Sabotagem no metro do Porto foi planeada ao milímetro
Carla Soares</B>
De forma rápida e criteriosa. Foi assim que, cerca das quatro da madrugada de ontem, foi sabotado o metro do Porto, com cortes nos cabos de comunicação e obstrução de agulhas a condicionar toda a rede. Acções levadas a cabo por peritos na matéria, diz a empresa, que já remeteu à Polícia Judiciária (PJ) um relatório técnico para averiguação.
A gravidade dos danos acabou por reduzir até 30% a oferta habitual de transporte, apenas normalizada ao final da manhã. Mas os indícios, considera o Conselho de Administração da Metro do Porto, indicam tratar-se de "sabotagem deliberada" com o propósito de paralisar toda a rede. No terreno esteve já uma equipa de investigadores da PJ, adiantou.
Tudo aconteceu em dia de greve geral. Mas em momento algum do comunicado que ontem divulgou, a empresa associa a greve aos actos de sabotagem, até porque, argumenta, a adesão na Metro do Porto foi de 0%.
Falha de segurança
O bloqueamento de diversos aparelhos de mudança de via, ou agulhas, foi feito entre a Senhora da Hora e a Fonte do Cuco, em Matosinhos, ponto nevrálgico da rede, com ligações à Maia e à Póvoa de Varzim. A obstrução de agulhas foi na mesma zona e praticamente em simultâneo com o corte de cabos de fibra óptica, que deixou inoperacionais a vigilância e a comunicação. Ou seja, quem mexeu nas agulhas certificou-se, primeiro, de que a comunicação era cortada. Neste caso, o posto central de comando (Guifões) deixou de receber imagem.
No total da rede, há cerca de 500 câmaras, mas apenas algumas gravam imagem e só em determinados momentos. As câmaras não cobrem a totalidade da linha. Estão nas estações e nas zonas de manobras, onde há agulhas. Já no local onde os cabos foram danificados, não haverá vigilância. Estes estão protegidos por tampas de betão e, garante fonte da Metro, o cidadão comum não faz ideia do que lá está, apenas alguém conhecedor do sistema.
Perante a falta de uma segurança que permita, na totalidade da rede, impedir actos de sabotagem, a empresa estará a ponderar um reforço da vigilância. Mas também deixa claro que os danos só foram possíveis porque os alegados sabotadores tinham conhecimento do sistema. Quanto à possibilidade de descarrilamento, a fonte considera "muito improvável" e nota que as primeiras viagens são feitas sem passageiros. Se fosse de dia, considera que ninguém se arriscaria a sabotar.
No comunicado, a Metro insiste na ideia de que a sabotagem apenas podia ter sido concretizada por peritos na matéria.
A empresa relata danos provocados nos sistemas de comunicações e de apoio à operação, detectados de imediato, cerca das quatro horas da manhã. "Estes danos, cortes cirúrgicos, precisos e localizados de cabos, nas imediações da Estação da Senhora da Hora, terão sido efectuados por alguém com conhecimentos técnicos dos sistemas de comunicação instalados", refere. Em simultâneo, relata, ainda, detectou a obstrução das agulhas. E "esta acção foi, de igual modo, levada a cabo com perícia técnica e num período de tempo muito curto".
"Exacta noção dos danos"
"Estes factos indiciam que os autores tiveram o propósito deliberado e consciente de provocar uma paralisação total da rede, com exacta noção da dimensão dos danos resultantes", conclui o Conselho de Administração. A Metro garante ter agido de imediato, elogiando a prontidão dos quadros e técnicos das empresas responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas.
A entrada em operação ficou limitada a 30% da oferta, desde as seis horas, quando começa a circulação, aumentando progressivamente para 60%, a partir das 8,30 horas, e ficando totalmente normalizada cerca das 11 horas.
Os painéis ficaram inoperacionais até cerca das 10 horas, havendo apenas um aviso sonoro aos utentes. Depois disso, podia ler-se a informação de que o serviço estava condicionado por motivos de "sabotagem".
-----------------------------------------
http://jn.sapo.pt/2007/05/31/primeir...ada_milim.html
-----------------------------------------
Alguém deve ter ficado chateado por o MdP (Metro do Porto) não ter aderido à greve e então queis forçar uma...
Carla Soares</B>
De forma rápida e criteriosa. Foi assim que, cerca das quatro da madrugada de ontem, foi sabotado o metro do Porto, com cortes nos cabos de comunicação e obstrução de agulhas a condicionar toda a rede. Acções levadas a cabo por peritos na matéria, diz a empresa, que já remeteu à Polícia Judiciária (PJ) um relatório técnico para averiguação.
A gravidade dos danos acabou por reduzir até 30% a oferta habitual de transporte, apenas normalizada ao final da manhã. Mas os indícios, considera o Conselho de Administração da Metro do Porto, indicam tratar-se de "sabotagem deliberada" com o propósito de paralisar toda a rede. No terreno esteve já uma equipa de investigadores da PJ, adiantou.
Tudo aconteceu em dia de greve geral. Mas em momento algum do comunicado que ontem divulgou, a empresa associa a greve aos actos de sabotagem, até porque, argumenta, a adesão na Metro do Porto foi de 0%.
Falha de segurança
O bloqueamento de diversos aparelhos de mudança de via, ou agulhas, foi feito entre a Senhora da Hora e a Fonte do Cuco, em Matosinhos, ponto nevrálgico da rede, com ligações à Maia e à Póvoa de Varzim. A obstrução de agulhas foi na mesma zona e praticamente em simultâneo com o corte de cabos de fibra óptica, que deixou inoperacionais a vigilância e a comunicação. Ou seja, quem mexeu nas agulhas certificou-se, primeiro, de que a comunicação era cortada. Neste caso, o posto central de comando (Guifões) deixou de receber imagem.
No total da rede, há cerca de 500 câmaras, mas apenas algumas gravam imagem e só em determinados momentos. As câmaras não cobrem a totalidade da linha. Estão nas estações e nas zonas de manobras, onde há agulhas. Já no local onde os cabos foram danificados, não haverá vigilância. Estes estão protegidos por tampas de betão e, garante fonte da Metro, o cidadão comum não faz ideia do que lá está, apenas alguém conhecedor do sistema.
Perante a falta de uma segurança que permita, na totalidade da rede, impedir actos de sabotagem, a empresa estará a ponderar um reforço da vigilância. Mas também deixa claro que os danos só foram possíveis porque os alegados sabotadores tinham conhecimento do sistema. Quanto à possibilidade de descarrilamento, a fonte considera "muito improvável" e nota que as primeiras viagens são feitas sem passageiros. Se fosse de dia, considera que ninguém se arriscaria a sabotar.
No comunicado, a Metro insiste na ideia de que a sabotagem apenas podia ter sido concretizada por peritos na matéria.
A empresa relata danos provocados nos sistemas de comunicações e de apoio à operação, detectados de imediato, cerca das quatro horas da manhã. "Estes danos, cortes cirúrgicos, precisos e localizados de cabos, nas imediações da Estação da Senhora da Hora, terão sido efectuados por alguém com conhecimentos técnicos dos sistemas de comunicação instalados", refere. Em simultâneo, relata, ainda, detectou a obstrução das agulhas. E "esta acção foi, de igual modo, levada a cabo com perícia técnica e num período de tempo muito curto".
"Exacta noção dos danos"
"Estes factos indiciam que os autores tiveram o propósito deliberado e consciente de provocar uma paralisação total da rede, com exacta noção da dimensão dos danos resultantes", conclui o Conselho de Administração. A Metro garante ter agido de imediato, elogiando a prontidão dos quadros e técnicos das empresas responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas.
A entrada em operação ficou limitada a 30% da oferta, desde as seis horas, quando começa a circulação, aumentando progressivamente para 60%, a partir das 8,30 horas, e ficando totalmente normalizada cerca das 11 horas.
Os painéis ficaram inoperacionais até cerca das 10 horas, havendo apenas um aviso sonoro aos utentes. Depois disso, podia ler-se a informação de que o serviço estava condicionado por motivos de "sabotagem".
-----------------------------------------
http://jn.sapo.pt/2007/05/31/primeir...ada_milim.html
-----------------------------------------
Alguém deve ter ficado chateado por o MdP (Metro do Porto) não ter aderido à greve e então queis forçar uma...
Comentário