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Filosofos gregos vs Escravatura

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    Sociedade Filosofos gregos vs Escravatura

    Durante muito tempo ouvi grandes elogios em relação a Platão e Aristóteles , considerados pessoas sábias, das mais sábias que alguma vez existiram, no entanto foi com alguma surpresa que me disseram que eles de alguma maneira tentaram justificar \ argumentar a favor da escravatura,nos livros República e Politica,..é verdade?

    Tal coisa é possível? Como é que 2 homens considerados sábios que reflectiam sobre tudo um pouco , não podiam ver o sofrimento de um escravo a sua frente, reflectir sobre a injustiça do que lhe foi feito?
    Será a filosofia em si, pura hipocrisia? a partir do momento em que um pensador tenha que suar para sobreviver, tudo o que ele pensa sobre a vida será uma ilusão?

    For that some should rule and others be ruled is a thing not only necessary,
    but expedient; from the hour of their birth,
    some are marked out for subjection, others for rule...
    Aristotle, Politics


    #2
    Não podes fazer julgamentos de opinião com milénios de intervalo... aliás, nem com 2 centenas!
    Ter rapazes para deleite de alguns era também algo comum Grécia e Roma antigas, entre as famílias muito abastados. É repugnante, mas não podemos julgar retrospetivamente algo que no tempo está tão distante.
    Daqui a umas centenas de anos (se calhar até menos) os nossos filhos ver-nos-ão como selvagens por criarmos animais para comermos. Por exemplo.

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      #3
      Originalmente Colocado por ElGamal Ver Post
      Não podes fazer julgamentos de opinião com milénios de intervalo... aliás, nem com 2 centenas!
      ou se calhar não podemos adorar tanto certas personagens porque todos temos os nossos defeitos.

      Comentário


        #4
        Platão e Aristóteles são dois grandes pensadores que, entre muitas belas ideias e escritos, dão justificação para algumas das piores coisa que a Humanidade sofre: a escravatura (Aristóteles defendia que os bárbaros eram escravos naturais) e regimes totalitários organizados em castas (Platão a sua ideia de cidade organizada em castas lideradas por reis-filósofos).

        A pólis grega era profundamente exclusivista, sendo muito difícil alguém que não pertencesse a famílias de cidadãos ascender à posição de cidadão (só homens!), mesmo que vivesse na cidade há muitos anos e tivesse prestado serviço à mesma.
        Era ago assim:
        1º Cidadãos
        2º Familiares de cidadãos (crianças e mulheres)
        3º Estrangeiros e suas famílias
        4º Escravos

        Os escravos, simplesmente, estavam no fundo da pirâmide social e embora filósofos como Epicuro (o primeiro a defender algo que se assemelha a um contrato social) ou Sócrates ("Não sou Ateniense nem Grego, mas sim um Cidadão do Mundo") ou os mistérios órficos (de Orfeu, o lendário músico que visitou o Hades) e eleusinos (culto a Deméter e Perséfone, ligadas à terra e ao renascimento), dessem a eles um lugar como seres humanos, que deviam ser protegidos e que podiam participar em cerimónias sagradas juntamente com os livres, chegando a escravatura a ser considerada como antinatural, pois é contra a natureza, mas como estava de acordo com as necessidades da sociedade, era vista como natural e assim justificada.

        Na realidade a escravatura era uma certeza da sociedade grega e romana, mas ao mesmo tempo aqueles que comerciavam escravos eram considerados entre os mais reles membros da sociedade, ao nível de proxenetas.

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          #5
          Na antiga Grécia foram dos primeiros a fazer realmente democracia, ou seja, a tomar decisões com base no que os cidadãos queriam/decidiam, no entanto, nem todos eram considerados cidadãos, entre os quais os escravos...

          Podemos ver isto de duas perspetivas, na 1º realmente pessoas que a história considerou tão sábias, realmente pactuaram com a escravatura, apesar de na altura ser algo normal, a 2º perspetiva é que foram os primeiros a ouvir os cidadãos e a defenderem a sua integração na vida da Pólis...

          Apesar de terem sido percursores em muitos pensamentos ocidentais, não podemos/devemos querer que fossem perfeitos...

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            #6
            O processo de criação da democracia (essencialmente uma ideia ateniense) já estava consolidado muito antes dos filósofos acima referidos (na realidade a generalidade dos filósofos, dos pré-socráticos até ao tempo da "Graecia capta ferum victorem cepit", eram bastante aristocráticos nas suas posturas sociais, considerando a democracia algo pouco atractivo) aparecerem.

            Os verdadeiros pais da Democracia são, os nunca demais recordados e muito honrados, Sólon e Clístenes, respectivamente o fundador e refundador da Democracia Ateniense.

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              #7
              Topico excelente, estou aqui deitado na cama e vai nao vai para adormecer

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                #8
                isso é quase como a tourada, os míudos que crescem no meio daquele ambiente acham aquilo normal

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                  #9
                  Originalmente Colocado por JustDrive Ver Post
                  Na antiga Grécia foram dos primeiros a fazer realmente democracia, ou seja, a tomar decisões com base no que os cidadãos queriam/decidiam, no entanto, nem todos eram considerados cidadãos, entre os quais os escravos...

                  Podemos ver isto de duas perspetivas, na 1º realmente pessoas que a história considerou tão sábias, realmente pactuaram com a escravatura, apesar de na altura ser algo normal, a 2º perspetiva é que foram os primeiros a ouvir os cidadãos e a defenderem a sua integração na vida da Pólis...

                  Apesar de terem sido percursores em muitos pensamentos ocidentais, não podemos/devemos querer que fossem perfeitos...
                  É importante tambem destacar um ponto que ainda ninguem referiu. A definicao de palavra escravo evoluio (mudou) ao longo dos tempos.
                  Em Sparta (Grécia) um escravo por exemplo tinha direito a ter bens (terras) e um espartano nao tinha. O Espartano socialmente era superior (era quem mandava e estava no topo da piramide social) mas varios direitos eram tambem negados a eles como agricultura, etc... Só podiam ser militares.
                  O que quero dizer com isto é que o escravo em certas civilizacoes antigas nao era como o escravo "negro" que era como um animal de carga com direitos inferiores a um cavalo... Em certas civilizacoes tinha direitos e nao tem a conotacao actual. Acho alias q mesmo entre escravos havia variacoes e niveis abaixo desta. Em algumas civilizacoes um escravo podia ser rico e ate comprar a sua "liberdade", ou melhor comprar cidadania (creio q acontecia em Roma).
                  Editado pela última vez por Fernandovieira7; 28 October 2014, 10:01.

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                    #10
                    Falta aqui o III para dar o contributo. Este tópico é mesmo à medida dele.

                    Comentário


                      #11
                      Os escravos não tinham o estatuto de cidadãos, logo não tinham as mesmas prerrogativas. Acho que era Platão quem defendia que a população de Atenas não devia exceder 7! (7x6x5x4x3x2x1) cidadãos. O que seria entendido como justificação para a eugenia, entre outros considerandos por nós considerados verdadeiras atrocidades cerca de 25 séculos depois.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Fernandovieira7 Ver Post
                        É importante tambem destacar um ponto que ainda ninguem referiu. A definicao de palavra escravo evoluio (mudou) ao longo dos tempos.
                        Em Sparta (Grécia) um escravo por exemplo tinha direito a ter bens (terras) e um espartano nao tinha. O Espartano socialmente era superior (era quem mandava e estava no topo da piramide social) mas varios direitos eram tambem negados a eles como agricultura, etc... Só podiam ser militares.
                        O que quero dizer com isto é que o escravo em certas civilizacoes antigas nao era como o escravo "negro" que era como um animal de carga com direitos inferiores a um cavalo... Em certas civilizacoes tinha direitos e nao tem a conotacao actual. Acho alias q mesmo entre escravos havia variacoes e niveis abaixo desta. Em algumas civilizacoes um escravo podia ser rico e ate comprar a sua "liberdade", ou melhor comprar cidadania (creio q acontecia em Roma).
                        Está a fazer confusão com algumas coisas Fernandovieira7.

                        Em Esparta temos três classes de habitantes: Espartanos (cidadãos de direito, com lotes de terras distribuídos entre eles), Periecos (habitantes livres de Esparta, não cidadãos e sem posse de terrenos) e Helotas (escravos de propriedade colectiva do estado espartano e que trabalhavam nos lotes dos cidadãos).

                        Para qualquer cidadão, de qualquer cidade-estado grega ou de Roma, as duas funções mais honrosas do cidadão eram: participar na vida política e empunhar armas na defesa do estado.
                        Trabalho braçal ou negócios e artesanato, embora considerados essenciais, eram vistos como algo de vil, adequado a escravos e outros inferiores (a única excepção de que me recordo é o cidadão a orientar os trabalhos nos seus lotes de terreno ou oficina, deixando, naturalmente, o trabalho pesado para os seus escravos e trabalhadores a contrato).

                        O "peculium" era o pé de meia que o dono do escravo permitia que ele amealhasse, como incentivo a que ele trabalhasse mais e melhor, podendo ser utilizado para resgatar a liberdade do escravo; mas nunca esquecer que o amo podia retirar o pecúlio se lhe apetecesse, mas isso seria muito raro. Mas o pecúlio não permitia a compra da cidadania.
                        O que acontecia era que o escravo é libertado, tornando-se um liberto, ao qual era permitido votar nas eleições em Roma, mas não se podia candidatar a nenhum cargo. Mais tarde os filhos que tivesse seriam cidadão romanos, com todos os deveres e direitos dos Quirites.

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                          #13
                          Originalmente Colocado por ElGamal Ver Post
                          Daqui a umas centenas de anos (se calhar até menos) os nossos filhos ver-nos-ão como selvagens por criarmos animais para comermos. Por exemplo.
                          Tenho a certeza que isso vai acontecer. Vamos ser considerados bárbaros, pela forma como tratamos os animais e o planeta.

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