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Quanto é que Portugal perdeu com Cahora Bassa?

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    Quanto é que Portugal perdeu com Cahora Bassa?

    Pois é, já nem quero contabilizar o que vinhamos perdendo com a manutenção de algo que nunca deu proventos, pelo menos para nós...

    O que acho é que deve ser encontrado um valor do prejuízo claro, primeiro, pelo valor de entrega relativamente ao valor de valia e, segundo, saber qual a razão, e respectivos responsáveis, pelo "esquecimento" daquele pequeno pormenor a que se dá o nome de câmbio!...

    Cahora Bassa nas mãos de Moçambique

    Em Moçambique, vai ser consumada, esta segunda-feira, a derradeira fase da transferência da barragem de Cahora Bassa de Portugal para Moçambique. Depois de entregar a Portugal cerca de 470 milhões de euros, Moçambique vai passar a deter 85 por cento da barragem.


    ( 11:21 / 26 de Novembro 07 )


    O governo de Maputo entrega hoje um cheque de 700 milhões de euros, pouco mais de 470 milhões de euros para passar a deter 85 por cento da hidroeléctrica na qual o Estado português mantém uma participação de 15 por cento.

    Actualmente, Moçambique controla apenas 18 por cento da barragem, enquanto Portugal tem o domínio dos restantes 82 por cento.

    A cerimónia do pagamento da verba respeitante à reversão de Portugal para Moçambique da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) vai decorrer à porta fechada, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, a principal sala de reuniões da capital moçambicana.

    No âmbito do acordo de reversão da HCB assinado a 31 de Outubro de 2006 em Maputo pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, Portugal já recebeu 250 milhões de dólares (168 milhões de euros), o que totalizará depois da próxima tranche 950 milhões de dólares (640 milhões de euros).

    Fonte governamental moçambicana disse à Lusa que diversos acordos serão assinados hoje no âmbito do processo de reversão da HCB.
    http://www.tsf.pt/online/economia/in...tigo=TSF185817

    #2
    Este "negocio" é mais um acto de incompetencia deste governo.

    Temos um PM que vende uma obra por uma fracção do seu valor e ainda por cima um Ministro das Finanças incompetente que nem sequer previu a garantia da cotação cambial no contracto.
    E ainda querem que acreditemos nos orçamentos que fazem e nas suas politicas

    Afinal estamos cá todos a pagar a incompetencia destes Srs.

    Comentário


      #3
      E alguém sabe o que vão faxer com o dinheiro ou com os nossos impostos que deixam de ser lá aplicados?

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
        Este "negocio" é mais um acto de incompetencia deste governo.

        Temos um PM que vende uma obra por uma fracção do seu valor e ainda por cima um Ministro das Finanças incompetente que nem sequer previu a garantia da cotação cambial no contracto.
        E ainda querem que acreditemos nos orçamentos que fazem e nas suas politicas

        Afinal estamos cá todos a pagar a incompetencia destes Srs.
        Eles não estão sozinhos, há pessoal que não entende o OE2008, portanto políticos destes não destoam muito na sua incompetência .

        Comentário


          #5
          Esse acordo de hoje já foi congeminado há muito, pelo menos há um ano.

          Fica um texto de quem conhece a hidrolecetrica de Cahora Bassa ( HCB ) de perto.
          Cahora Bassa


          Nov. 1st, 2006 | 04:52 pm






          Foi finalmente concluído, em 31 de Outubro, o acordo que há trinta anos pendia sobre a barragem de Cahora Bassa, em Moçambique, passando o estado moçambicano a deter 85% do capital da empresa e o estado português 15%.
          Há alguns anos atrás , escrevi um texto (ler mais abaixo) sobre este elefante branco que sempre me fascinou e que, estou convencida, passa ao lado da maioria dos cidadãos deste país, apesar das enormes implicações que teve a nível político e económico.
          A História da Barragem de Cahora Bassa, merece um livro. Quando aparecer nas prateleiras das livrarias, serei das primeiras a comprá-lo.
          Vivi cerca de dois anos no local. Raramente tenho saudades dos sítios por onde passo ou me detenho, excepção para este misterioso lugar onde se concentram forças maiores.

          O texto que escrevi há uns anos atrás:


          O ELEFANTE BRANCO

          Em 1956, cerca de vinte anos antes da independência, a região de Cahora Bassa, em Moçambique, foi visitada, com objectivos bem determinados, por técnicos portugueses. Foi um dos primeiros passos, de um longo e complexo processo, conducente à construção da barragem de Cahora Bassa, que se concluiu no fim do ano de 1974. Em 25 de Junho de 1975, a colónia de Moçambique, declarou a sua independência, após negociações entre os dois países. Já em 1950 tinha surgido a ideia de aproveitar os 830 quilómetros que o rio Zambeze percorre naquele país, com o objectivo de impulsionar os recursos do vale do grande rio, com especial predominância para os recursos agrários e minerais, além das importantes implicações políticas daí inerentes.
          Existiam naquela zona, rápidos, que não permitiram a navegação e consequente exploração do vale do rio Zambeze, o indomável, na época em que os exploradores portugueses se entranhavam por terras desconhecidas, sensivelmente em meados do século XVII. Esses mesmos rápidos, outrora obstáculos, vieram permitir a execução de uma magnífica obra, com múltiplos aproveitamentos e a quem o primeiro presidente de Moçambique chamou «o nosso elefante branco».
          Em 23 de Junho de 1975, foi criada uma sociedade anónima, em que o Estado Português e várias instituições de crédito nacionais, participaram com 81,66% do capital social e a parte moçambicana com 18,34% do mesmo.
          Seguiram-se tempos de guerra civil e regional e a destruição dos postes de alta tensão que conduziriam a energia para os países vizinhos. Foram anos de estagnação, em que a central se manteve a funcionar a um nível minímo de manutenção.
          Muitos anos depois da primeiro pensamento sobre este enorme empreendimento, existe uma cidade estaleiro, onde vivem os que mantêm a obra, incluindo muitos portugueses e respectivas famílias. Uma agradável e pequena cidade situada num planalto a 1200 metros de altitude denominada Songo.
          Páginas e páginas se escreveram e hão-de escrever sobre esta região e sobre o empreendimento, mas até as grandes obras de engenharia se deixam ver pelo lado humano e não recorrendo só a números, projectos e cálculos.
          Logo na primeira visita a Cahora Bassa, a barragem deslumbrou-me, não pelas explicações técnicas, que eram normalmente fornecidas aos visitantes, mas pela atmosfera, quase de ficção científica em que se mergulhava, desde a entrada no elevador que baixava pela terra e nos deixava num tunel comprido e de grandes dimensões, em tons de amarelo, encurvado, completamente desnudado mas com luz suficiente, fazendo lembrar as mangas de acesso das naves espaciais. E de súbito, surgia um enorme vidro, um varandim, e lá em baixo, o deslumbramento de uma caverna escavada na rocha, como se fosse uma catedral, sem dimensão imediata possível, luz artificial, máquinas, homens e rocha bruta. Entre a beleza e a grandiosidade, os olhos tentavam abarcar tudo para não perder a imagem de qualquer coisa que se pensava não se voltaria a ver, nunca mais. Poucas coisas me deslumbraram assim, ao primeiro contacto e de imediato.
          Levaram-nos depois à caverna escavada na rocha que já vira de um plano superior, onde, tal como nos filmes de ficção científica, se fica à espera do que pode acontecer a seguir, com um certo temor, tal a sensação de enormidade, mistério e criatividade artistica e técnica.
          Dominando o centro da gruta, de mais de duzentos metros de comprimento, viam-se grandes objectos circulares, cinco ao todo e que nos disseram ser os grupos geradores. As paredes laterais, até certo ponto, eram forradas de aparelhos, mostradores, botões, instrumentos. Dali para cima, rocha bruta iluminada a luz artificial, e os olhos continuavam até à abóbada a cerca de sessenta metros de altura e ficavam demorados na grandiosidade do trabalho ali feito. Dos lados, bocarras enormes e escuras, de túneis, esperando não se sabe o quê. Do futuro, talvez. Dez quilómetros de túneis dizem.
          Penso não errar, se disser que a albufeira, é um dos maiores lagos artificiais de África e do mundo, com os seus quase 280 quilómetros de comprimento e largura máxima de 30 quilómetros. É inevitável o recurso aos números. As palavras são algumas vezes insuficientes, para, só por si, mostrarem a grandiosidade do que se pretende explicar.
          Anos depois, voltando a Cahora Bassa e novamente de visita à gruta gigantesca, lá encontrei os túneis de acesso monstruosos, onde carros e camiões circulam como se em estradas estivessem, a potente descarga de água ribombando como mil trovões, onde os arco-iris são lugar comum, onde mais uma vez pensei, que o que ali estava, não era só obra de engenharia, mas muito mais: uma das maravilhas do mundo. Sempre me pareceu uma obra de arte, grande demais, é verdade, mas mesmo assim, uma maravilha de grande beleza e imponência.
          Há um ambiente em toda aquela região que não se encontra em qualquer sítio. Uma transparência colorida. É como se magias estranhas se escondam em toda a parte e a todo o momento nos surpreendam com pormenores de deslumbramento. As árvores, os enormes embomdeiros, as pedras, as plantas, os pássaros, as pessoas, os montes, a água, a cor de tudo isto, só existe ali. Montes azulados, árvores verdes ao lado de árvores amarelas ou castanhas, pedras de todos os feitios, céu pincelado de vários tons, esquilos atravessando a estrada de acesso à albufeira e á central, cobras invisíveis, animais que nunca se veêm, mas que estão lá, em Cahora Bassa, no maior empreendimento português no exterior do país.
          Uma pergunta: será certo que desde o ano de 1956 se tem falado muito pouco de Cahora Bassa, o maior empreendimento português no estrangeiro e agora vai passar a falar-se mais?
          Outra pergunta: que sabemos nós, pessoas deste país, deste «maior empreendimento de Portugal no exterior»?
          Já são muitas perguntas, para quem só tem Cahora Bassa como um magnífico e raro elefante branco, uma obra de arte, que não cabe num punhado de palavras alinhadas num texto.
          ECG




          E a Cronologia da HCB

          Moçambique/Cahora Bassa: Cronologia
          Maputo, 25 Nov (Lusa) - Algumas datas marcantes na história da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB):
          8:55 | Domingo, 25 de Nov de 2007

          Link permanente: x
          Maputo, 25 Nov (Lusa) - Algumas datas marcantes na história da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB):


          Março de 1956 - Técnicos da Hidroeléctrica Portuguesa visitam pela primeira vez os rápidos de Cahora Bassa.


          Dezembro de 1966 - Contratação da Hidroeléctrica Portuguesa para elaborar o projecto do aproveitamento hidroeléctrico de Cahora Bassa.


          19 Setembro de 1969 - Assinatura do contrato de fornecimento de energia entre o governo português e a Eskom, da África do Sul.


          25 de Março de 1975 - Primeira rotação, para ensaio, do grupo gerador número cinco (segundo instalado).


          23 de Junho de 1975 - Criação da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Sarl, por protocolo assinado entre os estado português e a FRELIMO.


          25 de Junho de 1975 - Independência da República Popular de Moçambique


          28 Maio de 1983 - Contrato HCB/EDM (Electricidade de Moçambique) para o fornecimento de energia às subestações Matambo/Chibata.


          02 de Maio de 1984 - Acordo entre os governos de Portugal, África do Sul e Moçambique, tendo em vista o fornecimento de energia não só à África do Sul, mas eventualmente a outros países. Segunda revisão tarifária HCB/Eskom.


          22 de Junho de 1988 - Terceira revisão tarifária HCB/Eskom.


          29 de Maio de 1992 - Contrato de fornecimento HCB/ZESA, (Zimbabué).


          01 de Dezembro de 1997 - Início de fornecimento de energia à ZESA.


          08 de Julho de 1998 - Quarto acordo de revisão tarifária HCB/Eskom.


          01 de Agosto de 1998 - Reinício da exploração comercial para a Eskom após a reabilitação do empreendimento.


          Dezembro de 1999 - Primeira revisão tarifária HCB/ZESA.


          Fevereiro de 2004 - Acordo tarifário alcançado entre Portugal, Moçambique e África do Sul.


          29 de Março de 2004 - Portugal e Moçambique anunciam a nomeação de representantes dos dois países para encontrar uma solução definitiva para a HCB, que passa pela detenção pelo Estado moçambicano da maioria do seu capital.



          31 de Outubro de 2006 - Primeiro-ministro português, José Sócrates, e o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, assinam o acordo estabelecido entre os dois estados sobre o processo de reestruturação e transmissão da HCB.


          31 de Outubro de 2007 - O governo moçambicano garante formalmente a Portugal que "estão reunidas as condições" para saldar até final do ano a dívida de 700 milhões de dólares (487 milhões de euros) pela reversão da HCB.
          26 de Novembro de 2007 - Moçambique transfere 700 milhões de dólares (487 milhões de euros) da dívida pela reversão da HCB; assembleia geral elege novo conselho de administração, composto pela primeira vez apenas por moçambicanos.


          27 de Novembro de 2007 - Data prevista da mega-cerimónia no distrito do Songo, em Tete (centro) que assinala a reversão efectiva da HCB, cerimónia que contará com a presença do ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos. Na cerimónia estão previstas ainda as presenças dos seguintes chefes de estado e de governo: Robert Mugabe, do Zimbabué, Levy Mwanawassa, da Zâmbia, Festus Mogae, do Botsuana, Phumzile Mlambo-Ngcuka, vice-Presidente sul-africana, e Barnabas Dlamini, primeiro-ministro da Suazilândia.
          MMT.

          Comentário


            #6
            Chamem-nos parvos, aproveitaram a depreciação do USD para fazer o pagamento a Portugal e assim poupar umas massas valentes

            Comentário


              #7
              Vamos lá ver, o acordo foi assinado ha um ano...

              Comentário


                #8
                80 Milhões

                Segundo certas análises são 80 Milhões que se perde só nos últimos meses, isto só em diferença cambial

                Ena que jeitinho pró negócio ...

                Portugal perde 80 milhões em Cahora Bassa

                O dinheiro que Portugal tem a receber de Moçambique pela venda do controlo accionista de Cahora Bassa vale hoje menos cerca de 14% do que valia quando foi assinado o acordo de transferência, em Outubro de 2006.

                Lusa

                O acordo de reestruturação e transmissão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) pôs termo a uma negociação que se arrastava há 32 anos, estabelecendo que Portugal reduzia a sua posição de 82 para 15% e que o Estado moçambicano aumentava a sua participação de 18 para 85%.

                Na prática, Portugal vendia 67% de Cahora Bassa a Moçambique, que pagaria 950 milhões de dólares pela participação. A primeira tranche foi paga logo a 31 de Outubro, tendo o estado moçambicano desembolsado 250 milhões de dólares, que valiam, ao câmbio desse dia, cerca de 195 milhões de euros. Por pagar ficaram 700 milhões de dólares, que serão agora entregues a Portugal.

                No entanto, estes 700 milhões de dólares valiam cerca de 550 milhões de euros quando o acordo foi assinado, em Outubro de 2006, e valem, ao câmbio de 23 de Novembro, apenas pouco mais de 470 milhões de euros. Ou seja, o Estado português perde cerca de 80 milhões de euros com a diferença cambial neste negócio.

                Contactado, o Ministério das Finanças não esclareceu se o acordo assinado com Maputo prevê uma cláusula que limite o risco cambial.

                A receita conseguida com este negócio vai ajudar o Governo a cumprir a meta de privatizações definida para este ano, sendo que o Orçamento do Estado para 2007 previa, neste ponto, um encaixe de 950 milhões de euros.
                In Diário Económico

                Mas este artigo dá uma ideia do valor da divida e dos prejuízos acumulados.

                HCB e as saudades do futuro
                02/11/2006

                Lázaro Mabunda


                Tudo o que perdemos ou que deixou de nos pertencer – depois de poucos ou muitos anos, em nosso poder – é sempre objecto de uma recordação apaixonante no futuro. E as saudades do futuro não se imaginam, sentem-se no exacto momento que tal coisa passa a ser propriedade alheia, e prolongam-se com o presente até ao futuro. O que mais acontece no futuro é uma retrospectiva, com saudade ou com ódio, do que foi nosso e deixou de ser por razões que se sobrepõe às nossas ambições, os nossos sonhos e as nossas capacidades.


                Portugal acaba de entregar a gestão de Cahora Bassa a Moçambique, por sinal o maior investimento já realizado pelos portugueses no exterior. No acto da assinatura da reversão era visível a consternação de José Sócrates. Não é fácil entregar, em definitivo, o que se confia. Foi nesse contexto, e com razão, que afirmou: “O meu estado de espírito e o estado do espírito de todos os que aqui estão, em nome do Governo português, é que temos saudades do futuro. O que nos anima, neste momento, é construir um futuro que esteja à altura da história...”.


                Armando Guebuza já havia anunciado a sentença do dossier ao referir: “Moçambicanas, Moçambicanos. Cahora Bassa já é nossa”. Estava-se perante duas realidades diferentes, quais um pai quando entrega a filha ao genro. Um visivelmente satisfeito e outro frustrado. Mas tinha que acontecer, pecando por ser tarde e com uma indemnização de “irritar” – 950 milhões de euros.


                Primeiro, 32 anos são, ao que tudo indica, suficientes para recuperar o investimento feito, mesmo subtraindo os custos de produção e manutenção do empreendimento, embora se diga que HCB é um projecto de passivos do que de activos, ou seja, que o Governo português andou durante 32 anos a coleccionar prejuízos do que ganhos. É discutível, não obstante se referir que só a partir do ano passado começou a ter lucros.


                Primeiro, se tal fosse verdade, Portugal não se teria agarrado a esse projecto, ter-se-ia livrado dele muito antes que isso representasse um suicídio para um Orçamento eternamente deficitário;


                Segundo, HCB tinha um peso considerável no Orçamento de Portugal, pois produz uma receita avaliada em cerca de 30 milhões de dólares por mês. Não foi por acaso que a Eurostat, uma entidade contabilística da União europeia, teve de travar o processo para ponderar sobre as eventuais implicações da decisão no défice de Portugal.


                A dívida de Cahora Bassa é estimada em cerca de dois mil milhões de dólares americanos. As contas não batem certo pelo seguinte: a HCB tem uma receita mensal de cerca de 30 milhões de dólares, e anual de perto de mais ou menos 360 milhões. Ora, admitindo a hipótese de que os custos de produção e de manutenção atingem 260 milhões de dólares americanos, lucrando apenas 100 milhões, como se explica que em 32 anos não tenha conseguido fazer uma receita que cubra a sua construção? Ainda mais se deu o luxo de recorrer a outras receitas alheias para a sua manutenção?


                É verdade que a decisão de construir essa barragem, em 1969, foi logo muito contestada, pelos riscos enormes que acarretaria às finanças, e até ao dispositivo militar no território moçambicano. Curiosamente, os portugueses afirmam que as más previsões se revelaram verdadeiras, e as despesas com o empreendimento chegaram a constituir mais de metade do serviço da dívida externa portuguesa nos anos 80, considerando uma decisão desastrosa. Ora, uma decisão desastrosa deixaria José Sócrates com saudades do futuro?



                Armando Guebuza prometera, alguns meses após a sua tomada de posse, ano passado, que até o final do mesmo ano a Hidroeléctrica de Cahora Bassa reverteria a favor de Moçambique. Cumpriu. Parabéns é algo gratuito que não precisa de sacrifício nem de prejuízos, que se pode desejar a quem merece pelo seu trabalho, determinação e perseverança.


                Se José Sócrates tem saudades do futuro, eu tenho saudade dos 950 milhões de Euros que o país irá desembolsar para o governo português, para além da facturação que a HCB fez durante os 32 anos sob sua gestão.


                Neste momento, resta saber onde o Governo moçambicano irá cavar os milhões de dólares que o Governo português exige para a transferência da gestão. E tais dívidas que irá contrair para pagar Portugal não irão representar a mudança de dominação? E que futuro para este empreendimento?


                O tempo sentenciará o destino. O que me resta é depositar confiança nos moçambicanos que estarão à frente daquele empreendimento, mas com as minhas reservas.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por hpventura Ver Post
                  Vamos lá ver, o acordo foi assinado ha um ano...
                  Sim.

                  E só agora foi concluido com esta ultima tranche

                  Comentário


                    #10
                    Especula-se por aí umas coisas interessantes sobre este assunto ....

                    O último cheque por Cabora Bassa

                    Escrevo Cabora Bassa pois foi esta a grafia com que o Estado Português se endividou até aos dentes para honrar internacionalmente os levianos compromissos tomados pelo governo de Marcelo Caetano, e que chegaram a constituir a parte de leão da dívida externa de Portugal nos anos oitenta.Os dinheiros públicos gastos nesse empreendimento nunca mereceram uma crítica dos nossos financeiros mais dados às contas domésticas e virados para a subtracção nos salários e nas reformas dos outros .Pois agora rezou-se o último acto do pagamento por Moçambique-a quem não se pode censurar pela capacidade negocial revelada- com um cheque de 470 milhões de euros, numa cerimónia discreta ocorrida em Maputo.O governo de Moçambique recorreu a um empréstimo bancário para esta operação que lhe permite assumir 85% do capital da empresa enquanto a República Portuguesa fica com 15%.Tudo bem.Mas sempre gostaria de saber se alguma instituição financeira nacional participou no referido empréstimo.Para perceber até onde chegam as contas do Pacto de Estabilidade...
                    http://bichos-carpinteiros.blogspot....ora-bassa.html

                    A DOAÇÃO
                    O primeiro-ministro foi até Moçambique - como bem sintetizou o Miguel Sousa Tavares na TVI- doar Cahora Bassa aos autoctónes. Foram para aí quarenta anos e mais de dois mil milhões de euros enterrados. O "contrato" com Moçambique equivale a eu emprestar mil euros e um carro a um amigalhaço e, depois, de volta, receber uns cêntimos e a cadeirinha do bébé que ia no carro. Parece que há para aí uns duzentos e tal milhões de euros que Moçambique nos deverá dar em "tranches" e, em 2008, está tudo "saldado". Também fica a ex-colónia liberta - e os cofres do Estado português também - dos pagamentos aos administradores lusos que lá andaram a encher a pança. O sr. Gebuza não fez a coisa por menos e lembrou a um vago e "poético" Sócrates que, naquele momento, se enterrava o último vestígio da "ocupação estrangeira". Em delicadeza, foi o melhor que se pôde arranjar. Nunca soubemos lidar com esta coisa chamada Ultramar. Nem o dr. Salazar, nem a democracia. Numa altura em que o país se esfarela na ilusão "tecnológica", na obsessão "deficitária" e no consumismo desenfreado que alimenta o sistema bancário e a inconsciência "tuga", Sócrates foi a Moçambique "aliviar-se" do velho fardo do homem branco. E até pagamos - e de que maneira - para isso.
                    http://portugaldospequeninos.blogspo...6/10/doao.html

                    Comentário


                      #11
                      Exercício curioso: todo este "esquecimento" do câmbio tinha acontecido no governo Flopes

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por André Ver Post
                        Exercício curioso: todo este "esquecimento" do câmbio tinha acontecido no governo Flopes
                        Explica lá isso

                        Comentário


                          #13
                          Mas alguem consegue prever o cambio para amanha?

                          Se a resposta for afirmativa, é favor contactar-me para eu, amanha, fazer umas jogadas financeiras........

                          Comentário


                            #14
                            Desculpem lá a escavadela, mas é que voltou a ser notícia...: Portugal abandona Cahora Bassa até 2014 - Economia - Sol

                            Comentário


                              #15
                              A barragem que os angolanos entretanto construiram (capanda) produz muito menos e, pelos vistos, custou-lhes 4 mil milhões de dólares. Vão ver que ainda se vão queixar de que foram discriminados...

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por JoSonas Ver Post
                                A barragem que os angolanos entretanto construiram (capanda) produz muito menos e, pelos vistos, custou-lhes 4 mil milhões de dólares. Vão ver que ainda se vão queixar de que foram discriminados...
                                Capanda Dam - Wikipedia, the free encyclopedia

                                4 mil milhões de dólares para 520MW?!?!... Valentes!

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por JoSonas Ver Post
                                  A barragem que os angolanos entretanto construiram (capanda) produz muito menos e, pelos vistos, custou-lhes 4 mil milhões de dólares. Vão ver que ainda se vão queixar de que foram discriminados...
                                  Já pouca coisa me admira...

                                  Comentário


                                    #18
                                    Lá diz o ditado: "Quem faz filhos em mulher alheia..."

                                    Mas é giro ver as opiniões que se reúnem à volta deste tema.

                                    Os recursos que Portugal tinha na altura vinham de onde?

                                    Se alguém responder: Colónias leva 3 Likes... !!

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por CarlosL Ver Post
                                      Lá diz o ditado: "Quem faz filhos em mulher alheia..."

                                      Mas é giro ver as opiniões que se reúnem à volta deste tema.

                                      Os recursos que Portugal tinha na altura vinham de onde?

                                      Se alguém responder: Colónias leva 3 Likes... !!
                                      Só interessa o que Portugal ofereceu, o que roubou é desculpável.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por air Ver Post
                                        Capanda Dam - Wikipedia, the free encyclopedia

                                        4 mil milhões de dólares para 520MW?!?!... Valentes!
                                        se em portugal há derrapagens, numa obra em angola que leva 15 anos a ser concluída e que atravessa uma guerra diria que não é um valor surpreendente.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por air Ver Post
                                          Só interessa o que Portugal ofereceu, o que roubou é desculpável.
                                          E o que é que Portugal roubou, caro amigo?

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por air Ver Post
                                            Só interessa o que Portugal ofereceu, o que roubou é desculpável.
                                            O que roubou a quem??? Se calhar é melhor analisar o que roubou quem tratou da descolonização sob protecção dos "ideais de Abril".

                                            Mas há alguma dúvida que a maior parte das nossas colónias ficaram muito mais a perder com a saída dos Portugueses de lá do que com a sua permanência?

                                            Basta ver o retrocesso de décadas, DÉCADAS, a que se assistiu em Angola após 74 e que só agora, "lentamente", se começa a inverter.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                                              E o que é que Portugal roubou, caro amigo?
                                              Se calhar o Air esta-se a referir ao filho de um conhecido politico Português que em tempos teve um acidente de aviação em Angola e que dizem as más línguas que vinha carregado de diamantes e marfim.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                Se calhar o Air esta-se a referir ao filho de um conhecido politico Português que em tempos teve um acidente de aviação em Angola e que dizem as más línguas que vinha carregado de diamantes e marfim.
                                                Percebo. Mas, então, esse "filho" de alguém (...) não deve chamar-se Portugal...

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                  O que roubou a quem??? Se calhar é melhor analisar o que roubou quem tratou da descolonização sob protecção dos "ideais de Abril".

                                                  Mas há alguma dúvida que a maior parte das nossas colónias ficaram muito mais a perder com a saída dos Portugueses de lá do que com a sua permanência?

                                                  Basta ver o retrocesso de décadas, DÉCADAS, a que se assistiu em Angola após 74 e que só agora, "lentamente", se começa a inverter.
                                                  os idiotas de Abril foram os reponsáveis por centenas de milhares de mortes nos 30 anos seguintes, e a história um dia acabará por os julgar, apesar de tremos ideias firmes sobre o Mário Soares, Melo Antunes e outros inúteis.

                                                  Se as pessoas estavam melhor do que agora? Essa questão nem se coloca, pois eles agora são donos da sua própria terra e que não me chateiem. Já não sou colono, nem explorador colonial. Graças a Deus.

                                                  A questão não é bem de roubar, mas sim de se apropriar (indevidamente que é o mesmo que roubar, e aí entendo o Air) das riquezas das ex-colónias.

                                                  Creio que as pessoas sensatas deveriam colocar uma pedra sobre o assunto. Os Governos sensatos, também.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                    Se calhar o Air esta-se a referir ao filho de um conhecido politico Português que em tempos teve um acidente de aviação em Angola e que dizem as más línguas que vinha carregado de diamantes e marfim.
                                                    O avião caiu na ponta do iceberg que é as negociatas em redor das ex-colónias... foi uma altura em que se fizeram muitas amizades.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por CarlosL Ver Post
                                                      os idiotas de Abril foram os reponsáveis por centenas de milhares de mortes nos 30 anos seguintes, e a história um dia acabará por os julgar, apesar de tremos ideias firmes sobre o Mário Soares, Melo Antunes e outros inúteis.

                                                      Se as pessoas estavam melhor do que agora? Essa questão nem se coloca, pois eles agora são donos da sua própria terra e que não me chateiem. Já não sou colono, nem explorador colonial. Graças a Deus.

                                                      A questão não é bem de roubar, mas sim de se apropriar (indevidamente que é o mesmo que roubar, e aí entendo o Air) das riquezas das ex-colónias.

                                                      Creio que as pessoas sensatas deveriam colocar uma pedra sobre o assunto. Os Governos sensatos, também.
                                                      "Idiotas de Abril"? Estás a referir-te às pessoas que fizeram o 25 de Abril? É que se estás, por muito que discordes, e estás no teu direito, bem, ó Carlos, essa excedeu os limites todos...

                                                      É que, se hoje vivemos em Democracia e em Liberdade, devêmo-lo aos "teus" "Idiotas de Abril" ...

                                                      Bem, caro Carlos, "...Se as pessoas estavam melhor do que agora? Essa questão nem se coloca, pois eles agora são donos da sua própria terra e que não me chateiem..."? Mas alguém está a chatear-te? Chateia-te a troca de opiniões?


                                                      E, também não percebo, "Creio que as pessoas sensatas deveriam colocar uma pedra sobre o assunto."... Sensatas por não falarem no assunto? Porquê, caríssimo?

                                                      Deus meu...

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por CarlosL Ver Post
                                                        os idiotas de Abril foram os reponsáveis por centenas de milhares de mortes nos 30 anos seguintes, e a história um dia acabará por os julgar, apesar de tremos ideias firmes sobre o Mário Soares, Melo Antunes e outros inúteis.
                                                        Creio que as pessoas sensatas deveriam colocar uma pedra sobre o assunto. Os Governos sensatos, também.
                                                        Caro Carlos,

                                                        Aí estamos de acordo, não vale nada a pena ir agora reclamar uma barragem aqui, um aeroporto ali e por aí fora. Se fizemos a obra foi porque quisemos e fazia parte do jogo, fomos expulsos paciência, o que está no quintal dos outros a eles lhe pertence.

                                                        No entanto não consigo branquear a maneira como fomos escorraçados daqueles países, foi mau para toda a gente e ironia do destino, foram eles quem mais sofreu.

                                                        Eu não tenho pena do que lhes aconteceu a seguir.

                                                        Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                                        O avião caiu na ponta do iceberg que é as negociatas em redor das ex-colónias... foi uma altura em que se fizeram muitas amizades.
                                                        Nem mais. Aliás, cada vez acho mais que o 25 de Abril foi a maior fraude de Portugal e porventura aquela que o "povo" engoliu melhor.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                                          O avião caiu na ponta do iceberg que é as negociatas em redor das ex-colónias... foi uma altura em que se fizeram muitas amizades.
                                                          Pois é, mas é disso mesmo que devemos falar, mas falar, recordar sempre, mais concreta ou mais implicitamente, pois os que abusaram colocaram mal o país todo, sendo certo que Portugal não se identifica com abusos desses!...

                                                          E é bom falar dessas coisas, não só mas também, porque podem haver alguns por aí escondidos em boas posições sociais e estatutárias, como chamar-lhes..., desonestos, que tudo farão para se manter anónimos, deduzo eu pelo que ouço de rumores e vozes públicas sobre este tipo de questões!

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                                            O avião caiu na ponta do iceberg que é as negociatas em redor das ex-colónias... foi uma altura em que se fizeram muitas amizades.
                                                            e por falar em aviao que cai e negociatas, há tb outro de camarate.
                                                            talvez um navio afundado ao largo da costa se calhar tb esteja metido nisso


                                                            Qt ao tema...este tipo de assuntos, recozinhados, não ajuda em nada às relações entre os países. Ficaram com a barragem, nós chulamos uns pretitos.....enfim. Acho que não ficamos a perder mto.

                                                            Comentário

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