Vivam todos,
A semana passada pude conduzir um civic por 1000 km, em ida-e-volta a uma praia junto a Ayamonte. Aqui ficam as impressões. A versão do civic era a 1.4 sport, com sensores de estacionamento.
Para quem gosta de ir directo ao assunto, cá vão as conclusões
Prós:
+ muita tecnologia
+ motor económico
+ silêncio a bordo
+ espaço no interior
+ alguns pormenores interessantes
Contras:
- falta de fôlego do motor nas subidas de auto-estrada
- alguns plásticos podiam ser melhores
- inclinação dos encostos de cabeça não ajustável
- direcção muito responsiva pode causar sustos
Veredicto:
4 estrelas. Dentro do segmento é uma proposta a ter em conta.
E agora o test-drive propriamente dito.
Olhando para o carro é impossível pôr de lado a estética... o design do tipo "amor/ódio" não deixa ninguém indiferente. Eu pessoalmente gosto bastante do aspecto futurista do bicho, mas compreendo perfeitamente que haja pessoal que só seria visto a guiar um numa emergência
Ao abrir a porta, noto o puxador a ranger (o carro só tem 1 ano). Não havia necessidade de pôr um plástico ranhoso num sítio tão usado quanto a porta. Mesma coisa para a porta do pendura.
Ao sentar-me observo o tablier, cuja qualidade me parece boa. Muita informação nos mostradores, mas é tudo intuitivo. Nem precisei de ler o manual para fazer coisas básicas como acertar o relógio, regular a climatização ou sintonizar o rádio. Os botões são fáceis de usar e bem posicionados. Há montes de espaços de arrumação a toda a volta e o porta-luvas até tem frigorífico! (Só dei por isso no dia de entregar o carro.. lol).
Começo a regular a posição de condução. E é essencial ajustar o volante para se conseguir ver o mostrador todo. Ao ajustar o banco surge um problema... o encosto da cabeça está feito para condução com o banco muito reclinado. Ora isto é um problema para mim, que gosto de conduzir direito... o encosto de cabeça fica muito para a frente e entorta-me o pescoço para baixo. Como não dá para ajustar a inclinação do encosto, lá tive que andar às voltas até encontrar uma posição minimamente confortável. O pendura também tem o mesmo problema. Um claro ponto negativo, pelo menos para mim.
Hora de carregar o carro. Vamos cheios de tralha, mas é fácil de meter tudo. O espaço por debaixo dos assentos traseiros dá muito jeito. A mala cumpre, mas não cabe lá tanto quanto possa parecer porque a porta não fecha na vertical mas sim inclinada. De qualquer forma tudo coube e os passageiros de trás iam confortáveis e com um bom espaço para as pernas. O habitáculo é todo bastante espaçoso.
E ligo o motor. A direcção é muito responsiva, talvez demasiado! É que mesmo uma guinada pequena faz girar tanto as rodas que é fácil perder o controlo. Por acaso não notei se a alta velocidade a resposta diminui (nunca precisei de testar).. mas se não diminuir, uma guinada rápida é capaz de causar um valente susto, ou mesmo acidente.
O computador de bordo dá muita informação, mas é uma fonte de distração. Há que ter a disciplina de só andar a ver a info quando não temos ninguém pela frente. Tem algumas coisas não intuitivas, mas basta ir ao manual para se perceber como funciona.
O motor e caixa requerem alguma habituação em cidade. A falta de binário a baixa rotação origina alguns poços de potência que só se evitam ao fim de algumas horas de condução atenta. Mas depois de lhe apanhar o jeito vemos que o motor cumpre bem em cidade, e, se nos dermos ao trabalho de fazer uma condução económica, até conseguimos baixar dos 7,5 litros que a marca anuncia para a cidade.
Na auto-estrada só se ouve um suave ruído aerodinâmico e o ronronar calmo do motor. Muita tranquilidade. Mas atenção às janelas traseiras acima de 120 à hora: causam instabilidade na direcção. O ar condicionado ressente-se pouco nos consumos (coisa de 0,5 litros), mas nota-se bem que desvia uns cavalos. Não se percebe é para que é que o carro tem uma 6ª velocidade. Tudo o que faz é baixar as rotações em 250-300 rpm. Mais valia fazer a 5ª mais longa e esquecer a 6ª. Mas prontos, quem sou eu para dizer isto?
Como qualquer gasolina de baixa cilindrada, este motor sua para fazer uma subida de auto-estrada. Para subidas de 3% ou maior, se não se quiser baixar dos 120-140, há que meter 4ª e sente-se que a correia de transmissão não gosta muito da brincadeira. O carro lá acaba por subir à velocidade que queremos, mas quase que temos que pedir por favor. Isto leva-me a pensar que o carro talvez estivesse melhor servido com caixa sequencial. Dois toques na patilha da esquerda e já está - muito mais cómodo. Além de que caixa automática encaixa melhor no estilo "nave espacial" da máquina.. lol.
Chegado ao destino verifico um consumo médio de 6,2 a velocidades entre 110 e 140 com AC ligado. Conselho ao estacionar: se houver putos nas redondezas não recolham os espelhos. Fiz isso e o resultado foi os putos ficarem intrigados e andarem a abrir e fechar os espelhos à mão... por acaso não estragaram nada, mas ainda ouvi uns estalos ao meter tudo no sítio. Na viagem de volta fiz 5,8 litros sem AC. Numa outra volta consegui 4,9 com velocidades entre os 90 e 100.
Veredicto: uma boa escolha dentro do segmento, a um preço competitivo. Especialmente indicado para quem quer conforto e não está interessado em grandes correrias. Se eu comprava um? Talvez. Mas com o civic híbrido ali mesmo ao lado a escolha seria complicada.
Adios e até ao próximo test-drive. Sorry pela falta de fotos
A semana passada pude conduzir um civic por 1000 km, em ida-e-volta a uma praia junto a Ayamonte. Aqui ficam as impressões. A versão do civic era a 1.4 sport, com sensores de estacionamento.
Para quem gosta de ir directo ao assunto, cá vão as conclusões
Prós:
+ muita tecnologia
+ motor económico
+ silêncio a bordo
+ espaço no interior
+ alguns pormenores interessantes
Contras:
- falta de fôlego do motor nas subidas de auto-estrada
- alguns plásticos podiam ser melhores
- inclinação dos encostos de cabeça não ajustável
- direcção muito responsiva pode causar sustos
Veredicto:
4 estrelas. Dentro do segmento é uma proposta a ter em conta.
E agora o test-drive propriamente dito.
Olhando para o carro é impossível pôr de lado a estética... o design do tipo "amor/ódio" não deixa ninguém indiferente. Eu pessoalmente gosto bastante do aspecto futurista do bicho, mas compreendo perfeitamente que haja pessoal que só seria visto a guiar um numa emergência
Ao abrir a porta, noto o puxador a ranger (o carro só tem 1 ano). Não havia necessidade de pôr um plástico ranhoso num sítio tão usado quanto a porta. Mesma coisa para a porta do pendura.
Ao sentar-me observo o tablier, cuja qualidade me parece boa. Muita informação nos mostradores, mas é tudo intuitivo. Nem precisei de ler o manual para fazer coisas básicas como acertar o relógio, regular a climatização ou sintonizar o rádio. Os botões são fáceis de usar e bem posicionados. Há montes de espaços de arrumação a toda a volta e o porta-luvas até tem frigorífico! (Só dei por isso no dia de entregar o carro.. lol).
Começo a regular a posição de condução. E é essencial ajustar o volante para se conseguir ver o mostrador todo. Ao ajustar o banco surge um problema... o encosto da cabeça está feito para condução com o banco muito reclinado. Ora isto é um problema para mim, que gosto de conduzir direito... o encosto de cabeça fica muito para a frente e entorta-me o pescoço para baixo. Como não dá para ajustar a inclinação do encosto, lá tive que andar às voltas até encontrar uma posição minimamente confortável. O pendura também tem o mesmo problema. Um claro ponto negativo, pelo menos para mim.
Hora de carregar o carro. Vamos cheios de tralha, mas é fácil de meter tudo. O espaço por debaixo dos assentos traseiros dá muito jeito. A mala cumpre, mas não cabe lá tanto quanto possa parecer porque a porta não fecha na vertical mas sim inclinada. De qualquer forma tudo coube e os passageiros de trás iam confortáveis e com um bom espaço para as pernas. O habitáculo é todo bastante espaçoso.
E ligo o motor. A direcção é muito responsiva, talvez demasiado! É que mesmo uma guinada pequena faz girar tanto as rodas que é fácil perder o controlo. Por acaso não notei se a alta velocidade a resposta diminui (nunca precisei de testar).. mas se não diminuir, uma guinada rápida é capaz de causar um valente susto, ou mesmo acidente.
O computador de bordo dá muita informação, mas é uma fonte de distração. Há que ter a disciplina de só andar a ver a info quando não temos ninguém pela frente. Tem algumas coisas não intuitivas, mas basta ir ao manual para se perceber como funciona.
O motor e caixa requerem alguma habituação em cidade. A falta de binário a baixa rotação origina alguns poços de potência que só se evitam ao fim de algumas horas de condução atenta. Mas depois de lhe apanhar o jeito vemos que o motor cumpre bem em cidade, e, se nos dermos ao trabalho de fazer uma condução económica, até conseguimos baixar dos 7,5 litros que a marca anuncia para a cidade.
Na auto-estrada só se ouve um suave ruído aerodinâmico e o ronronar calmo do motor. Muita tranquilidade. Mas atenção às janelas traseiras acima de 120 à hora: causam instabilidade na direcção. O ar condicionado ressente-se pouco nos consumos (coisa de 0,5 litros), mas nota-se bem que desvia uns cavalos. Não se percebe é para que é que o carro tem uma 6ª velocidade. Tudo o que faz é baixar as rotações em 250-300 rpm. Mais valia fazer a 5ª mais longa e esquecer a 6ª. Mas prontos, quem sou eu para dizer isto?
Como qualquer gasolina de baixa cilindrada, este motor sua para fazer uma subida de auto-estrada. Para subidas de 3% ou maior, se não se quiser baixar dos 120-140, há que meter 4ª e sente-se que a correia de transmissão não gosta muito da brincadeira. O carro lá acaba por subir à velocidade que queremos, mas quase que temos que pedir por favor. Isto leva-me a pensar que o carro talvez estivesse melhor servido com caixa sequencial. Dois toques na patilha da esquerda e já está - muito mais cómodo. Além de que caixa automática encaixa melhor no estilo "nave espacial" da máquina.. lol.
Chegado ao destino verifico um consumo médio de 6,2 a velocidades entre 110 e 140 com AC ligado. Conselho ao estacionar: se houver putos nas redondezas não recolham os espelhos. Fiz isso e o resultado foi os putos ficarem intrigados e andarem a abrir e fechar os espelhos à mão... por acaso não estragaram nada, mas ainda ouvi uns estalos ao meter tudo no sítio. Na viagem de volta fiz 5,8 litros sem AC. Numa outra volta consegui 4,9 com velocidades entre os 90 e 100.
Veredicto: uma boa escolha dentro do segmento, a um preço competitivo. Especialmente indicado para quem quer conforto e não está interessado em grandes correrias. Se eu comprava um? Talvez. Mas com o civic híbrido ali mesmo ao lado a escolha seria complicada.
Adios e até ao próximo test-drive. Sorry pela falta de fotos
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