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Objectividade jornalística

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    Objectividade jornalística

    Como todos aqueles que se interessam por automóveis e não têm dinheiro para trocar de carro todas as semanas, reduzo-me à minha insignificância lendo as revistas da especialidade .
    E dou por mim, quase invariavelmente, um pouco surpreso com as variações de opiniões relativamente aos carros analisados, às vezes dentro da mesma revista!
    É coisa que chateia, como é evidente.
    É que, com algumas excepções, nomeadamente a estética ou sensações mais empíricas, praticamente todas as variáveis da performance pura de um automóvel podem ser traduzidas em números.
    Ora, números são elementos objectivos, imparciais que todos podem analisar sem correr riscos de serem "contaminados" por uma avaliação mais pessoal ou subjectiva do jornalista em questão (como é evidente, para estes sempre ficariam reservadas outras análises dos carros, já acima referidas e não menos interessantes).
    Por exemplo, os clássicos 0-100, velocidade máxima, consumos, espaço interior e exterior e preço já são objecto desta análise mais fria mas mais objectiva e, de um certo ponto de vista, mais adequada aos leitores e potenciais compradores de automóveis.
    Só não percebo porque é que esta análise objectiva não é estendida àquele que é, em grande parte das vezes, o pomo da discórdia aqui no forum e um dos elementos mais importantes (pelo menos para mim) na decisão de compra de um carro - o comportamento, a velocidade de passagem em curva, a dinâmica ou como lhe queiram chamar.
    Actualmente existem aparelhos bastante precisos que determinam exactamente e traduzem em números aquilo que um automóvel consegue fazer em curva. E nem são muito dispendiosos (acho que agora até há uma aplicação para os telemóvel com "acelerómetro" ou coisa do género).
    É que este aspecto costuma ser um dos pontos mais discutidos nas revistas, onde os jornalistas mais se empenham e de onde surgem as opiniões mais diversas e contraditórias. O que é inaceitável com a tecnologia ao nosso dispor.
    Acho que actualmente nenhuma revista teria coragem de publicar uma reportagem onde o jornalista afirmasse que o carro A gasta menos que o carro B porque "lhe parece" ou porque "dá essa sensação". Mas é mesmo isto que se verifica em praticamente todas as publicações no que respeita ao parametro do comportamento em curva...
    Sinceramente... Não percebo!
    Que opine quem teve a pachorra de ler esta coisa...

    #2
    Isso em relação a comportamento em curva já foi feito.

    Andou por aqui um teste a ver qual era a velocidade máxima a que cada carro conseguia fazer uma determinada curva, nomeadamente aquele em que o C4 ficou à frente do S1.

    Houve outro em que travavam à saída de uma curva.

    Existe de facto a possibilidade de quantificar algumas coisas, mas não todas.

    Por exemplo, um S2000 a curvar é muito semelhante a um Boxster equivalente, no entanto é muito mais difícil de conduzir depressa em curva.

    Ou seja, há coisas que não se conseguem medir.

    Há carros mais dóceis de conduzir do que outros, ainda que tenham limites semelhantes.

    Comentário


      #3
      Objectividade jornalística no ramo automovél em PT passa mais pelas directrizes do management e das vendas...

      Em linha com as capas da bola e do record... para vender!

      Depois passa também pelas facilidades dos importadores em "cultivar" e "facultar" testes drives prolongados a algumas pessoas.

      Penso eu de que...

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por Leonardo Sinisgalli Ver Post
        Como todos aqueles que se interessam por automóveis e não têm dinheiro para trocar de carro todas as semanas, reduzo-me à minha insignificância lendo as revistas da especialidade .
        E dou por mim, quase invariavelmente, um pouco surpreso com as variações de opiniões relativamente aos carros analisados, às vezes dentro da mesma revista!
        É coisa que chateia, como é evidente.
        É que, com algumas excepções, nomeadamente a estética ou sensações mais empíricas, praticamente todas as variáveis da performance pura de um automóvel podem ser traduzidas em números.
        Ora, números são elementos objectivos, imparciais que todos podem analisar sem correr riscos de serem "contaminados" por uma avaliação mais pessoal ou subjectiva do jornalista em questão (como é evidente, para estes sempre ficariam reservadas outras análises dos carros, já acima referidas e não menos interessantes).
        Por exemplo, os clássicos 0-100, velocidade máxima, consumos, espaço interior e exterior e preço já são objecto desta análise mais fria mas mais objectiva e, de um certo ponto de vista, mais adequada aos leitores e potenciais compradores de automóveis.
        Só não percebo porque é que esta análise objectiva não é estendida àquele que é, em grande parte das vezes, o pomo da discórdia aqui no forum e um dos elementos mais importantes (pelo menos para mim) na decisão de compra de um carro - o comportamento, a velocidade de passagem em curva, a dinâmica ou como lhe queiram chamar.
        Actualmente existem aparelhos bastante precisos que determinam exactamente e traduzem em números aquilo que um automóvel consegue fazer em curva. E nem são muito dispendiosos (acho que agora até há uma aplicação para os telemóvel com "acelerómetro" ou coisa do género).
        É que este aspecto costuma ser um dos pontos mais discutidos nas revistas, onde os jornalistas mais se empenham e de onde surgem as opiniões mais diversas e contraditórias. O que é inaceitável com a tecnologia ao nosso dispor.
        Acho que actualmente nenhuma revista teria coragem de publicar uma reportagem onde o jornalista afirmasse que o carro A gasta menos que o carro B porque "lhe parece" ou porque "dá essa sensação". Mas é mesmo isto que se verifica em praticamente todas as publicações no que respeita ao parametro do comportamento em curva...
        Sinceramente... Não percebo!
        Que opine quem teve a pachorra de ler esta coisa...

        Eu percebo o que queres dizer, mas isso é anular o jornalista, a historia, a emoção! Imagina...

        Um dia tudo é quantificado objectivamente. velocidade em curva, aceleração, gasto, dB de ruido, etc etc etc...resta ao jornalista dizer o quê? "Bem, como as tabelas mostram, o carro A é melhor nisto nisto nisto nisto e naquili, e o B é melhor em bla bla bla."

        Passamos a ter revistas de tabelas! Temos q ter subjectividade, emoção, historias...o problema é que nesse capitulo os tugas jornalistas (e nao só) sao uma seca! Veja-se o TOP GEAR e afins...isso sim, parcialidade interessante, emocionante!

        Comentário


          #5
          Desculpa mas há coisas que não dá para quantificar nem justificar a 100% com números.

          Lá por um carro A passar mais depressa em curva não quer dizer que seja melhor. A curvar. Pode dar mais trabalho, ser mais inseguro, pode ter respostas mais extremas. Etc etc

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            #6
            Originalmente Colocado por Leonardo Sinisgalli Ver Post
            Que opine quem teve a pachorra de ler esta coisa...
            Interesses económicos.

            A subjectividade dá espaço para garantir a vitória ao "A" ou ao "B" conforme se pretenda.

            Já uma vez deixei um exemplo.

            Favorecendo "A":

            Apesar do bom conjunto de extras de "B" e da sua eficácia dinâmica, "A" oferece melhor qualidade geral interior e maior robustez de qq coisa, garantindo a vitória neste comparativo.


            Favorecendo "B":

            Apesar da boa qualidade de geral e robustez de construção de "A", o superior desempenho de "B", bem como o conjunto de extras que oferece, garantem-lhe a vitória neste comparativo.


            A mesma coisa, com final diferente à escolha do freguês.


            Michael

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              #7
              Originalmente Colocado por pugdealer Ver Post
              Eu percebo o que queres dizer, mas isso é anular o jornalista, a historia, a emoção! Imagina...

              Um dia tudo é quantificado objectivamente. velocidade em curva, aceleração, gasto, dB de ruido, etc etc etc...resta ao jornalista dizer o quê? "Bem, como as tabelas mostram, o carro A é melhor nisto nisto nisto nisto e naquili, e o B é melhor em bla bla bla."

              Passamos a ter revistas de tabelas! Temos q ter subjectividade, emoção, historias...o problema é que nesse capitulo os tugas jornalistas (e nao só) sao uma seca! Veja-se o TOP GEAR e afins...isso sim, parcialidade interessante, emocionante!
              Mas o Top gear vai dar ao mesmo....
              O Geremy Clarkson cada vez que conduz um carro diz que foi o melhor que alguma vez conduziu;
              ás vezes diz que tal carro é muito bom por causa de qq coisa mas depois já diz que tal carro é mau por causa dessa mesma coisa...
              Os próprios gajos dos testes de certeza que acabam por ser parciais....se repararem há certas revistas em que os alemães ganham sempre...noutras são os japunas...etc
              E depois há ainda aqueles comparativos em que determinado carro ganha por ter maior mala.....
              Nas revistas é tudo muito giro mas o k interessa para comparar "virtualmente" 2 carros, são os dados passiveis de quantificar numa tabelinha. O resto é mesmo o gôsto de cada um.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por pugdealer Ver Post
                Eu percebo o que queres dizer, mas isso é anular o jornalista, a historia, a emoção! Imagina...

                Um dia tudo é quantificado objectivamente. velocidade em curva, aceleração, gasto, dB de ruido, etc etc etc...resta ao jornalista dizer o quê? "Bem, como as tabelas mostram, o carro A é melhor nisto nisto nisto nisto e naquili, e o B é melhor em bla bla bla."

                Passamos a ter revistas de tabelas! Temos q ter subjectividade, emoção, historias...o problema é que nesse capitulo os tugas jornalistas (e nao só) sao uma seca! Veja-se o TOP GEAR e afins...isso sim, parcialidade interessante, emocionante!
                Eu concordo com isto.

                Para objectividade estão lá os números todos que já conhecemos.

                Mas um artigo (na minha opinião) não deve ser apenas uma comparação de características técnicas.
                Nos automóveis (como noutros produtos), gosto mais de ler um artigo com paixão, daqueles que no final nos fazem querer ter um produto igual.

                O JC abusa dessa paixão, misturando humor pelo meio pelo que será exagerado, limitando demasiado a objectividade.

                Mas para saber qual é o carro que tem uma mala maior, basta ir ao catálogo electrónico do carro.

                Comentário


                  #9
                  Eu aceito ke se possa ser parcial ou não totalmente isento , como faz por exemplo O JC , ke quando conduz os carros ingleses é muito pouco isento , para mim não faz mal porque ele faz isto de uma maneira muito clara em ke se percebe ke ele gosta dos carros ingleses , já o ke sefaz nas revistas 'e desinformação.
                  Os numeros podem quantificar quase tudo basta ke os numeros sejam verdadeiros , o ke não se pode 'e tirar conclusões só atravez de um "numero" , por exemplo a 4ruotte uma vez testou um Murcielago tinha mais potencia do ke a declarada pela fabrica e logo batia todos os dados oficiais , lá diziam eles grande motor etc etc bla bla, só depois vendo os decibeis produzidos pelo escape tinham medido 100decibeis ou seja a Audi tinha fornecido um carro não igual aos ke se pode comprar, e ke tinha pelo menos um escape aberto e não homologado, ora um motor 6.0 v12 com o escape aberto 'e normal ke tenha muito mais potencia do ke aquela declarada...

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                    #10
                    Acho que não me consegui explicar convenientemente.
                    É evidente que, para quem gosta de carros, existirão sempre aspectos que nunca poderão ser objectivados ou reduzidos a números.
                    E, nestes casos, a subjectividade (mesmo a dos jornalistas, também têm direito) sempre vigorará (e ainda bem).
                    O que digo é que existem cada vez mais aspectos de um carro que podem ser objectivados pelas análises jornalísticas (muito facilmente) e não são!
                    O exemplo mais gritante, para mim, é a velocidade de passagem em curva.
                    Mas ainda ninguém se lembrou de colocar em tabela os tempos de cada carro????
                    Será possível?
                    Quando este é um dos aspectos mais "esmiuçados" em cada comparativo que lemos nas revistas????
                    Actualmente ficamos com o quê?
                    Um jornalista diz que um carro é fabuloso em curva, o seguinte já diz que o mesmo carro (às vezes até é mesmo o mesmo carro) parece um carro de bois descontrolado...
                    Em que é que ficamos?
                    Como já disse, actualmente ninguém se contentaria se um jornalista dissesse que um carro faz 7,0 s dos 0-100 porque lhe pareceu que sim...
                    Mas, ao invés, todos aceitamos que o carro x é melhor que o carro y em curva porque o jornalista assim o diz...
                    Como é evidente, mesmo a passagem em curva tem outros elementos que, provavelmente não podem ser medidos.
                    Mas porque não medir os que podem ser medidos? E com carácter regular!
                    Ponham esses valores em tabela e os consumidores (nós) que decidam qual o melhor.
                    Se quiserem ir mais além e comentar a forma como cada carro atingiu esses valores, tudo bem. Mas acho que "nós" (os que gostamos de carros) já mereciamos algo um pouco mais objectivo...

                    Comentário


                      #11
                      Se há coisa que me irrita é a tendência dos ultimos tempos de testarem todo e qualquer carro como se de um fórmula 1 se tratasse. Do que é que me adianta um teste exaustivo de 5 páginas onde escrevem e repetem que carro X é bom a curvar a mais de 200 km/h se o que interessa mesmo é saber se na condução do dia-a-dia o carro é eficaz naquilo que lhe é exigido e se é confortável e seguro? Para quem compra um carro para ir de casa ao trabalho e do trabalho para casa, não estou a ver o que é que lhe interessa saber que o mesmo carro consegue fazer curvas a 90º sem adornar e a mais de 200 km/h e fazer arranques tipo foguete de 0,1 segundos aos 100 km.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Leonardo Sinisgalli Ver Post
                        O exemplo mais gritante, para mim, é a velocidade de passagem em curva.
                        Mas ainda ninguém se lembrou de colocar em tabela os tempos de cada carro????
                        Será possível?
                        Quando este é um dos aspectos mais "esmiuçados" em cada comparativo que lemos nas revistas????
                        Actualmente ficamos com o quê?
                        Uma coisa é velocidade de passagem em curva.
                        Outra coisa é o comportamento e o handling.
                        Estando de alguma forma relacionadas, não são sinónimos.
                        Podes pegar no carro com o pior comportamento do mundo, enfiar-lhe umas jantes de 20 polegadas, uns pneus de competição, o carro ficar com um grip fabuloso, mas no segundo em que ultrapassar o grip nunca mais ninguém o agarra.
                        E há aqueles carros que não tendo uma velocidade de passagem em curva ultra elevada, quando ultrapassam o limite de aderência da borracha são muito divertidos de segurar e de voltar a agarrar e inspiram mais confiança a controlar no limite.
                        Pegando num exemplo actual, a BMW actualmente coloca em toda a gama de série pneus run-flat de baixo consumo, integrado no programa ecológico "efficient dynamics".
                        Na minha opinião qualquer BMW agarrará melhor em curva com outros pneus que não os ultra duros pneus run flat, que com as suas preocupações com consumos, não são propriamente os pneus ideais para agarrarem.
                        No entanto são os carros mais divertidos que conduzi, tem um comportamento muito equilibrado, e mesmo após os limites inspiram confiança e comunicam muito bem com o condutor (graças a uma excelente direcção).
                        Velocidade de passagem em curva é sem dúvida diferente de comportamento ou handling.

                        Cumprimentos

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Jeandré Ver Post
                          Uma coisa é velocidade de passagem em curva.
                          Outra coisa é o comportamento e o handling.
                          Estando de alguma forma relacionadas, não são sinónimos.
                          Podes pegar no carro com o pior comportamento do mundo, enfiar-lhe umas jantes de 20 polegadas, uns pneus de competição, o carro ficar com um grip fabuloso, mas no segundo em que ultrapassar o grip nunca mais ninguém o agarra.
                          E há aqueles carros que não tendo uma velocidade de passagem em curva ultra elevada, quando ultrapassam o limite de aderência da borracha são muito divertidos de segurar e de voltar a agarrar e inspiram mais confiança a controlar no limite.
                          Pegando num exemplo actual, a BMW actualmente coloca em toda a gama de série pneus run-flat de baixo consumo, integrado no programa ecológico "efficient dynamics".
                          Na minha opinião qualquer BMW agarrará melhor em curva com outros pneus que não os ultra duros pneus run flat, que com as suas preocupações com consumos, não são propriamente os pneus ideais para agarrarem.
                          No entanto são os carros mais divertidos que conduzi, tem um comportamento muito equilibrado, e mesmo após os limites inspiram confiança e comunicam muito bem com o condutor (graças a uma excelente direcção).
                          Velocidade de passagem em curva é sem dúvida diferente de comportamento ou handling.

                          Cumprimentos
                          Lá está.
                          É precisamente o que digo.
                          Objectivar no que for possível (e é - a velocidade de passagem em curva).
                          E manter subjectivo certos aspectos do carro que são mais... emocionais.
                          A questão é... Porque não se objectiva tudo quanto já é possível objectivar?

                          Comentário


                            #14
                            O resultado expressa quase sempre o goto pessoal do jornalista ou da redação!

                            Não vale a pena escamotear também o facto de que as revitas dependem da publicidade e as marcas da casa saem beneficiadas, mas o leitor tem que saber separar as águas do conteúdo global

                            Comentário


                              #15
                              Para saber resultados, dados e informações verdadeiramente rigorosos sobre o comportamento dos carros, é necessário efectuar testes que exigem meios materiais, humanos, logísticos e temporais que a maioria esmagadora (para não dizer a totalidade!) das revistas portuguesas não tem condições para oferecer. Daí esses testes publicados em Português virem todos de publicações congéneres estrangeiras, associadas ou não.
                              Por curiosidade, existe um tópico sobre segurança rodoviária no Road Book que possui muitos desses testes, gentilmente cedidos e colocados (depois de scaneados dessas revistas estrangeiras) pelo user GTTDI, mas como qualquer tópico sobre segurança aqui neste fórum, infelizmente a sua participação deixa um pouco a desejar em quantidade. Fica assim o convite para passar lá quem se interessa especialmente por esse assunto.

                              Já em relação a outros aspectos notórios da actividade jornalística automóvel em Portugal, o que eu noto cruelmente é a ausência gritante de emoção e paixão na prosa dos nossos escribas e na forma como eles falam dos carros. O automóvel tem e terá sempre uma enorme componente emocional, mas infelizmente os testes que lemos no dia-a-dia apresentam um inacreditável cheiro a mofo, com um vocabulário limitado e repetitivo*, e que parecem quase copy-paste uns dos outros, tendo muitas vezes a agravante de serem escritos em estilo press release!
                              Daí eu saudar os artigos do estilo dos que são publicados todos os meses por uma senhora na Auto Magazine (desculpem agora não me lembrar do nome! ) em que existe uma forte componente subjectiva. Os artigos devem ser objectivos, mas existe também lugar para a subjectividade; existem partes onde ela é permitida e até bem vinda!



                              *Por exemplo, irrita-me solenemente a utilização exaustiva de expressões tipo: "O carro X tem um comportamento honesto...". Ah é? Porquê? Quer dizer que tudo o que ele faz é na legalidade? E se fosse desonesto, teria que ser preso?? A gente entende o que querem dizer, mas por favor não fiquem tão agarrados a convenções e a frases feitas. Ou ainda: "Carro Y tem umas linhas agradáveis e que não comprometem a harmonia estética do conjunto...". Ou seja, falou muito, mas disse pouco!
                              Um pouco mais de emoção e até de originalidade, por favor! Os leitores agradecem!

                              Comentário


                                #16
                                Nessas avaliações tens que ter sempre em conta alguns factores:

                                (1) em primeiro lugar, o estilo de condução varia de pessoa para pessoa. Eu, por exemplo, tenho um estilo de condução mais limitado, seguro, estável; por outro lado, existe gente que respira pelo carburador. O estilo de condução influencia a avaliação do automóvel. Um amante de carros velozes e desportivos dificilmente extrairá o valor necessário de um Golf ou de um Bravo.

                                (2) em segundo lugar, nos carros e nos clubes, as pessoas têm as suas paixões. Eu, por exemplo, apaixono-me perdidamente por Alfas, acho que são carros de sonho (linhas sedutoras, interiores impecáveis, motores potentes). Outros são fanáticos pelo grupo VAG ou pelos japoneses. As paixões do avaliador influenciam a percepção do veículo.

                                Por isso é que tens que ler as reviews dos veículos cum grano salis (i.e: com alguma suspeita). O melhor juiz na compra de um carro és sempre tu, pois tu é que sabes o teu estilo de condução e o que pretendes do carro.

                                Apenas para lançar achas para a fogueira, para mim o melhor carro do segmento B é o Fiat Grande Punto. Já conduzi Clio-Polo-Punto-Mazda-Yaris e ainda não encontrei melhor carro do que o grande Punto (barato, motor potente, seguro, bonito, bons materiais, caixa que dá resposta pronta). Mas isso sou eu.....

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por Leonardo Sinisgalli Ver Post
                                  Lá está.
                                  É precisamente o que digo.
                                  Objectivar no que for possível (e é - a velocidade de passagem em curva).
                                  E manter subjectivo certos aspectos do carro que são mais... emocionais.
                                  A questão é... Porque não se objectiva tudo quanto já é possível objectivar?
                                  Não sei também até que ponto as pessoas querem saber ou dão valor preponderante a esses factores.
                                  Para grande parte das pessoas o que interessa é que o carro seja confortável (e a definição de confortável nem sempre é muito objectiva, há quem fique com dores nas costas de andar em bancos moles, há quem ache os mais moles os melhores e mais confortáveis), que tenha um comportamento seguro (e isto não significa necessariamente que tenha uma velocidade de passagem em curva muito elevada, mas sim que tenha reacções tais que comunique ao condutor o que se passa, que faça uma boa leitura da estrada), etc.
                                  Estas coisas não são muito quantificáveis.
                                  O meu Megane II tinha uma velocidade de passagem em curva elevada (graças aos bons pneus e ao chassis) e no entanto era uma nódoa a passar a informação ao condutor (direcção ultra leve e demasiado desmultiplicada, adorno excessivo em transferência de massas em curva-contracurva) e no entanto, apesar disso, até curvava bem.
                                  Há certamente quem prefira sentir mais o carro mesmo que o seu grip no limite seja menos elevado.

                                  Cumprimentos

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                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post


                                    *Por exemplo, irrita-me solenemente a utilização exaustiva de expressões tipo: "O carro X tem um comportamento honesto...". Ah é? Porquê? Quer dizer que tudo o que ele faz é na legalidade? E se fosse desonesto, teria que ser preso?? A gente entende o que querem dizer, mas por favor não fiquem tão agarrados a convenções e a frases feitas. Ou ainda: "Carro Y tem umas linhas agradáveis e que não comprometem a harmonia estética do conjunto...". Ou seja, falou muito, mas disse pouco!
                                    Um pouco mais de emoção e até de originalidade, por favor! Os leitores agradecem!

                                    nunca concordei tanto contigo.

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                                      #19
                                      Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                                      Para saber resultados, dados e informações verdadeiramente rigorosos sobre o comportamento dos carros, é necessário efectuar testes que exigem meios materiais, humanos, logísticos e temporais que a maioria esmagadora (para não dizer a totalidade!) das revistas portuguesas não tem condições para oferecer. Daí esses testes publicados em Português virem todos de publicações congéneres estrangeiras, associadas ou não.
                                      Por curiosidade, existe um tópico sobre segurança rodoviária no Road Book que possui muitos desses testes, gentilmente cedidos e colocados (depois de scaneados dessas revistas estrangeiras) pelo user GTTDI, mas como qualquer tópico sobre segurança aqui neste fórum, infelizmente a sua participação deixa um pouco a desejar em quantidade. Fica assim o convite para passar lá quem se interessa especialmente por esse assunto.

                                      Já em relação a outros aspectos notórios da actividade jornalística automóvel em Portugal, o que eu noto cruelmente é a ausência gritante de emoção e paixão na prosa dos nossos escribas e na forma como eles falam dos carros. O automóvel tem e terá sempre uma enorme componente emocional, mas infelizmente os testes que lemos no dia-a-dia apresentam um inacreditável cheiro a mofo, com um vocabulário limitado e repetitivo*, e que parecem quase copy-paste uns dos outros, tendo muitas vezes a agravante de serem escritos em estilo press release!
                                      Daí eu saudar os artigos do estilo dos que são publicados todos os meses por uma senhora na Auto Magazine (desculpem agora não me lembrar do nome! ) em que existe uma forte componente subjectiva. Os artigos devem ser objectivos, mas existe também lugar para a subjectividade; existem partes onde ela é permitida e até bem vinda!



                                      *Por exemplo, irrita-me solenemente a utilização exaustiva de expressões tipo: "O carro X tem um comportamento honesto...". Ah é? Porquê? Quer dizer que tudo o que ele faz é na legalidade? E se fosse desonesto, teria que ser preso?? A gente entende o que querem dizer, mas por favor não fiquem tão agarrados a convenções e a frases feitas. Ou ainda: "Carro Y tem umas linhas agradáveis e que não comprometem a harmonia estética do conjunto...". Ou seja, falou muito, mas disse pouco!
                                      Um pouco mais de emoção e até de originalidade, por favor! Os leitores agradecem!


                                      Essa do "comportamento honesto" sempre, mas sempre, me deixou a apanhar bonés...

                                      Significa que o carro não é traidor? Honesto sem ser impecável?

                                      E também se aplica esse cliché nos motores. "motor honesto"...

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                                        #20
                                        Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post

                                        *Por exemplo, irrita-me solenemente a utilização exaustiva de expressões tipo: "O carro X tem um comportamento honesto...". Ah é? Porquê? Quer dizer que tudo o que ele faz é na legalidade? E se fosse desonesto, teria que ser preso?? A gente entende o que querem dizer, mas por favor não fiquem tão agarrados a convenções e a frases feitas. Ou ainda: "Carro Y tem umas linhas agradáveis e que não comprometem a harmonia estética do conjunto...". Ou seja, falou muito, mas disse pouco!
                                        Um pouco mais de emoção e até de originalidade, por favor! Os leitores agradecem!
                                        Essa é a razão pela qual deixei de comprar revistas nacionais há uns anos

                                        e opto entre duas revistas inglesas: CAR e EVO . Sem entrar

                                        em linha de conta com os testes aos "super-carros" o nível é

                                        claramente outro.



                                        Cpts e Viagens Seguras.

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                                          #21
                                          Pois é, parece que se tem medo de assumir uma opinião, mesmo que polémica, e que tudo é dito (principalmente se se tem alguma crítica a apontar) na base da maior discrição possível, tentando ao máximo manter o low profile e não comprometer ninguém nem a si próprio.
                                          A sensação que transpira é que os jornalistas falam com a sombra do machado pairando sobre as suas cabeças, pronto a cair ao menor deslize...

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                                            Pois é, parece que se tem medo de assumir uma opinião, mesmo que polémica, e que tudo é dito (principalmente se se tem alguma crítica a apontar) na base da maior discrição possível, tentando ao máximo manter o low profile e não comprometer ninguém nem a si próprio.
                                            A sensação que transpira é que os jornalistas falam com a sombra do machado pairando sobre as suas cabeças, pronto a cair ao menor deslize...
                                            Sim, talvez seja fácil falar pois não conheço a realidade

                                            dessas revistas nacionais. Porém a sensação que fica é algo do género:

                                            "ou dizes bem ou para a próxima não tens carros para testar".

                                            Esta máxima parece aplicar-se especialmente quando, por vezes,

                                            em certos comparativos, o Status Quo é passível de ser posto em causa.

                                            Não quero com isto dizer que não haja bons profissionais com relatos

                                            capazes de nos transmitir eficazmente o que sentem, transportando-nos

                                            para o lugar do condutor/passageiro. Estes podem é estar condicionados

                                            nas suas análises por questões de estilo jornalístico ou editorial.


                                            Cpts e Viagens Seguras.

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post
                                              Pois é, parece que se tem medo de assumir uma opinião, mesmo que polémica, e que tudo é dito (principalmente se se tem alguma crítica a apontar) na base da maior discrição possível, tentando ao máximo manter o low profile e não comprometer ninguém nem a si próprio.
                                              A sensação que transpira é que os jornalistas falam com a sombra do machado pairando sobre as suas cabeças, pronto a cair ao menor deslize...


                                              Concordo por completo!

                                              E decerto que será essa a realidade. Eles devem ter uma ordem da direcção que em traços gerais lhes diz: "Olha esse Ford tem de ganhar o comparativo" e o jornalista tem de acarretar fazendo todo o texto de forma a levar ao resultado esperado

                                              É triste, quase uma "mentira" pública que nos é passada, mas como tem autoria individual desse ser remetida a isso, ou seja a opinião de uma pessoa, que por acaso é jornalista

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                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Echos Ver Post
                                                Concordo por completo!

                                                E decerto que será essa a realidade. Eles devem ter uma ordem da direcção que em traços gerais lhes diz: "Olha esse Ford tem de ganhar o comparativo" e o jornalista tem de acarretar fazendo todo o texto de forma a levar ao resultado esperado

                                                É triste, quase uma "mentira" pública que nos é passada, mas como tem autoria individual desse ser remetida a isso, ou seja a opinião de uma pessoa, que por acaso é jornalista
                                                A coisa nunca é assim tão óbvia... mas se calhar esse rapaz até tem um ford (ou VW ou BM ou Volvo ou outra coisa qq) para andar ou passa a ter a possibilidade de fazer um test drive por 4 anos, etc...

                                                Quanto à questao da subjectividade, convém lembrar uma coisa, um jornalista não pode dar opiniões, tem que se limitar a relatar factos, caso contrário o trabalho passa aser um artigo de opinião e como tal tem que ser devidamente assinalado. Não é razão para os nossos testes serem tão cinzentos, pq pode-se escrever bem e ser cativante sem ser subjectivo. É difícil é arranjar quem o faça por pouco dinheiro... esse talvez seja cada vez mais o problema. E isso reflecte-se também na qualidade e quantidade dos testes que cada vez mais são menos exaustivos, com pena minha, que tb tenho saudades dos testes e da qualidade da Turbo dos anos 80.

                                                Mas por outro lado os jornalistas reflectem um bocado o sentimento comum e se na bola quem vende é o benfica, nos carros são os alemães. Mas atenção que a Auto Foco já passou a Auto Hoje... e lá não é tão grande e ostensiva a presença germânica... quer dizer que se calhar o gosto e o sentimento geral está a mudar... Se calhar a quantidade de Golfs e Passats, entre outros, que começam a ficar por aí "pendurados" nos leilões sem que ninguém lhes pegue tb são reflexo disso...

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  E também se pode equacionar a influência da publicidade nas revistas.

                                                  Dizem bem do nosso novo modelo "x" até colocamos a nossa publicidade nos próximos meses, desancam... acaba-se a publicidade.

                                                  Assim funciona com os jornais e com as televisões mas neste acrescentamos os políticos a ajudarem na festa da "parcialidade"...

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Sinceramente, não me importo com a subjectividade.
                                                    Aliás, dos mais entusiasmantes textos que li (e ouvi) acerca de automóveis foram, necessariamente, subjectivos.
                                                    Também não duvido que, para a generalidade dos consumidores, as questões técnicas não são muito relevantes e, provavelmente, darão mais importância a um texto onde se diga que o carro é bonito, espaçoso e confortável do que a uma análise fria com uma data de números relativos às performances e características do carro.
                                                    O que acho é que tem de se encontrar um meio termo.
                                                    Afinal, quem compra revistas, gosta de automóveis. E quem gosta de automóveis costuma estar tão interessado em dados puramente técnicos como na emoção de conduzir um carro.
                                                    Se fosse editor de uma revista, não tenho dúvidas em dizer que nenhum exame ficaria completo sem um quadro com todas as características técnicas do carro

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Não seria mais "honesto" , fazer assim :

                                                      - Tendo em conta o(s) TIPO(s) de carro(s) em análise e para o alvo para o qual foram construídos, ou seja, há coisa que são MUITO IMPORTANTES num utilitário e ABSOLUTAMENTE NADA, num desportivo, por exemplo.

                                                      - Fazer uma análise o mais OBJECTIVA possível (onde se iriam enquadrar os apectos que se traduzem em números) e determinar se o carro :

                                                      1 - NÃO CUMPRE
                                                      2 - CUMPRE

                                                      ...isto sem vitórias ou derrotas por comparação, ou seja, o carro x, identifica-se com um dos nºs atrás, quer seja analisado a sós, ou em comparativo com todos os restantes concorrentes de mercado. Não é porque é analisado com ou sem companhia, que vai cumprir mais ou menos, certo ?

                                                      Daqui retiraríamos o seguinte :

                                                      O carro x, que andavamos a pesquisar e pensar comprar, tem um maior ou menor nível de cuidado dado pelo construtor, para agradar à função a que se propõe.

                                                      Por fim, um comentário COMPLETAMENTE SUBJECTIVO - desde que assumido - não seria problemático, nem enganador, pois comparando com as restantes publicações, poderíamos encontrar nos ensaiadores, aqueles que têm um grau de exigência num carro idêntico ao nosso.

                                                      E não levaria a mal ler que : " de um grupo de 5 carros, o que mais agradou e gostei e aquele que levaria para casa é...", por isto, aquilo ou aqueloutro, falando de sensações e já não de curva melhor, pior ou acelera mais, ou menos, etc.

                                                      Editado pela última vez por PAZ; 22 September 2008, 10:35.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Lino Marques Ver Post

                                                        (...)


                                                        *Por exemplo, irrita-me solenemente a utilização exaustiva de expressões tipo: "O carro X tem um comportamento honesto...". Ah é? Porquê? Quer dizer que tudo o que ele faz é na legalidade? E se fosse desonesto, teria que ser preso?? A gente entende o que querem dizer, mas por favor não fiquem tão agarrados a convenções e a frases feitas. Ou ainda: "Carro Y tem umas linhas agradáveis e que não comprometem a harmonia estética do conjunto...". Ou seja, falou muito, mas disse pouco!
                                                        Um pouco mais de emoção e até de originalidade, por favor! Os leitores agradecem!

                                                        Lindo!!
                                                        Tive um professor na universidade que também gostava de emitir uns enunciados desses (mas relativamente à disciplina em questão)! Aquilo era uma risada com mais 2 ou 3 colegas sempre que ele estava ali 2 ou 3 minutos à volta de uma ideia e não dizia absolutamente nada!

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por Paulo Oliveira Ver Post
                                                          Objectividade jornalística no ramo automovél em PT passa mais pelas directrizes do management e das vendas...

                                                          Em linha com as capas da bola e do record... para vender!

                                                          Depois passa também pelas facilidades dos importadores em "cultivar" e "facultar" testes drives prolongados a algumas pessoas.

                                                          Penso eu de que...
                                                          Ora nem mais...

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Eu concordo com o autor do tópico. Acabamos por ter opiniões para todos os gostos (ou quase).

                                                            Mas o grande problema que tenho vindo a verificar é a falta de imparcialidade jornalística. Seria suposto que o jornalista fosse imparcial e se cingisse a relatar factos, com títulos mais ou menos bombásticos e até pouco condizentes com a realidade. Disso já estaríamos todos à espera e ninguém estranhava desde que o artigo fosse deveras jornalístico.

                                                            Mas a grande verdade é que o verdadeiro jornalismo já há muito que não existe. Verificamos na imprensa, na TV e até no rádio. De cada vez que assisto ao Tele-Jornal fico revoltadíssimo não só pela falta de verdadeiros jornalistas mas também pela falta de qualidade dos mesmo, muitos deles tão pouco sabem falar a Língua de Camões. Chegam a colocar as palavras nas bocas dos entrevistados e cortam-lhes a palavra logo de imediato!

                                                            No domínio dos automóveis, dada a força que o mercado tem, a gravidade da situação multiplica-se. Quando se tratam de comparativos, temos invariavelmente os papões a puxarem pelos cordelinhos daquelas marcas que todos nós sabemos quais são, sejam eles bons, medianos ou maus. Os €€€ falam bem mais alto e estão acima de tudo, qual Deus omnipotente!

                                                            Desengane-se quem espera ter artigos isentos seja no que for, com ou sem números!

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