"Observatório das Estradas diz que 50 por cento dos acidentes acontecem devido ao traçado das estradas. BT investigou sinistros e apurou que apenas em 6 por cento dos casos a culpa é das vias.
As principais causas oficiais dos acidentes mortais em Portugal são atribuídas aos condutores, segundo a investigação criminal efectuada pela Brigada de Trânsito. O Observatório de Segurança das Estradas (OSEC) discorda e diz que mais de 50 por cento dos sinistros acontecem devido ao traçado das vias.
«Não tenho dúvidas nenhumas que o traçado das estradas é responsável por mais de 50 por cento dos acidentes. As conclusões da GNR não têm rigor científico, uma vez que não apresentam um único elemento sobre o traçado das vias como, por exemplo, os raios de curvatura», explicou ao PortugalDiário Nuno Salpico, presidente do OSEC.
Fonte das equipas de investigação criminal da Brigada de Trânsito rebate e explica que são analisados os raios de curvatura e as condições de asfalto, por exemplo. «Quando há suspeitas de que a causa do sinistro recai na via são pedidos pareceres a especialistas em engenharia rodoviária», explicou.
A investigação criminal da BT apurou que, em 2005, foram registados 903 acidentes com vítimas mortais. Destes, em 91 por cento a responsabilidade foi dos condutores, em dois por cento foi das viaturas, e em seis por cento a culpa recaiu sobre as vias.
Ainda assim, fonte da BT admite que se a análise recaísse apenas sobre as estradas nacionais os números seriam diferentes. «Os acidentes nas vias secundárias são mais e com mais gravidade. O traçado destas estradas é antigo e não foi desenhado para o volume de tráfego actual».
Por seu lado, o Observatório lembra que os erros não são só nas estradas secundárias. «Em 2005, abriram estradas novas, como a A26, que contém já erros gravíssimos», esclarece Nuno Salpico.
Responsabilidade criminal
O OSEC lançou, esta sexta-feira, em Lisboa um livro que alerta para o facto de que os acidentes de viação comprovadamente resultantes de defeitos de construção e manutenção das estradas podem levar ao processamento civil e criminal de quem for responsável por essas situações.
«A densa sinistralidade rodoviária que ocorre nas nossas estradas, ocasionando enorme número de vítimas mortais, uma legião infindável de deficientes e avultadíssimos danos materiais, constituía, até data recente, um enigma, que a classe política tem atribuído, unicamente, à negligência dos condutores portugueses», escreve no livro o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça Florindo Pires Salpico.
«Mas esta tese politicamente correcta, que o poder dominante tem feito passar na comunicação social, não coincide com a realidade», realça o magistrado."
Fonte: PortugalDiario
O que acham?
As principais causas oficiais dos acidentes mortais em Portugal são atribuídas aos condutores, segundo a investigação criminal efectuada pela Brigada de Trânsito. O Observatório de Segurança das Estradas (OSEC) discorda e diz que mais de 50 por cento dos sinistros acontecem devido ao traçado das vias.
«Não tenho dúvidas nenhumas que o traçado das estradas é responsável por mais de 50 por cento dos acidentes. As conclusões da GNR não têm rigor científico, uma vez que não apresentam um único elemento sobre o traçado das vias como, por exemplo, os raios de curvatura», explicou ao PortugalDiário Nuno Salpico, presidente do OSEC.
Fonte das equipas de investigação criminal da Brigada de Trânsito rebate e explica que são analisados os raios de curvatura e as condições de asfalto, por exemplo. «Quando há suspeitas de que a causa do sinistro recai na via são pedidos pareceres a especialistas em engenharia rodoviária», explicou.
A investigação criminal da BT apurou que, em 2005, foram registados 903 acidentes com vítimas mortais. Destes, em 91 por cento a responsabilidade foi dos condutores, em dois por cento foi das viaturas, e em seis por cento a culpa recaiu sobre as vias.
Ainda assim, fonte da BT admite que se a análise recaísse apenas sobre as estradas nacionais os números seriam diferentes. «Os acidentes nas vias secundárias são mais e com mais gravidade. O traçado destas estradas é antigo e não foi desenhado para o volume de tráfego actual».
Por seu lado, o Observatório lembra que os erros não são só nas estradas secundárias. «Em 2005, abriram estradas novas, como a A26, que contém já erros gravíssimos», esclarece Nuno Salpico.
Responsabilidade criminal
O OSEC lançou, esta sexta-feira, em Lisboa um livro que alerta para o facto de que os acidentes de viação comprovadamente resultantes de defeitos de construção e manutenção das estradas podem levar ao processamento civil e criminal de quem for responsável por essas situações.
«A densa sinistralidade rodoviária que ocorre nas nossas estradas, ocasionando enorme número de vítimas mortais, uma legião infindável de deficientes e avultadíssimos danos materiais, constituía, até data recente, um enigma, que a classe política tem atribuído, unicamente, à negligência dos condutores portugueses», escreve no livro o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça Florindo Pires Salpico.
«Mas esta tese politicamente correcta, que o poder dominante tem feito passar na comunicação social, não coincide com a realidade», realça o magistrado."
Fonte: PortugalDiario
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