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Mecânica: pegar de "empurrão"

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    Mecânica: pegar de "empurrão"

    Após ler umas coisas aqui no tópico "Boxes" fiquei com uma dúvida. Não tem a ver com o meu carro é meramente curiosidade minha.

    Quando se pega um carro de "empurrão" o que acontece exatamente em termos de ignição/motor de arranque/motor?

    Tanto quanto eu li, ao rodar a chave na ignição inicia-se a nível elétrico a activação do motor de arranque. Este faz rodar a cambota que por sua vez inicia o processo de combustão nos cilindros. O pistão comprime e a vela (de ignição) dá faísca e liga o motor.
    Quando o carro não pega, vamos assumir que por bateria fraca, empurramos o carro com a chave rodada a ligar o sistema electrico, uma mudança adequada metida e largando a embraiagem o motor "roda" e pega.
    A minha dúvida é o que é que ocorre exactamente ao pegar o carro desta forma que ele não conseguia fazer de forma autónoma? É a bateria não fornece energia suficiente ao motor de arranque e ele não roda o suficiente? A bateria não fornece energia às velas? Ao empurrar o carro a cambota vai rodar o suficiente apenas por força mecânica para os pistões iniciarem a combustão?

    Umas questões adicionais:

    -Que diferenças ocorrem em carros a gasolina e diesel? O facto de ter velas de incandescência facilita ou dificulta o processo?
    -Se a bateria estiver completamente descarregada, há alguma hipotese de o carro ligar? Imagino que a gasolina sem faisca não pegue, mas em diesel há hipotese?
    -Algumas pessoas dizem que isto nunca se deve fazer outras dizem que não se deve fazer só quando há um catalisador. Há perigo de danos graves?

    #2
    Normalmente pega-se de empurrão quando a bateria não tem potência suficiente ou, tendo, quando há alguma falha no motor de arranque.

    Lógico, quando a bateria não consegue fornecer energia suficiente ao motor de arranque, também não o conseguirá às velas. No entanto esta questão das velas não é tão preocupante (nos gasolinas) visto que, depois do motor pegar, é o alternador o responsável pela energia, ao mesmo tempo que carrega a bateria.

    Quando a bateria se encontra completamente descarregada, pode haver uma possibilidade de, mesmo assim, o motor conseguir pegar de empurrão, novamente porque depois de pegar o alternador é o gerador, e não a bateria.

    Diferença entre gasolina e gasóleo: o gasóleo não pegará tão bem de empurrão, uma vez que as velas dele servem para aquecer os cilindros. Sem bateria, ou estando fraca, o pouco aquecimento delas não chega, ainda tendo em conta que as velas de incandescência "comem" uma quantidade considerável de energia. Portanto, será mais difícil pegar um gasóleo de empurrão.

    Perigos para o motor? Apenas o risco de danificar os apoios mais cedo devido ao coice que o motor dá nestas condições, e eventualmente um maior stress na transmissão. Sobre o catalisador, tanto já ouvi que não se pode fazer como só se poder fazer com ele frio.

    Acho que não me esqueci de nenhuma das dúvidas. Em todo o caso, se eu estiver errado em alguma coisa agradeço correcções.

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por DiSantos Ver Post
      Normalmente pega-se de empurrão quando a bateria não tem potência suficiente ou, tendo, quando há alguma falha no motor de arranque.

      Lógico, quando a bateria não consegue fornecer energia suficiente ao motor de arranque, também não o conseguirá às velas. No entanto esta questão das velas não é tão preocupante (nos gasolinas) visto que, depois do motor pegar, é o alternador o responsável pela energia, ao mesmo tempo que carrega a bateria.

      Quando a bateria se encontra completamente descarregada, pode haver uma possibilidade de, mesmo assim, o motor conseguir pegar de empurrão, novamente porque depois de pegar o alternador é o gerador, e não a bateria.

      Diferença entre gasolina e gasóleo: o gasóleo não pegará tão bem de empurrão, uma vez que as velas dele servem para aquecer os cilindros. Sem bateria, ou estando fraca, o pouco aquecimento delas não chega, ainda tendo em conta que as velas de incandescência "comem" uma quantidade considerável de energia. Portanto, será mais difícil pegar um gasóleo de empurrão.

      Perigos para o motor? Apenas o risco de danificar os apoios mais cedo devido ao coice que o motor dá nestas condições, e eventualmente um maior stress na transmissão. Sobre o catalisador, tanto já ouvi que não se pode fazer como só se poder fazer com ele frio.

      Acho que não me esqueci de nenhuma das dúvidas. Em todo o caso, se eu estiver errado em alguma coisa agradeço correcções.
      A bateria pode não conseguir ter potência para o motor de arranque, que exige muita potência, mas para as velas pode perfeitamente ter...que não consomem quase nada, em comparação com o motor de arranque.

      Não sei se será possível pegar um motor com uma bateria totalmente descarregada (o mesmo que morta) porque o alternador tem enrolamentos que precisam de ter corrente para funcionar. Pode parecer morta mas, se pegar, é porque ainda tinha uma resteazinha para mandar para o enrolamento do alternador.

      Os motores diesel não pegam tão bem de empurrão mas isso não se deve à existência ou não das velas de incandescência que, aliás, em motores recentes, só ganham preponderância a temperaturas muito baixas. O que acontece é que a taxa de compressão dos motores diesel é muito elevada, e é necessário algum balanço para conseguir vencer esta taxa de compressão. Um motor diesel, de empurrão, só pega se tiver uma descida considerável que vença a força necessária a vencer a taxa de compressão...caso contrário, a viatura vai parar. Por outro lado, se os segmentos estiverem nas lonas, pode ser que pegue

      Não sei porque fará mal aos apoios do motor e à transmissão...pegar de empurrão é mais suave que o motor de arranque. Onde poderá fazer mal é aos catalisadores. Isto acontece porque o motor vai injectar gasolina quando roda (seja pelo funcionamento do sensor da cambota, que detecta rotação e injecta gasolina/gasóleo), seja pelo carburador que, pelo efeito de venturi, mete combustível no motor, e esse combustível, como não é queimado nas primeiras rotações, passa para o escape e acaba por ensopar o catalisador. Isto é debilitante para o catalisador, podendo mesmo danificá-lo, já que com as altas temperaturas posteriores, esse combustível vai inflamar.

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        #4
        O problema é se depois o carro se habitua a pegar de empurrão

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          #5
          Acho que já li em algum sítio que não se deve fazer isto num carro com catalisador pois pode provocar danos no mesmo.
          Acho que não estou a inventar

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por zecarlos405 Ver Post
            Acho que já li em algum sítio que não se deve fazer isto num carro com catalisador pois pode provocar danos no mesmo.
            Acho que não estou a inventar
            Sim,é verdade

            Comentário


              #7
              Podes mas não deves fazer.. uma vez por década não danifica irremediavelmente o catalisador.

              Comentário


                #8
                Carros recentes a gasóleo é para esquecer pegar de empurrão.
                Não sei se o mesmo se verifica nos a gasolina mas sempre tive a ideia que era mais fácil colocar um carro a gasolina de empurrão que a gasóleo.

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                  #9
                  Desde já obrigado aos que contribuíram!

                  Compreendi tudo o que foi dito e as partes que tiveram resposta acho que está esclarecido.

                  (Parte principal) Segundo percebi, o que o motor de arranque faz é colocar os cilindros em movimento e, com a coordenação dos pistões, válvulas e velas, iniciar o motor. Sendo assim, ao empurrar o carro não estamos mais que a promover o movimento destes elementos. Uma pequena dúvida permanece, que é: para além da energia eléctrica que tem que existir para o alternador, como disse o Movyk, é necessária alguma energia eléctrica ao nível dos cilindros? Isto é, por exemplo, a vela de ignição "sabe" quando dar a faisca? Depende só de coordenação mecânica ou existe sensor eléctrico que detecta o movimento do pistão e acciona as velas?
                  Sei que é um pormenor de nada e talvez nunca seja útil, mas é engraçado.


                  PS: acho que a questão de o combustível não queimado que acumula no catalisador e quando, por vezes, queima dá-se o "traque" no escape

                  Comentário


                    #10
                    Das poucas vezes que o fiz sempre o fiz em mudanças altas (3ª ou 4ª, pois o coice é menor).

                    Mas os meus carros dizem no manual que não se deve fazê-lo de marcha atrás, alguém sabe porquê?

                    O Clio chegou a ser assim, não havia hipótese de o empurrar a subir

                    Comentário


                      #11
                      Nunca percebi se a embraiagem se solta suavemente como numa troca de mudanças ou se é mesmo para a largar de repente e dar um esticão.

                      Há menos de uma semana vi um Punto Multijet a pegar de empurrão muito facilmente. 5 ou 6m de balanço, descida muito pouco acentuada e voilá.

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                        #12
                        Depende dos carros os da velha guarda seja a gasolina ou gasóleo regra geral é sem problema.

                        A gasolina pode ser sempre complicado quando a bateria fica mesmo a zero por causa da falta de corrente nas velas.
                        Já os velhos Mercedes 220D até podes tirar a bateria que anda na mesma.

                        Mas por exemplo um BMW E46 (carro apresentado em 1998) já é para esquecer não pega de maneira nenhuma, um conhecido meu chegou a ter um e ficou sem bateria, quase que o mandou por uma ravina de tanta teimosia que havia de pegar, acabou por ter de chamar um reboque (quando ficou sem descidas) mas tarde o electricista disse lhe que daquela maneira era impossível o carro pegar.
                        Editado pela última vez por DragonH; 16 January 2015, 09:17.

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                          #13
                          Originalmente Colocado por Homer Ver Post
                          Nunca percebi se a embraiagem se solta suavemente como numa troca de mudanças ou se é mesmo para a largar de repente e dar um esticão.
                          O mais suave possível.

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por srd Ver Post
                            Desde já obrigado aos que contribuíram!

                            ... Isto é, por exemplo, a vela de ignição "sabe" quando dar a faisca? Depende só de coordenação mecânica ou existe sensor eléctrico que detecta o movimento do pistão e acciona as velas?
                            Nos motores a gasolina antigos, a indicação de quando devia ser feita a descarga era dada pelo platinado, dentro do distribuidor.
                            Existia um rotor diretamente ligado à árvore de cames que, estando sincronizado com esta, "ligava" o circuito de alta tensão da bobine até à vela.
                            Neste circuito a tensão, que habitualmente anda perto dos 12V passa para cerca de 50 000V.

                            Os platinados foram substituídos pela ignição eletrónica (exemplo o Fiat Uno Turbo i.e.) e o platinado passou a um sensor eletrónico, embora usando o mesmo sistema.
                            Hoje em dia é a centralina quem decide quando se deve acionar o tal circuito, com base na informação de sensores ligados à árvore de cames, ou ao volante do motor.

                            Nos motores a diesel, sem eletrónica, a importância da bateria era quase só para acionar o motor de arranque.
                            No entanto é a corrente elétrica que desliga esses motores, pelo que um motor pode funcionar sem a bateria ou sem o alternador, mas se desligares ambos, aciona-se o corte de alimentação e pára.

                            Alguém mais velho que eu para corrigir?

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Frog2001 Ver Post
                              Nos motores a gasolina antigos, a indicação de quando devia ser feita a descarga era dada pelo platinado, dentro do distribuidor.
                              Existia um rotor diretamente ligado à árvore de cames que, estando sincronizado com esta, "ligava" o circuito de alta tensão da bobine até à vela.
                              Neste circuito a tensão, que habitualmente anda perto dos 12V passa para cerca de 50 000V.

                              Os platinados foram substituídos pela ignição eletrónica (exemplo o Fiat Uno Turbo i.e.) e o platinado passou a um sensor eletrónico, embora usando o mesmo sistema.
                              Hoje em dia é a centralina quem decide quando se deve acionar o tal circuito, com base na informação de sensores ligados à árvore de cames, ou ao volante do motor.

                              Nos motores a diesel, sem eletrónica, a importância da bateria era quase só para acionar o motor de arranque.
                              No entanto é a corrente elétrica que desliga esses motores, pelo que um motor pode funcionar sem a bateria ou sem o alternador, mas se desligares ambos, aciona-se o corte de alimentação e pára.

                              Alguém mais velho que eu para corrigir?
                              Correcto. Mais uma coisa se a bateria estiver mesmo morta o carro nao pega de empurrao. Pois é necessário um minimo de energia para as velas e tambem para o alternador poder começar a gerar energia.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por Pauliteiro Ver Post
                                Das poucas vezes que o fiz sempre o fiz em mudanças altas (3ª ou 4ª, pois o coice é menor).

                                Mas os meus carros dizem no manual que não se deve fazê-lo de marcha atrás, alguém sabe porquê?

                                O Clio chegou a ser assim, não havia hipótese de o empurrar a subir
                                Da mesma maneira que para a frente também não fazes em 1.ª! É basicamente uma questão de desmultiplicação!

                                Complicado mesmo é com os carros de caixa automática...

                                Comentário


                                  #17
                                  Por acaso este passado sábado tive de por o meu carro a pegar de marcha-atrás. (Alfa 166 2.4JTD) A bateria já andava a dar sinais de cansaço há algum tempo. Neste sábado, a minha esposa ia a sair, já atrasada, dá a chave, vai a querer rodar, mas nada. Venho cá abaixo, tento novamente e nada. Tinha o meu outro carro a frente, a bateria do 166 fica na mala, mas a garagem tem um desnivel para a rua. Engreno m.a., deixo dar um bocado de lanço, largo a embraiagem de repente e carrego novamente. Aquele pequeno tranco foi suficiente para pegar. Ainda me assustei porque ia parando no meio da rua. A minha mulher tinha carregado já varias vezes no travão e o servo-freio descarregou. Mal começou a trabalhar consegui travar.

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                                    #18
                                    Se eu soubesse de uma mecânica jeitosa que pegasse de empurrão até comprava um Fiat para estar sempre a pagar as contas!

                                    Ps: nada contra fiats atencao!!

                                    Comentário

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