O novo Lexus LS 460 é o mais admirável automóvel que experimentamos nos últimos anos. Tecnologia sem limites, o mais evoluído motor V8 da actualidade e a primeira caixa de oito velocidades colocam-no num patamar único.
Á vista pode até nem impressionar, uma vez que a estética é convencional e não fora o facto de medir mais de cinco metros poderia, até, passar despercebido. Porém, quem aprecia a qualidade e a inovação tecnológica está perante um autêntico compêndio. Dizemo-lo, sem rodeios porque receamos que ao longo das linhas que se seguem não consigamos transmitir, com rigor absoluto, aquilo que realmente “vale” o novo topo de gama da Lexus, definido pelos responsáveis da marca como “o projecto mais significativo e mais caro desde a criação da Lexus, em 1989”. Um novo motor de oito cilindros, a primeira caixa de velocidades automática do mundo com oito relações, uma plataforma inteiramente nova e um sem número de ajudas à condução e de segurança, traduzem o compromisso da Lexus em produzir um dos mais evoluídos automóveis do Mundo.
Também por isso, o LS 460 não pode ser apreciado em pleno ao longo dos 150 ou 200 Km de que são compostas as apresentações de novos modelos; é preciso viver com ele para que possamos percebê-lo e validar a afirmação dos engenheiros da Lexus que garantem que toda a tecnologia visa tornar a condução e a vida a bordo numa experiência inesquecível.
Concebido sem recurso a um só elemento do anterior modelo, o novo LS 460 é definido pela Lexus como uma reinterpretação do conceito de luxo, ousando, mesmo, posicionar-se acima dos rivais Mercedes Classe S e BMW Série 7. Em relação a ambos tem em comum as dimensões e a configuração clássica de três volumes, numa carroçaria que evoluiu bastante em termos estéticos face ao modelo anterior mas, ainda assim, está longe de ser uma ode ao estilo ou à estética, bastando-lhe ser clássica e elegante, quando desejaríamos que fosse marcante. Para que embrulho e conteúdo estivessem em consonância.
Electrónica sem limites:
Já vimos que a Lexus quis reenquadrar a definição de luxo mas é importante dizer que a descrição das formas exteriores é em absoluto prosseguida no interior; a qualidade está presente em todos os detalhes, tal como a sofisticação, mas sem exuberância, sem exibicionismos nem futilidades. Ao nível do rigor da construção, da qualidade dos materiais e, principalmente, da decoração, ao Lexus bastou-lhe alcançar o patamar da excelência. E se o espaço nos lugares traseiros e na bagageira (500 litros) é apenas aceitável esse é, talvez, o pecado que nos ocorre perante a obrigatoriedade de confirmarmos que, nos automóveis, como na vida, a perfeição não existe.
Ainda assim, raramente terá estado tão exposta aos nossos olhos. Mais largo 4,5 centímetros do que o modelo anterior e com uma plataforma totalmente nova cuja distância entre eixos cresceu na mesma razão, o novo LS foi sobretudo pensado em função dos ocupantes dos lugares traseiros, a quem são oferecidos bancos que permitem a regulação da inclinação das costas, ar condicionado independente, com saídas no tejadilho para uma maior eficácia, um sistema de áudio da Mark Levinson com 19 altifalantes, DVD e televisão digital.
Mas onde o Lexus LS deslumbra é ao nível dos cuidados com a segurança e assistência à condução. Para além do Controlo Dinâmico de Estabilidade (VDIM) que inter-age com a direcção, com a gestão electrónica do motor e até com a suspensão, destacamos nada menos do que quatro inovações: o Sistema Avançado de Detecção de Obstáculos, a Assistência de Emergência à Direcção, o Sistema de Segurança de Pré-colisão traseiro e o sistema de Monitorização do condutor. O primeiro utiliza uma câmara de infra-vermelhos e um radar de ondas milimétricas que, de dia e de noite, identificam a presença de um obstáculo, pessoas ou animais. Quando tal acontece, o sistema avalia por si a probabilidade de colisão e faz acender um sinal vermelho com a inscrição “Brake”. Nessa altura, são accionados diversos dispositivos auxiliares: o sistema de desmultiplicação variável da direcção para que esta reaja prontamente ao condutor, a suspensão variável adaptativa, que endurece os amortecedores, evitando o abaixamento da frente, o Controlo Dinâmico de Estabilidade e o sistema de travagem, de molde a que o condutor tenha disponível a máxima potência de travagem. Se a colisão é inevitável, são activados os travões e os pré-tensores dos cintos de segurança, bem como os encostos de cabeça activos.
Por seu lado, o Sistema de Monitorização do Condutor (PCS) vigia o movimento da cabeça do condutor, enquanto este olha para os lados, através de uma câmara localizada na coluna de direcção. Se verificar a aproximação de um obstáculo fora do campo de visão do condutor o sistema activa o aviso de pré-colisão, incluindo, se necessário, uma pequena pressão nos travões e, em situações extremas, todas as funções de pré-colisão.
Quanto ao sistema de Segurança de Pré-colisão Traseiro, utiliza, também, um radar de ondas milimétricas que ao verificar a inevitabilidade de uma colisão activa os sistemas de retenção, incluindo os encostos de cabeça.
A pensar no condutor:
O LS 460 conta, ainda, com um pacote de ajudas à condução, como a câmara traseira de auxilio ao estacionamento, ou a primeira direcção de assistência eléctrica com desmultiplicação variável que faz variar a assistência em função da condução: em cidade a direcção torna-se mais leve, em estrada e a velocidade mais elevadas vai “endurecendo” para melhorar o “feeling” de condução. Quanto à suspensão o leque de características é igualmente relevante. Seja pela utilização abundante do alumínio na construção (de molde a reduzir as massas suspensas e, assim, melhorar o comportamento), seja pela utilização de um esquema de braços múltiplos na traseira mas também na frente, seja, ainda, pelo sistema electrónico que faz variar a firmeza em função do tipo de condução ou do piso, favorecendo ora o conforto ora o desempenho dinâmico. É a eficácia da direcção e da suspensão que explica o facto de, apesar das dimensões e do peso acima da média (quase duas toneladas), o Lexus LS 460 mostrar um apreciável dinamismo, mostrando-se sempre muito cómodo de utilizar, mesmo que o terreno favorito seja, claro, a auto-estrada.
É aqui, de facto, que melhor se expressa o novo motor V8 de 4,6 litros com admissão variável e ajuste eléctrico (outra estreia) do tempo de abertura e fecho das válvulas que funciona de forma optimizada em todos os regimes. Este motor tem, ainda, a particularidade de, pela primeira vez, utilizar dois injectores por cilindro: um na pré-câmara e outro na câmara, reunindo, assim, as vantagens dos sistema de injecção directa e indirecta, optimizando o rendimento energético e as emissões. Auxiliado pela nova caixa de velocidades automática de oito relações, este V8 de 381 CV e uns excelentes 493 Nm de binário máximo revela, sempre, um funcionamento homogéneo, indiferente ao peso, como o comprova a velocidade máxima de 250 Km/h e a fulgurante aceleração de 0 a 100 Km/h em 5,7 segundos, anunciando um consumo combinado de 10,8 litros.
Uma autêntica montra tecnológica este Lexus LS 460 que chega a Portugal no Outono devendo custar cerca de 135 mil euros.
Texto:Júlio Santos
Contacto publicado na Revista Turbo de Setembro de 2006.
Á vista pode até nem impressionar, uma vez que a estética é convencional e não fora o facto de medir mais de cinco metros poderia, até, passar despercebido. Porém, quem aprecia a qualidade e a inovação tecnológica está perante um autêntico compêndio. Dizemo-lo, sem rodeios porque receamos que ao longo das linhas que se seguem não consigamos transmitir, com rigor absoluto, aquilo que realmente “vale” o novo topo de gama da Lexus, definido pelos responsáveis da marca como “o projecto mais significativo e mais caro desde a criação da Lexus, em 1989”. Um novo motor de oito cilindros, a primeira caixa de velocidades automática do mundo com oito relações, uma plataforma inteiramente nova e um sem número de ajudas à condução e de segurança, traduzem o compromisso da Lexus em produzir um dos mais evoluídos automóveis do Mundo.
Também por isso, o LS 460 não pode ser apreciado em pleno ao longo dos 150 ou 200 Km de que são compostas as apresentações de novos modelos; é preciso viver com ele para que possamos percebê-lo e validar a afirmação dos engenheiros da Lexus que garantem que toda a tecnologia visa tornar a condução e a vida a bordo numa experiência inesquecível.
Concebido sem recurso a um só elemento do anterior modelo, o novo LS 460 é definido pela Lexus como uma reinterpretação do conceito de luxo, ousando, mesmo, posicionar-se acima dos rivais Mercedes Classe S e BMW Série 7. Em relação a ambos tem em comum as dimensões e a configuração clássica de três volumes, numa carroçaria que evoluiu bastante em termos estéticos face ao modelo anterior mas, ainda assim, está longe de ser uma ode ao estilo ou à estética, bastando-lhe ser clássica e elegante, quando desejaríamos que fosse marcante. Para que embrulho e conteúdo estivessem em consonância.
Electrónica sem limites:
Já vimos que a Lexus quis reenquadrar a definição de luxo mas é importante dizer que a descrição das formas exteriores é em absoluto prosseguida no interior; a qualidade está presente em todos os detalhes, tal como a sofisticação, mas sem exuberância, sem exibicionismos nem futilidades. Ao nível do rigor da construção, da qualidade dos materiais e, principalmente, da decoração, ao Lexus bastou-lhe alcançar o patamar da excelência. E se o espaço nos lugares traseiros e na bagageira (500 litros) é apenas aceitável esse é, talvez, o pecado que nos ocorre perante a obrigatoriedade de confirmarmos que, nos automóveis, como na vida, a perfeição não existe.
Ainda assim, raramente terá estado tão exposta aos nossos olhos. Mais largo 4,5 centímetros do que o modelo anterior e com uma plataforma totalmente nova cuja distância entre eixos cresceu na mesma razão, o novo LS foi sobretudo pensado em função dos ocupantes dos lugares traseiros, a quem são oferecidos bancos que permitem a regulação da inclinação das costas, ar condicionado independente, com saídas no tejadilho para uma maior eficácia, um sistema de áudio da Mark Levinson com 19 altifalantes, DVD e televisão digital.
Mas onde o Lexus LS deslumbra é ao nível dos cuidados com a segurança e assistência à condução. Para além do Controlo Dinâmico de Estabilidade (VDIM) que inter-age com a direcção, com a gestão electrónica do motor e até com a suspensão, destacamos nada menos do que quatro inovações: o Sistema Avançado de Detecção de Obstáculos, a Assistência de Emergência à Direcção, o Sistema de Segurança de Pré-colisão traseiro e o sistema de Monitorização do condutor. O primeiro utiliza uma câmara de infra-vermelhos e um radar de ondas milimétricas que, de dia e de noite, identificam a presença de um obstáculo, pessoas ou animais. Quando tal acontece, o sistema avalia por si a probabilidade de colisão e faz acender um sinal vermelho com a inscrição “Brake”. Nessa altura, são accionados diversos dispositivos auxiliares: o sistema de desmultiplicação variável da direcção para que esta reaja prontamente ao condutor, a suspensão variável adaptativa, que endurece os amortecedores, evitando o abaixamento da frente, o Controlo Dinâmico de Estabilidade e o sistema de travagem, de molde a que o condutor tenha disponível a máxima potência de travagem. Se a colisão é inevitável, são activados os travões e os pré-tensores dos cintos de segurança, bem como os encostos de cabeça activos.
Por seu lado, o Sistema de Monitorização do Condutor (PCS) vigia o movimento da cabeça do condutor, enquanto este olha para os lados, através de uma câmara localizada na coluna de direcção. Se verificar a aproximação de um obstáculo fora do campo de visão do condutor o sistema activa o aviso de pré-colisão, incluindo, se necessário, uma pequena pressão nos travões e, em situações extremas, todas as funções de pré-colisão.
Quanto ao sistema de Segurança de Pré-colisão Traseiro, utiliza, também, um radar de ondas milimétricas que ao verificar a inevitabilidade de uma colisão activa os sistemas de retenção, incluindo os encostos de cabeça.
A pensar no condutor:
O LS 460 conta, ainda, com um pacote de ajudas à condução, como a câmara traseira de auxilio ao estacionamento, ou a primeira direcção de assistência eléctrica com desmultiplicação variável que faz variar a assistência em função da condução: em cidade a direcção torna-se mais leve, em estrada e a velocidade mais elevadas vai “endurecendo” para melhorar o “feeling” de condução. Quanto à suspensão o leque de características é igualmente relevante. Seja pela utilização abundante do alumínio na construção (de molde a reduzir as massas suspensas e, assim, melhorar o comportamento), seja pela utilização de um esquema de braços múltiplos na traseira mas também na frente, seja, ainda, pelo sistema electrónico que faz variar a firmeza em função do tipo de condução ou do piso, favorecendo ora o conforto ora o desempenho dinâmico. É a eficácia da direcção e da suspensão que explica o facto de, apesar das dimensões e do peso acima da média (quase duas toneladas), o Lexus LS 460 mostrar um apreciável dinamismo, mostrando-se sempre muito cómodo de utilizar, mesmo que o terreno favorito seja, claro, a auto-estrada.
É aqui, de facto, que melhor se expressa o novo motor V8 de 4,6 litros com admissão variável e ajuste eléctrico (outra estreia) do tempo de abertura e fecho das válvulas que funciona de forma optimizada em todos os regimes. Este motor tem, ainda, a particularidade de, pela primeira vez, utilizar dois injectores por cilindro: um na pré-câmara e outro na câmara, reunindo, assim, as vantagens dos sistema de injecção directa e indirecta, optimizando o rendimento energético e as emissões. Auxiliado pela nova caixa de velocidades automática de oito relações, este V8 de 381 CV e uns excelentes 493 Nm de binário máximo revela, sempre, um funcionamento homogéneo, indiferente ao peso, como o comprova a velocidade máxima de 250 Km/h e a fulgurante aceleração de 0 a 100 Km/h em 5,7 segundos, anunciando um consumo combinado de 10,8 litros.
Uma autêntica montra tecnológica este Lexus LS 460 que chega a Portugal no Outono devendo custar cerca de 135 mil euros.
Texto:Júlio Santos
Contacto publicado na Revista Turbo de Setembro de 2006.
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