Mais uma marca auto a despedir em Portugal...
"Renault Portugal quer rescindir 30 contratos
A Renault Portugal quer rescindir contratos com 30 trabalhadores e deslocalizar serviços para França, República Checa e Roménia, disse hoje Martinez da Silva, da comissão de trabalhadores (CT) da empresa.
Em conferência de imprensa, o representante da CT salientou que a ordem veio de França, depois de em Janeiro a administração da Renault portuguesa ter garantido que os postos de trabalho no país não seriam afectados.
José Martinez da Silva afirmou que a instabilidade voltou à Renault desde que o brasileiro Carlos Ghosn assumiu a liderança da empresa, recordando que este ano já se verificaram três suicídios de engenheiros do Tecnocentre da Renault, em França, e que o plano de reestruturação Contrat 2009 prevê o despedimento de 450 pessoas nas filiais da Renault fora de França.
Segundo o responsável da CT, das 270 pessoas que trabalhavam no início de 2005 na Renault Nissan Portugal, quase um terço, no total de 85 trabalhadores, terão saído até ao fim do ano ou princípio de 2008.
O representante da CT salientou que dos 64 trabalhadores do Entreposto que asseguravam a representação da Nissan em Portugal, 55 passaram para a Renault Nissan Portugal em 2005, mas actualmente só trabalham sete na Nissan em Portugal, dependente de Espanha.
José Martinez da Silva observou que em 2006 saíram 10 pessoas da Renault em Portugal por rescisões que podem ser consideradas voluntárias, porque eram da vontade dos trabalhadores, mas a empresa anunciou agora a saída de três dezenas de pessoas.
Classificou esta situação como de despedimentos, porque as pessoas foram postas perante a alternativa de sair com indemnizações entre 1,6 e dois salários por cada ano de casa ou, se não aceitarem, ser objecto de despedimento colectivo com o mínimo legal de indemnização.
José Martinez da Silva adiantou que saem de Portugal para França a gestão de produtos e preços e o marketing de cliente, o desenvolvimento informático é deslocalizado para a República Checa e a parte financeira vai para a Roménia.
O representante da CT e o dirigente sindical dos metalúrgicos José Braga manifestaram preocupação com a redução de 16 para seis do número de trabalhadores do Instituto de Formação Automóvel da empresa, em Camarate, que dá formação técnica e comercial a toda a rede de distribuição da Renault em Portugal.
Martinez da Silva alertou para que se diminuir a qualidade técnica da rede de distribuição, «uma das coisas de que a Renault portuguesa se orgulha» e que explica que mantenha a liderança do mercado com uma gama envelhecida, pode reduzir-se a qualidade da assistência pós-venda e afectar os consumidores.
José Braga indicou que ficam no instituto de formação um coordenador, uma trabalhadora administrativa, um formador na área de informática e três da área técnica (electrónica e mecânica), onde anteriormente havia cinco formadores, saindo todos os formadores das áreas comercial e de carroçarias.
José Braga questionou como vai ser dada a formação na área comercial aos distribuidores quando está previsto o lançamento de novos modelos, com a extinção da área de formação comercial.
João Paulo José, da CT, indicou que a direcção informática da Renault Portugal tinha 11 pessoas e com o fim do desenvolvimento de programas informáticos específicos para a empresa deverá ficar com cinco ou seis.
João José indicou que das 30 pessoas visadas no actual processo de despedimento algumas já acordaram a saída, a maioria deverá sair até Julho e alguns poderão ficar até 2008.
Os representantes laborais da Renault portuguesa afirmam que no âmbito do Contrat 2009, um plano anunciado pelo presidente da Renault e da Nissan, Carlos Ghosn, «os trabalhadores estão a ser martirizados» com o «exercício de uma pressão constante que faz com que se sintam culpados do não cumprimento de objectivos inatingíveis, provocados pela desorientação estratégica».
Acrescentam que a Renault não fez um desenvolvimento atempado da sua gama de modelos e pretende «diminuir os custos de produção para além do razoável». Diário Digital / Lusa "
"Renault Portugal quer rescindir 30 contratos
A Renault Portugal quer rescindir contratos com 30 trabalhadores e deslocalizar serviços para França, República Checa e Roménia, disse hoje Martinez da Silva, da comissão de trabalhadores (CT) da empresa.
Em conferência de imprensa, o representante da CT salientou que a ordem veio de França, depois de em Janeiro a administração da Renault portuguesa ter garantido que os postos de trabalho no país não seriam afectados.
José Martinez da Silva afirmou que a instabilidade voltou à Renault desde que o brasileiro Carlos Ghosn assumiu a liderança da empresa, recordando que este ano já se verificaram três suicídios de engenheiros do Tecnocentre da Renault, em França, e que o plano de reestruturação Contrat 2009 prevê o despedimento de 450 pessoas nas filiais da Renault fora de França.
Segundo o responsável da CT, das 270 pessoas que trabalhavam no início de 2005 na Renault Nissan Portugal, quase um terço, no total de 85 trabalhadores, terão saído até ao fim do ano ou princípio de 2008.
O representante da CT salientou que dos 64 trabalhadores do Entreposto que asseguravam a representação da Nissan em Portugal, 55 passaram para a Renault Nissan Portugal em 2005, mas actualmente só trabalham sete na Nissan em Portugal, dependente de Espanha.
José Martinez da Silva observou que em 2006 saíram 10 pessoas da Renault em Portugal por rescisões que podem ser consideradas voluntárias, porque eram da vontade dos trabalhadores, mas a empresa anunciou agora a saída de três dezenas de pessoas.
Classificou esta situação como de despedimentos, porque as pessoas foram postas perante a alternativa de sair com indemnizações entre 1,6 e dois salários por cada ano de casa ou, se não aceitarem, ser objecto de despedimento colectivo com o mínimo legal de indemnização.
José Martinez da Silva adiantou que saem de Portugal para França a gestão de produtos e preços e o marketing de cliente, o desenvolvimento informático é deslocalizado para a República Checa e a parte financeira vai para a Roménia.
O representante da CT e o dirigente sindical dos metalúrgicos José Braga manifestaram preocupação com a redução de 16 para seis do número de trabalhadores do Instituto de Formação Automóvel da empresa, em Camarate, que dá formação técnica e comercial a toda a rede de distribuição da Renault em Portugal.
Martinez da Silva alertou para que se diminuir a qualidade técnica da rede de distribuição, «uma das coisas de que a Renault portuguesa se orgulha» e que explica que mantenha a liderança do mercado com uma gama envelhecida, pode reduzir-se a qualidade da assistência pós-venda e afectar os consumidores.
José Braga indicou que ficam no instituto de formação um coordenador, uma trabalhadora administrativa, um formador na área de informática e três da área técnica (electrónica e mecânica), onde anteriormente havia cinco formadores, saindo todos os formadores das áreas comercial e de carroçarias.
José Braga questionou como vai ser dada a formação na área comercial aos distribuidores quando está previsto o lançamento de novos modelos, com a extinção da área de formação comercial.
João Paulo José, da CT, indicou que a direcção informática da Renault Portugal tinha 11 pessoas e com o fim do desenvolvimento de programas informáticos específicos para a empresa deverá ficar com cinco ou seis.
João José indicou que das 30 pessoas visadas no actual processo de despedimento algumas já acordaram a saída, a maioria deverá sair até Julho e alguns poderão ficar até 2008.
Os representantes laborais da Renault portuguesa afirmam que no âmbito do Contrat 2009, um plano anunciado pelo presidente da Renault e da Nissan, Carlos Ghosn, «os trabalhadores estão a ser martirizados» com o «exercício de uma pressão constante que faz com que se sintam culpados do não cumprimento de objectivos inatingíveis, provocados pela desorientação estratégica».
Acrescentam que a Renault não fez um desenvolvimento atempado da sua gama de modelos e pretende «diminuir os custos de produção para além do razoável». Diário Digital / Lusa "
Comentário