In Jornal de Notícias, 2007.03.11
Um bebé de 27 meses encontra-se internado há mais de duas semanas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em estado de coma, devido a lesões severas no cérebro e no tórax, alegadamente provocadas pela mãe e pelo padrasto do menino. Os suspeitos foram detidos anteontem, após vários dias de investigação e de interrogatório por parte das autoridades. Vão aguardar julgamento em prisão preventiva.
O JN apurou que o pequeno "João", nome fictício, vivia com a mãe e o padrasto num andar alugado em Fetais, Camarate, concelho de Loures, desde Novembro passado. Foi nessa altura que o casal, originário da região, terá iniciado vida em comum.
No prédio, não se prendiam em grandes conversas com os vizinhos, que nunca suspeitaram de que o menino era vítima de maus- -tratos. Apenas estranhavam o facto de o menino chorar muito. "Não havia intimidade. Entravam e saíam de casa. Eram reservados e educados e o menino parecia bem cuidado", contou ao JN Maria Fonseca, vizinha que mora em frente ao casal.
No aparente quadro de harmonia havia, contudo, um detalhe que intrigava os vizinhos. "Ele [o menino] chorava dia e noite, convulsivamente. Não parecia um choro de birra, mas sim de aflição", revelou Maria Fonseca. A mulher acrescentou que chegou a confrontar os pais com a situação, mas estes alegavam que a criança "era muito chorona" e que não se passava nada de preocupante.
"Olhe, o menino só não devia chorar quando dormia. De resto, todo o dia a criança se queixava", garantiram Helena e Teresa, que habitam o mesmo prédio. Só se aperceberam de que algo estava errado, quando, no passado dia 22, a casa se encheu de médicos. Foi quando o João perdeu os sentidos.
Revolta
"Sinto uma grande revolta, por não ter percebido o que se passava. Pouco dias antes de o menino ter dado entrada no hospital eu reparei que ele estava pálido e que não chorava. Coitadinho, já não tinha forças", lamentou Maria Fonseca. Esta vizinha também chegou a questionar os pais sobre uns hematomas que o João tinha na cabeça, mas o casal terá dito que a criança tinha caído nas escadas do prédio.
"Só depois, quando andavam por aqui os médios num corrupio é que tomei consciência da situação. O menino tinha sinais de pancadas por todo o corpo, sobretudo na cabeça. Estava gelado, porque, segundo percebi, era sujeito a banhos de água fria", avançou Maria Fonseca.
Fonte do INEM, revelou ao JN que o bebé foi encontrado pelos médicos inconsciente, com paragens respiratórias e com um traumatismo craniano grave que teria sofrido há vários dias. Deu entrada no Hospital de Santa Maria a respirar com a ajuda de um ventilador.
Foi a equipa médica do Hospital que, face à situação, chamou a Polícia. Mãe, padrasto, pai biológico, familiares e vizinhos foram interrogados pela PSP e Judiciária. Os suspeitos foram detidos e presentes a um juiz do tribunal de Loures, que decretou a ambos a prisão preventiva.
Agonizou vários dias
Os dias que antecederam o internamento do pequeno "João" em Santa Maria terão sido de grande sofrimento. O JN sabe que cerca de uma semana antes o bebé deu entrada no Hospital D. Estefânia com febre e vários hematomas. Sem sinais de lesões severas, ninguém, entre a equipa médica, se terá apercebido da situação. Contudo, João continuou a ser vítima de maus-tratos, até que uma pancada mais forte lhe provocou um traumatismo craniano. Agonizou durante vários dias e só quando perdeu os sentidos os pais pediram por socorro. Terá sido também por estes dias que deixou de chorar e de ser ouvido pelos vizinhos do prédio
Devia existir pena de morte para esta gente
Um bebé de 27 meses encontra-se internado há mais de duas semanas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em estado de coma, devido a lesões severas no cérebro e no tórax, alegadamente provocadas pela mãe e pelo padrasto do menino. Os suspeitos foram detidos anteontem, após vários dias de investigação e de interrogatório por parte das autoridades. Vão aguardar julgamento em prisão preventiva.
O JN apurou que o pequeno "João", nome fictício, vivia com a mãe e o padrasto num andar alugado em Fetais, Camarate, concelho de Loures, desde Novembro passado. Foi nessa altura que o casal, originário da região, terá iniciado vida em comum.
No prédio, não se prendiam em grandes conversas com os vizinhos, que nunca suspeitaram de que o menino era vítima de maus- -tratos. Apenas estranhavam o facto de o menino chorar muito. "Não havia intimidade. Entravam e saíam de casa. Eram reservados e educados e o menino parecia bem cuidado", contou ao JN Maria Fonseca, vizinha que mora em frente ao casal.
No aparente quadro de harmonia havia, contudo, um detalhe que intrigava os vizinhos. "Ele [o menino] chorava dia e noite, convulsivamente. Não parecia um choro de birra, mas sim de aflição", revelou Maria Fonseca. A mulher acrescentou que chegou a confrontar os pais com a situação, mas estes alegavam que a criança "era muito chorona" e que não se passava nada de preocupante.
"Olhe, o menino só não devia chorar quando dormia. De resto, todo o dia a criança se queixava", garantiram Helena e Teresa, que habitam o mesmo prédio. Só se aperceberam de que algo estava errado, quando, no passado dia 22, a casa se encheu de médicos. Foi quando o João perdeu os sentidos.
Revolta
"Sinto uma grande revolta, por não ter percebido o que se passava. Pouco dias antes de o menino ter dado entrada no hospital eu reparei que ele estava pálido e que não chorava. Coitadinho, já não tinha forças", lamentou Maria Fonseca. Esta vizinha também chegou a questionar os pais sobre uns hematomas que o João tinha na cabeça, mas o casal terá dito que a criança tinha caído nas escadas do prédio.
"Só depois, quando andavam por aqui os médios num corrupio é que tomei consciência da situação. O menino tinha sinais de pancadas por todo o corpo, sobretudo na cabeça. Estava gelado, porque, segundo percebi, era sujeito a banhos de água fria", avançou Maria Fonseca.
Fonte do INEM, revelou ao JN que o bebé foi encontrado pelos médicos inconsciente, com paragens respiratórias e com um traumatismo craniano grave que teria sofrido há vários dias. Deu entrada no Hospital de Santa Maria a respirar com a ajuda de um ventilador.
Foi a equipa médica do Hospital que, face à situação, chamou a Polícia. Mãe, padrasto, pai biológico, familiares e vizinhos foram interrogados pela PSP e Judiciária. Os suspeitos foram detidos e presentes a um juiz do tribunal de Loures, que decretou a ambos a prisão preventiva.
Agonizou vários dias
Os dias que antecederam o internamento do pequeno "João" em Santa Maria terão sido de grande sofrimento. O JN sabe que cerca de uma semana antes o bebé deu entrada no Hospital D. Estefânia com febre e vários hematomas. Sem sinais de lesões severas, ninguém, entre a equipa médica, se terá apercebido da situação. Contudo, João continuou a ser vítima de maus-tratos, até que uma pancada mais forte lhe provocou um traumatismo craniano. Agonizou durante vários dias e só quando perdeu os sentidos os pais pediram por socorro. Terá sido também por estes dias que deixou de chorar e de ser ouvido pelos vizinhos do prédio
Devia existir pena de morte para esta gente
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