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Governo reduz juros dos certificados de aforro

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    Governo reduz juros dos certificados de aforro

    Governo reduz juros dos certificados de aforro


    Os certificados de aforro vão estar, a partir de hoje, sujeitos a uma taxa de juro anual nominal bruta mais reduzida, fruto de uma alteração do Governo na fórmula de cálculo da taxa de juro base deste produto financeiro, apurou o Jornal de Negócios.

    Trata-se da primeira vez desde 1996 que o Executivo altera o factor de ponderação da taxa de juro base, que passa agora para 0,8, menos 0,14 pontos do que os 0,94 que vigoraram nos últimos 10 anos.

    A taxa base anual é definida todos os meses, com base na evolução da Euribor a 3 e a 12 meses que vigorou no mês anterior (são consideradas 20 observações para efeito de cálculo), e, ao que o Jornal de Negócios apurou, o valor que vai vigorar em Agosto será de 3,151%. Os juros que os aforradores recebem anualmente, não são, contudo tão elevados, porque os portugueses vão receber apenas 80% deste valor global, ou seja, vão ser remunerados à taxa anual nominal bruta de 2,5208%.

    No entanto, se o secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, não tivesse revisto agora o método de cálculo, ou seja, se continuasse a ser aplicado o ponderador de 0,94, então os detentores de certificados de aforro iriam receber juros anuais brutos de 2,9619%.







    [:0][:0][:0][:0][:0]
    Porquê!!!?

    Não percebo...[xx(]

    #2
    que grandes filhos da mãe

    desculpem lá mas isto não tem outra palavra.

    [8][8][8][8][8][8]


    (Editado pela Moderação)

    Comentário


      #3
      ainda perguntas porquê????

      não tens lido as noticias, o investimento em certificados de aforro tem aumentado nos ultimos tempos.

      Comentário


        #4
        Pois, mas quem ganha com isto?!

        O governo? Em quê?!

        Comentário


          #5
          citação:Originalmente colocada por mjm

          Pois, mas quem ganha com isto?!

          O governo? Em quê?!

          Se a taxa de juro desce o governo paga menos juros aos investidores.

          Comentário


            #6
            citação:Originalmente colocada por ragazzito

            citação:Originalmente colocada por mjm

            Pois, mas quem ganha com isto?!

            O governo? Em quê?!

            Se a taxa de juro desce o governo paga menos juros aos investidores.
            Exacto.




            Comentário


              #7
              Porra... Isto assim não vamos longe. Vai chegar o dia que mais vale ter o dinheiro de baixo do colchão...

              Comentário


                #8
                citação:Originalmente colocada por panpipe

                que grandes filhos da mãe

                desculpem lá mas isto não tem outra palavra.

                [8][8][8][8][8][8]


                (Editado pela Moderação)
                (Editado pela Moderação) VAMOS A TER CALMA MEUS SENHORES....

                Só investe em certificados de aforro quem quer, se não gostas vais a um banco e subscreves um dos produtos financeiros existentes..

                O Estado tem que se preocupar em reduzir os gastos com o encargo com a divida, e se com os juros actuais os certificados de aforro estavam a ter uma procura elevada, aplica-se as leis do mercado, reduz-se os juros..

                Comentário


                  #9
                  citação:Originalmente colocada por air

                  Porra... Isto assim não vamos longe. Vai chegar o dia que mais vale ter o dinheiro de baixo do colchão...
                  Já foi pior... Há uns anos tinha taxas de juros de 15 ou 20%, mas tinhas taxas de inflacção de 30%..

                  Já toda a gente sabe que "quem não arrisca não petisca".. E nas aplicações financeiras é a mesma coisa, quando menor o risco menor o ganho potencial, e os certificados de aforro são os que provavelmente têm o risco mais baixo de todo o mercado, dai que até era um bocado estupido estarem com juros superiores a produtos financeiros com risco maior..

                  Comentário


                    #10
                    La tenho que concordar com o mundano :D

                    Comentário


                      #11
                      Isto pelo menos é legal?

                      Comentário


                        #12
                        citação:Originalmente colocada por mundano

                        citação:Originalmente colocada por panpipe

                        que grandes filhos da mãe

                        desculpem lá mas isto não tem outra palavra.

                        [8][8][8][8][8][8]


                        (Editado pela Moderação)
                        (Editado pela Moderação) VAMOS A TER CALMA MEUS SENHORES....


                        Só investe em certificados de aforro quem quer, se não gostas vais a um banco e subscreves um dos produtos financeiros existentes..

                        O Estado tem que se preocupar em reduzir os gastos com o encargo com a divida, e se com os juros actuais os certificados de aforro estavam a ter uma procura elevada, aplica-se as leis do mercado, reduz-se os juros..
                        E quem ganha com isto?

                        A banca, claro. As taxas de juro estão a subir, há depósitos a prazo que já dão 5%/6% à vontade e o estado baixa os juros nos certificados de aforro, logo agora que a sua procura aumentou muito.

                        E desculpa corrigir-te, mas o pagamento de juros de certificados de aforro não tem nada de encargo com dívida. Aliás, os certificados de aforro são uma forma de FINANCIAMENTO do estado. É uma espécie de titularização.
                        Ao captar dinheiro com os certificados de aforro, o estado estará a fazer precisamente o inverso, a melhorar a sua capacidade de abatimento de dívidas.

                        É mais uma daquelas medidas parvas que apenas pensa no curto prazo. A curto prazo, vão pagar menos juros. Facto. A médio longo prazo, vai haver menos financiamento para o estado. Facto.

                        Outro facto é que quem ganha com isto à grande é a banca, pois apesar de por vezes pouco esclarecidos, os portugueses não são otários e vão concerteza retirar o dinheiro dos certificados de aforro e colocar em produtos geridos pela banca. [^][^]
                        Eu não acredito nas teorias da conspiração, mas ele acontece com cada coisa em Portugal que eu nem sei...[8)]

                        E o giro mesmo era haver uma corrida EM MASSA ao resgate dos certificados de aforro por parte dos portugueses... havia de ser bonito ver o estado converter todos esses certificados em dinheiro vivo de um dia para o outro...[}]

                        Comentário


                          #13
                          Espero que agora haja um pouco de moderação nos internevientes.

                          Comentário


                            #14
                            Por acaso acho uma medida verdaderamente absurda.

                            Tudo isto pq os Certeficados eram uma boa opção de investimento. E Alguém no estado não deve gostar de ver o Zé Povinho a ganhar algum!!!

                            Por acaso como disse o pmgoliv era giro ver todos a levantarem o seu guito... Iam os certeficados á falência. Ia ser mesmo giro de se ver!

                            Comentário


                              #15
                              Isso acontece porque aos executivos, sobretudo a este, não tem interessado poupança que não seja aquela que tem dado os fabulosos lucros à banca...

                              Comentário


                                #16
                                Oh pmgoliv, claro que os certificados de aforro são divida publica.. Se subscreveres certificados de aforro estás a emprestar dinheiro ao Estado.. E isso tem um encargo anual, que são os juros. Se os certificados estavam a ter uma procura maior do que é normal é logico que haja correcções.

                                E se com isto vão ganhar os bancos.. Ainda bem.. O Estado não é nenhum Banco, os certificados de aforro são um instrumento de financiamento do Estado que deve ser criteriosamente gerido, não são um instrumento para as pessoas multiplicarem as suas poupanças. Se querem investir sem risco, os Certificados de Aforro são um instrumento tão bom como sempre foram, se querem ganhar dinheiro, há no mercado imensas boas opções, não há necessidade de o Estado estar a oferecer juros desnecessariamente mais altos a alguns, pagos à custa dos impostos dos outros...


                                Quanto à moderação.. Eu apenas usei a mesma linguagem.. Ou os criterios de boa educação mudam quando se fala do governo ou quando se fala de um membro do forum?

                                Comentário


                                  #17
                                  citação:Originalmente colocada por mundano

                                  citação:Originalmente colocada por air

                                  Porra... Isto assim não vamos longe. Vai chegar o dia que mais vale ter o dinheiro de baixo do colchão...
                                  Já foi pior... Há uns anos tinha taxas de juros de 15 ou 20%, mas tinhas taxas de inflacção de 30%..

                                  Já toda a gente sabe que "quem não arrisca não petisca".. E nas aplicações financeiras é a mesma coisa, quando menor o risco menor o ganho potencial, e os certificados de aforro são os que provavelmente têm o risco mais baixo de todo o mercado, dai que até era um bocado estupido estarem com juros superiores a produtos financeiros com risco maior..
                                  no estado em que as coisas estao, os certificados de aforro sao muito mais arriscados que outros produtos financeiros bem escolhidos.

                                  acho muito mais dificil um banco multinacional abrir falencia que o estado. na america do sul houve recentemente um exemplo disso...quem tinha dinheiro guardado, ficou sem ele (pelo menos ficou congelado, ja nao me lembro como a historia continuou)
                                  um banco multinacional pode fechar portas num pais, ser comprado por outro, mas falir (e assim nao conseguir devolver o dinheiro), é muito complicado.

                                  ainda para mais, quem gere os bancos sao os mesmos dos governos, ou os seus amigos! é malta competente (em geral) e que sabe o que faz, senao nao tinham chegado onde chegaram, mas no banco nao teem autorizaçao para roubar livremente. no banco ha uma relaçao "vendedor-cliente". tendenciosa, é certo, mas ha. no estado ha uma relaçao "xulo-p*ta".

                                  Comentário


                                    #18
                                    citação:Originalmente colocada por mundano

                                    Oh pmgoliv, claro que os certificados de aforro são divida publica.. Se subscreveres certificados de aforro estás a emprestar dinheiro ao Estado.. E isso tem um encargo anual, que são os juros. Se os certificados estavam a ter uma procura maior do que é normal é logico que haja correcções.

                                    E se com isto vão ganhar os bancos.. Ainda bem.. O Estado não é nenhum Banco, os certificados de aforro são um instrumento de financiamento do Estado que deve ser criteriosamente gerido, não são um instrumento para as pessoas multiplicarem as suas poupanças. Se querem investir sem risco, os Certificados de Aforro são um instrumento tão bom como sempre foram, se querem ganhar dinheiro, há no mercado imensas boas opções, não há necessidade de o Estado estar a oferecer juros desnecessariamente mais altos a alguns, pagos à custa dos impostos dos outros...
                                    Respeito a tua opinião, mas acho que estás a ver a coisa ao contrário.

                                    Os certificados de aforro são uma forma de FINANCIAMENTO do estado, bem mais barata do que recorrer ao crédito bancário.

                                    O estado não é um banco, é certo, e a sua preocupação não deve ser criar formas de investimento vantajoso para os particulares. MAs aqui nem é o caso... trata-se de garantir uma fonte de financiamento mais barata. É isto que não faz sentido nenhum.

                                    No que diz respeito aos bancos, se ficam eles "a ganhar ainda bem" é um bocado relativo. Gostava de saber que interesses serve esta medida.
                                    Eu faço as minhas escolhas e procuro o melhor investimento para mim.

                                    Mas pensar que o estado deixa de ter uma fonte de financiamento, que lhe custa 3-4% ao ano (hipótese), que passa a ser canalizada para banca e que depois o estado vai ter de recorrer ao crédito (porque o estado não anda a nadar em dinheir) a uma taxa de 5-6% (hipótese), simplesmente não faz sentido nenhum!

                                    Comentário


                                      #19
                                      Estás a criar uma ideia muito errada que o Estado vai deixar de se financiar com Certificados de Aforro para passar a financiar-se com creditos bancarios.. Isso não funciona assim.

                                      O Estado Central não precisa de recorrer a creditos bancarios.. Nem os bancos comerciais estão interessados em igualar as condições que o Estado Central consegue.. Aliás, os bancos privados é que muitas vezes se financiam junto do Banco de Portugal, que não deixa de ser um dos departamentos do Estado..


                                      Este ajustamento muito provavelmente aconteceu porque a procura de certificados de aforro estava a superar o necessario..

                                      Comentário


                                        #20
                                        Que me desculpe o autor do tópico mas a minha resposta vais ser extensa:

                                        O interesse é só o estado ter cedido ás pressões, não interessa a alguns que os estado arrecade as parcas economias dos Portgueses.


                                        E fica aqui o resto



                                        A banca paga metade da taxa de IRC, as remunerações dos trabalhadores representam apenas 30% do VAB do sector, e faltam 530 milhões de contos nos fundos de pensões
                                        por Eugénio Rosa[*]

                                        RESUMO DESTE ESTUDO

                                        Em Portugal, no ano de 2004, a percentagem do PIB (riqueza criada em cada ano) que reverte para os trabalhadores sob a forma de remunerações atingiu apenas de 40%, enquanto a média na União Europeia rondou os 51%. No nosso País 73% da população activa recebe apenas 40% da riqueza criada, o que revela um grau de desigualdades muito elevado.

                                        Se se fizer o mesmo tipo de análise em relação ao sector bancário conclui-se que, em 2004, de acordo com dados publicados pelo Banco de Portugal, as remunerações dos trabalhadores bancários, retirando as contribuições patronais para os fundos de pensões e para a segurança social, a fim dos dados poderem ser comparáveis com os anteriores, deverá ter rondado apenas 30% do VAB (Valor Acrescentado Bruto) do sector bancário, tendo descido 5 pontos percentuais desde 1998, ou seja, a desigualdade na repartição da riqueza era ainda mais grave do que a nível nacional e tem-se agravado ao longo dos anos.

                                        Em 2004, os impostos sobre lucros pagos pela banca ao Estado foram inferiores, mesmo em valores nominais, aos de 1998, tendo representado, em 1998, 22,8% dos lucros antes de impostos e, em 2004, apenas 12,1% ou seja, metade da taxa de IRC em vigor nesse ano. No período compreendido entre 1998 e 2004, a banca pagou de impostos sobre lucros ao Estado 2.815 milhões de euros, mas arrecadou 14.363 milhões de euros de lucros líquidos, ou seja, cinco vezes mais do que os impostos pagos, o que mostra que a privatização da banca foi um mau negócio para o País, mesmo em termos financeiros, porque se a banca fosse pública uma grande parte destes lucros constituiriam receitas do Orçamento do Estado, contribuindo para reduzir o défice orçamental.

                                        No fim de 2004, as responsabilidades dos Fundos de Pensões dos trabalhadores dos cinco maiores bancos somavam 8.862,2 milhões de euros. No entanto, o valor do património para cobrir essas responsabilidades era apenas de 6.216,2 milhões de euros, o que significava que estavam em falta nesses fundos 2.645,9 milhões de euros (530 milhões de contos) para estarem totalmente provisionados. É urgente alterar a lei dos fundos de pensões para os trabalhadores bancários no activo e na reforma possam controlar os seus fundos de pensões, como já sucede em países da União Europeia (ex. Espanha), pois em Portugal os banqueiros continuam a utilizar como querem o dinheiro dos fundos de pensões dos trabalhadores sem terem de prestar quaisquer contas ou informações dos seus actos aos principais interessados.

                                        Num estudo anterior [1] , utilizando dados do Eurostat e do Banco de Portugal mostramos que, entre todos os países da União Europeia, era precisamente em Portugal que a parte do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, da riqueza criada em cada ano que reverte para os trabalhadores sob a forma de remunerações era mais baixa. Efectivamente, em 2004, enquanto na UE25 essa parte representava, em média, 51% do PIB, em Portugal era apenas de 40%.

                                        Neste estudo, vamos procurar fazer a mesma análise para o sector bancário. Como se sabe o PIB resulta do somatório dos VAB (Valor Acrescentado Bruto) de cada sector. Para isso teremos de calcular o VAB do sector bancário a partir do Produto Bancário já que não existem dados do VAB disponíveis.

                                        Mas antes interessa esclarecer os conceitos que vão ser utilizados para que os resultados obtidos sejam facilmente compreensíveis.

                                        Os resultados da actividade bancária resultam, em primeiro lugar, da diferença entre os proveitos financeiros que a banca obtém pelas aplicações que faz (por ex.: juros que cobra pelos empréstimos que realiza) e os custos financeiros resultantes dos recursos que capta (por ex., juros que paga aos depositantes). A esta diferença chama-se MARGEM FINANCEIRA (MF). Se se adicionar à MF os proveitos dos rendimentos dos títulos e dos serviços bancários que presta (por ex., comissões que cobra por cada transferência, por cada empréstimo, etc), obtém-se o chamado PRODUTO BANCÁRIO.

                                        É com este Produto Bancário, obtido desta forma, que os bancos pagam os chamados custos operativos, que incluem os Custos com Pessoal e os com Fornecimentos e Serviços de Terceiros (FST), ficando o resto para amortizações, provisões, impostos, e lucros. Portanto, se retirarmos ao Produto Bancário os Custos com Fornecimentos e Serviços de Terceiros obtemos aquilo que praticamente coincide com o VAB que se obtém para os outros sectores.

                                        É isso que se vai calcular seguidamente utilizando dados constantes do Relatório de Estabilidade Financeira de 2004 publicado pelo Banco de Portugal.

                                        ENTRE 1998 E 2004, A PERCENTAGEM QUE OS CUSTOS DE PESSOAL REPRESENTAM NO VAB DO SECTOR BANCÁRIO DIMINUIU 11,6%, MAS A PRODUTVIDADE POR TRABALHADOR AUMENTOU 57,5%

                                        Os dados do quadro seguinte são do Banco de Portugal, portanto dados oficiais e correctos. Qualquer leitor pode ter acesso a eles, consultando o sítio web do Banco de Portugal.

                                        Como já se explicou, para obter o valor do VAB do sector bancário subtraímos ao valor do Produto Bancário os Custos com os Fornecimentos e Serviços de Terceiros. No entanto, os Custos com Pessoal que constam do quadro II, incluem para além das remunerações dos trabalhadores do sector bancário, outros custos como as remunerações e outros benefícios pagos aos administradores assim como as transferências para os Fundos de Pensões e para o Regime Geral dos trabalhadores inscritos neste regime. Mesmo assim a percentagem que, do VAB, reverte para os trabalhadores é significativamente baixa como revelam os dados do quadro, o que torna evidente a grande desigualdade na repartição da riqueza que se verifica no sector bancário entre os trabalhadores e as entidades patronais.



                                        Entre 1998 e 2004, a percentagem que os Custos com Pessoal representam no VAB do sector bancário desceu de 42,3% para apenas 37,4%, ou seja, teve uma redução de 11,6%. E tenha-se presente que os Custos de Pessoal incluem, como já se referiu, muitas mais despesas do que as remunerações que os trabalhadores recebem.

                                        Por essa razão, os 37,4% que representam os Custos de Pessoal no VAB do sector bancário em 2004 não podem ser comparados com os 40% que representam as remunerações recebidas por todos os trabalhadores portugueses do PIB no ano de 2004. Para os dados serem comparáveis haveria que retirar aos 37,4% do sector bancária a parte correspondente ás contribuições patronais para os Fundos de Pensões e para o Regime Geral da Segurança Social. Fazendo isso aquela percentagem desceria certamente para menos de 30% do VAB do sector bancário.

                                        Em resumo, se a nível nacional os 40% que as remunerações representam em relação ao PIB já revelam uma situação de grande desigualdade na repartição da riqueza, pois a média que se verifica na União Europeia é de cerca de 51% do PIB receberem os trabalhadores sob a forma de remunerações, os 30% do VAB que os trabalhadores bancários recebem sob a forma de remunerações representa uma desigualdade ainda maior do que aquela que se verifica a nível de todo o País.

                                        A REPARTIÇÃO VAB POR BANCOS SEGUNDO DADOS PUBLICADOS PELA REVISTA EXAME

                                        A revista Exame publicou um número especial em 2005, com dados dos bancos referentes a 2004, com base nos quais é possível calcular a percentagem para cada banco. No entanto, como rapidamente se conclui os dados desta revista não coincidem com os publicados pelo Banco de Portugal. E embora sejam os dados publicados pelo Banco de Portugal que estão certos, no entanto vamos apresentar os dados dessa revista já que permite uma análise mais fina – banco a banco –, por um lado, e, por outro lado, possibilita aos trabalhadores de cada banco analisar esses dados e identificar as razões que explicam que eles não coincidem com os publicados pelo Banco de Portugal, que são dados consolidados.



                                        Em 2004, de acordo com os dados publicados pela revista EXAME, os Custos de Pessoal representaram 44,2% do VAB do sector bancário, enquanto segundo os dados publicados pelo Banco de Portugal esses custos corresponderam apenas a 37,4% do VAB bancário. É evidente que são os dados publicados pelo Banco de Portugal que merecem maior confiança.

                                        No entanto, os dados publicados pela revista EXAME têm a vantagem de permitir calcular a percentagem por banco, levantando algumas questões importantes que os trabalhadores de cada banco poderiam investigar, nomeadamente as seguintes: Porque razão a CGD, o MG, o BIG, o Banco Bilbao e o BNP apresentam percentagens superiores a 50%, enquanto existem bancos que apresentam percentagens muito mais baixas? Será porque foram incluídos em 2004 nestes bancos custos classificados como de pessoal que se verificaram apenas neste ano e que não se registarão de uma forma regular nos anos seguintes? Se se retirar dos Custos de Pessoal de cada banco as remunerações e outras despesas com a administração e as contribuições patronais para os Fundos de Pensões e para a Segurança Social, qual é a percentagem que se obteria? São questões que interessaria responder e que só o não fizemos por falta de dados.

                                        OS BANCOS PAGAM AO ESTADO CADA VEZ MENOS IMPOSTOS SOBRE OS LUCROS

                                        O quadro seguinte, construído com dados publicados pelo Banco de Portugal, mostra, por um lado, que a parcela dos lucros que a banca paga ao Estado de Impostos é cada vez menor e, por outro lado, que os lucros obtidos pela banca atingem volumes extremamente elevados o que prova também que a privatização da banca foi um mau negócio para o Estado, até quando a analisamos na óptica de fontes de receitas para o Orçamento do Estado.



                                        Contrariamente àquilo que o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, tem afirmado e pretende fazer crer, a percentagem de lucros que a banca entrega ao Estado sob a forma de pagamento de impostos é cada vez menor. Como mostram os dados divulgados pelo Banco de Portugal em 1998 representou 22,8% dos "Lucros antes de Impostos", enquanto em 2004 correspondeu apenas a 12,1% dos Lucros Antes de Impostos, ou seja, a menos de metade. Portanto, uma taxa muito inferior à taxa de IRC sobre os lucros (em 2004, a taxa de IRC é de 25%, e a taxa efectiva paga pela banca foi apenas de 12,1%). Mesmo a preços correntes registou-se uma diminuição significativa: em 1998 a banca pagou 473 milhões de euros de impostos sobre lucros, enquanto em 2004 pagou apenas 321 milhões de euros de impostos. Interessa recordar que para esta redução significativa não é estranha a privatização da banca. Em 1998, uma parte dos bancos ainda eram públicos, enquanto em 2004, com excepção da CGD, os bancos são já todos privados.

                                        Esta diminuição significativa no volume de impostos que a banca paga ao Estado, associada ao facto dos elevadíssimos lucros líquidos obtidas pela banca – 14.363 milhões de euros apenas no período 1998/2004 – mostra que a privatização da banca, mesmo sob o ponto de vista financeiro, foi um muito mau negócio para o Estado. Se os bancos que foram privatizados se tivessem mantido no domínio público, a maioria destes lucros seriam receitas do Orçamento do Estado, não sendo necessário, como os sucessivos governos têm feito, incluindo o actual, ou aumentar os impostos, ou a diminuir os investimentos, ou a reduzir em despesas essenciais para a população, como são a saúde, a educação e a segurança social. Portanto, com a privatização dos bancos perdeu-se um importante instrumento de politica económica e também um importante meio de financiamento do Orçamento do Estado.

                                        FALTAM 530 MILHÕES NOS FUNDOS DE PENSÕES DE CINCO BANCOS PARA ESTAREM TOTALMENTE PROVISIONADOS

                                        Para se poder compreender os dados do quadro seguinte é preciso conhecer minimamente a forma como funcionam os fundos de pensões.

                                        No fim de cada ano, deve ser calculada actuarialmente as chamadas "responsabilidades dos fundos de pensões pelo tempo de serviço passado", que corresponde ao tempo de serviço que os trabalhadores de cada banco têm (fizeram ) em cada banco. Isto é calculado de forma que exista na altura em que cada trabalhador se reforme uma reserva (património) que convenientemente gerida permita pagar ao trabalhador a pensão durante o tempo que viva. Portanto, as chamadas "Responsabilidades com pensões" correspondem ao valor do património que devia existir no Fundo de Pensões correspondente ao tempo de serviço dos trabalhadores de uma banco feito ao serviço desse banco. É um valor que pertence aos trabalhadores por trabalho já prestado. O chamado "Valor do Fundo de Pensões" corresponde ao valor do património existente para cobrir essa responsabilidade. Observem-se os dados publicados pela revista Exame em 2005.



                                        No fim de 2004, o valor das responsabilidades dos cinco principais bancos, pois para os restantes não foi possível determinar por falta de dados, totalizavam 8.862,2 milhões de euros, ou seja, este seria o valor do património necessário para garantir o pagamento das pensões correspondente ao tempo de serviço já feito pelos trabalhadores bancários abrangidos por Fundos de Pensões. No entanto, nessa data o património que existia nos Fundos Pensões (imóveis, acções, obrigações, dinheiro, etc) valia apenas de 6.216,2 milhões, ou seja, estavam em falta 2.645,9 milhões de euros (cerca de 530 milhões de contos) para que os fundos de pensões dos trabalhadores bancários destes cinco bancos estivessem totalmente provisisonados.

                                        Contrariamente ao que sucede em outros países da União Europeia (ex. Espanha), os trabalhadores não têm em Portugal, devido à lei em vigor, qualquer controlo nas aplicações dos seus fundos de pensões. Os bancos muitas vezes utilizam os fundos de pensões para transferir para eles títulos que já não querem, ou então títulos de empresas que têm interesse em financiar, ou até chegam a vender as suas próprias acções ou as instalações que utilizam aos fundos de pensões que controlam por preços que os trabalhadores não controlam e depois arrendam-nas também por preços que os trabalhadores desconhecem, apesar de ser o dinheiro das suas pensões.

                                        Esta situação de não cobertura dos fundos nesta dimensão (apenas estão cobertos em 70%) é ainda mais grave pois permite aos bancos utilizarem 530 milhões de contos de dinheiro dos fundos de pensões dos trabalhadores bancários sem qualquer controlo pois, o que está nos Fundos de Pensões, ainda se pode pensar que é controlado minimamente pelo Instituto de Seguros de Portugal. Num estudo que elaborei que inclui uma parte dedicada aos fundos de pensões bancários, que enviarei gratuitamente a quem pedir, mostro que é urgente alterar a lei dos fundos de pensões de forma a permitir o controlo pelos participantes (trabalhadores do activo) e pelos beneficiários (trabalhadores reformados) à semelhança do que sucede em países da União Europeia, pois a situação actual envolve riscos significativos para os trabalhadores.
                                        25/09/2005

                                        [*] Economista , edr@mail.telepac.pt .

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                                          #21
                                          A dívida de que falam não tem juros?

                                          Onde vai o estado buscar o dinheiro?

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                                            #22
                                            E o recente artigo do Publico



                                            Apesar da estagnação económica
                                            BCP, BES e BPI somam lucros de 1300 milhões de euros em 2005
                                            03.02.2006 - 10h41 Cristina Ferreira PÚBLICO

                                            Em 2005, ano em que a economia nacional permaneceu no limiar da estagnação, os lucros do Banco Comercial Português (BCP), do Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Português de Investimento (BPI), os três maiores bancos privados nacionais, aumentaram, em termos médios, 42 por cento face a 2004. Os resultados líquidos globais cifraram-se em quase 1300 milhões de euros - um valor histórico.

                                            O forte aumento dos lucros do sector financeiro nacional surge em contraciclo com a crise económica que se vive no país: o PIB sobe apenas 0,3 por cento e o desemprego acelera para valores acima dos 7,5 por cento. Como é que os lucros dos bancos cresceram tanto, se a economia portuguesa cresceu tão pouco? De acordo com analistas, o bom desempenho da banca é o resultado da conjugação de vários factores: contributo positivo da actividade internacional; vendas extraordinárias (o BCP arrecadou 143,3 milhões de euros), benefícios fiscais, aumento do produto bancário (crescimentos à volta dos quatro por cento), dos recursos dos clientes e das comissões cobradas pelos serviços que prestam.

                                            E, apesar de as famílias manterem altos níveis de endividamento (a taxa de endividamento corresponde a 118 por cento do rendimento disponível), a poupança dos portugueses parece estar aumentar, com os recursos dos clientes a crescerem entre nove e 14 por cento.

                                            Os bancos possuem ainda outras fontes de rendimento (lucros das operações financeiras), que não dependem da actividade económica doméstica.

                                            Em período de desaceleração da actividade económica doméstica, os bancos anteciparam a crise, começando a arrumar a "casa" em 2000. O ajustamento da actividades ocorreu mais cedo do que noutros sectores, através da venda de activos e da redução do quadro de pessoal. Essa diminuição de colaboradores só agora começa a reflectir-se nas suas contas. Só o BCP assistiu à saída de 40 por cento dos seus funcionários desde 1999, prevendo uma poupança em 2006 de 40 milhões de euros em custos de pessoal.

                                            Sendo Portugal uma economia de média dimensão, o BCP, o BES e o BPI procuraram ganhar escala e encontrar novas fontes de receitas no estrangeiro. No conjunto, as operações exteriores renderam em 2005 a estes três bancos 218,6 milhões de euros em resultados líquidos, o que representa cerca de 17 por cento dos lucros totais. Enquanto Teixeira Pinto, do BCP, está a beneficiar do amadurecimento da actividade na Polónia, via Bank Millennium, Fernando Ulrich, do BPI, e Ricardo Salgado, do BES, estão a colher os frutos dos seus investimentos em Angola, um mercado onde o PIB cresce a taxas superiores a 20 por cento ao ano. Os analistas avisam que os efeitos das novas normas contabilísticas estão a provocar alguma distorção nos resultados da banca relativos a 2005.


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                                              #23
                                              citação:Originalmente colocada por ragazzito

                                              citação:Originalmente colocada por mjm

                                              Pois, mas quem ganha com isto?!

                                              O governo? Em quê?!

                                              Se a taxa de juro desce o governo paga menos juros aos investidores.
                                              Se a taxa de juro baixa, os investidores vão procurar outro sitio para investir o $$. A médio prazo quem fica a perder é o estado

                                              Comentário


                                                #24
                                                Investir em certificados de aforro é, na prática, emprestar dinheiro ao estado.

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                                                  #25
                                                  Deixem-se de teorias sem sentido... O que tem o lucro dos bancos a ver com os Certificados de Aforro?

                                                  Passem pelo http://www.igcp.pt e vejam os instrumentos de finaciamento da divida publica portuguesa.. O Estado Central não se financia com creditos bancarios. Por isso deixem-se de demagogias sem sentido..



                                                  Já agora, para alguns se calhar era melhor os Bancos Portugueses terem prejuizo e amanha estarem a ser comprados por tuta e meia pelos grandes bancos europeus e mundiais... Eu prefiro ver os Bancos Portugueses, nas mãos de portugueses, a dar lucro e a serem eles a investir e a retirar proveitos dos mercados externos..

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Ó mundano, desde quando os bancos comerciais se financiam junto do Banco de Portugal?

                                                    Ideias sem sentido? Tens reforçado em falar do estado central, mas não é só esse que interessa. E sabes que orgãos do estado mais se endividam junto da banca, não sabes? Talvez seja por isso as recentes propostas de controlo do endividamento das câmaras, não será assim?

                                                    E também sabes para que servem a maioria das emissões de BT ou CA? Para pagar dívidas...

                                                    Quanto aos bancos, não sou contra os bancos e obviamente que precisamos de bancos fortes. Mas não posso admitir que se mantenham as taxas de imposto efectivas de que gozam os bancos.
                                                    Como não posso aceitar que as taxas activas sejam actualizadas de um dia para o outro e as passivas cheguem a demorar 1, 2 ou 3 meses.
                                                    A actividade bancária é concorrencial mas muito assimétrica entre fornecedor e cliente.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Estás a ser demagogo... Porque as camaras não se financiam com certificados de aforro.. Portanto, isso é algo que não vai alterar em nada as finanças locais.


                                                      Quanto as taxas de imposto dos Bancos, isso ai já é uma discussão que não tem absolutamente nada a ver com isto, e ai até estou de acordo contigo. Mas olha que os Bancos não são os unicos que pagam taxas relativamente baixas.. Em Portugal há excepções para tudo e mais alguma coisa.. Aliás, basta ver que sempre que alguma empresa investe em Portugal negoceia isenções com o Governo.. É uma estupidez esta politica, mas é a que temos e não é exclusiva para os Bancos... Por isso, não me venham com o discurso do BE..

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Trading my friends [8D]

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          citação:Originalmente colocada por mundano

                                                          Estás a ser demagogo... Porque as camaras não se financiam com certificados de aforro.. Portanto, isso é algo que não vai alterar em nada as finanças locais.


                                                          Quanto as taxas de imposto dos Bancos, isso ai já é uma discussão que não tem absolutamente nada a ver com isto, e ai até estou de acordo contigo. Mas olha que os Bancos não são os unicos que pagam taxas relativamente baixas.. Em Portugal há excepções para tudo e mais alguma coisa.. Aliás, basta ver que sempre que alguma empresa investe em Portugal negoceia isenções com o Governo.. É uma estupidez esta politica, mas é a que temos e não é exclusiva para os Bancos... Por isso, não me venham com o discurso do BE..
                                                          Demagodo estás tu a ser.
                                                          O dinheiro, seja gasto pelas câmaras ou pelo poder central, vem todo do mesmo lado. E todas as dívidas são assumidas pelo estado. Não há volta a dar. E, em última análise, dívidas à banca contraídas pelo poder local acabarão por ser pagas pelo poder central, emitindo dívida.

                                                          É certo que os CA não são a principal fonte de financiamento, são as OT. Mas os CA continuam a ser importantes e são muito fáceis de colocar no mercado. Já as OT obrigam a grandes operações com os seus custos.

                                                          O aumento da procura não pode explicar esta diminuição dos juros. Não faz sentido, porque vai retrair a procura e terá o efeito contrário e em maior escala.
                                                          A única explicação para esta redução dos juros só pode ser termos atingido as necessidades de dívida, como atrás disseste e bem. Mas ainda não ouvi ninguém a vir dizer isso. E para mais, já vão uns anos seguidos em que ultrapassamos os limites para a emissão de dívida e não tem vindo mal nenhum ao mundo.

                                                          Volto a dizer o que disse atrás: era giro ver uma corrida em massa ao resgate dos certificados de aforro. O estado ficava com a corda na garganta.

                                                          Quanto à do BE, estás a bater à porta errada.
                                                          E não é verdade que as políticas de isenção ou excepção sejam para todos. É só para alguns. Para os grandes. As pequenas empresas não têm as mesmas possibilidades de fazer isso. E isso é que eu considero errado.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            pmgoliv, o que estás a dizer sabes bem que não é verdade.. As camaras quando contraem emprestimos bancarios têm que os pagar com os seus orçamentos. O Estado Central não pode, nem assume essas dividas.. As coisas não são assim.

                                                            E eu não acredito que os CA tenham uma corrida ao seu resgate.. O cidadão tipico que investe num CA, fa-lo porque é o sitio mais seguro para por o dinheiro e porque dá um juro uns pós acima dos depositos a prazo comuns, que actualmente dão quase zero.. Essas pessoas vão continuar a investir nos CA.. Simplesmente vão ganhar menos.

                                                            E depois, estas coisas vão-se corrigindo, se a procura aos CA ficar abaixo do previsto, volta-se a subir a taxa..

                                                            Já agora, eu não disse que as isenções são para todos, aliás, até disse que era uma estupidez ser assim, porque era muito mais logico por uma taxa de tributação mais baixa e igual para todos..

                                                            Comentário

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