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As pessoas com necessidades especiais e as oportunidades perdidas

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    Sociedade As pessoas com necessidades especiais e as oportunidades perdidas

    Eu sei que ninguém vai ler o longo texto que colocaria a seguir! Portanto fica a refª para os mais interessados.

    Estou a falar de pessoas invisuais e surdas. Como vocês podem comunicar com elas? Vocês/nós que nos designamos como seres humanos normais?

    Sim... mesmo que sem dinheiro! Mesmo que sem emprego no Estado! Ainda que com algumas carências de saúde! Portanto sem poder fazer greves, porque também não seremos todos estivadores nem funcionários da AutoEuropa!


    Nem vou pensar no facto de sermos simultaneamente invisuais, surdos (nem todos serão completamente mudos...), sem dinheiro, sem emprego/trabalho e vamos admitir que não terão problemas de saúde! Nem tensões altas, nem hiperglicémias, nem diabetes, nem tromboses venosas, nem cancros, nem mais nada de nada!

    São apenas cegos e surdos! Como falamos com eles? Como interagimos com estes nossos cidadãos?

    Ou olhamos para o lado e deixamo-los a bater com as bengalas nos carros? A adivinhar se o terreno é plano ou se haverá escadas para se dirigirem às Finanças ou ao Centro de Saúde?

    Ou à Conservatória do Registo Predial que fica num 2º andar sem elevador? E, para lá chegarem, têm de subir outros 2 lanços de escadas que, serão para a direita? Ou para a Esqª? E quantos degraus e de que altura de cada vez?


    E depois de descermos essas escadas todas... sim! Tivémos uma senha de prioridade! Passámos à frente dos outros 30 cidadãos que estavam há 3 horas na fila à espera de vez!

    Como vamos encontrar o caminho para o Metro que nos levará a casa? Onde vou atravessar a Avenida? Onde está a passadeira? Será que os carros vão parar?



    Um grande beijo à moça de uns 25-30 anos e bem bonita, por sinal, que tive o privilégio de tentar auxiliar em ambos os trajectos desde que a vi chegar às Finanças de Almada até que ela se despachou e conseguimos chegar ao Metro...

    Eu não o conseguiria fazer sózinho se fechasse os olhos! Nem quero juntar o ser surdo a este cenário...


    E a maior preocupação dela foi... "E você ainda aqui está ao fim de uma hora? Coitado..."


    Sim... coitados de nós... que nos queixamos de tudo e de nada!

    Ainda bem que já temos uma Secretaria de Estado para a Inclusão ou coisa que o valha... se é que nos vale de algo, mas não vejo... eles também não vêm nada! E alguns nem ouvem...






    Evald Vasilievich Ilienkov: um marxista a ser descoberto
    Evald Vasilyevich Ilyenkov: a Marxist to be discovered
    Marcelo José de Souza e Silva*

    Resumo

    Evald Vasilievich Ilienkov foi um filósofo soviético que teve como cerne de sua obra o confronto ao neopositivismo/empirismo, além de ter elaborado sobre a
    teoria do conhecimento, a lógica e a dialética, sob um ponto de vista materialista, enfatizando a unidade entre o subjetivo e o objetivo e a ligação orgânica entre a
    lógica e a história; discutiu também questões sobre psicologia, educação, estética, e escreveu sobre a teoria da personalidade, o desenvolvimento do pensamento e
    da apropriação do conhecimento no ensino escolar, enfatizando a questão social no tornar-se humano. Publicou uma vasta obra, incluindo artigos em enciclopédia
    e periódicos e capítulos em livros, além de ter deixado diversos manuscritos.

    Suas obras foram traduzidas para muitas línguas, recentemente também para português. Entretanto, apesar da tradução em inúmeras línguas e de ser até hoje
    influente na Rússia pós-soviética, Ilienkov ainda permanece sendo um autor pouco conhecido internacionalmente e no Brasil.


    * Possui graduação em Farmácia (2011) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2013). Atualmente é professor do departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Paraná e doutorando em Medicina Preventiva na Universidade de São Paulo. marcelojss@gmail.com


    Marx e o Marxismo v.4, n.6, jan/jun 2016
    Evald Vasilievich Ilienkov: um marxista a ser descoberto
    Vida e morte
    Evald Vasilievich Ilienkov nasceu em 18 de fevereiro de 1924, em Smolensk, oeste da Rússia (na época, Bielorrússia), filho do escritor Vassili Pavlovich
    Ilienkov (1897–1967) e da professora Elizabet Ilinichna. Em 1941 formou-se na escola nº 170 de Moscovo, iniciando em setembro do mesmo ano seus estudos
    em filosofia na Faculdade de Filosofia do Instituto de Filosofia, Literatura e História de Moscovo. Foi obrigado a se afastar em 1942, devido ao alistamento mili-
    tar para a II Guerra Mundial. Com o fim da guerra, o Instituto de Filosofia e Artes de Moscovo foi fechado e Ilienkov continuou seus estudos, a partir de fevereiro de
    1946, na Universidade Estadual de Moscovo, onde conhece Valentin Ivanovich Korovikov e Alexander Ivanovich Meshcheriakov (1923–1974).

    Conclui o curso em junho de 1950, mesmo ano em que se tornou membro do Partido Comunista, com recomendações para os cursos de pós-graduação do Departamento de História de Filosofia Marxista-Leninista, e em que se casa com a pedagoga Olga Salimova.

    Em setembro de 1953, sob orientação de Teodor Ilich Oizerman (1914–), Ilienkov defende sua dissertação de mestrado, intitulada Alguns Problemas na
    Dialética Materialista da Crítica da Economia Política de Karl Marx. Neste ano passa a lecionar, juntamente com Valentin Korovikov, na Universidade Estadual
    de Moscou. Este também é o ano da morte de Joseph Vissarionovich Stalin (1878–1953), período no qual começa o degelo krushchovista, liderado por Nikita
    Sergeievich Khrushchev (1894–1971).





    Melhor ainda... no trajecto para o Metro ela perguntou-me: "Mas porque está a andar tão devagar? Eu só sou cega, não sou coxa!"
    Editado pela última vez por CL; 14 February 2019, 18:10.

    #2
    Infelizmente, o mundo não está de todo voltado para pessoas com essas dificuldades.

    São eles que tem de transpor muitas barreiras e dificuldades, que de facto e em muitos casos, nem nos lembramos.

    Comentário


      #3
      E eu, estúpido!, uma vez disse-lhe: "Agora pode sentar-se aqui" e apontei com a mão esqª enquanto a amparava com a dtª...

      Logo de seguida emendei... sente-se aqui ao seu lado esquerdo! 2 passos em frente e a cadeira está à esqª. Eu já vou tirar a senha! Não se preocupe.



      Estúpido todos os dias... nem damos conta de como é bom termos boa visão... mesmo que precisemos de cangalhas para ler as letras miúdas.



      Este senhor Ilienkov inventou uma forma de comunicar com cegos e surdos em simultâneo, através do tacto nas mãos/braços/pernas... mas foi sobretudo um grande filósofo (apesar de ser cego e surdo...). E parece que essa "linguagem" se perdeu no tempo...

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        #4
        se assim não fosse a expressão "em mundo de cego quem tem olho é rei" não faria sentido.
        pode parecer cru e frio mas o mundo é feito em torno das maiorias funcionais.

        eu proprio tenho algo que se pode considerar ligeiras limitações (canhoto e tremeliques) que ao longo da minha vida me foram criando alguns transtornos e necessidade de me adaptar.
        a titulo de exemplo poderia ter sido o melhor num curso teórico de medicina que nunca na vida iria ser cirurgião e muito provavelmente nem uma injeção conseguiria dar como deve ser.
        todos os dias acontece distribuidores darem-me canetas de tinta permanente (ou que raio é aquilo) para assinar documentos…….passa na cabeça de alguém imaginar que a maioria dos canhotos borra a folha toda onde escreveu?!
        a minha própria mulher descontraída na pastelaria sem serviço de mesas pedir um café cheio e esperar que eu leva à mesa sabendo de antemão que quando lá chegar já a bica é curta
        resumindo faz parte da vida e sendo eu algo que foge à normalidade tenho de me adaptar e viver com as minhas limitações. cabe depois à sociedade perceber essas limitações e não exigir igualdade onde é impossível haver.

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          #5
          https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Helen_Keller

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            #6
            Em tempos tive como vizinhos (algo afastados) um casal de invisuais. Dei-me conta disso porque frequentavam o mesmo talho que eu. A sra do talho fazia questão de lhes guardar do melhor, dado que tinham mesmo de confiar nela...

            Deu-me sempre que pensar aquele casal e aquela questão de terem de confiar absolutamente na senhora do talho, como em tantos outros, mais ou menos desconhecidos.

            Depois foram pais e ganharam um par de olhos. Uma dinâmica familiar peculiar.

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              #7
              É ler o Ensaio sobre a Cegueira e encerrar já o tópico.

              Ser surdo deve ser mau. Cego e surdo, ainda pior. Imaginem o que será ser cego, surdo, mudo e não ter braços. Deve ser complicado para ir arrear o calhau.
              Não viu quando caiu. Não ouviu a cair. Não pode perguntar se já caiu. E não pode procurar na àgua.

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                #8
                É coisa que também já me tinha passado em mente.
                A mais marcante foi um senhor espanhol que, quando lhe foi dito que, devido ao facto de ter um problema na perna, poderia ser um obstáculo a uma subida íngreme fez o pino à minha frente! Claramente, da fraqueza fez a sua maior força!
                Mas não vamos mais longe. O polo 3 da Universidade de Coimbra, que conheço bem, está carregado de barreiras arquitectónicas. Na faculdade de farmácia fizeram uns arranjos às 3 pancadas, na fmuc está mais ou menos, a biblioteca de ciências da saúde tem rampa para fora do edifício, sujeito a um invisual tropeçar, quando podia estar "abrigada" já que tem espaço para isso.
                E isto são obras publicas, do estado e com menos de 10 anos...

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                  #9
                  Um dia, mais cedo ou mais tarde, todos podemos vir a ser deficientes, com o avançar da idade todos podemos ficar incapazes de nos deslocarmos a pé, ficar cegos ou surdos.
                  Um dia fui visitar ao hospital um parente meu que tinha tido um problema nos olhos, na cama ao lado dele estava um rapaz de 22 anos, diabético, que tinha acabado de ficar cego.
                  Um dia numa reunião de um condomínio discutiram se haveriam de instalar algum mecanismo no prédio que permitisse que as pessoas em cadeira de rodas subissem um lanço de escadas até chegar ao elevador. Havia 2 pessoas de idade que necessitavam desse mecanismo e a lei obrigava a instalá-lo. Alguns oponham-se e diziam que os idosos incapacitados eram teimosos por insistirem em sair para a rua em vez de ficarem para o resto da vida fechados em casa.

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