Opel Astra ST 1.6 Biturbo CDTi | Peugeot 308 SW 2.0 BlueHDI GT Line | Renault Mégane ST dCi GT
http://www.autohoje.com/en/testes/co...gane-st-dci-gt
10 July 2017Autor:Ricardo Carvalho - Fotos: João Carlos Oliveira (N.º 1424 – 2 de março de 2017)
São carrinhas de segmento C, populares, e estão entre as mais vendidas do segmento, mas as três versões que vê neste comparativo são mais “coloridas” na mecânica e na imagem. As variantes espigadas da Astra ST, 308 SW e Mégane ST são propostas especiais para quem quer se diferente, sem pagar muito mais por isso. Aqui fica um confronto com potências entre os 150 e os 165 cv... a gasóleo.
Os Diesel “pequenos” são competentes e poupados, mas há quem ache pouco e veja as versões a gasóleo mais potentes como a escolha mais ajustada para o seu familiar compacto. A carrinha Megane GT 1.6 dCi de 165 cv com caixa de velocidades EDC enfrenta aqui as rivais da Opel e da Peugeot, ambas com motores a rondar o mesmo valor de potência. Já por cá passaram as versões mais vendidas da esmagadora maioria das carrinhas familiares compactas. São propostas de um pragmatismo difícil de contrapor, num cenário cada vez mais orientado para a economia/ecologia para as frotas das empresas, em detrimento da performance e do prazer de condução.
Felizmente, as marcas ainda têm resposta para os que, sem perder de vista a poupança de combustível, querem um pouco mais de motor (e um valor de binário elevado desde regimes muito baixos) e preferem ter o seu automóvel com pneus realmente aderentes e imagem desportiva.
A Mégane ST GT EDC (só está disponível com caixa de dupla embraiagem de seis velocidades) de 165 cv foi a mais recente entrada neste subsegmento dos “1.6 Diesel espigados” e, para ver até que ponto esta Renault nos aquece o sangue, decidimos juntar-lhe duas propostas de “coração quente”: a Opel Astra ST 1.6 CDTi Biturbo de 160 cv, e a Peugeot 308 SW 2.0 BlueHDI exemplarmente espremidos pela caixa automática de seis velocidades da Aisin – pela eficácia e por ser ativamente responsável pelo prazer de condução da carrinha francesa, achámos por bem considerar este argumento tecnológico. Potência não falta, pneus também não e têm uma aparência musculada (a Opel tem uma imagem mais requintada e luxuosa), em sintonia com as prestações anunciadas pelas marcas…
Com a família…
Qualquer uma delas tem potencial para ser o próximo automóvel “lá de casa”. Espaçosas e práticas q.b., têm bagageiras de volume condigno e listas de equipamento de segurança que tranquilizam qualquer chefe de família. A Astra é a que oferece a bagageira menos volumosa, com 540 litros, segue-se a Mégane com 580 litros e a 308 SW sobe aos 610 litros, sendo a líder neste capítulo. Todas rebatem os bancos a partir a mala, mas a Opel tem a vantagem de o poder fazer na amplitude 40/20/40.
A Renault tem detalhes de montagem menos conseguidos e é a que mais range ao passar sobre mau piso, ao passo que a 308 e a Opel são um pouco mais sólidas e incutem maior confiança quanto aos efeitos nefastos da passagem do tempo. A diferença está na qualidade dos materiais, com a Mégane ST a revelar uma seleção de revestimentos mais modesta (diferença entre a qualidade da zona superior e da zona inferior do tablier).
Com a Peugeot, essa questão não se coloca, notando-se o maior cuidado na disposição de materiais suaves em torno dos ocupantes e da facilidade de utilização do sistema de infotainment. Ainda assim, a versão GT Line coloca na “velhinha” 308 aquele toque desportivo que todos valorizamos. Bons bancos e consola central sem teclas diretas, mas simples de operar (ainda que o sistema de infotainment já seja mais antiquado)
A Mégane está mais preocupado em criar o ambiente certo para quem gosta de carros desportivos, saindo-se muito bem neste particular: os bancos têm tão bom aspeto que dá vontade de levar um deles para casa e fixá-lo em frente à televisão, para melhorar a “condução” no Gran Turismo da Playstation; o volante multifunções tem qualquer coisa de RS, incluindo o escorregadio plástico da secção achatada; o aspeto moderno da consola central, que é um verdadeiro tablet montado, tem tantas funcionalidades que pode distrair o piloto. Mas voltando ao início do parágrafo, a Mégane ST GT dCi é para famílias enérgicas, com dorsais bem trabalhados e que protegem a coluna dos impactos provocados pela combinação das suspensões desportivas com os pneus de baixíssimo perfil. Embora não seja um martírio, é desaconselhado para os que dão a primazia ao conforto.
Para esse género de condutor, a Astra agora sem suspensão Flexride, é a melhor proposta, digerindo as imperfeições com uma suavidade que impressiona, tanto mais que calça jantes de 17 polegadas. Os bancos deixaram de ser o cavalinho de pau das anteriores gerações e os desta unidade são especialmente cómodos, ainda que não sejam tão desportivos com os da Peugeot e da Renault.
E a sós…
Com médias de consumo tão aproximadas, na casa dos 5/6 l/100 km (a Atra baixa mesmo dos 5 litros), todos passam no teste da poupança e provam que é possível ter performance e espírito ecológico. Mégane e 308 são fáceis de conduzir – o primeiro é melhor na resposta ao acelerador, o segundo tem comandos mais leves – e acompanham-nos no quotidiano sem problemas de maior, e as suas caixas automáticas a isso ajudam. Curiosamente, com caixa manual, a Opel rubrica valores de acelerações praticamente idênticos aos da Mégane. As diferenças são mínimas.
A Peugeot, e até porque tem um motor maior, com mais capacidade, contudo menos potente, é suficiente para rubricar as melhores marcas nas acelerações dos 0 aos 100 km/h.
A cidade já ficou para trás, estamos no início de uma estrada de curvas e contracurvas, com algum “sobe e desce” e secções onde as mecânicas conseguem encher o pulmão. Os três carros aguardam a sua vez e a Peugeot é a primeira a sair à estrada. As suspensões são brandas, a direção é a que diz menos sobre o que se passa com a frente e o pedal de travão é tão esponjoso que se torna difícil modelar a força, mas a 308 é daquelas carrinhas em que o resultado final supera a mera soma das partes. Talvez seja a resposta possante do motor acima das 2000 rpm, o certo é que a Peugeot compensa a falta global de eficácia com uma performance contundente que exige empenho humano. Destaque para a presença do botão “Sport” que, para além de colorir o painel de instrumentos de vermelho, reduz o tempo de resposta da caixa, levando o regime ao redline muito rápido, o próprio acelerador também fica mais sensível às pressões do pé direito.
Ao passar para a Opel, fica claro que subimos uns patamares na escala da eficácia. Mesmo sem suspensão Flexride, a Astra fica mais seca e imediata na resposta ao volante, sem deixar de ser tolerante nas irregularidades e naquelas bermas que se podem “cortar”. As travagens mais estáveis, as passagens em curva mais rápidas e o absoluto controlo de movimentos fazem-nos esquecer a prestação da Peugeot, mas as prestações ficam abaixo das da francesa, a caixa é mais lenta e o eixo traseiro parece mais agarrado ao asfalto, reduzindo a agilidade e a interatividade do Astra – são os pneus dianteiros que fazem todo o serviço.
Com a Renault o cenário é bem diferente. Além da precisão milimétrica e da estabilidade, a Mégane GT permite sempre ajustar a atitude em curva, mesmo quando abusamos da sorte e lhe pedimos mais do que era suposto. A este facto não é alheia a presença do chassis 4 Control, rodas traseiras direcionais, e que facilita este aspeto. O ESP não se desliga, mas a eletrónica permite algum escorregamento antes de intervir e as patilhas no volante fazem-nos crer que, a cada passagem de caixa, estamos a deixar os rivais cada vez mais para trás. Pressionando o botão RS Drive, mudamos não só os modos e condução (aqui não há Eco), só Confort e Sport. No último, a resposta ao acelerador ganha outro vigor e o som que emana das colunas ganha um pouco mais de volume.
Por fim, basta analisar preços, garantias e impostos. A Opel é a mas barata e o preço pedido pelo 160 cv é de arromba e mesmo sem qualquer opcional está bem equipada. A Mégane vem a seguir. O preço justifica-se pelo que oferece e pela imagem mais desportiva. Quanto à Peugeot, o facto de ter um motor maior coloca o seu preço para lá da barreira dos 40 mil euros, transformando-a numa carrinha mais dificil de alcançar, coloca a 1.6 BlueHDI como primeira escolha.... e este 1.6 com 120 cv não rivaliza com os 1.6 “espigados” das outras duas.
http://www.autohoje.com/en/testes/co...gane-st-dci-gt
10 July 2017Autor:Ricardo Carvalho - Fotos: João Carlos Oliveira (N.º 1424 – 2 de março de 2017)
Os Diesel “pequenos” são competentes e poupados, mas há quem ache pouco e veja as versões a gasóleo mais potentes como a escolha mais ajustada para o seu familiar compacto. A carrinha Megane GT 1.6 dCi de 165 cv com caixa de velocidades EDC enfrenta aqui as rivais da Opel e da Peugeot, ambas com motores a rondar o mesmo valor de potência. Já por cá passaram as versões mais vendidas da esmagadora maioria das carrinhas familiares compactas. São propostas de um pragmatismo difícil de contrapor, num cenário cada vez mais orientado para a economia/ecologia para as frotas das empresas, em detrimento da performance e do prazer de condução.
Felizmente, as marcas ainda têm resposta para os que, sem perder de vista a poupança de combustível, querem um pouco mais de motor (e um valor de binário elevado desde regimes muito baixos) e preferem ter o seu automóvel com pneus realmente aderentes e imagem desportiva.
A Mégane ST GT EDC (só está disponível com caixa de dupla embraiagem de seis velocidades) de 165 cv foi a mais recente entrada neste subsegmento dos “1.6 Diesel espigados” e, para ver até que ponto esta Renault nos aquece o sangue, decidimos juntar-lhe duas propostas de “coração quente”: a Opel Astra ST 1.6 CDTi Biturbo de 160 cv, e a Peugeot 308 SW 2.0 BlueHDI exemplarmente espremidos pela caixa automática de seis velocidades da Aisin – pela eficácia e por ser ativamente responsável pelo prazer de condução da carrinha francesa, achámos por bem considerar este argumento tecnológico. Potência não falta, pneus também não e têm uma aparência musculada (a Opel tem uma imagem mais requintada e luxuosa), em sintonia com as prestações anunciadas pelas marcas…
Com a família…
Qualquer uma delas tem potencial para ser o próximo automóvel “lá de casa”. Espaçosas e práticas q.b., têm bagageiras de volume condigno e listas de equipamento de segurança que tranquilizam qualquer chefe de família. A Astra é a que oferece a bagageira menos volumosa, com 540 litros, segue-se a Mégane com 580 litros e a 308 SW sobe aos 610 litros, sendo a líder neste capítulo. Todas rebatem os bancos a partir a mala, mas a Opel tem a vantagem de o poder fazer na amplitude 40/20/40.
A Renault tem detalhes de montagem menos conseguidos e é a que mais range ao passar sobre mau piso, ao passo que a 308 e a Opel são um pouco mais sólidas e incutem maior confiança quanto aos efeitos nefastos da passagem do tempo. A diferença está na qualidade dos materiais, com a Mégane ST a revelar uma seleção de revestimentos mais modesta (diferença entre a qualidade da zona superior e da zona inferior do tablier).
Com a Peugeot, essa questão não se coloca, notando-se o maior cuidado na disposição de materiais suaves em torno dos ocupantes e da facilidade de utilização do sistema de infotainment. Ainda assim, a versão GT Line coloca na “velhinha” 308 aquele toque desportivo que todos valorizamos. Bons bancos e consola central sem teclas diretas, mas simples de operar (ainda que o sistema de infotainment já seja mais antiquado)
A Mégane está mais preocupado em criar o ambiente certo para quem gosta de carros desportivos, saindo-se muito bem neste particular: os bancos têm tão bom aspeto que dá vontade de levar um deles para casa e fixá-lo em frente à televisão, para melhorar a “condução” no Gran Turismo da Playstation; o volante multifunções tem qualquer coisa de RS, incluindo o escorregadio plástico da secção achatada; o aspeto moderno da consola central, que é um verdadeiro tablet montado, tem tantas funcionalidades que pode distrair o piloto. Mas voltando ao início do parágrafo, a Mégane ST GT dCi é para famílias enérgicas, com dorsais bem trabalhados e que protegem a coluna dos impactos provocados pela combinação das suspensões desportivas com os pneus de baixíssimo perfil. Embora não seja um martírio, é desaconselhado para os que dão a primazia ao conforto.
Para esse género de condutor, a Astra agora sem suspensão Flexride, é a melhor proposta, digerindo as imperfeições com uma suavidade que impressiona, tanto mais que calça jantes de 17 polegadas. Os bancos deixaram de ser o cavalinho de pau das anteriores gerações e os desta unidade são especialmente cómodos, ainda que não sejam tão desportivos com os da Peugeot e da Renault.
E a sós…
Com médias de consumo tão aproximadas, na casa dos 5/6 l/100 km (a Atra baixa mesmo dos 5 litros), todos passam no teste da poupança e provam que é possível ter performance e espírito ecológico. Mégane e 308 são fáceis de conduzir – o primeiro é melhor na resposta ao acelerador, o segundo tem comandos mais leves – e acompanham-nos no quotidiano sem problemas de maior, e as suas caixas automáticas a isso ajudam. Curiosamente, com caixa manual, a Opel rubrica valores de acelerações praticamente idênticos aos da Mégane. As diferenças são mínimas.
A Peugeot, e até porque tem um motor maior, com mais capacidade, contudo menos potente, é suficiente para rubricar as melhores marcas nas acelerações dos 0 aos 100 km/h.
A cidade já ficou para trás, estamos no início de uma estrada de curvas e contracurvas, com algum “sobe e desce” e secções onde as mecânicas conseguem encher o pulmão. Os três carros aguardam a sua vez e a Peugeot é a primeira a sair à estrada. As suspensões são brandas, a direção é a que diz menos sobre o que se passa com a frente e o pedal de travão é tão esponjoso que se torna difícil modelar a força, mas a 308 é daquelas carrinhas em que o resultado final supera a mera soma das partes. Talvez seja a resposta possante do motor acima das 2000 rpm, o certo é que a Peugeot compensa a falta global de eficácia com uma performance contundente que exige empenho humano. Destaque para a presença do botão “Sport” que, para além de colorir o painel de instrumentos de vermelho, reduz o tempo de resposta da caixa, levando o regime ao redline muito rápido, o próprio acelerador também fica mais sensível às pressões do pé direito.
Ao passar para a Opel, fica claro que subimos uns patamares na escala da eficácia. Mesmo sem suspensão Flexride, a Astra fica mais seca e imediata na resposta ao volante, sem deixar de ser tolerante nas irregularidades e naquelas bermas que se podem “cortar”. As travagens mais estáveis, as passagens em curva mais rápidas e o absoluto controlo de movimentos fazem-nos esquecer a prestação da Peugeot, mas as prestações ficam abaixo das da francesa, a caixa é mais lenta e o eixo traseiro parece mais agarrado ao asfalto, reduzindo a agilidade e a interatividade do Astra – são os pneus dianteiros que fazem todo o serviço.
Com a Renault o cenário é bem diferente. Além da precisão milimétrica e da estabilidade, a Mégane GT permite sempre ajustar a atitude em curva, mesmo quando abusamos da sorte e lhe pedimos mais do que era suposto. A este facto não é alheia a presença do chassis 4 Control, rodas traseiras direcionais, e que facilita este aspeto. O ESP não se desliga, mas a eletrónica permite algum escorregamento antes de intervir e as patilhas no volante fazem-nos crer que, a cada passagem de caixa, estamos a deixar os rivais cada vez mais para trás. Pressionando o botão RS Drive, mudamos não só os modos e condução (aqui não há Eco), só Confort e Sport. No último, a resposta ao acelerador ganha outro vigor e o som que emana das colunas ganha um pouco mais de volume.
Por fim, basta analisar preços, garantias e impostos. A Opel é a mas barata e o preço pedido pelo 160 cv é de arromba e mesmo sem qualquer opcional está bem equipada. A Mégane vem a seguir. O preço justifica-se pelo que oferece e pela imagem mais desportiva. Quanto à Peugeot, o facto de ter um motor maior coloca o seu preço para lá da barreira dos 40 mil euros, transformando-a numa carrinha mais dificil de alcançar, coloca a 1.6 BlueHDI como primeira escolha.... e este 1.6 com 120 cv não rivaliza com os 1.6 “espigados” das outras duas.
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