Eu passei a década de 90 a admirar os carros japoneses e a sua evolução face aos Europeus.
Só para dar alguns exemplos, as 16v foram tornadas comuns pelos Japoneses desde o início dos anos 90, sendo que mesmo no final dos anos 80 já as 12v eram normais nos Toyota, por exemplo.
O avanço foi tal, que em 2000 ainda havia muitas marcas (PSA, VAG, Opel, Ford, etc) a terem os seus 1.4 com 8v, injecção monoponto e potências muito comedidas, já os Japoneses não tinham nada no seu catálogo com essas características.
Até mesmo ao nível da injecção electrónica, já os japoneses tinham isso largamente implantado nos seus motores, ainda os Europeus andavam à volta com os carburadores.
A generalidade dos Europeus adoptou a injecção electrónica porque foram obrigados pela introdução legal dos catalizadores, e ainda assim fizeram sistemas monoponto que em muitos casos trouxeram perdas de potência, aumento de consumos... ...ou seja, notava-se que não tinha sido pensado de raíz, ao contrário dos Japoneses.
Era impressionante a diferença entre um 1.4 ou 1.6 europeu e um Japonês: O japonês era muito mais preciso, suave, silencioso e agradável de conduzir. Refiro-me essencialmente ao segmento C.
Para além disso, os japoneses fizeram uma série de carros notáveis:
O CRX de 90, o civic de 92 (com um ar muito desportivo), o Celica (mesmo na versão base era mais avançado em motor e suspensão do que um Série 316 equivalente), o CRX Del Sol, Integra, Celica, Nissan 100, 200, 300, Primera, micra (o primeiro pequeno com 16v), etc.
Mesmo o S2000 foi feito ainda na década de 90.
Penso que era fácil admirar os Japoneses pelo trabalho feito.
A partir do ano 2000 acho que perderam a carruagem.
A honda perdeu o ar desportivo que os caracterizava e o civic passou a ser um monovolume, o que agrada mais às massas mas menos aos adeptos de outrora.
Mas o principal é que as mecânicas perderam o brilho. Com as honrosas excepções dos Type-R, os 1400 mantiveram-se na mesma e os 1.6 perderam 50 cavalos. A suavidade das embraiagens japonesas foi substituida por carros que passado uns tempos de uso começavam a fazer "nhec-nhec" cada vez que se carregava no pedal.
No caso específico da Honda, tiveram um grande feito na década presente, que foi o primeiro e premiado motor a diesel. Passaram-se 4 ou 5 anos, e esse motor já não acompanha a concorrência.
Para este 1º post não ficar ainda mais extenso não vou dar exemplos marca a marca, mas tentando resumir, nos motores a gasolina parece óbvio que o futuro passa pela injecção directa, e turbo nas cilindradas mais baixas. Todos os europeus estão nesse caminho, e a honda (que teve predominância mecânica nos anos 90) "brinda-nos" com um 1.4 de 8v e menos potente do que nunca, um 1.8 pouco entusiasmante, um 2.2 a diesel que já não é referência e motorizações antigas na gama otto accord.
A Mazda e Nissan recorrem a motorizações diesel Europeias, e as motorizações diesel japonesas (m6) não têm nada de novo.
Sobram os excelentes CTR (em que o anterior era superior), o GTR e o Lexus como grandes criações dos japoneses nesta década. É curioso que até o ATR acabou.
Ah, claro, temos os hibridos, mas sobre esses nem me vou alongar muito, basta dizer que não são o que prometem ser.
Este tópico não pretende bater nos japoneses, mas sim tentar fazer uma análise do que se tem passado.
Eu tenho verificado que os japoneses passaram (para mim) de um patamar elevado para um mediano, e pus-me a reflectir o porquê de haver poucos carros japoneses que eu ambicione actualmente, contrastando com a década de 90, em que eu adorava a maioria.
Posso estar enganado, mas parece-me que os europeus ganharam muito do terreno que perderam na década passada nos carros mais vendidos.
Opiniões são bem vindas.
Só para dar alguns exemplos, as 16v foram tornadas comuns pelos Japoneses desde o início dos anos 90, sendo que mesmo no final dos anos 80 já as 12v eram normais nos Toyota, por exemplo.
O avanço foi tal, que em 2000 ainda havia muitas marcas (PSA, VAG, Opel, Ford, etc) a terem os seus 1.4 com 8v, injecção monoponto e potências muito comedidas, já os Japoneses não tinham nada no seu catálogo com essas características.
Até mesmo ao nível da injecção electrónica, já os japoneses tinham isso largamente implantado nos seus motores, ainda os Europeus andavam à volta com os carburadores.
A generalidade dos Europeus adoptou a injecção electrónica porque foram obrigados pela introdução legal dos catalizadores, e ainda assim fizeram sistemas monoponto que em muitos casos trouxeram perdas de potência, aumento de consumos... ...ou seja, notava-se que não tinha sido pensado de raíz, ao contrário dos Japoneses.
Era impressionante a diferença entre um 1.4 ou 1.6 europeu e um Japonês: O japonês era muito mais preciso, suave, silencioso e agradável de conduzir. Refiro-me essencialmente ao segmento C.
Para além disso, os japoneses fizeram uma série de carros notáveis:
O CRX de 90, o civic de 92 (com um ar muito desportivo), o Celica (mesmo na versão base era mais avançado em motor e suspensão do que um Série 316 equivalente), o CRX Del Sol, Integra, Celica, Nissan 100, 200, 300, Primera, micra (o primeiro pequeno com 16v), etc.
Mesmo o S2000 foi feito ainda na década de 90.
Penso que era fácil admirar os Japoneses pelo trabalho feito.
A partir do ano 2000 acho que perderam a carruagem.
A honda perdeu o ar desportivo que os caracterizava e o civic passou a ser um monovolume, o que agrada mais às massas mas menos aos adeptos de outrora.
Mas o principal é que as mecânicas perderam o brilho. Com as honrosas excepções dos Type-R, os 1400 mantiveram-se na mesma e os 1.6 perderam 50 cavalos. A suavidade das embraiagens japonesas foi substituida por carros que passado uns tempos de uso começavam a fazer "nhec-nhec" cada vez que se carregava no pedal.
No caso específico da Honda, tiveram um grande feito na década presente, que foi o primeiro e premiado motor a diesel. Passaram-se 4 ou 5 anos, e esse motor já não acompanha a concorrência.
Para este 1º post não ficar ainda mais extenso não vou dar exemplos marca a marca, mas tentando resumir, nos motores a gasolina parece óbvio que o futuro passa pela injecção directa, e turbo nas cilindradas mais baixas. Todos os europeus estão nesse caminho, e a honda (que teve predominância mecânica nos anos 90) "brinda-nos" com um 1.4 de 8v e menos potente do que nunca, um 1.8 pouco entusiasmante, um 2.2 a diesel que já não é referência e motorizações antigas na gama otto accord.
A Mazda e Nissan recorrem a motorizações diesel Europeias, e as motorizações diesel japonesas (m6) não têm nada de novo.
Sobram os excelentes CTR (em que o anterior era superior), o GTR e o Lexus como grandes criações dos japoneses nesta década. É curioso que até o ATR acabou.
Ah, claro, temos os hibridos, mas sobre esses nem me vou alongar muito, basta dizer que não são o que prometem ser.
Este tópico não pretende bater nos japoneses, mas sim tentar fazer uma análise do que se tem passado.
Eu tenho verificado que os japoneses passaram (para mim) de um patamar elevado para um mediano, e pus-me a reflectir o porquê de haver poucos carros japoneses que eu ambicione actualmente, contrastando com a década de 90, em que eu adorava a maioria.
Posso estar enganado, mas parece-me que os europeus ganharam muito do terreno que perderam na década passada nos carros mais vendidos.
Opiniões são bem vindas.
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