Ensaio BMW 520d: novo líder, sem surpresa
Quando falo de um novo Série 5 da BMW vem sempre à memória aquilo que se passa com o VW Golf ou o Mini, ou seja, não há surpresas e todos nós sabemos que vai ser um carro de qualidade, com condução excitante e luxo crescente trazendo agarrada qual cauda de vestido de noiva uma longa lista de opcionais. Ensaio ao totalmente novo BMW 520d.
8 DE JANEIRO DE 2018, ÀS 16:50
Quando falo de um novo Série 5 da BMW vem sempre à memória aquilo que se passa com o VW Golf ou o Mini, ou seja, não há surpresas e todos nós sabemos que vai ser um carro de qualidade, com condução excitante e luxo crescente trazendo agarrada qual cauda de vestido de noiva uma longa lista de opcionais. Ensaio ao novo BMW 520d.
Muito se tem falado do estilo “Matrioska” que, na essência, não passa de uma critica à linguagem de estilo onde todos os modelos de uma marca são semelhantes, diferenciando-se apenas pelas dimensões. É isso que faz a Mercedes com o Classe C, Classe E e Classe S – mas que já avisou que vai acabar com isso – e a BMW continua a fazer com o Série 3, Série 5 e Série 7. É isso mau? Bom, pode denotar alguma falta de criatividade ou originalidade, mas 2,1 milhões de unidades vendidas da geração anterior dizem que os clientes querem o carro assim, apenas com ligeiras evoluções, sempre no sentido de mais tecnologia e conectividade. Vejam lá que quem compra o 520d nem se preocupa com a longa lista de opcionais!
Veja quanto lhe poderá custar este BMW 520d
Portanto, além da plataforma inspirada no Série 7, muito do estilo e da tecnologia vem do modelo de topo da casa bávara. Dai o peso menor, como já referi acima, a mudança nas suspensões e muita tecnologia embarcada que passa, também, pelo melhorado iDrive que já está presente no Série 7. No seu 520d, se escolher essa opção, poderá controlar o sistema com gestos e desfrutar de condução semi-autónoma.
A BMW vende o novo Série 5 (conhecido como G30) nas versões berlina de quatro portas e carrinha e já tem o M5 pronto. Mas, como disse acima, só nos foi permitido ensaiar o 520d, candidato a Essilor Carro do Ano 2018.
Mecânica melhorada
Mecanicamente, destacar que o 520d recebe uma suspensão dianteira de duplo triângulo revista e com uso de mais elementos em alumínio, enquanto o eixo traseiro independente com cinco braços de ligação também é novo e mais leve. Existem quatro acertos para a suspensão: um normal com afinações fixas para molas e amortecedores, uma suspensão rebaixada para os carros com equipamento M, amortecedores adaptativos “Variable Damper Control” e a opção mais cara de todas que conjuga esta última suspensão com barras estabilizadoras ativas eletrónicas. Também pode escolher o sistema de quatro rodas direcionais, mais um extra da longa lista de opcionais do BMW 520d. Coisa cada vez mais rara nos BMW de topo, o 520d oferece a possibilidade de uma caixa manual de seis velocidades, mas a unidade que me tocou para ensaio estava equipada com a caixa automática de oito velocidades, melhorada, com patilhas no volante que custa 2.024 euros.
O motor deste 520d é o dois litros com quatro cilindros, TwinPower Turbo que, não tendo a nobreza de um seis cilindros, tem a mesma potência, binário e refinamento que o 530d (versão E39) de 2003! Apesar disso, o 520d não é um foguete e não melhora face ao anterior modelo ao chegar dos 0-100 km/h em menos de oito segundos (7,5 seg). Ainda assim, o binário de 400 Nm a partir das 1750 rpm e os 190 CV, são suficientes para alguma animação em todas as situações. Mas se procura a alma BMW M, terá de procurar noutro modelo, talvez o 530d (265 CV), mas aí terá de abrir, muito, os cordões à bolsa.
Queria só lhe dizer que a BMW reservou uma surpresa para o Série 5 e este 520d também está equipado com este sistema. Chama-se “Syntak” (Synergy Thermoacoustic Capsule) e destina-se a reduzir o ruído do motor, encapsula o motor em diversos materiais de isolamento de som que se juntam ás tradicionais medidas para conter o ruído. Adicionando mais material de insonorização no tejadilho, por exemplo, a BMW conseguiu que não seja possível escutar o barulho pouco agradável do tetracilindrico com injeção direta “common rail”.
Qualidade e luxo de primeira
Com tamanho silêncio a bordo e uma transmissão suave e silenciosa que ajuda o condutor, o 520d é um automóvel confortável e muito agradável de conduzir. Não mexendo nas cotas do carro, a BMW oferece mais espaço para os passageiros dos lugares traseiros, particularmente em termos de altura ao tejadilho. Contas feitas, são 950 mm que vão da base do banco até ao tejadilho, acabando, assim, com algumas dificuldades para passageiros mais altos. Mas a BMW não se ficou por aqui. Há, ligeiramente, mais espaço à altura dos cotovelos e ombros e o tabliê está, agora, mais baixo dando uma sensação de maior espaço.
O desenho do interior é típico da BMW, mas com enorme influência do Série 7. Mantendo alguns dos botões necessários para realizar algumas tarefas (nomeadamente, o controlo do sistema de climatização) nas posições que sempre assumiram dentro de um BMW, além do comando dos modos de condução posicionados na consola central ao lado da alavanca da caixa, o 520d possui um enorme ecrã de 10.25 polegadas onde estão agrupados outros comandos, além do sistema iDrive. Este é da última geração e partilha a interface homem máquina com o BMW Série 7. Não há grandes novidades tecnológicas no iDrive, apenas um arrumar de grafismos e de melhoria do aspeto geral do sistema no ecrã flutuante. Afinal, o iDrive – que começou com o pé esquerdo devido à enorme confusão que suscitava na operação – é dos sistemas, hoje, mais intuitivos e com a adição do comando por gestos, ficou ainda melhor. Depois pode acrescentar diversas valências das muitas que a longa lista de opcionais oferece.
O sistema de som é muito bom de origem, mas pode fazer melhorias consoante o tamanho da sua bolsa. Para ter uma ideia, a versão que ensaiei tinha um sistema HiFi que custa 414 euros, sistema de navegação Profissional que custa 634 euros, juntando-se o serviço Concierge (espécie de mordomo online) por 210 euros e a informação de trânsito em tempo real por um preço de 134 euros. O painel de instrumentos multifuncional custa 333 euros e o ar condicionado automático fica por 341 euros. E se quiser a chave BMW com ecrã e uma série de brincadeiras, são 243,90 euros a que deverá juntar os 748 euros do acesso Confort mãos livres. O 520d que ensaiei tinha, ainda o Pacote desportivo M (jantes de liga leve 19 polegadas com pneus runflat, bancos dianteiros desportivos, frisos em preto Piano, suspensão desportiva M, volante desportivo M em pele, pacote aerodinâmico M e forro do teto em preto antracite) que custa 3.577 euros. Contas feitas, este 520d tinha 12.800 euros de extras... Por isso o preço final de 70.967 euros quando o carro, sem estes extras, fica por 55.233 euros. E há, ainda, muito por explorar na longuíssima lista de opcionais do Série 5.
Dizer, ainda, que o BMW 520d tem uma bagageira com 530 litros de capacidade que pode aumentar ligeiramente com o rebatimento do banco traseiro. Assim, poderá transportar objetos com mais de dois metros de comprimento.
Mais conforto
Decididamente, a BMW orientou o Série 5 para o lado do conforto, deixando um pouco de lado a tradicional capacidade em curva. Porém, a BMW não perdeu a liderança nesse particular pois o 520d, por exemplo, continua com uma direção excelente, muita aderência nos dois eixos, controlo quase perfeito dos movimentos da carroçaria e capacidade para curvar depressa não se perdeu nesta geração. Mas fica, também, claro que o 520d está mais burguês e mais confortável que anteriormente. Provocado longamente, pode soltar a traseira, mas isso é cada vez mais raro num BMW e no 520d também é complicado. Só mesmo em piso molhado e com algum abuso da nossa parte. As ajudas á condução raramente entram em ação e quando se desligam, o 520d não se transforma numa máquina indomável. Continua dócil e apenas a traseira fica um pouco mais viva. Nada de assustador, deixando claro que a BMW optou por mais controlo e conforto que liberdade e prazer de condução.
Impressionante é mesmo o conforto a bordo, não só devido aos novos bancos, mas, também, devido ao acerto geral do carro. Porém, há que jogar com os modos de condução do 520d, pois no modo Confort, a condução é mais relaxada e as afinações não permitem tantas liberdades como o modo Sport. Ainda assim, percebe-se, claramente, que o 520d está mais confortável e menos virado para o desempenho puro.
Veredicto
Sendo claro que o mercado das berlinas de topo também começa a ser canibalizado pelos infames SUV e Crossover, o BMW Série 5 e o 520d em particular, vêm dizer que ainda há espaço para um carro de classe superior, que tem um conforto e refinamento supremos nesta nova geração, e um comportamento que, deixando de ser tão eficiente como outrora, está no topo do segmento. O motor 2.0 litros com 195 CV é eficaz e muito eficiente em termos de consumos (registei 5,7 l/100 km o que é um excelente valor), a tecnologia a bordo é de topo e de qualidade e a aproximação ao Série 7 dá ao 520d mais classe e desejo por parte dos consumidores. Confesso que não conhecia o 520d (a BMW não disponibiliza carros de ensaio ao Automonitor por ser um órgão de comunicação online e, como disse acima, este ensaio foi no âmbito do Essilor Carro do Ano 2018), mas depois de algumas centenas de quilómetros ao seu volante não me custa nada dizer que o Série 5 voltou à liderança do segmento. Parabéns BMW!
FICHA TÉCNICA
BMW 520d
Motor 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo diesel; Cilindrada (cm3) 1995; Diâmetro x curso (mm) 84 x 90; Taxa compressão 16,5; Potência máxima (cv/rpm) 190/4000; Binário máximo (Nm/rpm) 400/1750 - 2500; Transmissão e direcção Tração traseira, caixa automática de 8 vel.; direção de pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; Suspensão (fr/tr) Independente tipo McPherson; independente, multibraços; Dimensões e pesos (mm) Comp./largura/altura 4936/1868/1466; distância entre eixos 2975; largura de vias (fr/tr) 1605/1630; travões fr/tr. Discos vent; Peso (kg) 1560; Capacidade da bagageira (l) 530; Depósito de combustível (l) 66; Pneus (fr/tr) 245/40 R19 fr/275/35 R19 tr; Prestações e consumos aceleração 0-100 km/h (s) 7,5; velocidade máxima (km/h) 235; Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) 4,1/5,0/4,5 (consumo real medido 5,7 l/100 km); emissões de CO2 (g/km) 118; Preço da versão ensaiada (Euros) 70.967
http://automonitor.pt/2018/01/08/com...-sem-surpresa/
Quando falo de um novo Série 5 da BMW vem sempre à memória aquilo que se passa com o VW Golf ou o Mini, ou seja, não há surpresas e todos nós sabemos que vai ser um carro de qualidade, com condução excitante e luxo crescente trazendo agarrada qual cauda de vestido de noiva uma longa lista de opcionais. Ensaio ao totalmente novo BMW 520d.
8 DE JANEIRO DE 2018, ÀS 16:50
Quando falo de um novo Série 5 da BMW vem sempre à memória aquilo que se passa com o VW Golf ou o Mini, ou seja, não há surpresas e todos nós sabemos que vai ser um carro de qualidade, com condução excitante e luxo crescente trazendo agarrada qual cauda de vestido de noiva uma longa lista de opcionais. Ensaio ao novo BMW 520d.
Confesso que não conhecia a nova Série 5, mas depois de algumas centenas de quilómetros ao volante do 520d, não me custa nada dizer que o Série 5 voltou à liderança do segmento. Parabéns BMW!
Experimentando uma receita que já usou com o malfadado Série 5 GT (feiinho e deselegante), o novo Série 5 tem uma série de peças novas que começam na plataforma, baseada no Série 7. Está garantida a qualidade da base que, porém, não tem as peças em carbono que o mais caro topo de gama da BMW utiliza. Ainda assim, o alumínio permite que o carro seja impressionantemente leve, sendo utilizado na plataforma, mas sobretudo na carroçaria do 520d. Além do alumínio, a BMW utiliza magnésio e titânio na plataforma, aproveitando assim o conceito “Clar” (Cluster Architecture) que permite conciliar vários materiais e escovar cerca de uma centena de quilogramas ao peso do Série 5.Muito se tem falado do estilo “Matrioska” que, na essência, não passa de uma critica à linguagem de estilo onde todos os modelos de uma marca são semelhantes, diferenciando-se apenas pelas dimensões. É isso que faz a Mercedes com o Classe C, Classe E e Classe S – mas que já avisou que vai acabar com isso – e a BMW continua a fazer com o Série 3, Série 5 e Série 7. É isso mau? Bom, pode denotar alguma falta de criatividade ou originalidade, mas 2,1 milhões de unidades vendidas da geração anterior dizem que os clientes querem o carro assim, apenas com ligeiras evoluções, sempre no sentido de mais tecnologia e conectividade. Vejam lá que quem compra o 520d nem se preocupa com a longa lista de opcionais!
Veja quanto lhe poderá custar este BMW 520d
Portanto, além da plataforma inspirada no Série 7, muito do estilo e da tecnologia vem do modelo de topo da casa bávara. Dai o peso menor, como já referi acima, a mudança nas suspensões e muita tecnologia embarcada que passa, também, pelo melhorado iDrive que já está presente no Série 7. No seu 520d, se escolher essa opção, poderá controlar o sistema com gestos e desfrutar de condução semi-autónoma.
A BMW vende o novo Série 5 (conhecido como G30) nas versões berlina de quatro portas e carrinha e já tem o M5 pronto. Mas, como disse acima, só nos foi permitido ensaiar o 520d, candidato a Essilor Carro do Ano 2018.
Mecânica melhorada
Mecanicamente, destacar que o 520d recebe uma suspensão dianteira de duplo triângulo revista e com uso de mais elementos em alumínio, enquanto o eixo traseiro independente com cinco braços de ligação também é novo e mais leve. Existem quatro acertos para a suspensão: um normal com afinações fixas para molas e amortecedores, uma suspensão rebaixada para os carros com equipamento M, amortecedores adaptativos “Variable Damper Control” e a opção mais cara de todas que conjuga esta última suspensão com barras estabilizadoras ativas eletrónicas. Também pode escolher o sistema de quatro rodas direcionais, mais um extra da longa lista de opcionais do BMW 520d. Coisa cada vez mais rara nos BMW de topo, o 520d oferece a possibilidade de uma caixa manual de seis velocidades, mas a unidade que me tocou para ensaio estava equipada com a caixa automática de oito velocidades, melhorada, com patilhas no volante que custa 2.024 euros.
O motor deste 520d é o dois litros com quatro cilindros, TwinPower Turbo que, não tendo a nobreza de um seis cilindros, tem a mesma potência, binário e refinamento que o 530d (versão E39) de 2003! Apesar disso, o 520d não é um foguete e não melhora face ao anterior modelo ao chegar dos 0-100 km/h em menos de oito segundos (7,5 seg). Ainda assim, o binário de 400 Nm a partir das 1750 rpm e os 190 CV, são suficientes para alguma animação em todas as situações. Mas se procura a alma BMW M, terá de procurar noutro modelo, talvez o 530d (265 CV), mas aí terá de abrir, muito, os cordões à bolsa.
Queria só lhe dizer que a BMW reservou uma surpresa para o Série 5 e este 520d também está equipado com este sistema. Chama-se “Syntak” (Synergy Thermoacoustic Capsule) e destina-se a reduzir o ruído do motor, encapsula o motor em diversos materiais de isolamento de som que se juntam ás tradicionais medidas para conter o ruído. Adicionando mais material de insonorização no tejadilho, por exemplo, a BMW conseguiu que não seja possível escutar o barulho pouco agradável do tetracilindrico com injeção direta “common rail”.
Qualidade e luxo de primeira
Com tamanho silêncio a bordo e uma transmissão suave e silenciosa que ajuda o condutor, o 520d é um automóvel confortável e muito agradável de conduzir. Não mexendo nas cotas do carro, a BMW oferece mais espaço para os passageiros dos lugares traseiros, particularmente em termos de altura ao tejadilho. Contas feitas, são 950 mm que vão da base do banco até ao tejadilho, acabando, assim, com algumas dificuldades para passageiros mais altos. Mas a BMW não se ficou por aqui. Há, ligeiramente, mais espaço à altura dos cotovelos e ombros e o tabliê está, agora, mais baixo dando uma sensação de maior espaço.
O desenho do interior é típico da BMW, mas com enorme influência do Série 7. Mantendo alguns dos botões necessários para realizar algumas tarefas (nomeadamente, o controlo do sistema de climatização) nas posições que sempre assumiram dentro de um BMW, além do comando dos modos de condução posicionados na consola central ao lado da alavanca da caixa, o 520d possui um enorme ecrã de 10.25 polegadas onde estão agrupados outros comandos, além do sistema iDrive. Este é da última geração e partilha a interface homem máquina com o BMW Série 7. Não há grandes novidades tecnológicas no iDrive, apenas um arrumar de grafismos e de melhoria do aspeto geral do sistema no ecrã flutuante. Afinal, o iDrive – que começou com o pé esquerdo devido à enorme confusão que suscitava na operação – é dos sistemas, hoje, mais intuitivos e com a adição do comando por gestos, ficou ainda melhor. Depois pode acrescentar diversas valências das muitas que a longa lista de opcionais oferece.
O sistema de som é muito bom de origem, mas pode fazer melhorias consoante o tamanho da sua bolsa. Para ter uma ideia, a versão que ensaiei tinha um sistema HiFi que custa 414 euros, sistema de navegação Profissional que custa 634 euros, juntando-se o serviço Concierge (espécie de mordomo online) por 210 euros e a informação de trânsito em tempo real por um preço de 134 euros. O painel de instrumentos multifuncional custa 333 euros e o ar condicionado automático fica por 341 euros. E se quiser a chave BMW com ecrã e uma série de brincadeiras, são 243,90 euros a que deverá juntar os 748 euros do acesso Confort mãos livres. O 520d que ensaiei tinha, ainda o Pacote desportivo M (jantes de liga leve 19 polegadas com pneus runflat, bancos dianteiros desportivos, frisos em preto Piano, suspensão desportiva M, volante desportivo M em pele, pacote aerodinâmico M e forro do teto em preto antracite) que custa 3.577 euros. Contas feitas, este 520d tinha 12.800 euros de extras... Por isso o preço final de 70.967 euros quando o carro, sem estes extras, fica por 55.233 euros. E há, ainda, muito por explorar na longuíssima lista de opcionais do Série 5.
Dizer, ainda, que o BMW 520d tem uma bagageira com 530 litros de capacidade que pode aumentar ligeiramente com o rebatimento do banco traseiro. Assim, poderá transportar objetos com mais de dois metros de comprimento.
Mais conforto
Decididamente, a BMW orientou o Série 5 para o lado do conforto, deixando um pouco de lado a tradicional capacidade em curva. Porém, a BMW não perdeu a liderança nesse particular pois o 520d, por exemplo, continua com uma direção excelente, muita aderência nos dois eixos, controlo quase perfeito dos movimentos da carroçaria e capacidade para curvar depressa não se perdeu nesta geração. Mas fica, também, claro que o 520d está mais burguês e mais confortável que anteriormente. Provocado longamente, pode soltar a traseira, mas isso é cada vez mais raro num BMW e no 520d também é complicado. Só mesmo em piso molhado e com algum abuso da nossa parte. As ajudas á condução raramente entram em ação e quando se desligam, o 520d não se transforma numa máquina indomável. Continua dócil e apenas a traseira fica um pouco mais viva. Nada de assustador, deixando claro que a BMW optou por mais controlo e conforto que liberdade e prazer de condução.
Impressionante é mesmo o conforto a bordo, não só devido aos novos bancos, mas, também, devido ao acerto geral do carro. Porém, há que jogar com os modos de condução do 520d, pois no modo Confort, a condução é mais relaxada e as afinações não permitem tantas liberdades como o modo Sport. Ainda assim, percebe-se, claramente, que o 520d está mais confortável e menos virado para o desempenho puro.
Veredicto
Sendo claro que o mercado das berlinas de topo também começa a ser canibalizado pelos infames SUV e Crossover, o BMW Série 5 e o 520d em particular, vêm dizer que ainda há espaço para um carro de classe superior, que tem um conforto e refinamento supremos nesta nova geração, e um comportamento que, deixando de ser tão eficiente como outrora, está no topo do segmento. O motor 2.0 litros com 195 CV é eficaz e muito eficiente em termos de consumos (registei 5,7 l/100 km o que é um excelente valor), a tecnologia a bordo é de topo e de qualidade e a aproximação ao Série 7 dá ao 520d mais classe e desejo por parte dos consumidores. Confesso que não conhecia o 520d (a BMW não disponibiliza carros de ensaio ao Automonitor por ser um órgão de comunicação online e, como disse acima, este ensaio foi no âmbito do Essilor Carro do Ano 2018), mas depois de algumas centenas de quilómetros ao seu volante não me custa nada dizer que o Série 5 voltou à liderança do segmento. Parabéns BMW!
FICHA TÉCNICA
BMW 520d
Motor 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo diesel; Cilindrada (cm3) 1995; Diâmetro x curso (mm) 84 x 90; Taxa compressão 16,5; Potência máxima (cv/rpm) 190/4000; Binário máximo (Nm/rpm) 400/1750 - 2500; Transmissão e direcção Tração traseira, caixa automática de 8 vel.; direção de pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; Suspensão (fr/tr) Independente tipo McPherson; independente, multibraços; Dimensões e pesos (mm) Comp./largura/altura 4936/1868/1466; distância entre eixos 2975; largura de vias (fr/tr) 1605/1630; travões fr/tr. Discos vent; Peso (kg) 1560; Capacidade da bagageira (l) 530; Depósito de combustível (l) 66; Pneus (fr/tr) 245/40 R19 fr/275/35 R19 tr; Prestações e consumos aceleração 0-100 km/h (s) 7,5; velocidade máxima (km/h) 235; Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) 4,1/5,0/4,5 (consumo real medido 5,7 l/100 km); emissões de CO2 (g/km) 118; Preço da versão ensaiada (Euros) 70.967
http://automonitor.pt/2018/01/08/com...-sem-surpresa/
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