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    Promoção pelo poder e os Injustiçados !!!

    Hoje comemoram-se 33 anos sobre o 25 de Abril.

    A reportagem transcrita do Publico de hoje, refere que embora no Poder nada indica que os Militares que fizeram a "Revolução dos Cravos" tenham obtido promoções ou outras regalias profissionais pelo facto de estarem ligados ao poder.

    Refere também que existiram algumas perseguições, injustiças e mesmo inveja para com alguns militares, mas sobretudo esquecidos, pelo políticos e pela sociedade.


    Só me lembro de um comentário em jeito de pergunta:

    E os Políticos, que se colaram à revolução o que lucraram eles !?



    Capitães de Abril não usaram poder para fazer avançar a sua carreira militar


    25.04.2007, Adelino Gomes
    Os "capitães" promoveram-se aos mais altos postos das Forças Armadas? Que diferenças há entre os generais de hoje e a "brigada do reumático" da ditadura? Viagem à hierarquia militar, 33 anos depois do 25 de Abril


    Uma análise quantitativa dos principais órgãos clandestinos do Movimento dos Capitães, antes do 25 de Abril e de alguns dos órgãos de poder político-militar que os "capitães de Abril" criaram, no período de transição para a democracia, tende a indicar que os vencedores não usaram a vitória em benefício das respectivas carreiras.
    Os três nomes de cúpula de todo o movimento clandestino são disso o mais retumbante exemplo. Eleitos pelos seus pares para a direcção da Comissão Coordenadora, numa reunião realizada na Costa da Caparica, em 5 de Dezembro de 1973, Vítor Alves, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço passaram à reserva sem atingirem o generalato. Otelo, até agora, nem sequer o posto de coronel, a que deverá, porém, ser promovido em breve, no âmbito da comissão da reconstituição das carreiras, ainda em curso.

    O mesmo quanto à Comissão de Redacção do Programa das Forças Armadas, onde pontificou Ernesto Melo Antunes. Confirmado, rapidamente, como o ideólogo do Movimento, Melo Antunes morreria 25 anos depois do 25 de Abril, já na reserva, e no posto de tenente-coronel (apenas um lugar acima do de major, a que já chegara antes do 25 de Abril).
    Os outros co-responsáveis directos da orientação programática do Movimento - Costa Brás, Moreira de Azevedo e Sousa e Castro (tenente-coronel, major e capitão, por esta ordem, à data do golpe de Estado) - passaram à reserva no posto de coronel.

    Apenas no grupo de trabalho constituído em finais de Março para discutir a proposta de Melo Antunes, que entretanto fora colocado nos Açores, encontramos dois futuros generais - Vasco Gonçalves, na altura já coronel - o único desta patente envolvido activamente na conspiração - e Franco Charais (major).

    Eleitos na decisiva reunião de Óbidos, em 1 de Dezembro e 1973, os nomes dos representantes das armas combatentes (Infantaria, Cavalaria e Artilharia) bem como de Engenharia, para a Comissão Coordenadora, confirmam as tendências anteriores: com a única excepção de Manuel Monge, de cavalaria, nenhum atingiu o generalato.

    Se recuarmos à primeira Comissão (Provisória), eleita na reunião de Alcáçovas (Évora), em 9 de Setembro do mesmo ano, encontraremos entre os seus sete membros dois futuros generais - Hugo dos Santos, ao tempo major; e Mariz Fernandes, capitão, que veio, porém, a afastar-se do Movimento. Tanto do secretariado desta comissão como dos quatro grupos de ligação com as unidades (12 elementos no total) não consta nenhum futuro general.

    O Posto de Comando da Pontinha - verdadeiro cérebro do golpe durante as operações militares - era constituído pelos majores Otelo Saraiva de Carvalho, Sanches Osório e Garcia dos Santos, tenente-coronel Fisher Lopes Pires e comandante Vítor Crespo. Dos cinco, atingiram o generalato Garcia dos Santos (na reforma há sete anos) e Vítor Crespo (almirante, também já reformado). Do grupo de nove oficiais mais em evidência em acções de comando ou de apoio, que ali se encontravam ou ali afluíram (Luís Macedo, Fialho da Rosa, Hugo dos Santos, Franco Charais, Correia de Campos, Jaime Neves, Adérito Figueira, Rosado da Luz, Américo Henriques), quatro atingiram o generalato.
    Nove deu quatro generais

    Ainda a título de exemplo e na área estritamente operacional: da tentativa de golpe do 16 de Março saíram dois generais (Manuel Monge e Adelino Matos Coelho, o primeiro major de cavalaria, o segundo, tenente de infantaria), num total de 24 oficiais (três falecidos) directamente ligados à tentativa de golpe. Do grupo de comando que ocupou o Rádio Clube Português, um, num total de oito. Da coluna de Salgueiro Maia, dois, num total de sete (um falecido) contados os três que ficaram no comando da EPC, em Santarém (major Rui da Costa Ferreira e capitães Correia Bernardo e Garcia Correia) e excluídos os oficiais milicianos que posteriormente seguiram a via militar. Do BC 5 um, de três. E do RI 14, 1.

    Dezassete dos trinta elementos que integraram o primeiro Conselho da Revolução, não foram promovidos a oficial general (embora alguns, como Fabião, Otelo e Corvacho, por exemplo, tenham sido graduados no posto, enquanto exerceram as funções, respectivamente, de CEME, comandante do COPCON e chefe da RMP).

    Do Grupo dos Nove, sairão quatro generais (Pezarat, Charais, Costa Neves e Vítor Crespo).

    Desde 25 Abril 1974, poderão ter sido promovidos na totalidade cerca de 300 generais do Exército (contados no activo, na reserva, na reforma e falecidos). Numa contagem não exaustiva, o PÚBLICO chegou a seis dezenas com participação activa no 25 de Abril, entre políticos e operacionais, que atingiram aquele posto. Cerca de vinte por cento do total dos promovidos. Dificilmente se pode sustentar, perante tais números, que os mais destacados dirigentes e operacionais do golpe de estado tenho usufruído para benefício pessoal do seu empenhamento no 25 de Abril.

    Esquecidos, perseguidos, injustiçados, alvo de invejas


    25.04.2007
    No inquérito que fizemos a um grupo de 13 generais (ver páginas seguintes), lembrámos o exemplo de alguns dos mais destacados elementos do 25 de Abril que não chegaram ao generalato. Escolhemos, para evitar suceptibilidades, militares já falecidos, como Carlos Fabião, Melo Antunes e Salgueiro Maia, que não passaram de tenentes-coronéis.

    Alguns dos inquiridos concordaram. "Os melhores de entre nós não chegaram a generais (...). Injustiças flagrantes, perseguições políticas, desforços pessoais, represálias profissionais"", respondeu Monteiro Valente, que no dia 25 de Abril de 1974 assumiu o comando do Regimento de Infantaria 12, na Guarda, depois de, arma na mão e após disparar um tiro, ter prendido o comandante e o 2º comandante da unidade.

    Manuel Monge, no Movimento desde o início, actualmente a desempenhar as funções de Governador Civil de Beja, considera, porém, que a esmagadora maioria dos militares que se envolveram no golpe "não tinham perfil e historial para aspirarem a uma carreira com ascensão até aos mais altos postos".

    Pedimos igualmente aos inquiridos que nos indicassem nomes de camaradas que gostavam de ver entre no generalto. Muitos evitaram fazê-lo, até pelo receio de serem injustos. Outros, como Matos Coelho, lembraram que "os capitães concertaram a ideia de que a "vitória" não deveria conduzir a uma onda de promoções, graduações ou condecorações, o que aconteceu, com algumas excepções, histórica e temporalmente justificadas". Observa ainda que "se muitos dos que se envolveram empenhadamente ascenderam ao generalato, muitos mais dos que não se empenharam também ascenderam".

    Nem para cabos

    Vários inquiridos não hesitaram em avançar nomes. Gertrudes da Silva, um capitão do Regimento de Infantaria 14, de Viseu, hoje coronel - primeiro classificado do seu curso - é o mais referido. Monteiro Valente junta-lhe os nomes de António Carlos Morais da Silva, David Martelo e Carlos Matos Gomes.

    Franco Charais defende que deviam ter ascendido até àquele posto todos os militares "que se empenharam e correram reais riscos na Revolução, principalmente todos os elementos que durante cerca de sete anos fizeram parte do Conselho da Revolução".

    Outros inquiridos, fora do grupo dos generais, lembraram o destino diferente que esperou os capitães do 25 de Abril (tenentes-coronéis) e os tenentes-coronéis do 25 de Novembro, que, dizem, esses sim, foram promovidos, de uma forma geral, a generais.

    Muito crítico, Vasco Lourenço, um dos líderes da conspiração e personalidade-chave ao longo de todo o processo que se lhe seguiu, revela que votou "contra cerca de 80 por cento das promoções a general feitas pelo Conselho da Revolução", entre 1975 e 1982. A maioria deles não serviam, acrescentou, "nem para cabos quarteleiros", expressão que ouviremos também da boca de Aurélio Trindade .

    O coronel e escritor Matos Gomes elaborou-nos uma lista completa na qual não falta sequer o nome de um coronel de cavalaria "da geração anterior à dos "capitães de Abril"": Luís Vicente da Silva, ajudante de campo de Craveiro Lopes, envolvido na Revolta da Sé e nas conspirações do antigo Presidente contra Salazar.

    Na lista de Matos Gomes figuram "pesos-pesados" do PREC, já referidos, e ainda Victor Alves, Eurico Corvacho, Costa Brás, Almeida e Costa, Vasco Lourenço, Rodrigo Sousa e Castro, Costa Martins e nomes menos conhecidos "mas excelentes militares e com participação significativa no 25 de Abril: Nuno Pinto Soares, Joaquim Correia Bernardo, Luís Costa Macedo e Alberto António Ferreira, "um dos principais elementos dos oficiais oriundos de milicianos (os "espúrios"), é ele que comanda a coluna que vem de Estremoz e garante a segurança das operações na margem Sul".

    Outros nomes referidos ao PÚBLICO foram os de Otelo Saraiva de Carvalho, Fisher Lopes Pires, Marques Júnior, José Fontão, Delgado da Fonseca e, entre os oficiais de Marinha, Costa Correia, Martins e Silva, Falcão de Campos e Pedro Lauret.



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