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As externalidades do automóvel

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    As externalidades do automóvel

    Muito boa tarde

    Bem sei que muitos de vós, automobilistas, consideram que o custo que o vosso automóvel acarreta, é meramente um custo interno, ou seja, o dinheiro que vocês gastam no carro (manutenção, gasolina, seguro, etc.). Todavia, os economistas definem um conceito denominado externalidades, ou custos externos. Quando a minha avó varre a entrada da sua porta lá na aldeia, está a criar uma externalidade positiva, pois a rua fica mais limpa para os outros, apesar de ela ter varrido a rua de uma forma unicamente egoística a pensar em si própria. Já quando deito papel para o chão, para não me deslocar à papeleira mais próxima, crio uma externalidade negativa, pois a câmara vai ter que pagar a alguém para recolher esse papel.

    Assim, as externalidades são definidas como os custos para os outros (pessoa ou sociedade em geral), das decisões de que eles não participaram. Quando um automobilista anda de carro, poluirá o ambiente, aumentarão as probabilidades de acidentes de viação (morrem 900 pessoas por ano em Portugal de acidentes de viação), aumentará o ruído, será necessário fazer a manutenção das infraestruturas viárias e tudo isso tem custos para a sociedade.

    As externalidades para a saúde pública do automóvel são:

    Acidentes de viação
    Os acidentes de viação causam, mundialmente, 1.3 milhões de mortes e 50 milhões de feridos por ano. Em 2030 crê-se que os acidentados representem 5% do total de enfermos. 90% dos acidentes são em países de baixos e médios rendimentos, e quase metade das mortes são de utilizadores vulneráveis ​​como peões e ciclistas, especialmente crianças. Esta hecatombe levou alguns especialistas a utilizarem a expressão "guerra nas estradas" ou "guerra civil", nas quais os interesses dos utilizadores vulneráveis são colocados contra uma extremamente influente indústria automóvel. Embora muitas vezes a indústria se concentre em campanhas de segurança rodoviária com crianças, por exemplo, como forma de reduzir os acidentes, não há nenhuma evidência clara de que estas campanhas reduzam, globalmente, os acidentes. Há todavia um efeito atestado de massa crítica: andar a pé e de bicicleta é mais seguro em meios com maior número de peões e ciclistas e menor tráfego automóvel.
    Os acidentes de viação têm um impacto bem mais amplo. O tráfego e o medo de quedas são as razões mais comuns dadas por pais para restringir as crianças de brincar e andar ao ar livre, e no caminho que estas fazem até à escola. As pessoas na generalidade citam o medo de acidentes como uma das razões para a não adoção da bicicleta.

    A inatividade física e a obesidade
    Substituir a viagem de carro por modos mais ativos poderia melhorar significativamente os índices de atividade física e diminuir o aumento da obesidade. A atividade física tem sido descrita por especialistas em saúde pública, como a "melhor aposta" na saúde pública, para a redução do risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, osteoporose, alguns tipos de cancro, e depressão. Adultos fisicamente ativos têm entre 20% a 30% de redução do risco de morte prematura. A inatividade física é responsável mundialmente, por mais de 3 milhões de mortes por ano.

    Poluição
    A poluição atmosférica em meios urbanos provoca mais de 1 milhão de mortes no mundo a cada ano, principalmente através de aumentos das doenças cardiovasculares e cancros, particularmente em áreas e grupos vulneráveis. A poluição do ar é uma mistura complexa de gases e partículas pequenas em suspensão, o constituinte mais comummente associados aos efeitos nefastos para a saúde. O transporte rodoviário representa entre 30% a 50% de todas as emissões de partículas. Os níveis de poluentes são maiores nas grandes cidades de países de baixos rendimentos do que em cidades de países com altos rendimentos. Um estudo de uma universidade Inglesa, faz uma correlação entre milhares de mortes por pneumonia e poluição provocada por automóveis.

    Ruído
    O ruído provocado pelo tráfego rodoviário é relatado como causador de distúrbios do sono, hipertensão, aumento da pressão arterial em crianças e pequenas patologias psiquiátricas.

    Separação de comunidades
    Um importante impacto que a hegemonia do automóvel tem nas comunidades é o efeito da 'separação' que o tráfego e as rodovias provocam nas comunidades. Pessoas que vivem em bairros mais tranquilos e coesos têm mais interações sociais, níveis mais elevados de confiança mútua e participação social do que aqueles que vivem junto a rodovias movimentadas. A participação social de um cidadão está associada, estatisticamente, a valores muito menores de propensão para diversas causas de morte. Bairros e comunidades com excesso de rodovias, tornam-se mais desumanos e menos acolhedores.

    Alterações climáticas
    As alterações climáticas ameaçam a sustentabilidade global e têm muitas consequências adversas à saúde pública. Estima-se que no final do século passado, 150 mil pessoas morriam por ano devido às alterações climáticas, principalmente pessoas em ambientes mais vulneráveis e em países de baixos rendimentos. O tráfego motorizado, estima-se, contribui para cerca de 22% de todas as emissões de CO2.

    Desigualdades na saúde
    Tal como o tabaco, os danos associados à utilização do automóvel, são suportados desproporcionalmente em maior quantidade nas comunidades mais desfavorecidas. As zonas do mundo com menos rendimentos são mais propensas a ter forte tráfego rodoviário, resultando em altos níveis de poluição do ar, ruído e acidentes de viação. As taxas de mortalidade e de feridos por acidentes de viação mostram um gradiente social deveras íngreme, com maiores taxas per capita nos grupos financeiramente menos favorecidos, especialmente quando se trata de ferimentos em crianças peões. Da mesma forma, há uma forte correlação entre pobreza e poluição do ar sendo as populações carentes mais vulneráveis ​​aos efeitos desta poluição. Os automóveis contribuem para as desigualdades globais, sendo que os países de baixos rendimentos sofrem mais com as alterações climáticas.

    Conclusão
    Os automobilistas são altamente taxados em Portugal e na Europa. É preciso então, saber, se os impostos que pagam, cobrem os custos das respetivas externalidades. Os economistas nestas matérias defendem o princípio do utilizador-pagador. Ter-se-á de fazer um minucioso "encontro de contas"

    Atentamente

    Fonte: Are cars the new tobacco?, Journal of Public Health. Margaret J. Douglas, Consultant in Public Health, Stephen J. Watkins, Director of Public Health, Dermot R. Gorman, Consultant in Public Health and Martin Higgins, Senior Researcher in Public Healt.

    #2
    Ok, obrigado pela informação.

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      #3
      Para mim já me chega o custo interno.. Essas "externalidades" não me aquecem nem arrefecem, para isso é que eu pago 800€/ano de seguro contra todos os riscos e desconto mais um tanto para o estado.

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por jpferr Ver Post
        Conclusão
        Os automobilistas são altamente taxados em Portugal e na Europa. É preciso então, saber, se os impostos que pagam, cobrem os custos das respetivas externalidades. Os economistas nestas matérias defendem o princípio do utilizador-pagador. Ter-se-á de fazer um minucioso "encontro de contas"

        Devem cobrir, porque o António Costa anda a brincar às rotundas e aos miradouros, estando as estradas lisas como o asfalto dum circuito.

        Comentário


          #5
          Mais arroz? Pena só veres o lado que te convém. Um dia que caias de bicicleta hás-de querer uma ambulância para te levar ao hospital a tempo de seres salvo, não? Essa externalidade positiva na saúde pública não contabilizaste tu, bem como todos os outros efeitos positivos do automóvel na sociedade.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por jpferr Ver Post
            andar a pé e de bicicleta é mais seguro em meios com maior número de peões e ciclistas e menor tráfego automóvel.

            E se a minha avó não tivesse morrido ainda era viva.


            Esta é a típica publicação de hippies que tanto gostam de embirrar com o automóvel, esse meio de transporte que tanto nos dá, como conforto, segurança, prazer, liberdade e cujo funcionamento até já chegou a um ponto tão eficiente e amigo do ambiente!


            Esta gente não tem umas brocas para fumar?

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por BEF1FAN Ver Post
              E se a minha avó não tivesse morrido ainda era viva.


              Esta é a típica publicação de hippies que tanto gostam de embirrar com o automóvel, esse meio de transporte que tanto nos dá, como conforto, segurança, prazer, liberdade e cujo funcionamento até já chegou a um ponto tão eficiente e amigo do ambiente!


              Esta gente não tem umas brocas para fumar?
              Não entendo, é alguma mentira o que o autor disse?

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por WildChild Ver Post
                Não entendo, é alguma mentira o que o autor disse?

                Eu disse que era mentira?



                O Al Gore já saiu de moda, era de esperar que estas notícias também fossem com ele.

                Comentário


                  #9
                  Eu não quero ser advogado do diabo nem nada que se pareça, mas será que estou a ver um hater dos automóveis (por tópicos que já estive a dar uma vista de olhos) e um amante de bicicletas?
                  O que me parece é que os ciclistas querem ser os reis das estradas, ainda por cima agora com a alteração do CdE.
                  Editado pela última vez por diogomsl; 12 August 2013, 00:21.

                  Comentário


                    #10
                    Eu nem sei como é que a Industria Automóvel tem vindo a resistir com tantos ataques...

                    Não queres acidentes vai a pé pelos passeios,
                    Não queres ser gordo come menos e faz desporto,
                    Não queres poluição ambiental ou sonora descarta as cidades e tudo o que elas oferecem e vive no campo,
                    Em relação às comunidades conheço muita gente com carro que tem montes de amigos e especialmente vários casos de pessoas que vivem longe umas das outras e só se vêm por terem carro

                    O automóvel fez tanto por nós, mas continua a ser atacado tão atacado.

                    btw, a tua bicicleta feita na China veio num contentor num Navio até cá e depois andou às voltas em camiões até ser entregue na loja onde a compraste. Aquilo que vestes e comes andou também a ser distribuído da mesma forma. E a Internet que estás a usar só existe porque o Automóvel permitiu a instalação dos postes de comunicações.

                    EDIT: Até o lixo que fazes é carregado por camiões, mesmo o reciclado

                    Comentário


                      #11
                      Eu nunca quis com a minha publicação ser ofensivo nem mesmo provocador, quis apenas apresentar alguns dados factuais, mas acho que os caros amigos (alguns), com todo o devido respeito, vivem num processo a que os psicanalistas denominam por processo psicanalítico de negação, tal como os que padecem de habituação ao tabaco por exemplo. Por mais argumentos racionais e factuais que eu vos dê, ou respondem (alguns) num tom agressivo, jocoso ou pouco cordato, ou dão respostas pouco racionais.

                      Quando eu digo ao meu irmão: "Não fumes, pois fumar mata"
                      Ele responde: "A tia avó do amigo da Jaquina fumou até aos 90, e o Zé que era todo saudável, morreu a atravessar a passadeira aos 30"

                      O que sucede, é que os sentimentos primários que o automóvel providencia como o "o conforto, prazer, liberdade" provocam nos outros, na sociedade em geral consequências nefastas, como já explanei no texto acima, que têm custos mensuráveis.

                      Os automobilistas são altamente taxados, mas apesar disso, essas taxas e impostos, dizem os especialistas, não cobrem todos os custos de uma sociedade baseada no automóvel.

                      A título de exemplo, segundo notícia recente da TVI, as infraestruturas rodoviárias custaram nos últimos anos aos contribuintes 16 mil milhões de euros. Ora, desde o início da austeridade, com todo o frenesim que se conhece, o Estado conseguiu poupar 13 mil milhões de euros. Dá que pensar.

                      Com os melhores cumprimentos

                      JPF

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por RPM Ver Post
                        Mais arroz? Pena só veres o lado que te convém. Um dia que caias de bicicleta hás-de querer uma ambulância para te levar ao hospital a tempo de seres salvo, não? Essa externalidade positiva na saúde pública não contabilizaste tu, bem como todos os outros efeitos positivos do automóvel na sociedade.
                        Vê-se que não percebeu o texto, seria nesse caso uma externalidade negativa...

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por BEF1FAN Ver Post
                          Devem cobrir, porque o António Costa anda a brincar às rotundas e aos miradouros, estando as estradas lisas como o asfalto dum circuito.
                          Na minha zona é mais assim: alcatroam as estradas (mais nas secundárias, chamemos-lhes assim, como as das localidades. Embora a nacional esteja uma coisa esperta, também ela remendada), pouco tempo depois lembram-se que tinham que tratar de fazer alguma coisa na rede de saneamento ou outros trabalhos que impliquem estoirar tudo. Partem aquilo tudo. E depois, ficamos com uma estrada (que tinha um piso bastante recente) remendada que é uma coisa espectacular.

                          Comentário


                            #14
                            Os ciclistas não usam às mesmas vias dos carros? De que forma contribuem para os efeitos de uma ciclovia? Fazem todos tt?

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por tiagoadcosta Ver Post
                              Eu nem sei como é que a Industria Automóvel tem vindo a resistir com tantos ataques...

                              Não queres acidentes vai a pé pelos passeios,
                              Não queres ser gordo come menos e faz desporto,
                              Não queres poluição ambiental ou sonora descarta as cidades e tudo o que elas oferecem e vive no campo,
                              Em relação às comunidades conheço muita gente com carro que tem montes de amigos e especialmente vários casos de pessoas que vivem longe umas das outras e só se vêm por terem carro

                              O automóvel fez tanto por nós, mas continua a ser atacado tão atacado.

                              btw, a tua bicicleta feita na China veio num contentor num Navio até cá e depois andou às voltas em camiões até ser entregue na loja onde a compraste. Aquilo que vestes e comes andou também a ser distribuído da mesma forma. E a Internet que estás a usar só existe porque o Automóvel permitiu a instalação dos postes de comunicações.

                              EDIT: Até o lixo que fazes é carregado por camiões, mesmo o reciclado
                              A minha bicicleta é feita em Portugal

                              "A grande fatia da produção nacional relacionada com a utilização local dos transportes é capital-intensiva (concretamente, a refinação de produtos petrolíferos), o que significa que oferece oportunidades relativamente reduzidas de emprego comparativamente ao respetivo volume de negócios. A transição da atividade económica para outros setores cria oportunidades de emprego. Por outro lado, existe um potencial para aumentar o volume de negócios da importante indústria nacional de produção de bicicletas, a qual já representa 7% da produção de bicicletas a nível europeu[4](face aos nossos 2% de peso no PIB da Europa). Este tipo de produção industrial tem maior intensidade de trabalho do que as outras atividades de produção relacionadas com a utilização local do automóvel. Assim, da maior utilização da bicicleta em Portugal poderá esperar-se mais emprego."

                              in: "A utilização da bicicleta melhora a economia de Portugal", João Bernardino, Economista

                              E o teu carro, onde foi feito?

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por mcabral Ver Post
                                Os ciclistas não usam às mesmas vias dos carros? De que forma contribuem para os efeitos de uma ciclovia? Fazem todos tt?
                                É uma pergunta pertinente a sua.

                                O que sucede é que uma sociedade a pensar no automóvel, aloca muitos mais recursos financeiros para as vias rodoviárias e respetivas infraestruturas, do que uma sociedade a pensar em modos mais suaves ou ativos de transporte. Dou-lhe um exemplo simples: estudos dizem, que nos meios urbanos, a construção de um lugar de estacionamento para um automóvel, custa em média 80 vezes mais que um lugar de estacionamento para uma bicicleta.

                                Obviamente que vias de trânsito serão sempre necessárias, estradas serão necessárias, mas não em quantidades desmesuradas como as que temos em Portugal, poderíamos ter sido mais moderados, fazermos menos AE e mais vias rápidas por exemplo, como fizeram outros países. Vejam o caso da AE da Arruda dos Vinhos, 3 vias para cada lado e está quase sempre vazia. Um ciclista não anda em autoestradas, logo neste caso, não lhe pode ser imputado esse custo, que representa o maior custo nas infraestruturas rodoviárias.

                                Já as ciclovias, devido ao seu custo reduzido em comparação com as estradas, são pagas, tal como os passeios, por todos os contribuintes, sem a necessidade de uma taxa própria.

                                Atentamente
                                Editado pela última vez por jpferr; 12 August 2013, 13:51.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por BEF1FAN Ver Post
                                  Eu disse que era mentira?

                                  O Al Gore já saiu de moda, era de esperar que estas notícias também fossem com ele.
                                  Um mais um será sempre dois, independentemente das modas vigentes. Apresentei-lhe apenas factos.

                                  Cumprimentos

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por jpferr Ver Post
                                    A minha bicicleta é feita em Portugal

                                    "A grande fatia da produção nacional relacionada com a utilização local dos transportes é capital-intensiva (concretamente, a refinação de produtos petrolíferos), o que significa que oferece oportunidades relativamente reduzidas de emprego comparativamente ao respetivo volume de negócios. A transição da atividade económica para outros setores cria oportunidades de emprego. Por outro lado, existe um potencial para aumentar o volume de negócios da importante indústria nacional de produção de bicicletas, a qual já representa 7% da produção de bicicletas a nível europeu[4](face aos nossos 2% de peso no PIB da Europa). Este tipo de produção industrial tem maior intensidade de trabalho do que as outras atividades de produção relacionadas com a utilização local do automóvel. Assim, da maior utilização da bicicleta em Portugal poderá esperar-se mais emprego."

                                    in: "A utilização da bicicleta melhora a economia de Portugal", João Bernardino, Economista

                                    E o teu carro, onde foi feito?
                                    Mas provavelmente foi distribuída em carros. E muitos dos seus componentes virão de fora.
                                    Mas a grande parte são feitas noutro sítio.
                                    O meu foi feito em Itália, mas há vários feitos por cá

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por tiagoadcosta Ver Post
                                      Mas provavelmente foi distribuída em carros. E muitos dos seus componentes virão de fora.
                                      Mas a grande parte são feitas noutro sítio.
                                      O meu foi feito em Itália, mas há vários feitos por cá
                                      Talvez

                                      ÓRBITA - Bicicletas Portuguesas, Lda. - Bicicleta : COUNTRY TOUR

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por jpferr Ver Post
                                        É uma pergunta pertinente a sua.

                                        O que sucede é que uma sociedade a pensar no automóvel, aloca muitos mais recursos financeiros para as vias rodoviárias e respetivas infraestruturas, do que uma sociedade a pensar em modos mais suaves ou ativos de transporte. Dou-lhe um exemplo simples: estudos dizem, que nos meios urbanos, a construção de um lugar de estacionamento para um automóvel, custa em média 80 vezes mais que um lugar de estacionamento para uma bicicleta.

                                        Obviamente que vias de trânsito serão sempre necessárias, estradas serão necessárias, mas não em quantidades desmesuradas como as que temos em Portugal, poderíamos ter sido mais moderados, fazermos menos AE e mais vias rápidas por exemplo, como fizeram outros países. Vejam o caso da AE da Arruda dos Vinhos, 3 vias para cada lado e está quase sempre vazia. Um ciclista não anda em autoestradas, logo neste caso, não lhe pode ser imputado esse custo, que representa o maior custo nas infraestruturas rodoviárias.

                                        Já as ciclovias, devido ao seu custo reduzido em comparação com as estradas, são pagas, tal como os passeios, por todos os contribuintes, sem a necessidade de uma taxa própria.

                                        Atentamente
                                        Tá mal... eu não ando de bicicleta por isso não tenho nada que pagar para os outros lá andarem!

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                                          Tá mal... eu não ando de bicicleta por isso não tenho nada que pagar para os outros lá andarem!
                                          mas também nunca usaste o hospital de Alcobaça, presumo, e os teus impostos pagam os médicos de lá.

                                          E perguntas tu: "mas então os teus impostos que nos paguem as autoestradas"

                                          E responde eu: "uma sociedade tem de saber muito bem definir quais as suas prioridades e aquilo que todos devem pagar (lede a constituição) e aquilo que quem quer, que pague"

                                          O direito à mobilidade, é um direito fundamental, ter carro não o é

                                          Atentamente

                                          Comentário


                                            #22
                                            Não consegui ler tudo.

                                            Agora vou fumar um cigarro lá fora.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por RPM Ver Post
                                              Mais arroz? Pena só veres o lado que te convém. Um dia que caias de bicicleta hás-de querer uma ambulância para te levar ao hospital a tempo de seres salvo, não? Essa externalidade positiva na saúde pública não contabilizaste tu, bem como todos os outros efeitos positivos do automóvel na sociedade.
                                              Pelo comentário que fez, presumo que notícias destas, (esta é fresquinha), o façam feliz

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por jpferr Ver Post
                                                mas também nunca usaste o hospital de Alcobaça, presumo, e os teus impostos pagam os médicos de lá.

                                                E perguntas tu: "mas então os teus impostos que nos paguem as autoestradas"

                                                E responde eu: "uma sociedade tem de saber muito bem definir quais as suas prioridades e aquilo que todos devem pagar (lede a constituição) e aquilo que quem quer, que pague"

                                                O direito à mobilidade, é um direito fundamental, ter carro não o é

                                                Atentamente
                                                A maioria das pessoas que usa o automóvel, acredito que o use por necessidade real. Não vejo uma guerra entre automóvel vs bicicleta, mas sim entre automóvel vs transporte público. E neste ponto o automóvel ainda dá muitas cartas.

                                                Analisa lá as externalidades de alguém que usa a bicicleta para se deslocar 20kms para o local de trabalho. 2h ou mais perdidas a realizar o caminho (é só multiplicar x o nº de dias úteis anuais), implica a entidade empregadora ter um duche para funcionários (custos para a empresa) e ainda a peugada ecológica de se gastar águas num duche à chegada ao trabalho e num duche à chegada a casa. Para quem prefere um duche matinal, estamos a falar de 3 duches diários, com o consumo de água, detergentes e desgaste da pele que isso implica (adicionar mais uns cremes). O tempo perdido nas viagens terá de ser roubado a alguém...à família ou ao trabalho...presumo que ninguém o queira fazer.

                                                Ainda consigo perceber argumentos contra competições automóveis que impliquem "poluição" e efeitos terceiros, por puro lazer, tal como me pareceria descabido uma competição de milhares de fumadores a fumar de "empreitada".

                                                O que acontece é que quem usa o automóvel em maioria não o faz por lazer ou simples capricho, a maioria usa-o para ir trabalhar, e a bicicleta não é alternativa na maioria das situações, apenas o será em nichos bem definidos.

                                                Por isso para mim, ter carro é um direito, tal como comer carne, mesmo sabendo os danos colaterais que implicam colocar um bife no prato. Apenas concordo na gestão do equilíbrio, para que tudo se possa manter sustentável.

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Olá mcabral

                                                  Obrigado pela sua exposição. Em relação à primeira parte do seu texto recomendo-lhe vivamente que tente perceber o conceito de velocidade virtual.

                                                  Perceba caro mcabral, que um dos argumentos falaciosos, muito usado pelas pessoas, para não abdicarem do carro no seu quotidiano, é que o carro os leva de forma mais rápida de casa ao trabalho e do trabalho a casa. Falei recentemente com um amigo que mora no Seixal, e que trabalha na zona de Carnaxide. De carro, sem qualquer trânsito demora cerca de 30 minutos, todavia com o trânsito que é comum nas horas de ponta, demora cerca de uma hora. Como este meu amigo dizia que gastava cerca de 200€ todos os meses só com portagens e combustíveis, passou a ir de transportes públicos, e demora cerca de hora e meia. Tempo é dinheiro, é verdade, mas a questão que temos que colocar é se o tempo que poupamos com o carro, merece o dinheiro que gastamos a mais por optar pelo carro. Tudo depende de quanto ganharmos à hora, mas constata-se claramente que na generalidade da população portuguesa NÃO compensa trazer carro, dados os salários miseráveis que recebem e considerando os custos elevados que o carro acarreta.

                                                  Velocidade Real

                                                  É considerando este paradigma que se compara a Velocidade Real com a denominada Velocidade Virtual. É indubitável que um carro é mais rápido que uma bicicleta, se considerarmos a velocidade física, ou a chamada velocidade real, mas esta é claramente redutora para termos uma noção mais abrangente no quadro da mobilidade urbana. A velocidade virtual é muito mais interessante de calcular. Ora então exemplifiquemos: se o Carlos mora em Oeiras e trabalha no centro de Lisboa, e vai e vem de carro todos os dias, anda cerca de 20km para cada lado. Se demorar cerca de 30 minutos para cada lado, a sua velocidade real média é 20km/0,5h=40km/h.

                                                  Velocidade Virtual

                                                  Todavia a Velocidade Virtual é muito mais interessante de apurar no quadro da mobilidade urbana, pois consideram-se os custos financeiros e temporais das deslocações. O que interessa apurar então para começar é saber qual o salário do Carlos. Considerando que ganha 1000€/mês limpos, e considerando 8 horas por dia e 22 dias úteis por mês, o Carlos ganhará cerca de 5€/hora. Ora considerando ainda que o seu carro tem um consumo médio de 8 litros aos 100 km, e que entre sua casa e o trabalho distam 20km, o Carlos percorrerá todos os dias 40km, gastando 3,2 litros de gasolina. Ora, se o preço da gasolina é cerca de 1,6€/litro, o Carlos gasta todos os dias em combustíveis cerca de 5€ (40km*8ltr/100km*1,6€/ltr). Considerando as portagens de Oeiras na A5 que são 0,30€ para cada lado, considerando que as revisões em oficinas custam cerca de 300€ a cada 20.000 km, o que dá no caso do Carlos 0,60€/dia, considerando pneus novos de 300€ a cada 60.000km, considerando o parquaemanto no centro de Lisboa que custa 5€/dia, o Carlos gasta para se deslocar de carro por dia entre casa e o trabalho, no percurso de ida e volta, cerca de 11€.

                                                  Se o Carlos ganha 5€/hora precisará todos os dias de trabalhar aproximadamente duas horas e um quarto (~11€/5€/h), só para sustentar o carro – considerámos as despesas do carro que são dependentes dos quilómetros efetuados e não as despesas fixas como seguro, crédito automóvel, IUC ou inspeção. Ora a velocidade virtual do Carlos é na realidade em média os 40km que faz todos os dias, a dividir pelo tempo do percurso que são 30 minutos para cada lado, mais as duas horas e um quarto que precisa de trabalhar só para sustentar o carro, i.e. trabalho estritamente alocado só para pagar o facto de se deslocar de carro, e que não pode ser aproveitado para outros fins, o que dá então 40km/(0,5h+0,5h+2,25h)=12,3km/h. Ou seja, a velocidade virtual do Carlos é cerca de 12km/h, só 30% da sua velocidade real.


                                                  E a generalidade da população portuguesa?

                                                  O Carlos foi apenas um exemplo, para que consigamos diferenciar corretamente a velocidade virtual da velocidade real. Interessa agora apurar, não o caso concreto do Carlos, mas o caso da generalidade da população em Portugal em meios urbanos. Para tal, porque falamos sempre em aproximações, usaremos as médias estatísticas que são conhecidas do público.

                                                  Portugal tem cerca de 580 carros por mil habitantes. Se descontarmos as pessoas mais idosas que por diversas razões não podem conduzir, se descontarmos as crianças e os jovens com menos de 18 anos que ainda não têm carta de condução e se descontarmos os inválidos para conduzir por motivos vários, pode-se dizer que a grande maioria da população ativa em Portugal tem carro. Basta vermos os nossos amigos e família, muito poucos são aqueles que conhecemos que não têm carro. Interessa então agora neste paradigma calcular a velocidade virtual entre o automobilista comum em Portugal em meios urbanos, entre a casa e o trabalho, e o ciclista comum, ou seja aquele que se desloca somente de bicicleta – não comparamos com os transportes públicos para atestarmos o quão ridículo é o paradigma económico da mobilidade das nossas cidades, na comparação entre automobilista e ciclista urbano. Usaremos então das médias estatísticas conhecidas para Portugal.

                                                  A média de tempo de deslocação para os portugueses entre casa e o trabalho é de 30 minutos para cada lado. Consideremos um valor razoável e aproximado, de cerca de 20km de deslocação média para cada lado da população motorizada que usa o automóvel. O carro mais vendido em Portugal é o Renault Clio que tem um consumo médio em cidade de 11,5km/l (está em km/l não em l/100km!! este é dos mais poupadinhos). Considerando os 40km diários a população gasta em média 3,5 litros por dia em gasolina (40km/11,5l/km). Se o preço da gasolina ronda os 1,6€/litro, falamos de 5,6€ só em combustíveis. Se adicionarmos as contas já acima feitas para um deslocamento de 40km diários, de 0,60€/dia para revisões e de 0,20€/dia para pneus, fica-se com 6,4€/dia. O estacionamento mais barato da EMEL que é a zona verde, as zonas de Lisboa mais afastadas do centro, tem um preço de 3,2€ por quatro horas, o que dá num dia de trabalho cerca de 7€. Tudo somado pode-se expectar que um português comum que viva numa grande cidade, pague cerca de 13,5€/dia só para poder levar o carro para o trabalho.

                                                  Vamos aos rendimentos: o salário médio líquido dos portugueses é cerca de 720 euros. Com 22 dias úteis por mês e oito horas por dia, temos um rendimento médio líquido de 4€/hora. Então o comum dos mortais em Portugal precisa de trabalhar por dia só para pagar a deslocação de carro cerca de 13,5€/4€/h=3,375h, ou seja aproximadamente 3 horas e 20 minutos (quase metade do dia; se entrar no trabalho às 9 horas, só às 12:20 é que se livrou do carro, e só doravante é que começa a ganhar dinheiro para outros fins). Pelo exposto a sua velocidade virtual é 40km/(0,5h+0,5h+3,375h)=9,14km/h o que dá cerca de 9km/h. Considerando que um ciclista urbano circula aproximadamente nunca a menos de 20km/h (o meu caso particular e de muitos outros) e que os custos correntes por dia da bicicleta, são praticamente nulos, constata-se muito facilmente que em meios urbanos a bicicleta é cerca de duas vezes mais rápida (considerações temporais e financeiras) que o carro.

                                                  Espero poder ter esclarecido as suas dúvidas

                                                  Atentamente

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    jpferr, já no tópico que abriste para bicicletas, deixaste sempre explicito o teu extremismo em relação aos outros veículos, continuas neste fórum a abrir tópicos que podiam ser de certa forma nobres, mas que tu não consegues dar conversa contínua ao assunto em epígrafe, por falta de bom senso da tua parte.
                                                    Na minha opinião és alguém que gosta de agitar as águas duma forma pouco civilizada, não bastas escreveres com palavras cuidadas e dares ares de muito expert nas matérias abordadas, precisas de entender primeiro que a inteligência é algo mais do que extremismos, defende a tua ideia mas acima de tudo reserva aos outros o direito de não serem obrigados a concordar contigo quando e onde queres.

                                                    Se tiveres um acidente com a tua bicicleta (não desejo isso a ninguém) e precisares de cuidados médicos urgentes, nessa altura diz que não queres a evacuação do local por meios de transporte a motor porque poluem muito.
                                                    Editado pela última vez por oldsmobile; 12 August 2013, 16:48.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      por mim podem fechar este tópico, é tão improdutivo como os outros que abriste,
                                                      já disse o que penso.
                                                      podia debater e compreender se no caso fosse um user mais capaz de racionalizar a conversa, assim fico-me por aqui.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Se fizerem uma petição, para abolir as bicicletas de determinadas vias, assino já.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por oldsmobile Ver Post
                                                          jpferr, já no tópico que abriste para bicicletas, deixaste sempre explicito o teu extremismo em relação aos outros veículos, continuas neste fórum a abrir tópicos que podiam ser de certa forma nobres, mas que tu não consegues dar conversa contínua ao assunto em epígrafe, por falta de bom senso da tua parte.
                                                          Na minha opinião és alguém que gosta de agitar as águas duma forma pouco civilizada, não bastas escreveres com palavras cuidadas e dares ares de muito expert nas matérias abordadas, precisas de entender primeiro que a inteligência e algo mais do que extremismos, defende a tua ideia mas acima de tudo reserva aos outros o direito de não serem obrigados a concordar contigo quando e onde queres.

                                                          Se tiveres um acidente com a tua bicicleta (não desejo isso a ninguém) e precisares de cuidados médicos urgentes, nessa altura diz que não queres a evacuação do local por meios de transporte a motor porque poluem muito.
                                                          Olá, já tive um acidente de bicicleta e tive de ser hospitalizado. Naturalmente fui de ambulância do INEM. Eu acho que tem uma visão errada sobre a minha pessoa. Eu não sou extremista, sou um forte apologista de uma sociedade plural, onde todos tenham voz e possam exprimir as suas ideias, como temos feito aqui, e respeito naturalmente essas ideias. Agora, faço apenas política, tal como Aristóteles referia. Políticos somos todos nós porque falamos, porque política vem de pólis, urbe, cidade, e os habitantes da pólis são os políticos, como nós, que transmitimos ideias, conhecimentos, saber e opiniões sobre as formas de gerirmos as nossas pólis.

                                                          Não sou extremista, oiço cuidadosamente todas as ideias que por aqui escrevem, agora apenas partilho também às minhas, à luz da ciência e dos dados estatísticos que estão disponíveis por várias entidades oficiais.

                                                          Com os melhores cumprimentos

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Por mim podem é abolir todos os carros de imediato!

                                                            Desde que eu tenha sempre um meio de transporte para me colocar onde eu quiser em menos de nada, está tudo perfeito! Tipo 2 km de distância ou 900 km, porque eu nunca sei onde irei estar daqui a 2 horas.

                                                            Comentário

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