"Vergonha”, gritou-se no Parlamento no dia em que a lei do aborto foi alterada
Foi sob gritos de “vergonha” que a direita aprovou a criação de taxas moderadoras para as mulheres que fazem interrupção voluntária da gravidez e a obrigatoriedade de frequentar consultas de aconselhamento psicológico e social, assim como abre a possibilidade de presença nas consultas de médicos objectores de consciência – que antigamente estavam afastados.
A socialista Isabel Moreira subiu à tribuna para chamar “medíocre” ao legislador, que está “imbuído de maldade pura” e a fazer “terrorismo psicológico sobre a mulher”, e acusar a direita de fazer “tábua rasa da realidade ouvida” nas audições que a comissão de assuntos constitucionais fez.
Numa intervenção aplaudida pelas bancadas do PS, PCP e BE e sob protestos do PSD e CDS, a deputada criticou as mudanças nas regras dos objectores de consciência, que passam a poder estar presentes nas consultas com as mulheres grávidas que pretendem abortar. Disse que o acompanhamento psicológico e social no período de reflexão por um profissional de saúde (que até pode ser um técnico de uma IPSS) vai contra o princípio da reflexão.
“O tempo de reflexão é tempo dela e só dela”, apontou, considerando que essa medida “menoriza” e “infantiliza” a mulher – argumentos repetidos depois pela bloquista Helena Pinto, pela ecologista Heloísa Apolónia e pelo comunista António Filipe.
Tal como fizeram Isabel Moreira e Heloísa Apolónia, a bloquista citou a monitorização que se tem feito da lei e as conclusões de que as mortes por IVG deixaram de existir, que o próprio número de abortos tem vindo a diminuir e está abaixo da média europeia. Por isso, concluiu, as alterações mais não são do que uma tentativa encapotada de “criar obstáculos ao processo da IVG”.
http://www.publico.pt/politica/notic...amento-1702852
O pagamento de taxas moderadoras é perfeitamente compreensível. Agora a obrigatoriedade de frequentar consultas de aconselhamento psicológico e social, podendo nelas estarem presentes médicos objectores de consciencia é ridículo. Como é que uma coisa destas passou no Portugal do século XXI?
Foi sob gritos de “vergonha” que a direita aprovou a criação de taxas moderadoras para as mulheres que fazem interrupção voluntária da gravidez e a obrigatoriedade de frequentar consultas de aconselhamento psicológico e social, assim como abre a possibilidade de presença nas consultas de médicos objectores de consciência – que antigamente estavam afastados.
A socialista Isabel Moreira subiu à tribuna para chamar “medíocre” ao legislador, que está “imbuído de maldade pura” e a fazer “terrorismo psicológico sobre a mulher”, e acusar a direita de fazer “tábua rasa da realidade ouvida” nas audições que a comissão de assuntos constitucionais fez.
Numa intervenção aplaudida pelas bancadas do PS, PCP e BE e sob protestos do PSD e CDS, a deputada criticou as mudanças nas regras dos objectores de consciência, que passam a poder estar presentes nas consultas com as mulheres grávidas que pretendem abortar. Disse que o acompanhamento psicológico e social no período de reflexão por um profissional de saúde (que até pode ser um técnico de uma IPSS) vai contra o princípio da reflexão.
“O tempo de reflexão é tempo dela e só dela”, apontou, considerando que essa medida “menoriza” e “infantiliza” a mulher – argumentos repetidos depois pela bloquista Helena Pinto, pela ecologista Heloísa Apolónia e pelo comunista António Filipe.
Tal como fizeram Isabel Moreira e Heloísa Apolónia, a bloquista citou a monitorização que se tem feito da lei e as conclusões de que as mortes por IVG deixaram de existir, que o próprio número de abortos tem vindo a diminuir e está abaixo da média europeia. Por isso, concluiu, as alterações mais não são do que uma tentativa encapotada de “criar obstáculos ao processo da IVG”.
http://www.publico.pt/politica/notic...amento-1702852
O pagamento de taxas moderadoras é perfeitamente compreensível. Agora a obrigatoriedade de frequentar consultas de aconselhamento psicológico e social, podendo nelas estarem presentes médicos objectores de consciencia é ridículo. Como é que uma coisa destas passou no Portugal do século XXI?
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