10 lições de Warren Buffett
Tinha seis anos quando fez o primeiro negócio. Comprou seis latas de Coca-Cola ao preço unitário de 25 cêntimos e vendeu-as a 30, descobrindo a importância da margem de lucro. Agora, é o segundo homem mais rico do mundo, o que se deve à sua eficácia e disciplina como investidor. Warren Buffett só compra negócios que entenda e não se assusta quando as bolsas estão de mau humor.
Tinha seis anos quando fez o primeiro negócio. Comprou seis latas de Coca-Cola ao preço unitário de 25 cêntimos e vendeu-as a 30, descobrindo a importância da margem de lucro. Agora, é o segundo homem mais rico do mundo, o que se deve à sua eficácia e disciplina como investidor. Warren Buffett só compra negócios que entenda e não se assusta quando as bolsas estão de mau humor.
Invista em negócios que compreende
A fortuna acumulada por Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, foi alcançada através do investimento em negócios que o investidor compreende e que considera fazerem sentido, do ponto de vista económico. A aposta em acções da Coca-Cola ou da Gillette são dois exemplos. As duas empresas vendem produtos que satisfazem necessidades básicas e ocupam lugares privilegiados na mente dos consumidores a nível global. Buffett costuma sublinhar que, ninguém melhor do que o funcionário de um supermercado, saberá que negócios e empresas poderão ser boas oportunidades, precisamente porque sabe quem tem mais sucesso no mercado. Recolher informação para se poder tomar decisões ponderadas é o primeiro passo a dar.
"O risco surge de não se saber o que se está a fazer"
A qualidade da gestão também conta
A qualidade das equipas de gestão é um dos critérios analisados por Warren Buffett no processo de análise que antecede as suas decisões de investimento. Aprecia administradores focados no negócio que melhor conhecem, que não dispersam a atenção noutras áreas para as quais não têm competências e que se preocupam em criar produtos e serviços de que os consumidores necessitam. Um boa gestão, acrescenta Buffett, tem que falar a verdade aos clientes, colaboradores e accionistas. A qualidade e fiabilidade da informação é um aspecto que um bom gestor não negligencia.
"Quando um gestor tido como brilhante toma conta de um negócio com reputação de ser mau do ponto de vista económico, é a reputação do negócio que costuma permanecer intacta."
O passado não é uma garantia mas ajuda muito
Se a sua "estratégia" é a de comprar e vender, cavalgando as variações de curto prazo, o exemplo de Warren Buffett não lhe poderá ser útil. O investidor faz apostas a um prazo mínimo de dez anos e só escolhe empresas que revelem um passado de crescimento das vendas e dos lucros consistente.
"Nos negócios, o espelho retrovisor está sempre mais limpo do que o pára-brisas."
O dinheiro gerado é que interessa
Um dos aspectos em que Warren Buffett se concentra para avaliar se uma empresa lhe pode interessar enquanto investidor é a sua capacidade de gerar resultados para os accionistas. Os negócios que consomem muito dinheiro, capital intensivos, não o atraem. Mas os que o geram, de forma sólida e consistente, já são outra conversa. O "free cash-flow" é o indicador que utiliza para separar o trigo do joio. Consiste na soma dos resultados líquidos, provisões e amortizações, a que se subtraem as despesas com investimentos. A este valor, chama "resultados para os accionistas". E afina a análise juntando a margem de lucro obtida, ou seja, o peso dos lucros após impostos sobre o volume de vendas. Assim, fica a saber quanto ganha a empresa, e os accionistas, por cada unidade vendida e quais as empresas que menos dinheiro das vendas comprometem com despesas.
"Mostrem-me o dinheiro."
Dois indicadores preciosos
Subtrair o passivo ao activo de uma empresa e dividir o resultado pelo número de acções emitidas conduz ao valor contabilístico. Desde os seus primeiros passos como investidor que Warren Buffett utiliza este indicador para saber se a cotação de uma acção está cara ou barata. Mas fá-lo observando a evolução histórica do indicador. Para o "oráculo de Omaha", como é conhecido nos mercados, decisivo é saber se o valor contabilístico de uma empresa foi crescendo, de maneira sustentada, ao longo da sua existência. Uma relação entre cotação e valor contabilístico ("price/book value) de 1,5 costuma despertar a atenção de Buffett.
Outro indicador fundamental é o "price/earnings ratio" ou PER. Calcula-se o lucro por acção, dividindo os resultados pelas acções emitidas. De seguida, divide-se a cotação pelo lucro por acção. O resultado indica quantos anos terão que decorrer para, na hipótese de a empresa distribuir a totalidade dos seus lucros, o investidor recuperar o dinheiro aplicado. Um valor inferior a 15 pode significar uma boa oportunidade de compra. Buffett comprou acções da Coca-Cola quando apresentavam um PER de 13 contra uma média de 11 no sector. O potencial de crescimento veio a confirmar ter-se tratado de um bom negócio.
"Regra número 1: nunca perder dinheiro. Regra número 2: nunca esquecer a regra número 1."
Bater os índices é um bom sinal
Rendibilidade dos capitais próprios. É esta a designação de um dos indicadores favoritos de Warren Buffett. Obtém-se dividindo os lucros após impostos pelo capital próprio de uma empresa (capital social adicionado das reservas). E revela quanto rende cada euro (ou dólar, no caso de Buffett) investido na empresa. Um valor de 15% pode ser bom, mas Buffett prefere empresas que, ao longo do tempo, conseguem rendibilidades mais elevadas, na ordem dos 30 a 40%, detalhe em que a Gillette e a Coca-Cola lhe têm proporcionado algumas alegrias. O retorno do investimento ("return on equity") também entra nas análises de Warren Buffett, que compara, em períodos longos, qual o crescimento de um investimento nas acções de uma empresa, incluindo a subida da cotação e dividendos distribuídos, com o desempenho de um índice. Se a taxa de crescimento do investimento bate o índice, de forma consistente, tanto melhor.
Entre 1965 e 2006, só em seis anos as acções da Berkshire Hathaway, "holding" que reúne os investimentos de Buffett, não superaram o S&P 500. Nesse período, os accionistas da Berkshire viram o seu investimento valorizar-se 351.156%, enquanto aquele índice progrediu "apenas" 6.479%. Isto é, o equivalente a uma rendibilidade anual de 21,4% na empresa de Buffett, contra a valorização de 10,4%, incluindo dividendos, no S&P 500.
"Nunca tento fazer dinheiro no mercado de acções. Compro, assumindo que o mercado será encerrado amanhã e só reabrirá daqui a dez anos."
Dívida baixa pode evitar problemas
Warren Buffett aprecia empresas com uma dívida baixa, embora um passivo relativamente elevado possa justificar-se em função do uso que lhe é dado pelos gestores, como a necessidade de financiar novos investimentos que abram perspectivas de crescimento dos lucros futuros. O investidor admite um nível máximo de 50% no peso do passivo de longo prazo sobre a soma desta dívida com os capitais próprios da empresa. Em média, 33%, ou menos, é um nível tranquilizador, já que eventuais subidas das taxas de juro geram menores riscos de estrangulamento financeiro e permitem às empresas resistir melhor a crises como a actual.
"É bem melhor comprar uma empresa fabulosa a um preço razoável, do que uma empresa razoável a um preço fabuloso."
Uma empresa em recuperação pode ser uma oportunidade
Um empresa com um longo historial de sucesso pode atravessar uma crise ameaçadora, altura em que a cotação das acções entra em queda e os investidores mais sensíveis aos humores conjunturais se vêem livres dos seus títulos. Se a empresa em causa e a sua gestão têm provas dadas no negócio que prosseguem, é bem possível que a crise seja temporária e que volte a apresentar um ritmo de crescimento dos resultados compensador para quem invista, ainda por cima numa altura em que as acções estão em baixa. Foi o que sucedeu quanto Buffett apostou no banco Wells Fargo, nos anos 90, multiplicando por seis, pelo final da década, o valor investido.
"Só quando a maré baixa se consegue perceber quem estava a nadar nu."
Aproveite quando as acções estão em queda
Se identificou uma empresa que cresce e apresenta resultados de forma consistente e com base num negócio que faz sentido e que entende, não deixe de investir porque a queda dos índices de bolsa lhe sugere que está toda a gente a vender. Warren Buffett afirma que "uma sondagem de opinião não substitui o acto de pensar pela própria cabeça" e o mesmo se deve aplicar às decisões de investimento. A participação de Buffett no capital do "Washington Post" foi adquirida em meados dos anos 70, num período em que o Dow Jones, principal índice de Nova Iorque, desceu 45% e as acções do jornal registavam uma queda de 30%. Em cerca de dez anos, o valor dos títulos comprados foi multiplicado por 40.
"Observe as oscilações do mercado como suas amigas e não como inimigas; prefira lucrar com a loucura em vez de participar nela."
Se está caro, é melhor não comprar
Aplicar critérios de análise para escolher o negócio em que vai investir e encontrar a empresa, ou empresas, de que vai ser accionista, não chega. Se chegar à conclusão que o preço está elevado, não se deixe levar pela emoção, pelas modas, pelas previsões para os mercados ou para as economias. Prefira parquear o dinheiro noutra alternativa, em vez de adquirir acções a preços altos em relação às perspectivas de crescimento dos lucros.
"Preço é o que paga; valor é o que recebe."
Tinha seis anos quando fez o primeiro negócio. Comprou seis latas de Coca-Cola ao preço unitário de 25 cêntimos e vendeu-as a 30, descobrindo a importância da margem de lucro. Agora, é o segundo homem mais rico do mundo, o que se deve à sua eficácia e disciplina como investidor. Warren Buffett só compra negócios que entenda e não se assusta quando as bolsas estão de mau humor.
Tinha seis anos quando fez o primeiro negócio. Comprou seis latas de Coca-Cola ao preço unitário de 25 cêntimos e vendeu-as a 30, descobrindo a importância da margem de lucro. Agora, é o segundo homem mais rico do mundo, o que se deve à sua eficácia e disciplina como investidor. Warren Buffett só compra negócios que entenda e não se assusta quando as bolsas estão de mau humor.
Invista em negócios que compreende
A fortuna acumulada por Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, foi alcançada através do investimento em negócios que o investidor compreende e que considera fazerem sentido, do ponto de vista económico. A aposta em acções da Coca-Cola ou da Gillette são dois exemplos. As duas empresas vendem produtos que satisfazem necessidades básicas e ocupam lugares privilegiados na mente dos consumidores a nível global. Buffett costuma sublinhar que, ninguém melhor do que o funcionário de um supermercado, saberá que negócios e empresas poderão ser boas oportunidades, precisamente porque sabe quem tem mais sucesso no mercado. Recolher informação para se poder tomar decisões ponderadas é o primeiro passo a dar.
"O risco surge de não se saber o que se está a fazer"
A qualidade da gestão também conta
A qualidade das equipas de gestão é um dos critérios analisados por Warren Buffett no processo de análise que antecede as suas decisões de investimento. Aprecia administradores focados no negócio que melhor conhecem, que não dispersam a atenção noutras áreas para as quais não têm competências e que se preocupam em criar produtos e serviços de que os consumidores necessitam. Um boa gestão, acrescenta Buffett, tem que falar a verdade aos clientes, colaboradores e accionistas. A qualidade e fiabilidade da informação é um aspecto que um bom gestor não negligencia.
"Quando um gestor tido como brilhante toma conta de um negócio com reputação de ser mau do ponto de vista económico, é a reputação do negócio que costuma permanecer intacta."
O passado não é uma garantia mas ajuda muito
Se a sua "estratégia" é a de comprar e vender, cavalgando as variações de curto prazo, o exemplo de Warren Buffett não lhe poderá ser útil. O investidor faz apostas a um prazo mínimo de dez anos e só escolhe empresas que revelem um passado de crescimento das vendas e dos lucros consistente.
"Nos negócios, o espelho retrovisor está sempre mais limpo do que o pára-brisas."
O dinheiro gerado é que interessa
Um dos aspectos em que Warren Buffett se concentra para avaliar se uma empresa lhe pode interessar enquanto investidor é a sua capacidade de gerar resultados para os accionistas. Os negócios que consomem muito dinheiro, capital intensivos, não o atraem. Mas os que o geram, de forma sólida e consistente, já são outra conversa. O "free cash-flow" é o indicador que utiliza para separar o trigo do joio. Consiste na soma dos resultados líquidos, provisões e amortizações, a que se subtraem as despesas com investimentos. A este valor, chama "resultados para os accionistas". E afina a análise juntando a margem de lucro obtida, ou seja, o peso dos lucros após impostos sobre o volume de vendas. Assim, fica a saber quanto ganha a empresa, e os accionistas, por cada unidade vendida e quais as empresas que menos dinheiro das vendas comprometem com despesas.
"Mostrem-me o dinheiro."
Dois indicadores preciosos
Subtrair o passivo ao activo de uma empresa e dividir o resultado pelo número de acções emitidas conduz ao valor contabilístico. Desde os seus primeiros passos como investidor que Warren Buffett utiliza este indicador para saber se a cotação de uma acção está cara ou barata. Mas fá-lo observando a evolução histórica do indicador. Para o "oráculo de Omaha", como é conhecido nos mercados, decisivo é saber se o valor contabilístico de uma empresa foi crescendo, de maneira sustentada, ao longo da sua existência. Uma relação entre cotação e valor contabilístico ("price/book value) de 1,5 costuma despertar a atenção de Buffett.
Outro indicador fundamental é o "price/earnings ratio" ou PER. Calcula-se o lucro por acção, dividindo os resultados pelas acções emitidas. De seguida, divide-se a cotação pelo lucro por acção. O resultado indica quantos anos terão que decorrer para, na hipótese de a empresa distribuir a totalidade dos seus lucros, o investidor recuperar o dinheiro aplicado. Um valor inferior a 15 pode significar uma boa oportunidade de compra. Buffett comprou acções da Coca-Cola quando apresentavam um PER de 13 contra uma média de 11 no sector. O potencial de crescimento veio a confirmar ter-se tratado de um bom negócio.
"Regra número 1: nunca perder dinheiro. Regra número 2: nunca esquecer a regra número 1."
Bater os índices é um bom sinal
Rendibilidade dos capitais próprios. É esta a designação de um dos indicadores favoritos de Warren Buffett. Obtém-se dividindo os lucros após impostos pelo capital próprio de uma empresa (capital social adicionado das reservas). E revela quanto rende cada euro (ou dólar, no caso de Buffett) investido na empresa. Um valor de 15% pode ser bom, mas Buffett prefere empresas que, ao longo do tempo, conseguem rendibilidades mais elevadas, na ordem dos 30 a 40%, detalhe em que a Gillette e a Coca-Cola lhe têm proporcionado algumas alegrias. O retorno do investimento ("return on equity") também entra nas análises de Warren Buffett, que compara, em períodos longos, qual o crescimento de um investimento nas acções de uma empresa, incluindo a subida da cotação e dividendos distribuídos, com o desempenho de um índice. Se a taxa de crescimento do investimento bate o índice, de forma consistente, tanto melhor.
Entre 1965 e 2006, só em seis anos as acções da Berkshire Hathaway, "holding" que reúne os investimentos de Buffett, não superaram o S&P 500. Nesse período, os accionistas da Berkshire viram o seu investimento valorizar-se 351.156%, enquanto aquele índice progrediu "apenas" 6.479%. Isto é, o equivalente a uma rendibilidade anual de 21,4% na empresa de Buffett, contra a valorização de 10,4%, incluindo dividendos, no S&P 500.
"Nunca tento fazer dinheiro no mercado de acções. Compro, assumindo que o mercado será encerrado amanhã e só reabrirá daqui a dez anos."
Dívida baixa pode evitar problemas
Warren Buffett aprecia empresas com uma dívida baixa, embora um passivo relativamente elevado possa justificar-se em função do uso que lhe é dado pelos gestores, como a necessidade de financiar novos investimentos que abram perspectivas de crescimento dos lucros futuros. O investidor admite um nível máximo de 50% no peso do passivo de longo prazo sobre a soma desta dívida com os capitais próprios da empresa. Em média, 33%, ou menos, é um nível tranquilizador, já que eventuais subidas das taxas de juro geram menores riscos de estrangulamento financeiro e permitem às empresas resistir melhor a crises como a actual.
"É bem melhor comprar uma empresa fabulosa a um preço razoável, do que uma empresa razoável a um preço fabuloso."
Uma empresa em recuperação pode ser uma oportunidade
Um empresa com um longo historial de sucesso pode atravessar uma crise ameaçadora, altura em que a cotação das acções entra em queda e os investidores mais sensíveis aos humores conjunturais se vêem livres dos seus títulos. Se a empresa em causa e a sua gestão têm provas dadas no negócio que prosseguem, é bem possível que a crise seja temporária e que volte a apresentar um ritmo de crescimento dos resultados compensador para quem invista, ainda por cima numa altura em que as acções estão em baixa. Foi o que sucedeu quanto Buffett apostou no banco Wells Fargo, nos anos 90, multiplicando por seis, pelo final da década, o valor investido.
"Só quando a maré baixa se consegue perceber quem estava a nadar nu."
Aproveite quando as acções estão em queda
Se identificou uma empresa que cresce e apresenta resultados de forma consistente e com base num negócio que faz sentido e que entende, não deixe de investir porque a queda dos índices de bolsa lhe sugere que está toda a gente a vender. Warren Buffett afirma que "uma sondagem de opinião não substitui o acto de pensar pela própria cabeça" e o mesmo se deve aplicar às decisões de investimento. A participação de Buffett no capital do "Washington Post" foi adquirida em meados dos anos 70, num período em que o Dow Jones, principal índice de Nova Iorque, desceu 45% e as acções do jornal registavam uma queda de 30%. Em cerca de dez anos, o valor dos títulos comprados foi multiplicado por 40.
"Observe as oscilações do mercado como suas amigas e não como inimigas; prefira lucrar com a loucura em vez de participar nela."
Se está caro, é melhor não comprar
Aplicar critérios de análise para escolher o negócio em que vai investir e encontrar a empresa, ou empresas, de que vai ser accionista, não chega. Se chegar à conclusão que o preço está elevado, não se deixe levar pela emoção, pelas modas, pelas previsões para os mercados ou para as economias. Prefira parquear o dinheiro noutra alternativa, em vez de adquirir acções a preços altos em relação às perspectivas de crescimento dos lucros.
"Preço é o que paga; valor é o que recebe."
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