Mentalidade das pessoas sobre o primeiro carro

[FabioAbreu]

Boas

Tenho vindo a reparar que grande parte das pessoas (tanto pais, como recém encartados por norma ainda mais jovens do que eu), falam do primeiro carro como carro para aprender a conduzir (até aqui tudo bem) e carro para 1/2 anos para estragar/partir. Esta parte é que eu não compreendo.

Qual é a ideia de comprar um carro (mesmo que seja primeiro carro) com o objectivo/pensamento de vir a durar pouco tempo, de o vir a estragar etc?

Tenho o meu carro há 3 anos, tinha acabado de tirar a carta, foi o meu primeiro carro, o carro que dei umas pancadas nos passeios por distracção, carro que acelerai inconscientemente com amigos (felizmente não houve desgraças), mas nada disso fez com que eu não cuidasse do carro dando o melhor de mim para que ele durasse. Hoje em dia faço cerca de 30.000km anuais e o carro está em excelentes condições.

A minha companheira também tem carta há meia duzia de meses, arranjamos um carro para ela e está a ser tratado da mesma forma apesar da pouca experiência dela, mas fui ensinado e agora ensino-a a cuidar do carro.

Há uns dias, houve uma conversa do chá das 5 lá no trabalho em que um senhor que nota-se viver descontraído, queria comprar o primeiro carro para a filha no valor de 5.000/6.000€ para estragar e arranhar a embraiagem (palavras ditas por ele). Até me senti mal ao ouvir aquilo.

Sou o único a ter esta opinião ou estimo demasiado as coisas, mesmo que já tenham alguma idade?

[Marco8704]

Não concordo nem discordo do teu texto, mas o que é facto é mais habitual bater com os carros quando ainda somos verdinhos. O facto de ser um carro para bater, não quer dizer que seja para destruir. O meu 1º carro foi um Panda 4x4 e risquei bem os para-choques. Mas lá está, era o meu pai que pagava e não era caro de arranjar.

Já na faculdade, lembro-me de uma rapariga que teve como 1º carro um S2000, e acredita que metia pena ver aquele carro todo arranhado e amassado.

[Nbz]

Isto já foi discutido em off topic num outro tópico
De uma forma muito simplista, não há errado nem certo.
Há uma quantidade abismal de variáveis no que toca a este assunto que são de ordem subjectiva e portanto muda conforme os casos.

Uma faca de dois gumes.

[DiSantos]

Não és o único. Infelizmente há muito boa gente a pensar dessa maneira.

Eu sou daqueles para quem o primeiro carro é, sem dúvida, o que nos marca mais. No futuro, posso vir a ter melhores, que respondem melhor e por aí fora, mas aquele modesto Ibiza, por muito fraco que seja de motor e por muito humilde que seja, é o meu primeiro, e só por isso (e por outras razões) tenho uma enorme estima por ele.

É que se este se estragar, não há massa para outro. Mas isso já são outras marés.

Há por aí muita malta a dizer que o carro é para os levar do ponto A ao B e que não são escravos dele, portanto não lhe dão os devidos cuidados, e gozam com o pessoal que estima. Pois é, mas há-de chegar o dia em que esses carros decidem avariar por causa dessa falta de cuidado, enquanto que os que tratam o carro continuam a viagem. É só a diferença. O carro pode ser uma máquina, mas as máquinas também se "revoltam" contra maus tratos.

[206Hdi]

Todas as perspectivas sobre o 1º carro são válidas. O meu 1º foi mesmo para "estragar", não tinha experiência de condução, não percebia nada de automóveis, não queria perceber e pensar em automóveis, não queria gastar € em algo ao qual não dava valor, não queria preocupações, não ligava a consumos e manutenção. Desde que o "charuto" cumprisse a sua função, estava satisfeito.

Fui adquirindo gosto e conhecimento ao longo dos anos, e hoje vejo com outros olhos o automóvel.

Ao contrário de mim e muitos outros, se tiveres alguém próximo que te incuta este gosto e preocupação é natural que cresças com uma visão diferente.

[Andre18]

Também nao percebo... nem eu nem nenhum dos meus amigos próximos andou a "arranhar" carros nos primeiros tempos de carta. O meu carro veio novo para as minhas mãos, tem neste momento quase 7 anos e tem meia duzia de riscos mais de metade dos quais nem sei como lá apareceram... sao riscos de cidade e de estacionamentos apertados.

Sempre gostei de o estimar e ainda tem de durar valentemente...

[206Hdi]

Isto já foi discutido em off topic num outro tópico
De uma forma muito simplista, não há errado nem certo.
Há uma quantidade abismal de variáveis no que toca a este assunto que são de ordem subjectiva e portanto muda conforme os casos.

Uma faca de dois gumes.

Uma faca de dois legumes, se faz favor

[AyrtonRose]

Estimas demasiado as coisas.

[ClioIV]

Eu não tenho um carro só meu, vou rodando os carros lá de casa, o que para mim, neste momento, chega e sobra, contudo, se segui-se essa teoria do " é para aprender e partir", quem acabava partido era eu!

[3BG]

Não concordo, para além de ser uma prática pouco sensata, é uma "brincadeira" em que se perder algum dinheiro.
Eu ainda não tenho carta, mas como falta muito pouco tempo, os meus pais já vão debatendo isso comigo e estão a pensar dar-me um segmento E com 177 cavalos e caixa automática como primeiro carro. Pode parecer um disparate, mas não o é, porque já tenho bastante experiencia em manobras e de vez em quando dou umas voltitas. É um carro que dá para ganhar experiencia e continuar a satisfazer-me por muito mais tempo, até porque tenho uma paixão por esse modelo em particular. Mercedes W211 equipado com o 270cdi e avantgarde.
Quem compra carros mais fracos, devia também estima-los, o problema é que poucos compram carro por paixão e gosto, compram sim como meio de deslocação

[FabioAbreu]

Talvez se eu não precisasse tanto do carro como preciso não me importasse com ele e visto que era o primeiro carro podia "estraga-lo". Talvez a necessidade do carro para o dia a dia e ir para o trabalho e os turnos rotativos me "obrigaram" a cuidar do carro para estar sempre em perfeito funcionamento e hoje em dia ganhei gosto e manter o carro em condições para mim já não é uma obrigação, mas tornou-se quase um hobbie.

Mas não é isto que me faz confusão, pois quem estraga o primeiro carro por falta de cuidado pode vir a tratar os sucessores da mesma forma. O que me incomoda é o dizerem: "o primeiro carro é para estragar".

Não consigo perceber. Hoje não precisamos, amanha podemos precisar...

[Drifter]

Os meus primeiros anos de carta, foi me cedido um carro para ir andando, curiosamente o mais caro que é para sentir bem o peso da responsabilidade.

Claro que tive as minhas aventuras, os meus picos com amigos, a minha quantidade de borracha queimada. Quanto pude, comprei eu o carro que gostei, o qual dou-lhe um tratamente responsavel e gosto de manter em bom estado, claro que nao ando sempre de volta dele, mas aos Domingos gosto de o ir lavar e depois vamos dar uma passeio para tirar a ferrugem. De resto, é o normal, gosto de o manter limpo, ter os cuidados normais e pronto.

Sinceramente acho que um recem-encartado deve sentir o peso da responsabilidade, de tratar bem o carro que tem nas maos, e ter cuidado com ele, pelo que nao concordo com a opçao do primeiro carro para estragar.

[FabioAbreu]

Os meus primeiros anos de carta, foi me cedido um carro para ir andando, curiosamente o mais caro que é para sentir bem o peso da responsabilidade.

Claro que tive as minhas aventuras, os meus picos com amigos, a minha quantidade de borracha queimada. Quanto pude, comprei eu o carro que gostei, o qual dou-lhe um tratamente responsavel e gosto de manter em bom estado, claro que nao ando sempre de volta dele, mas aos Domingos gosto de o ir lavar e depois vamos dar uma passeio para tirar a ferrugem. De resto, é o normal, gosto de o manter limpo, ter os cuidados normais e pronto.

Sinceramente acho que um recem-encartado deve sentir o peso da responsabilidade, de tratar bem o carro que tem nas maos, e ter cuidado com ele, pelo que nao concordo com a opçao do primeiro carro para estragar.

Concordo a 100%

[Nbz]

Eu acho que vocês estão a levar muito à letra o que foi dito.

Aqui a questão não está no estimar o carro ou ter cuidado com o mesmo, a questão está que, e não me venham com tretas, depois de tirarmos a carta o tesão do mijo é muito e a probabilidade, devido à inexperiência e ao dito anteriormente, de termos um azar é elevadíssima.

Outra questão, senão a mais importante, é o dinheiro disponível para gastar. Carros bons "consomem" mais seguro e mais manutenção.
Há quem não tenha disponibilidade financeira para comprar maquinões para os filhos e muito menos vê-los destruírem carros que custam os olhos da cara. Como tal é preferível dar algo mais comedido e que se for destruído não se traduzirá numa maior perda.

[ReumaticoCrew]

Quando um gajo tira a carta e tem o primeiro carro é quase certo, por muito cuidado que tenha, que vai lixar a embreagem toda, riscar portas e pará-choques em estacionamentos etc...por isso é que os os pais empregam o termo um carro para partir.
Eu também tentava ter cuidado e num ano foram 2 parachoques traseiros e 1 dianteiro+farois.

[Basch]

bem, o meu 1º carro... é para NÃO estragar, sim, porque é da minha mae, se eu o estragar tou morto, mas até tenho mais cuidado com ela... ainda não bati em nada nem ninguém, já consegui evitar acidentes, quando tomo atenção tá tudo bem, não tenho problemas a estacionar, tento preservar ao máximo a embraiagem, e sim, não sou pro, ainda hoje deixei o carro ir abaixo, porque com o carro a subir lá fiz mal o ponto de embraiagem, mas não significa que uma pessoa que tenha carta há mais tempo que eu (1 mes de carta) que significa que seja melhor e que não estraga o carro, enquanto que todos os recem-encartados estragam todos...

[xeLa]

Não tenho carro próprio, mas tenho carta há cerca de um ano. Ainda não dei toques em lado nenhum. Mas, sinceramente, acho que estou na pior fase pela qual alguém da minha idade passa depois de ter a carta: a fase em que se começa a ganhar [demasiada?] confiança.

Confesso que sou um bocado... nabo (?) a estacionar em estacionamentos deste tipo (imagem retirada da net):



EDIT: apesar disso, não dei toque em carro nenhum e fica sempre bem estacionado.

[paulo14]

A mim também diziam o mesmo, inclusive o meu pai, mas quando chegou a altura, ahh e tal ta a carrinha quase sem uso na garagem andas tu com ela.
E pronto, á quase um ano que ando com uma Avensis, e para já sem problemas, foi uma grande responsabilidade, e a própria carrinha devido ao tamanho não é o melhor, mas ao menos já me safo nas manobras complicadas sem grandes problemas.
Mas a mentalidade há-de continuar, mesmo gente da família continua a dizer, quando comprares compra um chaço e tal, mesmo depois de andar com a carrinha, eu acho que quem comprar o carro, seja os pais ou o condutor, tem de ver se tem cabeça e responsabilidade.
Se quer o carro para "andar" ou se é para estimar e durar.
E a malta fala não só na idade, é logo tem de ser velho e que ande pouco, um carro com alguns cavalos também é estigma de espalhanço rápido, quer dizer, se a malta andar no Mercedes do pai pode ter 200cv, mas se andar no Ibiza não pode ter 130

[Fabio90]

Não entendo bem essa mentalidade mas depende da opinião ou carácter de cada pessoa, além do mais de posses financeiras também..

Conheço imensos jovens que tiraram a carta e agora conduzem carros com 5 ou 6 anos, ou até mais recentes, mas também conheço jovens que conduzem carros da mesma idade que o meu ( 23 anos ), e até mais antigos. Depende de muitos factores

Há pais que pagaram os carros, oferecem os carros, deixam os filhos escolherem os que gostam.

[paulo14]

Não tenho carro próprio, mas tenho carta há cerca de um ano. Ainda não dei toques em lado nenhum. Mas, sinceramente, acho que estou na pior fase pela qual alguém da minha idade passa depois de ter a carta: a fase em que se começa a ganhar [demasiada?] confiança.

Confesso que sou um bocado... nabo (?) a estacionar em estacionamentos deste tipo (imagem retirada da net):



EDIT: apesar disso, não dei toque em carro nenhum e fica sempre bem estacionado.

Eu nesses de traseira a carrinha fica 5*, de frente tenho de fazer 2 ou 3 manobras, talvez por calcular mal as distâncias, mas mesmo assim, nunca bati.
Já apareceram 1 ou 2 coisas, e para me assustarem não se acusou, mas depois de alguma guerra o meu pai lá deu o braço a torcer, eu até fiquei meio amarelo quando vi aquilo e estava a rebobinar para ver onde tinha passado e como até ficou a cor ligeiramente marcada, ilibou-me logo

[FabioAbreu]

O problema não é o carro que é, e se o riscam ou não (supondo que foi sem querer). É o facto de se dizer "o primeiro carro é para partir" e não ter o mínimo cuidado com o mesmo.

[Sakamotoq]

Eu concordo que o primeiro é sempre pra arranhar, dar uns toques e bater nos passeios até desalinhar a direcção toda. Não é uma questão de estimar ou não o carro, isso acho que todos, de uma maneira ou de outra, o fizemos. É mesmo o facto de sermos verdinhos e, sem querer, acabamos sempre por falhar nesta ou naquela manobra ou passagem de relação.

[xeLa]

Eu nesses de traseira a carrinha fica 5*, de frente tenho de fazer 2 ou 3 manobras, talvez por calcular mal as distâncias, mas mesmo assim, nunca bati.
Já apareceram 1 ou 2 coisas, e para me assustarem não se acusou, mas depois de alguma guerra o meu pai lá deu o braço a torcer, eu até fiquei meio amarelo quando vi aquilo e estava a rebobinar para ver onde tinha passado e como até ficou a cor ligeiramente marcada, ilibou-me logo

De frente é mais lixado, não sei porquê, mas acho mais difícil. Também não bati e espero continuar com o registo limpo.
Subir o passeio ou raspar com o pneu lá, aconteceu-me uma vez.

Óbvio que a minha condução não é perfeita, longe disso.

[Basch]

Não tenho carro próprio, mas tenho carta há cerca de um ano. Ainda não dei toques em lado nenhum. Mas, sinceramente, acho que estou na pior fase pela qual alguém da minha idade passa depois de ter a carta: a fase em que se começa a ganhar [demasiada?] confiança.

Confesso que sou um bocado... nabo (?) a estacionar em estacionamentos deste tipo (imagem retirada da net):

Eu estaciono muito bem em paralelo, tal como estaciono bem de traseira nesses casos, mas quando tem de ser de frente jazus, o carro fica sempre todo do lado esquerdo apesar de ficar dentro das linhas...

[TelmoMartins]

Coitado do meu primeiro carro, com a carta na mão à pouco tempo e com pinhal ao lado eram todos os fins de semana festa

[Fahrenheit]

Não concordo, para além de ser uma prática pouco sensata, é uma "brincadeira" em que se perder algum dinheiro.

- Explica-me esta frase a ver se percebi correctamente?

[RicardoAndre]

O meu primeiro carro ainda o tenho e até tem um andamento interessante, e confesso que nos primeiros tempos de carta, e em praticamente todo o período que conduzi sem carta, o meu conceito de estima passava por lavar o carro todas as semanas, e tem utilizações indevidas.
Nomeadamente nos primeiros 6 meses de carta, achava que era racer e fiz muita borrada ao volante, nunca bati mas não tinha preocupações com níveis de temperatura dos fluidos e fazia passagens de caixa à cão, esmifrei muitas vezes a primeira o que me valeu um sincronizador nas lonas, e a embraiagem também sofreu bastante em alguns arranques.
Contudo, passada essa fase comecei a perceber de facto alguma coisa de carros e passei a fazer uma utilização muito exemplar que até hoje pratico.
É daquelas coisas que me arrependo bastante, causei desgaste a alguns componentes e estraguei mesmo outros, alguns dizem que "faz parte e o que interessa é o divertimento que isso te provocou" Uma coisa são alguns riscos nos plásticos dos bancos de trás, agora isto só me faz ter vergonha e só me faz arrepender.

Mas é como digo, antes neste que no próximo, que esperamos sempre que seja melhor

[Drifter]

- Explica-me esta frase a ver se percebi correctamente?

Compras um carro por 2000€, seguindo a logica estragas o carro, amolgas, lixas a embraiagem e tal, passado 2 anos com experiencia compras um em condiçoes, e quando vais vender o ''chaço'' esse vale 500€ ou pouco mais.

[RicardoAndre]

Eu acho que uma coisa importante nisto do primeiro carro, é ter alguém na família ou próximo que nos ensine como utilizar devidamente a mecânica de um carro, quando sabemos como funciona a mecânica percebemos qual a importância de uma utilização correcta, e isso anula logo a eventualidade de andar no prego naquela primeira fase em que não se sabe nada, como foi o meu caso.

[Basch]

Eu acho que uma coisa importante nisto do primeiro carro, é ter alguém na família ou próximo que nos ensine como utilizar devidamente a mecânica de um carro, quando sabemos como funciona a mecânica percebemos qual a importância de uma utilização correcta, e isso anula logo a eventualidade de andar no prego naquela primeira fase em que não se sabe nada, como foi o meu caso.

ou isso, ou então ir lendo na internet! muitas das duvidas que eu tinha, e coisas de que nem sequer sabia foi graças à internet...