São tão espertos para umas coisas e tão burrinhos para outras.[8]
Lamentável!
Fica aqui o link directo para a noticia e textos complementares.
http://www.correiodamanha.pt/noticia...Canal=10&p=200
Lamentável!
citação:
2006-11-22
Lisboa: taxista detido por embriaguez afinal tinha doença
Bebedeira era AVC
O taxista, de 47 anos, tem o lado direito paralisado
Não sei o que faça à minha vida”, desabafa Elizabete Souto, mulher do taxista da Autocope, que, na noite 18 de Outubro, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto conduzia, mas cujos sinais foram confundidos pela BT por embriaguez. Joaquim Manuel Albuquerque, de 47 anos, pai de uma filha menor e o único sustento familiar, regressava a Lisboa, após um serviço na Costa de Caparica.
O talão da portagem prova que atravessou a Ponte 25 de Abril à 00h11. Passados onze minutos, afirma fonte da LusoPonte/Gestiponte, “localizámos o veículo que estava parado e atravessado na faixa de rodagem com o condutor no interior”. Foi solicitado a Joaquim que desviasse o táxi da estrada, “mas não obtivemos resposta”.
Pelo perigo que podia provocar, “pedimos que destravasse o carro para podermos tirar a viatura do meio da via”. Joaquim acedeu. “A fala não era perceptível, mas não nos pareceu embriagado.” “Telefonámos à PSP que é quem tem a jurisdição da área.” Por impossibilidade da PSP “apelámos à BT, que rapidamente apareceu”. Para a Lusoponte/Gestiponte – que coordena a resolução de incidentes e presta apoio ao utentes da Ponte 25 de Abril – Joaquim não mostrava indícios de embriaguez e, garante a fonte, “foi pelos próprios pés que entrou na viatura da BT”.
O capitão Gomes, da BT, tem opinião contrária. “A pessoa mostrava fortes sinais de descoordenação motora, tinha fala pastosa e grave dificuldade em ficar de pé.” Uma postura “muito frequente em condutores embriagados”. Na impossibilidade de no local ser feito o teste de álcool “foi transportado na nossa viatura para o posto fixo da Lusoponte/Gestiponte”.
O comportamento de Joaquim, assegura o capitão, mantinha-se: “Não conseguia falar e cambaleava.” O teste de alcoolemia nunca chegou a ser feito “porque o senhor não se encontrava em condições”. “Decidimos telefonar à Autocope para alertar para o sucedido.”
À 01h12 a telefonista da Autocope recebeu o telefonema que não deixava dúvida quanto ao estado do associado. “A BT disse que ele estava bêbado, não se tinha nas pernas e não se percebia o que dizia”, diz Armando Santos, director da Autocope.
A funcionária entrou em contacto com António Mendes, sócio de Joaquim, que ligou à BT. “Disseram-me que estava com uma grande bebedeira.” Por saber que o colega não conduziria após beber, considerou o caso bizarro: “Disse-lhes que era impossível. E alertei-os: tenham cuidado que deve ser outra coisa.”
Em resultado, a BT chamou, à 01h25, os Bombeiros de Almada. Faltava um minuto para as 02h00 quando Joaquim deu entrada no Hospital Garcia da Horta. O diagnóstico não tardou segundos: AVC. Durante três semanas ficou internado nos cuidados intensivos e só uma semana e meia depois foi para a enfermaria. As sequelas do AVC mantêm-se: lado direito paralisado e a fala está comprometida. “Sinto-me muito triste pela saúde do meu marido e zangada pelo tempo que levaram a socorrê-lo”, lamenta a mulher do taxista.
Luís Negrão, médico especialista em Saúde Pública, assessor da Fundação Portuguesa de Cardiologia, considera que uma hora e meia para assistir um doente com AVC “é muito tempo. A demora pôde agravar”. Os minutos que sucedem um AVC são “importantíssimos”.
Armando Santos, não esconde o descontentamento: “Não é justo afirmar que alguém está bêbado sem, ao menos, fazer um teste de álcool.” Já iniciou diligências para “abrir um processo de averiguação”.
Alguns sinais de AVC podem, de facto, ser confundidos com embriaguez. Luís Negrão confirma que existem reacções similares no efeito do álcool e quando uma determinada região cerebral deixa de ser irrigada por sangue provocando a morte das células na zona lesada.
2006-11-22
Lisboa: taxista detido por embriaguez afinal tinha doença
Bebedeira era AVC
O taxista, de 47 anos, tem o lado direito paralisado
Não sei o que faça à minha vida”, desabafa Elizabete Souto, mulher do taxista da Autocope, que, na noite 18 de Outubro, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto conduzia, mas cujos sinais foram confundidos pela BT por embriaguez. Joaquim Manuel Albuquerque, de 47 anos, pai de uma filha menor e o único sustento familiar, regressava a Lisboa, após um serviço na Costa de Caparica.
O talão da portagem prova que atravessou a Ponte 25 de Abril à 00h11. Passados onze minutos, afirma fonte da LusoPonte/Gestiponte, “localizámos o veículo que estava parado e atravessado na faixa de rodagem com o condutor no interior”. Foi solicitado a Joaquim que desviasse o táxi da estrada, “mas não obtivemos resposta”.
Pelo perigo que podia provocar, “pedimos que destravasse o carro para podermos tirar a viatura do meio da via”. Joaquim acedeu. “A fala não era perceptível, mas não nos pareceu embriagado.” “Telefonámos à PSP que é quem tem a jurisdição da área.” Por impossibilidade da PSP “apelámos à BT, que rapidamente apareceu”. Para a Lusoponte/Gestiponte – que coordena a resolução de incidentes e presta apoio ao utentes da Ponte 25 de Abril – Joaquim não mostrava indícios de embriaguez e, garante a fonte, “foi pelos próprios pés que entrou na viatura da BT”.
O capitão Gomes, da BT, tem opinião contrária. “A pessoa mostrava fortes sinais de descoordenação motora, tinha fala pastosa e grave dificuldade em ficar de pé.” Uma postura “muito frequente em condutores embriagados”. Na impossibilidade de no local ser feito o teste de álcool “foi transportado na nossa viatura para o posto fixo da Lusoponte/Gestiponte”.
O comportamento de Joaquim, assegura o capitão, mantinha-se: “Não conseguia falar e cambaleava.” O teste de alcoolemia nunca chegou a ser feito “porque o senhor não se encontrava em condições”. “Decidimos telefonar à Autocope para alertar para o sucedido.”
À 01h12 a telefonista da Autocope recebeu o telefonema que não deixava dúvida quanto ao estado do associado. “A BT disse que ele estava bêbado, não se tinha nas pernas e não se percebia o que dizia”, diz Armando Santos, director da Autocope.
A funcionária entrou em contacto com António Mendes, sócio de Joaquim, que ligou à BT. “Disseram-me que estava com uma grande bebedeira.” Por saber que o colega não conduziria após beber, considerou o caso bizarro: “Disse-lhes que era impossível. E alertei-os: tenham cuidado que deve ser outra coisa.”
Em resultado, a BT chamou, à 01h25, os Bombeiros de Almada. Faltava um minuto para as 02h00 quando Joaquim deu entrada no Hospital Garcia da Horta. O diagnóstico não tardou segundos: AVC. Durante três semanas ficou internado nos cuidados intensivos e só uma semana e meia depois foi para a enfermaria. As sequelas do AVC mantêm-se: lado direito paralisado e a fala está comprometida. “Sinto-me muito triste pela saúde do meu marido e zangada pelo tempo que levaram a socorrê-lo”, lamenta a mulher do taxista.
Luís Negrão, médico especialista em Saúde Pública, assessor da Fundação Portuguesa de Cardiologia, considera que uma hora e meia para assistir um doente com AVC “é muito tempo. A demora pôde agravar”. Os minutos que sucedem um AVC são “importantíssimos”.
Armando Santos, não esconde o descontentamento: “Não é justo afirmar que alguém está bêbado sem, ao menos, fazer um teste de álcool.” Já iniciou diligências para “abrir um processo de averiguação”.
Alguns sinais de AVC podem, de facto, ser confundidos com embriaguez. Luís Negrão confirma que existem reacções similares no efeito do álcool e quando uma determinada região cerebral deixa de ser irrigada por sangue provocando a morte das células na zona lesada.
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