O comparativo mais brutal da história...(retirado do site da concorrência...aquele jornal que começa em A, acaba em T e no meio tem as letras UTOSPOR....)
Com quase quatro metros de distância entre eixos e 15 metros de diâmetro de brecagem, o Maybach é, sem dúvida, um portento de dissuasão anatómica. Nesta aventura, o ensaiador é o elo menos tranquilo e sair do parqueamento é, desde logo, o “salário do medo”, ou não estivéssemos na presença de um automóvel que custa muitos e muitos milhares de euros. Com o Cooper S ao nosso lado partimos para o nosso destino por estradas distintas. Mesmo que o nível de conforto desportivo seja aceitável, a suspensão do Mini mantém os ocupantes permanentemente informados sobre a granulosidade do revestimento, enquanto o Maybach estende uma espessa alcatifa sob as suas rodas.
O Maybach tem uma vantagem sobre o Mini: não é necessário efectuar duas viagens para transportar todo o equipamento fotográfico, graças à sua bagageira com 600 litros. Contudo não há nada a reprovar ao Mini, que até se tornou maxi. O pequeno automóvel, não é metade do seu congénere alemão no que respeita ao comprimento, mas a distância entre eixos já deixa as suas marcas: 2,71m contra 3,82 do Maybach. Por último o Mini pesa duas vezes menos e tem um terço da potência.
Vamos ao “campo”
Um automóvel com as dimensões e a potência do “gigante” teutónico requer um local apropriado para aquilatar das suas capacidades e, nada melhor, do que um circuito fechado de vistas amplas e escapatórias confortáveis. Podemos ter o ar de quem quer escarnecer desta escolha mas, lá no fundo, temos muito respeito, que nos é imposto por um 12 cilindros e quando o municiamos com dois turbocompressores… Mas é bem verdade que, com 5kg/cv, o Maybach perde um pouco a sua carga aterradora. A não ser “a beber”. No manómetro a agulha indicadora deixa de o ser e passa a ventilador. Bom, mas a este nível não é o consumo que conta, mas sim o tamanho do depósito de combustível. Com 100 litros de
capacidade o do Maybach consegue, à justa, assegurar uma autonomia idêntica à do Mini: menos de 300 km, desde que não solicitemos exageradamente o pedal do acelerador. Face a isto, o Cooper S faz uso de um pequeno 1600 mas, desta vez, da mais nobre estirpe. Originalmente tratava-se do fruto pouco amadurecido de um acordo Chrysler-BMW e o compressor volumétrico dava asas ao Cooper S, mas conservava a sua característica “agrária”. Nesta segunda geração do Mini, a BMW magicou um plano diabólico e utilizou as melhores armas tecnológicas. Em relação ao Cooper de 120 cv (ou ao já sofisticado 95 cv que movimenta o Mini One 1.4) o sistema variável de admissão é substituído pela injecção directa e sobretudo pela utilização de um turbo, que lhe permite debitar 110 cv por litro. O binário também foi melhorado e progrediu 20 Nm, alcançando agora 230 Nm a partir das 1600 rpm, ou 250 Nm graças ao overboost. De facto uma pequena peça de joalharia, que não tem o bramido de um Honda, longe disso, mas que faz prova de uma sagrada genica.
Toneladas e atravessadelas
É o peso que mais impressiona, quando se pretende “valsar” na pista ao volante de um Maybach e qualquer obstáculo pode causar problemas. Por exemplo, com chuva, já que, com quase 1000 Nm de binário, basta forçar o acelerador para que o comprimento se transforme em largura.
O Maybach é um automóvel magnífico, que repousa em suspensões rigorosas e pneus eficazes. Bem equilibrado, os seus 550 cv não pedem mais do que “entrar ao serviço”, para facilitar as mudanças de direcção. Uma simples pressão no acelerador do Maybach e o Mini vê, bruscamente, os seus três retrovisores escurecerem. A partir daí, é preciso gerir três toneladas, elevadas ao quadrado pela velocidade. E, de repente, o nosso fotógrafo começa a correr na pista aos zigue-zagues. Este espertalhão! Agora como é que conseguimos ter um ponto de referência e estar concentrados? Felizmente que um Maybach é um grande Mercedes e, a este nível, ele não foi só concebido para ocupar a estrada, mas também para a “abraçar”, mesmo que seja à custa de alguns golpes no volante. Tudo bem, mas não convém muito provocá-lo. À frente, sem contar com o receio de ser esmagado, tudo vai bem no Mini. Ele traça o seu caminho, mas a direcção eléctrica é muito artificial e requer bastante hábito antes de deixarmos de fazer as curvas por facetas. Ao contrário, o eixo dianteiro parece estar em cima de carris e basta apenas segui-los, sem nos desviarmos um milímetro. A traseira? Colada ao chão! Sobretudo no molhado. O limite é lá bem mais para a frente e é a motricidade que o limita. O Mini tem um elevado nível de eficácia, mas sem gozo. Com a pista seca o Cooper S torna-se bem mais equilibrado: preciso no inserimento em curva, preso à trajectória sem rolamentos da carroçaria, “mordendo” as travagens, com potência em todos os regimes, consegue colocar todos os cavalos no chão e proporciona doses elevadas de prazer aos apaixonados da tracção dianteira. Sobretudo nos encadeamentos de curvas, onde se passa de uma apoio para outro sem subviragem. Uma verdadeira lapa. O Maybach não descola do Mini até o circuito começar a ser mais sinuoso. Num gancho, o Mini foge e, por certo, o Maybach confundiu comprimento com distância entre eixos. E é só à saída do gancho que se pode voltar a acelerar e regressar à perseguição do pequeno insolente. Algo que não o preocupa muito. O novo Cooper S é uma bala que faz dos 0 a 1000 metros em 28,2 s mas, apesar disso, um duplo golpe dos turbos e o “monstro” volta a morder-lhe nas canelas: 24,8 s até aos 1000 metros chegam para convencer.
Grandes espaços
Mas, se no Mini basta apenas levantar o pé do acelerador, no Maybach é necessário reflectir na travagem a efectuar para a curva seguinte. Simplesmente, a grande e super potente limousine necessita de grandes espaços para soltar os seus cavalos e de curvas largas para confirmar o seu potencial e as suas qualidades de comportamento dinâmico. Por isso, não vai conseguir ultrapassar o Mini por fora, na travagem para a curva. O Cooper S agarra-se à estrada com os seus 1200 kg sobre quatro pneus 195/55 R 16, demonstrando as suas afinidades BM. E a propósito de afinidades basta olhar para a lista de opcionais. Quanto ao Maybach, não se pode falar de opções, já que ele tem tudo e quando dizemos tudo englobamos os “flûtes”, calibrados de forma a que o pé do cálice se equilibre nos apoios dos braços, enquanto tiramos a garrafa de Champagne do frigorífico central. Para além da execução em série este jacto-escritório-hotel rolante, poderá ser personalizado. E aí tudo é permitido, da sauna às torneiras em ouro, passando pelo gabinete de massagens.
Tudo o que o pequeno 57 não pode proporcionar, já que “apenas” mede, tal como o seu nome indica, 5,70 m de comprimento. O que seria necessário para se distinguir ainda mais? Um Maybach 52? Sejamos honestos isso chama-se Mercedes S 600 L. Um Maybach 67? Porque não, mas no dia em que fosse necessário sair do parque de estacionamento, teríamos de estar no modo RBM, Recusa de Bater na Multidão.
* Serviço especial Sport Auto/AutoSport
Veredicto
O Mini Cooper S? Um descendente directo do original que, nos anos 60, fez babar de gozo os fanáticos e que forjou uma palmarés excepcional em ralis. Só que as dimensões já não são as mesmas, nem mesmo a leveza. Mas a eficácia e o prazer de conduzir permanecem. O Maybach 62? Um enorme Mercedes, bastante mais luxuoso, ainda mais potente e sempre eficaz. Um “brinquedo” espantoso com 6 metros de comprimentos e 3 toneladas de peso, que exige respeito!
Com quase quatro metros de distância entre eixos e 15 metros de diâmetro de brecagem, o Maybach é, sem dúvida, um portento de dissuasão anatómica. Nesta aventura, o ensaiador é o elo menos tranquilo e sair do parqueamento é, desde logo, o “salário do medo”, ou não estivéssemos na presença de um automóvel que custa muitos e muitos milhares de euros. Com o Cooper S ao nosso lado partimos para o nosso destino por estradas distintas. Mesmo que o nível de conforto desportivo seja aceitável, a suspensão do Mini mantém os ocupantes permanentemente informados sobre a granulosidade do revestimento, enquanto o Maybach estende uma espessa alcatifa sob as suas rodas.
O Maybach tem uma vantagem sobre o Mini: não é necessário efectuar duas viagens para transportar todo o equipamento fotográfico, graças à sua bagageira com 600 litros. Contudo não há nada a reprovar ao Mini, que até se tornou maxi. O pequeno automóvel, não é metade do seu congénere alemão no que respeita ao comprimento, mas a distância entre eixos já deixa as suas marcas: 2,71m contra 3,82 do Maybach. Por último o Mini pesa duas vezes menos e tem um terço da potência.
Vamos ao “campo”
Um automóvel com as dimensões e a potência do “gigante” teutónico requer um local apropriado para aquilatar das suas capacidades e, nada melhor, do que um circuito fechado de vistas amplas e escapatórias confortáveis. Podemos ter o ar de quem quer escarnecer desta escolha mas, lá no fundo, temos muito respeito, que nos é imposto por um 12 cilindros e quando o municiamos com dois turbocompressores… Mas é bem verdade que, com 5kg/cv, o Maybach perde um pouco a sua carga aterradora. A não ser “a beber”. No manómetro a agulha indicadora deixa de o ser e passa a ventilador. Bom, mas a este nível não é o consumo que conta, mas sim o tamanho do depósito de combustível. Com 100 litros de
capacidade o do Maybach consegue, à justa, assegurar uma autonomia idêntica à do Mini: menos de 300 km, desde que não solicitemos exageradamente o pedal do acelerador. Face a isto, o Cooper S faz uso de um pequeno 1600 mas, desta vez, da mais nobre estirpe. Originalmente tratava-se do fruto pouco amadurecido de um acordo Chrysler-BMW e o compressor volumétrico dava asas ao Cooper S, mas conservava a sua característica “agrária”. Nesta segunda geração do Mini, a BMW magicou um plano diabólico e utilizou as melhores armas tecnológicas. Em relação ao Cooper de 120 cv (ou ao já sofisticado 95 cv que movimenta o Mini One 1.4) o sistema variável de admissão é substituído pela injecção directa e sobretudo pela utilização de um turbo, que lhe permite debitar 110 cv por litro. O binário também foi melhorado e progrediu 20 Nm, alcançando agora 230 Nm a partir das 1600 rpm, ou 250 Nm graças ao overboost. De facto uma pequena peça de joalharia, que não tem o bramido de um Honda, longe disso, mas que faz prova de uma sagrada genica.
Toneladas e atravessadelas
É o peso que mais impressiona, quando se pretende “valsar” na pista ao volante de um Maybach e qualquer obstáculo pode causar problemas. Por exemplo, com chuva, já que, com quase 1000 Nm de binário, basta forçar o acelerador para que o comprimento se transforme em largura.
O Maybach é um automóvel magnífico, que repousa em suspensões rigorosas e pneus eficazes. Bem equilibrado, os seus 550 cv não pedem mais do que “entrar ao serviço”, para facilitar as mudanças de direcção. Uma simples pressão no acelerador do Maybach e o Mini vê, bruscamente, os seus três retrovisores escurecerem. A partir daí, é preciso gerir três toneladas, elevadas ao quadrado pela velocidade. E, de repente, o nosso fotógrafo começa a correr na pista aos zigue-zagues. Este espertalhão! Agora como é que conseguimos ter um ponto de referência e estar concentrados? Felizmente que um Maybach é um grande Mercedes e, a este nível, ele não foi só concebido para ocupar a estrada, mas também para a “abraçar”, mesmo que seja à custa de alguns golpes no volante. Tudo bem, mas não convém muito provocá-lo. À frente, sem contar com o receio de ser esmagado, tudo vai bem no Mini. Ele traça o seu caminho, mas a direcção eléctrica é muito artificial e requer bastante hábito antes de deixarmos de fazer as curvas por facetas. Ao contrário, o eixo dianteiro parece estar em cima de carris e basta apenas segui-los, sem nos desviarmos um milímetro. A traseira? Colada ao chão! Sobretudo no molhado. O limite é lá bem mais para a frente e é a motricidade que o limita. O Mini tem um elevado nível de eficácia, mas sem gozo. Com a pista seca o Cooper S torna-se bem mais equilibrado: preciso no inserimento em curva, preso à trajectória sem rolamentos da carroçaria, “mordendo” as travagens, com potência em todos os regimes, consegue colocar todos os cavalos no chão e proporciona doses elevadas de prazer aos apaixonados da tracção dianteira. Sobretudo nos encadeamentos de curvas, onde se passa de uma apoio para outro sem subviragem. Uma verdadeira lapa. O Maybach não descola do Mini até o circuito começar a ser mais sinuoso. Num gancho, o Mini foge e, por certo, o Maybach confundiu comprimento com distância entre eixos. E é só à saída do gancho que se pode voltar a acelerar e regressar à perseguição do pequeno insolente. Algo que não o preocupa muito. O novo Cooper S é uma bala que faz dos 0 a 1000 metros em 28,2 s mas, apesar disso, um duplo golpe dos turbos e o “monstro” volta a morder-lhe nas canelas: 24,8 s até aos 1000 metros chegam para convencer.
Grandes espaços
Mas, se no Mini basta apenas levantar o pé do acelerador, no Maybach é necessário reflectir na travagem a efectuar para a curva seguinte. Simplesmente, a grande e super potente limousine necessita de grandes espaços para soltar os seus cavalos e de curvas largas para confirmar o seu potencial e as suas qualidades de comportamento dinâmico. Por isso, não vai conseguir ultrapassar o Mini por fora, na travagem para a curva. O Cooper S agarra-se à estrada com os seus 1200 kg sobre quatro pneus 195/55 R 16, demonstrando as suas afinidades BM. E a propósito de afinidades basta olhar para a lista de opcionais. Quanto ao Maybach, não se pode falar de opções, já que ele tem tudo e quando dizemos tudo englobamos os “flûtes”, calibrados de forma a que o pé do cálice se equilibre nos apoios dos braços, enquanto tiramos a garrafa de Champagne do frigorífico central. Para além da execução em série este jacto-escritório-hotel rolante, poderá ser personalizado. E aí tudo é permitido, da sauna às torneiras em ouro, passando pelo gabinete de massagens.
Tudo o que o pequeno 57 não pode proporcionar, já que “apenas” mede, tal como o seu nome indica, 5,70 m de comprimento. O que seria necessário para se distinguir ainda mais? Um Maybach 52? Sejamos honestos isso chama-se Mercedes S 600 L. Um Maybach 67? Porque não, mas no dia em que fosse necessário sair do parque de estacionamento, teríamos de estar no modo RBM, Recusa de Bater na Multidão.
* Serviço especial Sport Auto/AutoSport
Veredicto
O Mini Cooper S? Um descendente directo do original que, nos anos 60, fez babar de gozo os fanáticos e que forjou uma palmarés excepcional em ralis. Só que as dimensões já não são as mesmas, nem mesmo a leveza. Mas a eficácia e o prazer de conduzir permanecem. O Maybach 62? Um enorme Mercedes, bastante mais luxuoso, ainda mais potente e sempre eficaz. Um “brinquedo” espantoso com 6 metros de comprimentos e 3 toneladas de peso, que exige respeito!
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