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Advogados e apoio judiciário - reposição de alguma verdade. Nem anjos nem demónios.

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    Advogados e apoio judiciário - reposição de alguma verdade. Nem anjos nem demónios.

    Petição Pública

    CARTA ABERTA AOS CIDADÃOS PORTUGUESES DOS ADVOGADOS INSCRITOS NO SADT

    Os Advogados inscritos no Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais, a quem o Estado português deve milhões de euros por serviços jurídicos prestados aos cidadãos e que com empenho, zelo e dignidade continuam a prestar esses mesmos serviços, assim como, a suportar do seu bolso todas as despesas inerentes ao bom andamento dos milhares de processos que têm em mãos, vêm por este meio dizer “BASTA!” à campanha de difamação de que estão a ser alvo.

    Estes Advogados lamentam que haja figuras públicas com responsabilidades políticas e sociais, que recebem os seus salários mensalmente e outras benesses a que o comum do cidadão jamais poderá aspirar, pagos por todos nós, Advogados incluídos, a prestarem tão mau serviço à cidadania sempre que falam em acesso ao direito.

    Estes Advogados cansaram-se de ouvir tantos “notáveis” a falar do que simplesmente desconhecem, pessoas que nunca advogaram no âmbito do sistema de acesso ao direito e aos tribunais, que desconhecem por completo a legislação pela qual se pauta este sistema, com fins que se desconhece, mas que não são seguramente os da defesa dos Direitos, liberdades e Garantias dos Cidadãos, nem o acesso dos mesmos ao Direito e aos Tribunais.

    Estes Advogados fartaram-se de servir de bode expiatório das guerras políticas de uns, aspirações pessoais de outros e dos interesses corporativos dos demais.

    Estes Advogados não querem ser fonte de sustento de tantos comentadores que pululam por esses órgãos de comunicação social, uns pagos em dinheiro e outros em protagonismo.

    O que estes Advogados pretendem é tão somente que a verdade seja reposta, duma forma clara e inequívoca, por quem efectivamente demonstre ter conhecimentos do que fala e com a seriedade que este assunto exige.

    É FALSO que os honorários pedidos no âmbito do Apoio Judiciário não estejam sujeitos a fiscalização.

    Nos termos do art.º 28º nº 4 da Portaria nº 10/2008 de 3 de Janeiro, alterada pela Portaria n.º 210/2008 de 29 de Fevereiro, alterada e republicada pela Portaria n.º 654/2010 de 11 de Agosto, "O IGFIJ, I. P., pode realizar auditorias ao sistema de acesso ao direito e aos tribunais (…) para efeitos de confirmação da informação remetida pela Ordem dos Advogados."

    E foi no âmbito desta Portaria que o anterior governo auditou estes mesmos Advogados e o actual governo o está a fazer. Se mais auditorias não são feitas é porque o Ministério da Justiça, através do Instituto que tutela, se demitiu das funções que lhes estão exclusivamente adstritas.

    É FALSO que os serviços prestados no âmbito do Apoio Judiciário sejam pagos por actos.

    Os Honorários aos Advogados são pagos de acordo com a Tabela Anexa à Portaria n.º 1386/2004 de 10 de Novembro, que fixa esses mesmos honorários de acordo com o tipo de processo em que o mesmo intervém, independentemente dos actos que nele pratica.

    Já o Acórdão da Relação de Lisboa, de 29.10.2003, assim o referia: “...fixação dos honorários deve limitar-se à aplicação da tabela, não havendo já campo para ponderar o tempo gasto, o volume e a complexidade da intervenção, os actos e as diligências realizadas pelo defensor, ou outros factores, que foram tidos em conta no estabelecimento dos escalões tabelares...”

    Refere-se que há deslocações a Estabelecimentos Prisionais sem que existissem presos no âmbito do Processo, mas OMITE-SE que esses cidadãos podem estar presos no âmbito de outros processos que não aquele para o qual o patrono/defensor foi nomeado.

    OMITE-SE ainda que de acordo com a tabela supra referida o patrono/defensor até se poderá deslocar 84 vezes a uma prisão, mas só receberá “um máximo de três deslocações.”

    Refere-se que há queixas de Advogados inscritos no Acesso ao Direito, mas OMITE-SE, que grande parte dessas queixas se devem aos facto dos Advogados se recusarem propor em Tribunal acções inviáveis.

    Refere-se que o número de sessões peticionadas pelos Advogados não coincide com o número apurado pela auditoria, mas OMITE-SE que auditores existiam que interpelavam Advogados para que estes lhes informassem o que juridicamente era considerado uma sessão.

    Refere-se que existem processos que custam 100 mil euros ao Estado, mas OMITE-SE que os mesmos se tratam de mega processos, muitos deles com mais de 30 Advogados e mais de 90 arguidos.

    OMITE-SE ainda que muitas das vezes esses Advogados defendem mais do que um arguido, sendo que o número de defesas efectuadas não se repercute nos honorários recebidos.

    Refere-se a existência de desconformidade entre o requerente do pagamento e o advogado que consta no processo, mas OMITE-SE que nos termos legais o Advogado nomeado pode substabelecer noutro Advogado a prática de actos, sendo que só ao primeiro é permitido requerer honorários. E doutra forma não poderia ser, porque o art.º 35º da Lei n.º 34/2004 de 29 de Julho, alterada e republicada pela Lei n.º 47/2007 de 28 de Agosto assim o obriga: “1 - O patrono nomeado pode substabelecer, com reserva, para diligência determinada, desde que indique substituto. 2 - A remuneração do substituto é da responsabilidade do patrono nomeado.”

    OMITE-SE ainda que há Advogados que não têm forma de ser compensados pelos actos praticados, porque tendo sido nomeados em escala para o processo em interrogatório de arguido, vêm-se arbitrariamente substituídos por outros defensores, através de nomeações efectuadas pelos Srs. Procuradores, aquando a prolação do despacho de acusação.

    Refere-se que o apoio judiciário custa no mínimo 50 milhões de euros por ano ao Estado, mas OMITE-SE que mais de 60% das intervenções dos Advogados são efectuadas no âmbito de processo penal e que na maioria desses casos os arguidos pagam os honorários do defensor oficioso e ainda uma taxa de 450,00€, que o Estado arrecada para si.

    É verdade porém que algo corre mal no Acesso ao Direito, nomeadamente: - Divulgar-se unilateral e publicamente números duma auditoria que supostamente era conjunta, tecendo-se comentários sobre a mesma, enquanto uma das entidades ainda se encontra em processo de análise dos primeiros resultados apurados. - Condenar-se publicamente uma classe, sem que os visados conheçam os factos de que estão a ser acusados, em clara violação do contraditório e fazendo-se tábua rasa da presunção da sua inocência.

    O que é perturbador, aliás muito perturbador, para um Estado que se diz de direito e democrático.

    Projecto Acesso ao Direito

    Os signatários

    #2
    Acho que o título é adequado "nem anjos nem demónios".

    Agora das duas uma, ou a Sra. Ministra tinha fundamento nas declarações que prestou ou o que disse, sendo falso, é grave...

    Comentário


      #3
      Em casa onde não há pão...

      Comentário


        #4
        Infelizmente é uma realidade que passa ao lado e da qual, parece que não se quer, que tudo seja colocado em "dia".

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por Valium Ver Post
          Acho que o título é adequado "nem anjos nem demónios".

          Agora das duas uma, ou a Sra. Ministra tinha fundamento nas declarações que prestou ou o que disse, sendo falso, é grave...
          A petição não surge tanto em virtude da intervenção da ministra, mas de alguns comentadores com responsabilidades na opinião pública. O exemplo flagrante é o tal mega processo com 90 arguidos e 30 advogados. E ainda o facto de muitas deslocações a detidos serem no âmbito de processos diferentes do que condenou a prisão. Se um cidadão está preso e está a ser julgado num outro processo, é óbvio que o defensor tem de se deslocar à prisão e não tem de suportar a despesa.

          Comentário


            #6
            É triste ver o caso de um advogado ir defender um oficioso estando este a receber o rendimento mínimo ou querer ir tirar um curso no qual ainda recebe.

            E o advogado não saber quando recebe o dinheiro. Há casos com mais de 1 ano.

            É caso para levantar um processo de penhora ao Estado por incumprimento do pagamento.

            Comentário


              #7
              Penhora-se o dinheiro da venda do BPN

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
                Penhora-se o dinheiro da venda do BPN
                Isso já tem muitos credores. lol
                Quando o último (se tanto) quisesse ser pago, já não havia dinheiro que chegasse.

                Comentário


                  #9
                  Marinho Pinto vai responsabilizar criminalmente dirigentes do Ministério da Justiça - Sociedade - PUBLICO.PT

                  Parece que a coisa afinal, não é como o MJ pinta.

                  Mas dava tanto jeito não ter de pagar nada.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por Israel Ver Post
                    Marinho Pinto vai responsabilizar criminalmente dirigentes do Ministério da Justiça - Sociedade - PUBLICO.PT

                    Parece que a coisa afinal, não é como o MJ pinta.

                    Mas dava tanto jeito não ter de pagar nada.
                    claro que nao é.
                    e claro que o marinho tb nao é santo e a forma como fala se por um lado é corajosa, por outra é um pouco populista. E perde alguns pontos. Agora o que não é, é aquela meia tintice tipica das corporacoes em PT, onde todos passam a mao no lombo uns aos outros, pq amanha pode se precisar, e este pais é tão pequeno para arranjar gamela para todos.

                    Isto resume-se a isto

                    O relatório da OA reconhece, porém, que 309 advogados cometeram irregularidades em todos os processos que lhes estavam adstritos, tendo Marinho Pinto, garantido que a Ordem será “impiedosa” com os causídicos que cometeram tais fraudes, dizendo que “não queria maçãs podres”.
                    Como aquele que numa ano ganhou 70 mil euros em oficiosas!!!! É preciso uma auditoria pra apanhar um gajo desses?

                    Agora o grosso das irregularidades são coisas pequenas, mtas vezes prejudicam o pp advogado pq por exemplo identificou mal o processo, ou pq pediu os honorarios um dia antes do transito em julgado e "prejudica" o estado.

                    Comentário


                      #11
                      Grande parte das irregularidades não lesam o Estado. Tipo, se se gerou o pedido uns dias antes do trânsito em julgado, o Estado não vai pagar mais. Aliás, com o atraso que existe nos pagamentos, bem mais que um ano em muitos casos, só em juros o Estado deve uns milhões largos.

                      Também é verdade que se lançou a suspeita sobre toda a classe sem sequer se querer saber da dimensão e da origem de grande parte dos alegados desvios. E , de facto, quem quis saber se constava da lista negra, teve de perguntar. Eu perguntei, pois lapsos podem sempre existir. Por sorte, ainda me disseram que um processo de Abril de 2010 iria ser pago até ao fim do corrente semestre....imagine-se se era eu a dever ao Estado....

                      Comentário


                        #12
                        A OA deve mesmo ser impiedosa com quem infringiu de forma deliberada, só assim poderá ter credibilidade.

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                          A OA deve mesmo ser impiedosa com quem infringiu de forma deliberada, só assim poderá ter credibilidade.
                          Vai ser. Duvido que haja outra ordem profissional com metade das expulsões e suspensões percentuais da OA. E bem.

                          Comentário


                            #14
                            Só não percebo é por que é que se escreve a palavra "advogados" com A maiúsculo...

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                              Só não percebo é por que é que se escreve a palavra "advogados" com A maiúsculo...
                              Tira lá as lentes vermelhas, vá.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                                Só não percebo é por que é que se escreve a palavra "advogados" com A maiúsculo...
                                é sempre com minuscula, até precisares de um.

                                Comentário


                                  #17
                                  Hoje fiquei enjoada (podem trocar a ordem do "j" e do "o" que também serve) ao ver que o Marinho Pinto faz mais questão de contestar os nºs do MJ do que condenar o facto de haver advogados que efectivamente cometeram falcatruas.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                                    Hoje fiquei enjoada (podem trocar a ordem do "j" e do "o" que também serve) ao ver que o Marinho Pinto faz mais questão de contestar os nºs do MJ do que condenar o facto de haver advogados que efectivamente cometeram falcatruas.

                                    Pq o que estava em causa era precisamente os numeros que o MJ mandou prá opinião publica.
                                    E foi isso que os media mostraram. Como é normal mostram sempre a parte do sangue.

                                    O relatório da OA reconhece, porém, que 309 advogados cometeram irregularidades em todos os processos que lhes estavam adstritos, tendo Marinho Pinto, garantido que a Ordem será “impiedosa” com os causídicos que cometeram tais fraudes, dizendo que “não queria maçãs podres”.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por MerryBerry Ver Post
                                      Tira lá as lentes vermelhas, vá.

                                      O que é que a cor dos óculos tem a ver com o assunto???






                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
                                        é sempre com minuscula, até precisares de um.
                                        Só se for assim para as tuas bandas...

                                        Comentário


                                          #21
                                          Em termos práticos houve irregularidades porque o sistema informático o permitiu. Isto é, os advs podiam registar despesas em sistema sem controlo. Além disso é impossível saber se é fraude ou "engano".

                                          É verdade que é pouco ético mas tb é verdade que o estado continua a abusar dos advogados de oficiosas.

                                          O culpado para mim, é o gajo que desenhou o sistema informático. Não o programador mas sim aquele que desenhou um programa que permitia registo de despesas "à vontade do freguês" e sem validação . Erro básico está aqui.

                                          Estou a falar de alto pois não sou adv mas tenho apanhado alguma opiniões de alguns e parece-me que é esta a razão do problema.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Bem, podemos dizer que o sistema tem um erro ou falha, não havendo a tal validação, mas a responsabilidade continua a ser do que tentar tirar um benefício sem nada que o justifique.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                                              Bem, podemos dizer que o sistema tem um erro ou falha, não havendo a tal validação, mas a responsabilidade continua a ser do que tentar tirar um benefício sem nada que o justifique.
                                              Não sei bem.
                                              É um pouco como a história da pessoa que deixa a porta de casa aberta e é roubada. Tanto quanto sei, nestes casos, a pena para o ladrão, no caso de ser apanhado, é muito menor do que nos casos em que arrombam a fechadura.

                                              Há um jurisprudência relativa a este assunto que em certa medida desculpabiliza o ladrão.

                                              Para o caso do sistema informático, pode fazer-se a analogia.


                                              Nenhum, advogado "hackeou" o sistema para burlar o estado. A sistema estava de "pernas abertas" e a tentação é um pecado humano compreensível.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                                ...
                                                Nenhum, advogado "hackeou" o sistema para burlar o estado. A sistema estava de "pernas abertas" e a tentação é um pecado humano compreensível.
                                                Mas burlou ou não?
                                                Isso dos pecados tratas com o "teu" Deus, sendo o sistema mais ou menos permissivo, milhares seguiram as regras e pediram de acordo com o estipulado, já outros...

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                                                  Mas burlou ou não?
                                                  Isso dos pecados tratas com o "teu" Deus, sendo o sistema mais ou menos permissivo, milhares seguiram as regras e pediram de acordo com o estipulado, já outros...
                                                  Eu não sou ng para julgar isso, apenas compreendo as motivações. Sou da opinião que qualquer sistema que seja permeável à fraude é um mau sistema.
                                                  Como tal, o autor deste sistema deve ser responsabilizado também e não apenas os advogados.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Deve ser chamado a corrigir, pelo menos, mas não se pode desculpabilizar o infractor por aproveitar a falha do sistema.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                                                      mas não se pode desculpabilizar o infractor por aproveitar a falha do sistema.
                                                      Pode se reduzir a culpa ( ou a pena?) como eu exemplifiquei mais acima com a história da porta aberta.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                                        Pode se reduzir a culpa ( ou a pena?) como eu exemplifiquei mais acima com a história da porta aberta.
                                                        Eu não concordo. Milhares tiveram a porta aberta e não o fizeram.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                                                          Eu não concordo. Milhares tiveram a porta aberta e não o fizeram.
                                                          Penso que dizes isso porque é suposto um advogado ter uma conduta irrepreensível por uma questão de ética. Logo, tem maior responsabilidade que o comum dos mortais em cumprir a Lei.

                                                          Mesmo assim, creio que existe uma atenuante.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            O sistema não permite apresentação de despesas não comprovadas. É necessária a apresentação de comprovativos.

                                                            O que o sistema permite é o erro ou fraude na qualificação do processo que gera honorários. Tipo de processo, número de sessões, etc. Por exemplo: muitos advogados marcavam 2 sessões sempre que iam 2 vezes a uma audiência.Normal não? Não! O Estado considera que uma sessão contempla 2 idas a tribunal: um julgamento com continuação vale como uma só sessão. Foram imensos os erros deste género.

                                                            Comentário

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