Estava a ler o site de um jornal desportivo portugês, quando vi isto.
"Acho muito difícil voltarmos a ter o prazer de vermos, ou vivermos os ralis dessa forma. Tudo isso, infelizmente, servirá apenas para recordar, o que faço sempre com muito prazer.
É dificil para mim falar do Rali de Portugal, sem sentir um friozinho dentro de mim, pois sempre foi um rali que vi desde miúdo , e que tive mais tarde a possibilidade de o fazer por 8 vezes, e onde vivi grandes experiências.
O que eu, e muitos outros como eu, passavamos para fazer o Rali de Portugal, hoje em dia era impensável.
Como os patrocínios eram quase inexistentes, a despesa deveria levar um caminho semelhante, e por isso era preciso muita contenção.
O ACP suportava o custo da inscrição, a troco de uma faixa colada no pára-brisas ( este era o maior patrocínio!.).
Assitência era coisa que era sempre bom ter, mas nós não levávamos. Só aí poupava-se uma data de dinheiro. Viamos os níveis e metiamos gasolina nas bombas, já previamente assinaladas no road-book.
Há chegada à Póvoa de Varzim - grande momento, esse - , estava lá um grupo de amigos que nos fazia uma revisão ao carro, para podermos continuar o nosso rali, mas de novo sozinhos.
Pneus eram de dois tipos: radiais e de terra. Os radiais para além do preço mais baixo, duravam mais tempo. Para não corrermos riscos em demasia, levavamos dois suplentes dentro do carro - assim tipo TT!-.
Ah! Transporte do carro para Lisboa: de comboio, claro, tal como nós. Entrada em Campanhã e saída em Santa Apolónia, e a rolar até ao Autódromo do Estoril para as Verificações.
Já no Rali, a grande dificuldade era cumprir as ligações sem penalizar, o que nos levava por vezes a andar mais depressa na estrada do que nos troços.
Falando nos troços, jamais esquecerei o que sentiamos ao passar em classificativas como Figueiró dos Vinhos, Lousã, Arganil,Caramulo, Freita e Arouca, onde a estrada só se via no preciso momento em que lá se chegava, dada a quantidade de público presente. Também Fafe, claro, Arcos/Portela e S. Lourenço, e depois a região do Douro, terminando num espectacular troço de Viseu. E depois a "Catedral" Arganil, para onde as pessoas iam na véspera para ver o rali passar, normalmente com um frio que era amenizado com a boa disposição e com muitos copos! Para terminar, as "auto-estradas" de Abrantes e Coruche, onde só conseguimos chegar nos reconhecimentos, porque desistimos sempre antes de lá chegar! Mas mesmo assim, mal acabavamos, já estavamos a pensar na edição do ano seguinte.
Importa dizer que estas aventuras, três delas foram dentro de um Seat Marbella, que para além de carro de corrida, era também carro do dia-a-dia, e com isto não pretendo "puxar ao sentimento", mas apenas partilhar experiências vividas no Rali de Portugal / Vinho do Porto."
A minha intenção é reviver esse grande rally de Portugal, aquele que foi considerado o melhor do mundo.
Alguém tem histórias dessas??
Partilhem com o pessoal.
"Acho muito difícil voltarmos a ter o prazer de vermos, ou vivermos os ralis dessa forma. Tudo isso, infelizmente, servirá apenas para recordar, o que faço sempre com muito prazer.
É dificil para mim falar do Rali de Portugal, sem sentir um friozinho dentro de mim, pois sempre foi um rali que vi desde miúdo , e que tive mais tarde a possibilidade de o fazer por 8 vezes, e onde vivi grandes experiências.
O que eu, e muitos outros como eu, passavamos para fazer o Rali de Portugal, hoje em dia era impensável.
Como os patrocínios eram quase inexistentes, a despesa deveria levar um caminho semelhante, e por isso era preciso muita contenção.
O ACP suportava o custo da inscrição, a troco de uma faixa colada no pára-brisas ( este era o maior patrocínio!.).
Assitência era coisa que era sempre bom ter, mas nós não levávamos. Só aí poupava-se uma data de dinheiro. Viamos os níveis e metiamos gasolina nas bombas, já previamente assinaladas no road-book.
Há chegada à Póvoa de Varzim - grande momento, esse - , estava lá um grupo de amigos que nos fazia uma revisão ao carro, para podermos continuar o nosso rali, mas de novo sozinhos.
Pneus eram de dois tipos: radiais e de terra. Os radiais para além do preço mais baixo, duravam mais tempo. Para não corrermos riscos em demasia, levavamos dois suplentes dentro do carro - assim tipo TT!-.
Ah! Transporte do carro para Lisboa: de comboio, claro, tal como nós. Entrada em Campanhã e saída em Santa Apolónia, e a rolar até ao Autódromo do Estoril para as Verificações.
Já no Rali, a grande dificuldade era cumprir as ligações sem penalizar, o que nos levava por vezes a andar mais depressa na estrada do que nos troços.
Falando nos troços, jamais esquecerei o que sentiamos ao passar em classificativas como Figueiró dos Vinhos, Lousã, Arganil,Caramulo, Freita e Arouca, onde a estrada só se via no preciso momento em que lá se chegava, dada a quantidade de público presente. Também Fafe, claro, Arcos/Portela e S. Lourenço, e depois a região do Douro, terminando num espectacular troço de Viseu. E depois a "Catedral" Arganil, para onde as pessoas iam na véspera para ver o rali passar, normalmente com um frio que era amenizado com a boa disposição e com muitos copos! Para terminar, as "auto-estradas" de Abrantes e Coruche, onde só conseguimos chegar nos reconhecimentos, porque desistimos sempre antes de lá chegar! Mas mesmo assim, mal acabavamos, já estavamos a pensar na edição do ano seguinte.
Importa dizer que estas aventuras, três delas foram dentro de um Seat Marbella, que para além de carro de corrida, era também carro do dia-a-dia, e com isto não pretendo "puxar ao sentimento", mas apenas partilhar experiências vividas no Rali de Portugal / Vinho do Porto."
A minha intenção é reviver esse grande rally de Portugal, aquele que foi considerado o melhor do mundo.
Alguém tem histórias dessas??
Partilhem com o pessoal.
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