"Uma semana depois do encerramento da General Motors, o grupo Peugeot-Citroën também pode deixar de produzir na fábrica de Mangualde.
Catarina Beato
O grupo Peugeot Citroën vai decidir até 15 de Janeiro se abandona Portugal. Fonte próxima do processo garantiu ontem ao Diário Económico que a possibilidade de a PSA deixar de produzir na fábrica de Mangualde “é real” e está a um passo de acontecer. Em causa estão 1.400 postos de trabalho directos e 5.000 empregos indirectos.
A manutenção da Peugeot Citroën em Portugal depende da ampliação da fábrica para novos terrenos para que o espaço tenha condições para concorrer à produção de um novo modelo do grupo, que deverá chegar no mercado em 2009. Os modelos actualmente produzidos – Peugeot Partner e Citroën Berling – vão sair de produção em 2008.
Em Novembro, a empresa enviou ao presidente da Câmara de Mangualde uma carta em que alertava para a possibilidade de encerramento da fábrica. O preço dos terrenos – 80 mil metros quadrados – para onde pretende expandir-se tem sido o grande obstáculo. Segundo uma fonte contactada pelo Diário Económico, os proprietários pedem cerca de 12 milhões de euros, um valor considerado excessivo pela Peugeot-Citoën.
A Câmara Municipal de Mangualde ofereceu-se, no inicio do mês, para intermediar o negócio, decisão tomada depois de uma reunião ocorrida no início da semana em Lisboa entre representantes da Citroën, a autarquia, os responsáveis da Agência Portuguesa para o Investimento (API) e o secretário de Estado da Economia e Inovação, Castro Guerra. Apesar do esforço, não foi possível chegar a acordo.
Na reunião ordinária da Câmara Municipal, realizada ontem, o presidente do município, António Soares Marques, confirmou que tem mantido conversações com os proprietários dos terrenos mas que o impasse se mantém. Sobre a possibilidade de expropriar os terrenos para resolver o diferendo, o vereador João Azevedo diz que ”a falta de liquidez da Câmara Municipal” pode “colocar em causa essa hipótese.”
A situação de Mangualde agravou-se face à indefinição da fábrica de Vigo da Peugeot Citroën, da qual Portugal funciona como unidade satélite. Javier Riera, director-geral da fábrica espanhola, apresentou a demissão na sexta-feira. A saída, que se consumará em Janeiro, parece estar relacionada com divergências face à estratégia da casa-mãe, em Paris, que planeia deslocar parte da produção da unidade de Vigo para França. O Diário Económico tentou obter a reacção da direcção da fábrica de Mangualde a estas notícias, mas não foi possível. O Ministério da Economia também não respondeu até ao fecho da edição.
A carta que assume a ruptura
A 27 de Novembro a direcção da Peugeot Citroën Automóveis de Portugal alertou a Câmara de Mangualde: se não for dada resposta à necessidade de aumento das instalações, este centro de produção ficará fora dos planos do grupo. “Se não puder apresentar à PSA, em Paris, uma possibilidade, concreta e certa, durante os próximos meses, o Centro de Produção de Mangualde deixará irremediavelmente de ser considerado no Plano de Desenvolvimento Estratégico do Grupo PSA, com todas as consequências negativas resultantes para a evolução económico-social de toda a região”, refere a carta da Direcção da PSA Portugal.
Quanto vale a fábrica
- A unidade foi criada em 1964 para funcionar como suporte à unidade de Vigo.
- Emprega directamente 1.400 trabalhadores, sendo cerca de 600 de Magualde e os restantes dos concelhos da região de Viseu. A fábrica da Peugeot Citroën é a maior empresa do distrito e suporta várias companhias locais, num total de 5.000 empregos.
- Em 2005 foram produzidas mais de 53 mil unidades do Citroën Berlingo e do Peugeot Partner, o que representou um acréscimo de 48% face a 2005. Em Portugal, até Novembro, foram vendidos 13 mil comerciais ligeiros da Peugeot e da Citroën."
In: http://diarioeconomico.sapo.pt/edici...lo/723049.html
Mais uma triste notícia, depois da GM ...
Catarina Beato
O grupo Peugeot Citroën vai decidir até 15 de Janeiro se abandona Portugal. Fonte próxima do processo garantiu ontem ao Diário Económico que a possibilidade de a PSA deixar de produzir na fábrica de Mangualde “é real” e está a um passo de acontecer. Em causa estão 1.400 postos de trabalho directos e 5.000 empregos indirectos.
A manutenção da Peugeot Citroën em Portugal depende da ampliação da fábrica para novos terrenos para que o espaço tenha condições para concorrer à produção de um novo modelo do grupo, que deverá chegar no mercado em 2009. Os modelos actualmente produzidos – Peugeot Partner e Citroën Berling – vão sair de produção em 2008.
Em Novembro, a empresa enviou ao presidente da Câmara de Mangualde uma carta em que alertava para a possibilidade de encerramento da fábrica. O preço dos terrenos – 80 mil metros quadrados – para onde pretende expandir-se tem sido o grande obstáculo. Segundo uma fonte contactada pelo Diário Económico, os proprietários pedem cerca de 12 milhões de euros, um valor considerado excessivo pela Peugeot-Citoën.
A Câmara Municipal de Mangualde ofereceu-se, no inicio do mês, para intermediar o negócio, decisão tomada depois de uma reunião ocorrida no início da semana em Lisboa entre representantes da Citroën, a autarquia, os responsáveis da Agência Portuguesa para o Investimento (API) e o secretário de Estado da Economia e Inovação, Castro Guerra. Apesar do esforço, não foi possível chegar a acordo.
Na reunião ordinária da Câmara Municipal, realizada ontem, o presidente do município, António Soares Marques, confirmou que tem mantido conversações com os proprietários dos terrenos mas que o impasse se mantém. Sobre a possibilidade de expropriar os terrenos para resolver o diferendo, o vereador João Azevedo diz que ”a falta de liquidez da Câmara Municipal” pode “colocar em causa essa hipótese.”
A situação de Mangualde agravou-se face à indefinição da fábrica de Vigo da Peugeot Citroën, da qual Portugal funciona como unidade satélite. Javier Riera, director-geral da fábrica espanhola, apresentou a demissão na sexta-feira. A saída, que se consumará em Janeiro, parece estar relacionada com divergências face à estratégia da casa-mãe, em Paris, que planeia deslocar parte da produção da unidade de Vigo para França. O Diário Económico tentou obter a reacção da direcção da fábrica de Mangualde a estas notícias, mas não foi possível. O Ministério da Economia também não respondeu até ao fecho da edição.
A carta que assume a ruptura
A 27 de Novembro a direcção da Peugeot Citroën Automóveis de Portugal alertou a Câmara de Mangualde: se não for dada resposta à necessidade de aumento das instalações, este centro de produção ficará fora dos planos do grupo. “Se não puder apresentar à PSA, em Paris, uma possibilidade, concreta e certa, durante os próximos meses, o Centro de Produção de Mangualde deixará irremediavelmente de ser considerado no Plano de Desenvolvimento Estratégico do Grupo PSA, com todas as consequências negativas resultantes para a evolução económico-social de toda a região”, refere a carta da Direcção da PSA Portugal.
Quanto vale a fábrica
- A unidade foi criada em 1964 para funcionar como suporte à unidade de Vigo.
- Emprega directamente 1.400 trabalhadores, sendo cerca de 600 de Magualde e os restantes dos concelhos da região de Viseu. A fábrica da Peugeot Citroën é a maior empresa do distrito e suporta várias companhias locais, num total de 5.000 empregos.
- Em 2005 foram produzidas mais de 53 mil unidades do Citroën Berlingo e do Peugeot Partner, o que representou um acréscimo de 48% face a 2005. Em Portugal, até Novembro, foram vendidos 13 mil comerciais ligeiros da Peugeot e da Citroën."
In: http://diarioeconomico.sapo.pt/edici...lo/723049.html
Mais uma triste notícia, depois da GM ...
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