Uma praga de ratos do campo que há várias semanas afecta centenas de municípios espanhóis chegou já a povoações de Zamora próximo da fronteira com Trás-os-Montes, onde o único obstáculo é actualmente o Rio Douro, refere a Lusa.
A informação foi avançada esta quinta-feira pela União de Pequenos Agricultores de Zamora (UPA) que em comunicado refere que o problema dos roedores deixou de ser um problema apenas da comunidade de Castela e Leão para se converter «num problema internacional».
A UPA refere que já foram detectados roedores nas povoações da comarca de Aliste, limítrofes com Portugal, faltando-lhes pouco para chegar a terrenos portugueses.
Contactado pela «Lusa», o secretário-geral da UPA de Zamora, Aurelio Gonzalez, declarou que os ratos do campo estão perto da localidade portuguesa de Travassos (Bragança) e que se deslocam muito rapidamente. «Em duas semanas atravessaram um município inteiro», cerca de dois mil hectares, disse Aurelio Gonzalez.
Estima-se que entre 400 e 750 milhões de roedores tenham afectado já milhares de hectares de pelo menos 621 municípios espanhóis, continuando a sobreviver apesar de fortes campanhas de combate lançadas pelas autoridades e pelos agricultores.
Presidente da Câmara de Bragança está a «acompanhar a situação» pelos media
Contactado pelo PortugalDiário, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, António Nunes, afirmou que está a acompanhar a situação «pelos órgãos de comunicação social espanhóis», mostrando-se confiante no trabalho que está a ser feito do outro lado da fronteira, designadamente de colocação de raticida.
Apesar de não ter mantido, até ao momento, qualquer contacto com o Ministério da Agricultura, o autarca espera que a tutela «esteja atenta». «Não tenho certeza se tem sido feita alguma coisa deste lado, mas penso que não», refere o autarca, acrescentando que «do lado espanhol o processo está controlado».
Governo e Confederação Agrícola de Portugal «desconheciam»
O Ministério da Agricultura revelou «desconhecer» o problema, remetendo para o Ambiente, sendo que este partilha o desconhecimento.
Também o presidente da Confederação Agrícola de Portugal (CAP), João Machado «desconhecia» a situação, adiantando que «ainda ontem» contactou agricultores do Norte, nada lhe tendo sido referido.
Segundo a mesma fonte, a única forma de evitar a praga é «colocando raticida nas margens». Não há outra solução, assegura, ao PortugalDiário, sublinhando que «o rio é uma barreira natural temporária», que os ratos conseguem transpor.
Igualmente contactado pelo PortugalDiário, o enfermeiro Sérgio Gomes da linha de Saúde Pública, ignorava os milhões de roedores que se dirigem ao nosso país afirmando «ser muito cedo» para adiantar alguma informação.
Os perigos para a saúde
Nas últimas semanas o debate sobre como combater o problema tem-se alargado, com as autoridades a defenderem o uso de veneno, os agricultores a optarem por queimadas ou armadilhas e os ecologistas a alertarem para o perigo do veneno. Agricultores chegam a encontrar e a matar três a quatro mil roedores por dia, que depois enterram ou queimam com cal.
A praga já trouxe outra, a de moscas verdes que se alimentam das carcaças dos roedores e que também já se começaram a fazer sentir em grande número.
Igualmente preocupante é o aumento do número de casos de tularémia, uma doença conhecida como a «febre do coelho» e causada pela bactéria Francisella tularensis.
Tipicamente rural, a doença é normalmente encontrada em roedores, coelhos e lebres, podendo ser transmitida ao homem e a outros animais.
A Junta da comunidade de Castela e Leão confirmou já 42 novos casos na última semana, elevando para mais de 200 o número de afectados desde o inicio do ano - comparativamente a apenas seis no ano passado. Oficialmente a doença não está a ser directamente vinculada com os roedores, mas as autoridades não descartaram essa relação.
Fonte: PortugalDiario
A informação foi avançada esta quinta-feira pela União de Pequenos Agricultores de Zamora (UPA) que em comunicado refere que o problema dos roedores deixou de ser um problema apenas da comunidade de Castela e Leão para se converter «num problema internacional».
A UPA refere que já foram detectados roedores nas povoações da comarca de Aliste, limítrofes com Portugal, faltando-lhes pouco para chegar a terrenos portugueses.
Contactado pela «Lusa», o secretário-geral da UPA de Zamora, Aurelio Gonzalez, declarou que os ratos do campo estão perto da localidade portuguesa de Travassos (Bragança) e que se deslocam muito rapidamente. «Em duas semanas atravessaram um município inteiro», cerca de dois mil hectares, disse Aurelio Gonzalez.
Estima-se que entre 400 e 750 milhões de roedores tenham afectado já milhares de hectares de pelo menos 621 municípios espanhóis, continuando a sobreviver apesar de fortes campanhas de combate lançadas pelas autoridades e pelos agricultores.
Presidente da Câmara de Bragança está a «acompanhar a situação» pelos media
Contactado pelo PortugalDiário, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, António Nunes, afirmou que está a acompanhar a situação «pelos órgãos de comunicação social espanhóis», mostrando-se confiante no trabalho que está a ser feito do outro lado da fronteira, designadamente de colocação de raticida.
Apesar de não ter mantido, até ao momento, qualquer contacto com o Ministério da Agricultura, o autarca espera que a tutela «esteja atenta». «Não tenho certeza se tem sido feita alguma coisa deste lado, mas penso que não», refere o autarca, acrescentando que «do lado espanhol o processo está controlado».
Governo e Confederação Agrícola de Portugal «desconheciam»
O Ministério da Agricultura revelou «desconhecer» o problema, remetendo para o Ambiente, sendo que este partilha o desconhecimento.
Também o presidente da Confederação Agrícola de Portugal (CAP), João Machado «desconhecia» a situação, adiantando que «ainda ontem» contactou agricultores do Norte, nada lhe tendo sido referido.
Segundo a mesma fonte, a única forma de evitar a praga é «colocando raticida nas margens». Não há outra solução, assegura, ao PortugalDiário, sublinhando que «o rio é uma barreira natural temporária», que os ratos conseguem transpor.
Igualmente contactado pelo PortugalDiário, o enfermeiro Sérgio Gomes da linha de Saúde Pública, ignorava os milhões de roedores que se dirigem ao nosso país afirmando «ser muito cedo» para adiantar alguma informação.
Os perigos para a saúde
Nas últimas semanas o debate sobre como combater o problema tem-se alargado, com as autoridades a defenderem o uso de veneno, os agricultores a optarem por queimadas ou armadilhas e os ecologistas a alertarem para o perigo do veneno. Agricultores chegam a encontrar e a matar três a quatro mil roedores por dia, que depois enterram ou queimam com cal.
A praga já trouxe outra, a de moscas verdes que se alimentam das carcaças dos roedores e que também já se começaram a fazer sentir em grande número.
Igualmente preocupante é o aumento do número de casos de tularémia, uma doença conhecida como a «febre do coelho» e causada pela bactéria Francisella tularensis.
Tipicamente rural, a doença é normalmente encontrada em roedores, coelhos e lebres, podendo ser transmitida ao homem e a outros animais.
A Junta da comunidade de Castela e Leão confirmou já 42 novos casos na última semana, elevando para mais de 200 o número de afectados desde o inicio do ano - comparativamente a apenas seis no ano passado. Oficialmente a doença não está a ser directamente vinculada com os roedores, mas as autoridades não descartaram essa relação.
Fonte: PortugalDiario
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