Recentemente, tive o privilégio de conduzir numa pequena volta um Alfa Romeo 156 GTA.
Não me considerando propriamente um Alfista, sempre tive pela Alfa Romeo algum fascínio. Nomeadamente pela forma apaixonada como fazem automóveis, para quem gosta de conduzir e sentir os carros como mais do que um mero meio de transporte e que aprecia aquilo que normalmente os números não dizem.
Desde o seu lançamento que este 156 GTA era um carro pelo qual nutria um misto de admiração e curiosidade. É o topo de gama de aquele que é um dos segmentos D mais interessantes de sempre. O elegante e ágil 156. Actualmente um segmento D com 5 motorizações a gasolina (1.6, 1.8, 2.0, 2.5 e 3.2) na sua gama, peso e dimensões contidas, bom comportamento em estrada e uma estética de arrasar é coisa que pura e simplesmente não existe. Infelizmente.
A minha experiência ao volante de Alfas é limitada e passou por muitas centenas de km ao volante de um 33 1.5 ti, uma pequena volta num 75 1.6, uma ou duas voltas num 156 1.6 sw e um test-drive de algumas dezenas de km a um recente 159 2.4 diesel de 5 cilindros e 200 cv. Como passageiro é bastante mais vasta e inclui entre outros os Giulia GTA 1.6 e GTV 2.0.
Uma das impressões digitais da AR são normalmente os seus motores apaixonantes, em sonoridade e na forma como se deixam utilizar. O 33 1.5 ti, apesar de ser um carro com um comportamento que deixava um bocadinho a desejar, com fáceis percas de motricidade entre outras coisas e com uma cx de velocidades de que eu nunca gostei tinha uma bela banda sonora. Mesmo o 159 2.4 diesel tinha uma sonoridade bastante interessante e nesse caso um comportamento irrepreensível com um grip e uma compostura que impressionavam.
Sendo o GTA o topo das motorizações do 156 e um dos motores maiores e mais potentes que a AR fez nos últimos anos e sendo a base do 156 uma base amplamente elogiada pela sua agilidade e integridade e sabendo ainda que o GTA não é só a soma destas partes mas um cocktail afinado para ser francamente bom, foi com natural expectativa que dei à chave para o contacto dinâmico com este belíssimo carro.
O motor um 3.2 de 6 cilindros tem um ronco lindo e uma disponibilidade espectacular. Nas mudanças baixas em qualquer regime que se acelere, tem-se resposta imediata, suave mas muito forte e com um acompanhamento vocal de tenor. É daqueles motores que quando se precisa está sempre lá, mas que como qualquer otto que se preze também prefere as altas rpms - 4, 5, 6 e até passa ligeiramente das 7 antes de cortar. Apesar dos 250 cv serem obtidos às 6.200, em condução desportiva, chega-se com muita facilidade ao regime de corte, porque não se sente nenhuma quebra de fulgor antes.
A direcção com muito pouca brecagem é das melhores que já vi num fwd (fez-me lembrar a do mini cooper S anterior) transmite com grande precisão e rigor tudo o que se está a passar o que chega a causar aquela insegurança típica que se sente nos primeiros momentos de condução de um desportivo, em oposição à tranquilidade de um Mercedes ou BMW. No fundo é um canal de comunicação aberto entre carro e condutor.
O que não me impressionou muito foram os travões e a cx, não sendo más não me pareceu que se destacassem do conjunto, longe da cx de um bom Honda ou de uns travões de um bom porsche.
O comportamento pareceu-me bastante interessante. Bom grip e agilidade, é fácil provocar a traseira e fácil ir buscá-la (isto em condições controladas), o motor muito forte e disponível está no limite do que o eixo anterior consegue digerir (ainda por cima não tem autoblocante), o que implica que se tem que dosear muitas vezes o acelerador (em curvas até 3ª, provavelmente, sempre), mas isso dá muita pimenta à condução.
Falta referir os bonitos interiores, com uns magníficos bancos em pele com excelente apoio lateral e lombar e um ou outro botão ou gadget que já não funcionava bem (afinal é um Alfa Romeo) e os consumos da volta que se saldaram nuns generosos 18 e picos lts/100.
Em conclusão uma excelente berlina desportiva, exclusiva, elegante, cheia de músculo e fácil de conduzir e entusiasmante de explorar. Com o encanto que os Italianos sabem tão bem pôr nas suas realizações.
Já vai um bocado atrasado mas – Muito bem Alfa Romeo !
Não me considerando propriamente um Alfista, sempre tive pela Alfa Romeo algum fascínio. Nomeadamente pela forma apaixonada como fazem automóveis, para quem gosta de conduzir e sentir os carros como mais do que um mero meio de transporte e que aprecia aquilo que normalmente os números não dizem.
Desde o seu lançamento que este 156 GTA era um carro pelo qual nutria um misto de admiração e curiosidade. É o topo de gama de aquele que é um dos segmentos D mais interessantes de sempre. O elegante e ágil 156. Actualmente um segmento D com 5 motorizações a gasolina (1.6, 1.8, 2.0, 2.5 e 3.2) na sua gama, peso e dimensões contidas, bom comportamento em estrada e uma estética de arrasar é coisa que pura e simplesmente não existe. Infelizmente.
A minha experiência ao volante de Alfas é limitada e passou por muitas centenas de km ao volante de um 33 1.5 ti, uma pequena volta num 75 1.6, uma ou duas voltas num 156 1.6 sw e um test-drive de algumas dezenas de km a um recente 159 2.4 diesel de 5 cilindros e 200 cv. Como passageiro é bastante mais vasta e inclui entre outros os Giulia GTA 1.6 e GTV 2.0.
Uma das impressões digitais da AR são normalmente os seus motores apaixonantes, em sonoridade e na forma como se deixam utilizar. O 33 1.5 ti, apesar de ser um carro com um comportamento que deixava um bocadinho a desejar, com fáceis percas de motricidade entre outras coisas e com uma cx de velocidades de que eu nunca gostei tinha uma bela banda sonora. Mesmo o 159 2.4 diesel tinha uma sonoridade bastante interessante e nesse caso um comportamento irrepreensível com um grip e uma compostura que impressionavam.
Sendo o GTA o topo das motorizações do 156 e um dos motores maiores e mais potentes que a AR fez nos últimos anos e sendo a base do 156 uma base amplamente elogiada pela sua agilidade e integridade e sabendo ainda que o GTA não é só a soma destas partes mas um cocktail afinado para ser francamente bom, foi com natural expectativa que dei à chave para o contacto dinâmico com este belíssimo carro.
O motor um 3.2 de 6 cilindros tem um ronco lindo e uma disponibilidade espectacular. Nas mudanças baixas em qualquer regime que se acelere, tem-se resposta imediata, suave mas muito forte e com um acompanhamento vocal de tenor. É daqueles motores que quando se precisa está sempre lá, mas que como qualquer otto que se preze também prefere as altas rpms - 4, 5, 6 e até passa ligeiramente das 7 antes de cortar. Apesar dos 250 cv serem obtidos às 6.200, em condução desportiva, chega-se com muita facilidade ao regime de corte, porque não se sente nenhuma quebra de fulgor antes.
A direcção com muito pouca brecagem é das melhores que já vi num fwd (fez-me lembrar a do mini cooper S anterior) transmite com grande precisão e rigor tudo o que se está a passar o que chega a causar aquela insegurança típica que se sente nos primeiros momentos de condução de um desportivo, em oposição à tranquilidade de um Mercedes ou BMW. No fundo é um canal de comunicação aberto entre carro e condutor.
O que não me impressionou muito foram os travões e a cx, não sendo más não me pareceu que se destacassem do conjunto, longe da cx de um bom Honda ou de uns travões de um bom porsche.
O comportamento pareceu-me bastante interessante. Bom grip e agilidade, é fácil provocar a traseira e fácil ir buscá-la (isto em condições controladas), o motor muito forte e disponível está no limite do que o eixo anterior consegue digerir (ainda por cima não tem autoblocante), o que implica que se tem que dosear muitas vezes o acelerador (em curvas até 3ª, provavelmente, sempre), mas isso dá muita pimenta à condução.
Falta referir os bonitos interiores, com uns magníficos bancos em pele com excelente apoio lateral e lombar e um ou outro botão ou gadget que já não funcionava bem (afinal é um Alfa Romeo) e os consumos da volta que se saldaram nuns generosos 18 e picos lts/100.
Em conclusão uma excelente berlina desportiva, exclusiva, elegante, cheia de músculo e fácil de conduzir e entusiasmante de explorar. Com o encanto que os Italianos sabem tão bem pôr nas suas realizações.
Já vai um bocado atrasado mas – Muito bem Alfa Romeo !
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