Mercedes usa sensores de localização para ‘apanhar’ clientes que se atrasam a pagar
A Mercedes-Benz está a usar os sensores de localização para seguir o rasto e recuperar carros no Reino Unido quando os clientes se atrasam no pagamento às empresas de crédito com quem a marca trabalha.
Publicado às 16:16, 28 Ago, 2019
Estes sensores são instalados na maior parte dos novos veículos na Europa e, supostamente, só seriam utilizados em caso de acidente. No entanto, a marca alemã ativou, por várias vezes, os localizadores para encontrar e recuperar carros de clientes com pagamentos em atraso no Reino Unido.
À CNN Business, um porta-voz da Mercedes-Benz, afirmou que os clientes concordam com a instalação dos sensores quando assinam os acordos de financiamento com a marca e que a ativação dos mesmos só acontece se os termos do contrato não forem cumpridos.
“Esse processo de recuperação é utilizado nalguns casos excecionais e apenas como último recurso – quando os clientes deixam de cumprir os contratos de financiamento ou não cumprem repetidamente os pedidos de devolução do veículo”, explicou a porta-voz. “Também queremos realçar que isso não significa rastreamento constante”.
A utilização dos sensores, denunciada pelo Sun, desencadeou um debate sobre a privacidade. Um ex-ministro do gabinete britânico, David Davis, questionou o uso dos sensores e pediu ao Governo que investigue o caso.
Hannah Couchman, diretora de políticas e campanhas da organização de direitos humanos Liberty, afirmou que a vigilância por parte das empresas é problemática e que “permitir que sigam o rasto dos seus clientes é mais uma ameaça à nossa privacidade”.
“Este aumento da vigilância no setor privado é particularmente perturbador quando os clientes não têm ideia de que estão a ser espiadosdessa maneira. Há também o risco de que esta informação possa ser explorada ou ‘hackeada’”, frisou ainda a responsável.
Desde março de 2018, todos os novos veículos produzidos na União Europeia têm de vir equipados com o “eCall” – um dispositivo que pode transmitir dados, incluindo a localização de um veículo, para serviços de emergência em caso de acidente.
O Parlamento Europeu estipulava que a chamada automática daria aos serviços de emergência “apenas dados mínimos básicos, como o tipo de veículo, o combustível usado, a hora do acidente, a localização exata e o número de passageiros”, e que o sistema permanece desligado até que ocorra um grave acidente.
No seguimento deste caso, as outras fabricantes de automóveis escusaram-se, até ao momento, comentar o caso ou explicar as suas políticas de rastreamento.
A Mercedes-Benz está a usar os sensores de localização para seguir o rasto e recuperar carros no Reino Unido quando os clientes se atrasam no pagamento às empresas de crédito com quem a marca trabalha.
Publicado às 16:16, 28 Ago, 2019
Estes sensores são instalados na maior parte dos novos veículos na Europa e, supostamente, só seriam utilizados em caso de acidente. No entanto, a marca alemã ativou, por várias vezes, os localizadores para encontrar e recuperar carros de clientes com pagamentos em atraso no Reino Unido.
À CNN Business, um porta-voz da Mercedes-Benz, afirmou que os clientes concordam com a instalação dos sensores quando assinam os acordos de financiamento com a marca e que a ativação dos mesmos só acontece se os termos do contrato não forem cumpridos.
“Esse processo de recuperação é utilizado nalguns casos excecionais e apenas como último recurso – quando os clientes deixam de cumprir os contratos de financiamento ou não cumprem repetidamente os pedidos de devolução do veículo”, explicou a porta-voz. “Também queremos realçar que isso não significa rastreamento constante”.
A utilização dos sensores, denunciada pelo Sun, desencadeou um debate sobre a privacidade. Um ex-ministro do gabinete britânico, David Davis, questionou o uso dos sensores e pediu ao Governo que investigue o caso.
Hannah Couchman, diretora de políticas e campanhas da organização de direitos humanos Liberty, afirmou que a vigilância por parte das empresas é problemática e que “permitir que sigam o rasto dos seus clientes é mais uma ameaça à nossa privacidade”.
“Este aumento da vigilância no setor privado é particularmente perturbador quando os clientes não têm ideia de que estão a ser espiadosdessa maneira. Há também o risco de que esta informação possa ser explorada ou ‘hackeada’”, frisou ainda a responsável.
Desde março de 2018, todos os novos veículos produzidos na União Europeia têm de vir equipados com o “eCall” – um dispositivo que pode transmitir dados, incluindo a localização de um veículo, para serviços de emergência em caso de acidente.
O Parlamento Europeu estipulava que a chamada automática daria aos serviços de emergência “apenas dados mínimos básicos, como o tipo de veículo, o combustível usado, a hora do acidente, a localização exata e o número de passageiros”, e que o sistema permanece desligado até que ocorra um grave acidente.
No seguimento deste caso, as outras fabricantes de automóveis escusaram-se, até ao momento, comentar o caso ou explicar as suas políticas de rastreamento.
Eu até concordo com o que estão a fazer, o problema é que se está a abrir a porta a que se possa exagerar no controle...
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