

          E é isso para mim, quanto à Opel.
          Há 4/5 anos nem devia olhar para a gama.

          Os tempos da Opel carro do povo já passaram mas isso não tem de ser grande novidade...

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por SRLA Ver Post
            A Opel podia estar melhor se fizesse carros mais interessantes.

            Eu falo por mim, nem sequer considero um Opel, porque não têm um modelo que me desperte qualquer interesse.
            Não consideras nenhum actual nem provavelmente nenhum de praticamente toda a história, tirando o Lotus Speedster, o GT e o primeiro Manta são poucos os Opel que tenham alguma chama.

            Ainda assim não desgosto dos novos Opel, considerava mais a compra de um Astra de hoje que de um Astra F no seu tempo.
            O Insignia também é um carro interessante.
            O problema dos chassis dos Opel foi resolvido aquando do Astra G cujo chassis foi afinado pela Lotus e ao que parece todos os seguintes tiveram a vistoria por parte deste especialista britanico.

            Comentário


              #7
              a Opel nao está bem mas felizmente conseguiu nao se agarrar à crise para estagnar!

              nos dias que correm, teem bons produtos, com beleza, qualidade e preços ate praticaveis...

              obviamente que ha sempre haters e como tal, remeto-me ao silencio perante esses

              Comentário


                #8
                O discurso do primeiro post pode ser aplicado a várias marcas.
                Por exemplo, nos EUA, dentro da Ford, anda-se a sugerir que a Ford saia do mercado europeu (prevê-se que este ano, os prejuizos ascendam a 1 milhar de milhão de dólares, na Europa)
                O mercado europeu é o único que dá prejuizo à marca, enquanto no resto do mundo, lucros estão estáveis com tendência a crescer.

                A GM já se tentou livrar da Opel e não conseguiu.
                O que poderia fazer, foi o que fez À Pontiac, Saturn, etc... simplesmente acabar com ela.
                Não abandonaria a Europa, pois tem os Chevys coreanos presentes no mercado, apesar dos volumes serem bastantes inferiores áqueles que a Opel consegue. Mas livrava-se de toda a estrutura onerosa e desproporcionada que a Opel carrega aos ombros, importando das fábricas mais a leste.

                O que é certo, e isto aplica-se a outros, é que para o que é possivel vender e para as margens conseguidas, apenas dá para ir atenuando prejuizos.
                Não interessa se o produto é bom, best-seller, lider de segmento.
                O mercado europeu no final deste ano deve contrair em termos absolutos à volta de 3 milhões de unidades a menos que em 2007 (pré-crise).

                Junte-se a conquista de cota por parte dos coreanos (incluindo a Chevy), e percebe-se porque é que Opel, Fiat, Renault, Peugeot e Citroen estão tão entaladas à procura de soluções.
                A Fiat vai-se encostando à Chrysler e aos resultados da sua divisão sul-americana.
                A Renault tem a Nissan para amortecer os golpes.
                Peugeot e Citroen, é o que se vê, desesperadamente à procura de diminuir estrutura e aumentar presença em mercados externos.
                Opel também à procura de reduzir estrutura, e apesar da presença global da GM, o que é certo é que não tem espaço para a marca em mercados externos, com esses espaços já preenchidos ou pela Chevrolet ou pela Buick, apesar de modelos 100% Opel estarem a ser vendidos com outros simbolos nos mais variados mercados: Buick nos EUA e China, Chevrolet na America do Sul, Holden na Austrália.

                Mas não percebo muito bem o que se passa para os lados da GM.
                A FIat pegou na Chrysler e na Lancia e fundio-as numa única entidade. Ou seja, não interessa onde é concebido/produzido, modelo terá de responder em 2 continentes apenas mudando simbolo.
                A GM tem na Opel/Vauxhall esquema semelhante. A Buick é cada vez mais a Opel americana e chinesa.
                Fundam-se as 3 estruturas. CEntralize-se os centros de desenvolvimento. Optimize-se as linhas de produção.
                Tudo bem, que dificilmente não será obrigatório fechar pelo menos uma fábrica.
                Mas têm o potencial de aproveitar melhor a capacidade das outras.

                Comentário


                  #9
                  Engraçado, que estes dias recebi o link desse excelente artigo por mail (sou membro do motortalk.de) e pensei logo em colocá-lo no fórum, só não sabia exactamente onde. Agora já sei! Depois faço uma tradução integral e coloco aqui.

                  Em relação à história dos haters: não se trata de nada disso! A Opel está, de facto, numa espiral descendente e, segundo o artigo, isso já começou nos anos 70 quando a Opel se manteve agarrada ao conceito de formato 3 volumes e tracção traseira com motores em posição longitudinal para a classe "compacta" (Opel Kadett) quando a concorrência já começava a apresentar soluções modernas de motor transversal e tracção à frente e/ou formato "hatchback" (Fiat 128, VW Golf, Simca 1100, etc.). A reacção só chegou quase nos anos 80, através do Kadett D.

                  Depois, deixaram passar clamorosamente a oportunidade de fabricar carros sub-compactos, modernos e económicos, apresentando o Corsa em 1983, quando já havia VW Polo/Audi 50, Fiat 127 ou Ford Fiesta há largos anos.

                  Dá-me a impressão que aquele que foi o salvador da Opel (GM) também poderá vir a ser o seu coveiro, e a crise e o declínio da Opel é bem real e não apenas uma constatação dos "haters". Eu próprio tenho alguma afinidade com a Opel por razões "históricas" da minha vida pessoal, mas não é isso que me impede de ter olhos ver a realidade.

                  Comentário


                    #10
                    Se a Opel desaparecer do mercado... será apenas mais uma, isto apesar do seu historial, do desemprego que vai causar (cá já causou)... foi assim com tantas outras marcas europeias e o mundo não acabou! Saab, Rover, Talbot, UMM... e a lista poderia continuar.

                    Já a questão da Europa (onde vive a quase totalidade dos foristas) é muito mais preocupante e abrangente.

                    Comentário


                      #11
                      Passou por uma fase de rijos e desconfortáveis mas ao menos não dão problemas para rijos, desconfortáveis e problemáticos.

                      Modelos de entrada de gama pouco apelativos, motores italianos, comerciais franceses....enfim, uma confusão.

                      A partir de 1998 para a frente foi um descalabro, quem teve Opel durante décadas como foi o nosso caso lá em casa assistiu a uma degradação modelo após modelo e começou-se a ter chatisses. Temos um Vectra de 1992 que ainda circula com 200 e tal mil kms 1.4 e nunca deu nada de nada, que tanque! Um Astra de 1998 3p 1.4 Sport igualmente. O mesmo Astra mas de 2001 já foi vendido cheio de problemas, o Corsa C igual. Centralinas, distribuição, bobines, etc. Tudo males crónicos e carissímos de arranjar!

                      Só agora estão a acordar para o problema?

                      PS: já há muito tempo que tenho notado uma constante evolução na Chevrolet e nos produtos que apresenta em deteriormento da Opel. Parece-me que devem querer enterrar a Opel e ficar só com a Chevrolet.

                      Comentário


                        #12
                        O Opel tem sempre hipoteses de sucesso desde que o Grupo a que pertencer lhe dê espaço comercial. Ninguém aguenta só com as vendas da Europa em declinio.

                        Se a GM não quer a Opel que a venda a outro Grupo que deixe a marca Opel crescer para outros mercados, onde possa vender.

                        Comentário


                          #13
                          Actualmente, são carros desprovidos que qualquer interesse.

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por VitorPatricio Ver Post
                            O Opel tem sempre hipoteses de sucesso desde que o Grupo a que pertencer lhe dê espaço comercial. Ninguém aguenta só com as vendas da Europa em declinio.

                            Se a GM não quer a Opel que a venda a outro Grupo que deixe a marca Opel crescer para outros mercados, onde possa vender.
                            Nos outros mercados onde pode vender a GM já lá tem marcas.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por ciber007 Ver Post
                              Passou por uma fase de rijos e desconfortáveis mas ao menos não dão problemas para rijos, desconfortáveis e problemáticos.

                              Modelos de entrada de gama pouco apelativos, motores italianos, comerciais franceses....enfim, uma confusão.

                              A partir de 1998 para a frente foi um descalabro, quem teve Opel durante décadas como foi o nosso caso lá em casa assistiu a uma degradação modelo após modelo e começou-se a ter chatisses. Temos um Vectra de 1992 que ainda circula com 200 e tal mil kms 1.4 e nunca deu nada de nada, que tanque! Um Astra de 1998 3p 1.4 Sport igualmente. O mesmo Astra mas de 2001 já foi vendido cheio de problemas, o Corsa C igual. Centralinas, distribuição, bobines, etc. Tudo males crónicos e carissímos de arranjar!

                              Só agora estão a acordar para o problema?

                              PS: já há muito tempo que tenho notado uma constante evolução na Chevrolet e nos produtos que apresenta em deteriormento da Opel. Parece-me que devem querer enterrar a Opel e ficar só com a Chevrolet.

                              Esta situação é exactamente o retrato da familia do lado da minha mulher!

                              São "fans" de Opel à quase 2 décadas, mas lentamente estão a substituir por outras marcas...Referem 3 aspectos (atenção que não são minhas opiniões per si):

                              Motores gastadores
                              Desconfortáveis e/ou "rijos"
                              "Já deram muitos menos problemas"

                              É um sinal dos tempos...

                              Comentário


                                #16
                                Fico com alguma tristeza ao ler esta noticia, um pouco porque a Opel sempre fez parte da minha vida automóvel. E, com os seus defeitos e virtudes, a minha experiência é largamente positiva, tanto é que há menos de um ano comprei outro. Já tive a gasolina do segmento B e agora tenho a gasóleo do segmento C, e em qualquer modelo estive e estou satisfeito. Espero que consiga dar a volta a estas décadas de prejuizos.

                                Comentário


                                  #17
                                  A spyker meteu um processo em cima da GM por causa de esta ter quase que obrigado a Saab a ir á falência. No caso da Opel a GM está a tentar fazer o mesmo mas dentro de si mesma. O centro de desenvolvimento da opel na sua sede é um dos melhores do mundo e de lá tem saído muita tecnologia inovadora que só mais tarde aparece em outras marcas. A opel tem uma escola/universidade que prepara melhor que ninguém os seus engenheiros para a produção automóvel. É a marca que mais trabalha em conjunto com a bosch e dessa parceria tem saído ótimos resultados. Vejam que bases é que 90% dos modelos da GM utilizam e quem as desenvolveu. Vejam quem esteve á frente do desenvolvimento do Volt/ampera, vejam quem tem sido a marca que mais tem trabalhado na mobilidade em hidrogénio, vejam que trouxe a palavra ecologia para o mundo automóvel etc etc... A Opel está viva e recomenda-se é preciso é que a GM deixe que a Opel seja uma marca global por forma a aproveitar todo o investimento em desenvolvimento que faz. Ainda no inicio do ano o astra chegou a ter vendas muito interessantes na china acompanhando as vendas do seu irmão da Buick que era um astra com simblo diferente e que era somente o carro mais vendido por lá. Vejam o que tem aumentado as vendas da Opel na russia desde que a Gm a deixou entrar seriamente naquele mercado. Deixem quem sabe trabalhar aproveitar os resultados do seu bom trabalho.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Como prometido há 1 mês, aqui deixo a tradução integral do artigo :


                                    “A Opel já não é um construtor automóvel, mas um drama industrial”, escreve Sven Clausen no Financial Times. Tal como num romance policial de Chandler, no final acaba por não se saber quem foi o assassino.

                                    Também os títulos de Chandler da “Série negra” seriam adequados à situação: primeiro “O longa adeus” e depois “À beira do abismo”. No entanto, no drama de Rüsselsheim é escusado procurar o descontraído investigador particular Philip Marlowe a resmungar, de cigarro na boca, “nesta cidade há demasiadas armas e muito pouco cérebro”.

                                    O suspense aparece logo sob a forma de um permanente festival de opiniões. O Dr. Helmut Becker, do Instituto de Análise Económica de Munique (IWK), atira alguns prognósticos concludentes: daqui a 5 anos já não existirá Opel tal como a conhecemos actualmente, diz o economista. O especialista Ferdinand Dudenhöffer prevê uma estratégia igualmente suicida: demitir trabalhadores, encerrar fábricas e esperar que isso chegue para sobreviver.


                                    Opel e GM: uma história com 83 anos

                                    Infelizmente, a Opel não é nenhum romance policial. A Opel já nem sequer é apenas Opel, mas uma filial da General Motors – e isto desde 1929. Antigamente, a marca era o maior construtor automóvel da Alemanha, com uma quota de mercado de 44%, ou seja, um parceiro atraente para os americanos. A família Opel conseguiu impor a condição de a marca permanecer autónoma e com uma política de modelos própria. Durante muito tempo recolheram dividendos dessa estratégia: em 1938, a marca com o raio era quem mais divisas trazia ao governo nacional-socialista, graças à sua quota de 46,6% nas exportações totais da Alemanha.

                                    Nesta altura, já a Adam Opel AG se orgulhava da sua história de 72 anos. A “Sociedade para a Preparação do Carro Alemão do Povo, SRL” tinha apenas 1 ano de idade e estava ainda muito longe da produção em série.


                                    Os dourados anos 60

                                    Depois da guerra prosseguiu a história de sucesso da Opel. Esta representava a ascensão do milagre económico alemão sob a forma de chapa metálica, o motor que impulsionava a classe média em crescimento.

                                    A partir de 1962, o centenário da empresa, a Opel acenava do alto do seu pedestal: com o novo Kadett, o Carocha ficou reduzido a “ferro velho” de um só golpe. O Kadett oferecia mais espaço, melhor visibilidade, um motor mais agradável, arrefecido a água, e uma chauffage eficaz.

                                    Para além disso, o Kadett tinha melhores performances e consumos mais baixos. O modelo começou a ser produzido a partir de 1962 na nova fábrica de Bochum, tendo a Opel aberto mais uma em 1966, em Kaiserslautern. Em 1964 foi produzido o Opel n.º 5 milhões e logo em 1971 o veículo 10 milhões. Em 1972, a marca estava à frente da Volkswagen, graças aos seus 20,4% de quota de mercado.

                                    Nesta altura, a filial alemã da GM era uma autêntica máquina de fazer dinheiro. Por mais estranho que pareça, o sucesso foi o início do fim da felicidade, pois aquele faz adormecer à sombra dos seus louros – em Detroit ninguém percebeu que, após a crise petrolífera, teria feito sentido que se investisse em motores Diesel económicos e em soluções modernas como tracção frontal ou veículos citadinos.


                                    A Opel é ultrapassada

                                    E foi assim que a concorrência se preparou para a ultrapassagem: a Volkswagen modernizou a sua gama a partir de 1973, com o Passat, seguindo-se o Golf em 1974 e o Polo em 1975. De repente, o portefólio da Opel passava a fazer figura de bastante desactualizado. Também a Ford inaugurou em 1976 a época dos veículos citadinos com tracção frontal e motor transversal, com a primeira geração do Fiesta.

                                    A Opel só reage em 1979, com o Kadett D. O Corsa, enquanto primeiro veículo citadino da marca, segue-se apenas em 1982. Os estragos estavam feitos: no início dos anos 80, a quota de mercado da Opel voltou a baixar aos níveis de 1959. Como se a época dourada dos anos 60 não tivesse existido.

                                    Nos anos que se seguem, a quota de mercado estabilizou em torno dos 15%, e a GM tomou acções: poupar custos, desistir de certos segmentos de mercado. Em 1993, o Senator não teve sucessor, verificando-se o mesmo destino com o seu “irmão” de plataforma, o Omega: a Opel desistia do segmento de topo.


                                    Efeito López, efeito GM?

                                    Início dos anos 90: a reunificação alemã e a chegada dos microchips à produção industrial tornam a redução de custos no conceito da moda. A arma mais perigosa da indústria automóvel chamava-se José Ignácio López de Arriortúa. O administrador executivo revolucionou a Opel de alto a baixo ao tornar o mercado de aquisições de forma consequente em parte integrante do processo de desenvolvimento de novos produtos e da própria produção. Desta forma, Lopéz conseguiu poupar milhares de milhões em custos, fazendo o mesmo na Volkswagen a partir de 1993, antes de as acusações de espionagem industrial porem um fim à sua carreira em solo alemão.

                                    A indústria automóvel alemã ficou infectada pelo chamado “efeito López”: na onda do sucesso do “sanador de contas”, quase não havia comprador que pudesse dar-se ao luxo de ignorar as estratégias de poupança do espanhol. Após a sua saída, não havia conselho de supervisão de custos disposto a aceitar uma nova subida dos preços de aquisição. Assim, a Opel e a VW chantagearam os seus fornecedores até ao limite dos mínimos aceitáveis em termos qualitativos e para além disso.

                                    Com as respectivas consequências ao nível da qualidade: “Opel, o fiável”? O slogan deixou de fazer sentido, e a Opel desapareceu da zona de lucros. Embora talvez os carros fossem por vezes um pouco razoáveis demais e muito pouco emocionais, passava a haver motivos cada vez menos racionais para comprar um Opel.

                                    Até hoje, a marca não recuperou desse estigma. Desde 2000, já tomou posse o 6.º director-geral da Opel, todos acumulando prejuízos, ano após ano. E até ao crash financeiro de 2008, a GM nunca mostrou muita disposição para investir em carros melhores, mais modernos e mais emocionais.

                                    Assim, muita coisa ficou por meias soluções: os inovadores monovolumes Zafira e Meriva eram animados por motores modernos, mas pouco inovadores. O furgão Opel Arena [nota: com base na antiga Renault Trafic], produzido entre 1997 e 2001, foi herdado da Renault, o todo-o-terreno Frontera (1991-2003) era um Isuzu. Os desportivos Speedster (2000-2005) e GT (2007-2009) eram prejudicados pela ausência de imagem.

                                    Consequência: a quota de mercado desceu e os prejuízos tornaram-se na regra. Em 2004, a GM elimina 12.000 postos de trabalho na Europa, e em 2008 a Opel solicita ajuda ao Estado alemão.

                                    O ano de 2009 marca a hora zero para a Opel: a GM, de regresso à actividade após insolvência, graças a uma nacionalização parcial (os EUA detêm 60,8% e o Canadá 11,7%), decide-se à última hora contra a venda da marca. Em vez disso tenta-se desde então trazer a marca de volta ao sucesso, o que, na Opel, significa: demissão de trabalhadores, uma ofensiva de novos modelos. Sob a administração do novo director Nick Reilly foram eliminados 8000 postos de trabalho e encerrada a fábrica de Antuérpia.

                                    Entretanto, Reilly e o seu sucessor Stracke também já fazem parte da história da marca. A história da marca irá também prosseguir a partir de 2017 em Bochum, já que o novo director, Thomas Sedran, irá muito provavelmente permanecer após uma solução de transição.


                                    Arriscamos um prognóstico?

                                    Karl-Friedrich Stracke (4/2011-7/2012) irá querer manter a General Motors fiel ao plano de saneamento da Opel? E, se sim, quanto se poderá gastar no processo? Certo é que essa operação custará milhares de milhões – numa época em que ninguém conta com uma recuperação rápida dos mercados automóveis europeus. Para a Opel seria útil um discurso claro por parte de Detroit: as constantes notícias turbulentas em torno da marca terão com certeza a sua quota-parte na diminuição das vendas.

                                    No entanto, a Opel tem algo que não se pode comprar e que nem todos têm: sabe transmitir um sentimento de pertença, uma alma. Isso é visível, por exemplo, nas curvas do novo Astra GTC ou pode ser lido nas entrelinhas dos discursos dos engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento dos chassis na Opel. Esta alma é palpável – nos refeitórios de Rüsselsheim, Bochum e Eisenach. Quem o sente, está irremediavelmente perdido – se é a palavra Opel que tem de estar escrita por cima, isso já é outra questão.
                                    Editado pela última vez por LinoMarques; 14 September 2012, 20:15.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por nokia71 Ver Post
                                      A spyker meteu um processo em cima da GM por causa de esta ter quase que obrigado a Saab a ir á falência. No caso da Opel a GM está a tentar fazer o mesmo mas dentro de si mesma. O centro de desenvolvimento da opel na sua sede é um dos melhores do mundo e de lá tem saído muita tecnologia inovadora que só mais tarde aparece em outras marcas. A opel tem uma escola/universidade que prepara melhor que ninguém os seus engenheiros para a produção automóvel. É a marca que mais trabalha em conjunto com a bosch e dessa parceria tem saído ótimos resultados. Vejam que bases é que 90% dos modelos da GM utilizam e quem as desenvolveu. Vejam quem esteve á frente do desenvolvimento do Volt/ampera, vejam quem tem sido a marca que mais tem trabalhado na mobilidade em hidrogénio, vejam que trouxe a palavra ecologia para o mundo automóvel etc etc... A Opel está viva e recomenda-se é preciso é que a GM deixe que a Opel seja uma marca global por forma a aproveitar todo o investimento em desenvolvimento que faz. Ainda no inicio do ano o astra chegou a ter vendas muito interessantes na china acompanhando as vendas do seu irmão da Buick que era um astra com simblo diferente e que era somente o carro mais vendido por lá. Vejam o que tem aumentado as vendas da Opel na russia desde que a Gm a deixou entrar seriamente naquele mercado. Deixem quem sabe trabalhar aproveitar os resultados do seu bom trabalho.
                                      A Saab ja arrastava problemas que ela propria criou, e a GM não estava em posição para levantar a Saab.

                                      Ninguem está mais interessado no sucesso da Opel que a GM, porque é a dona, agir em contra da Opel é meter a faca a si propria. A GM nunca referiu que queria fechar ou vender a Opel, foi a Morgan Stanley que recomendou vender ou fechar.

                                      Se a Opel vende, a GM lucra com isso. Vejam como aconteceu no passado. Tudo deve passar por situações de fundo que não conhecemos, aliadas a dimuinição de vendas na Europa. Entendo e faz sentido pensar em atacar mercados não europeus, mas o que é certo, é que para nós é facil escrever as coisas cá no forum. A GM deve ter prioridades de maior importancia.

                                      A Opel não é "near premium" ou "premium". Talvez para quem não ocupe este patamar, não compensa produzir na Alemanha.

                                      Ja foi referido em varios sites sobre esta noticia, que o verdadeiro problema é o excesso de capacidade produtiva e os sindicatos.

                                      A GM vai transferir a produção do Astra da Alemanha, para o Reino Unido e Polonia. Por alguma coisa será.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Não se preocupem que a opel tem futuro assegurado. A capacidade de desenvolvimento nunca sofreu cortes e é do melhor que há no mundo automóvel.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por nokia71 Ver Post
                                          Não se preocupem que a opel tem futuro assegurado. A capacidade de desenvolvimento nunca sofreu cortes e é do melhor que há no mundo automóvel.
                                          Tens toda a razão diogo, o sonho comanda a vida.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por cjr Ver Post
                                            Tens toda a razão diogo, o sonho comanda a vida.
                                            não jogues baixo.

                                            Comentário

                                            AD fim dos posts Desktop

                                            Collapse

                                            Ad Fim dos Posts Mobile

                                            Collapse
                                            Working...
                                            X