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Estradas portuguesas têm risco elevado de aquaplaning

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    Estradas portuguesas têm risco elevado de aquaplaning

    Estradas portuguesas têm risco elevado de aquaplaning
    17.04.2008 - 08h12 Sofia Rodrigues
    A rede rodoviária nacional não garante a segurança contra o aquaplaning, alerta o Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC). O problema está na má drenagem do pavimento, em particular nas zonas de proximidade das curvas, que permite o aquaplaning - perda de controlo da direcção do veículo - a partir de 80 quilómetros por hora mesmo com chuvadas fracas. Uma das auto-estradas que têm problemas é a A5, que liga Lisboa a Cascais, e sobre a qual o Observatório pondera fazer uma participação criminal.

    O fenómeno da hidroplanagem (termo técnico vulgarmente conhecido como aquaplaning) tem merecido a atenção de Francisco Salpico, engenheiro, membro do OSEC, que tem realizado peritagens de acidentes para tribunais.

    "A nossa rede viária não garante a segurança contra a hidroplanagem", conclui Francisco Salpico, acrescentando que a situação "é mais grave nas auto-estradas onde se praticam velocidades mais elevadas".

    O cálculo da velocidade a que ocorre o aquaplaning resulta do cruzamento de vários dados, entre os quais está a macrorrugosidade do pavimento (avaliada pelo ensaio da mancha de areia que é expressa em altura de areia), a intensidade da chuva e o comprimento das linhas de água que escorrem no pavimento.

    O especialista do OSEC baseia-se na metodologia de investigação experimental de especialistas norte-americanos. De acordo com essas contas, o risco de um condutor perder o domínio da direcção do veículo existe em velocidades a partir de 80 quilómetros por hora, num pavimento com 0,6 milímetros (mm) de altura de areia, com uma chuvada de 5 milímetros/hora, considerada uma precipitação fraca.

    Segundo dados recolhidos por Francisco Salpico, a altura de areia de 0,6 mm é a que se verifica nas vias rápidas e nas auto-estradas em Portugal. Contactada pelo PÚBLICO, a Estradas de Portugal confirma que a altura de 0,6 mm de areia é o mínimo utilizado em pavimentos novos e em obras de beneficiação. A gestora da rede rodoviária não se pronunciou sobre a avaliação de segurança das estradas portuguesas relativamente ao aquaplaning.

    A solução para melhorar a segurança das estradas face à chuva está no aumento da macrorrugosidade do pavimento e na colocação de drenos transversais e longitudinais, defende Francisco Salpico.

    O especialista do OSEC sublinha que o risco de aquaplaning é mais elevado sobretudo nas zonas de proximidade das curvas, onde o comprimento das linhas de água a escorrer sobre o pavimento é maior. E quanto maiores forem as linhas de água, mais perigosas se tornam para os condutores.

    Segundo Francisco Salpico, o comprimento máximo da linha de água não pode ser superior a seis metros, tendo em conta a rugosidade corrente dos pavimentos das vias rápidas. "Há auto-estradas em Portugal que têm linhas de água com 95 metros e até com 170 metros", afirma o engenheiro, que dá como um mau exemplo a A5, entre Lisboa e Cascais, onde há linhas de água com mais de 100 metros.

    O presidente do OSEC, Nuno Salpico, afirma que a organização pondera apresentar uma participação criminal sobre esta auto-estrada da Brisa para apurar eventuais responsabilidades na construção. O PÚBLICO contactou a Brisa, mas o porta-voz da concessionária escusou-se a fazer comentários.

    Desde a sua fundação, em 2004, o OSEC já apresentou queixas-crime sobre o IP3 (Viseu), o Eixo Norte-Sul (Avenida Padre Cruz-Ponte 25 de Abril) e a Estrada Nacional 10 (Setúbal-Coina).

    As conclusões do Observatório que apontam para risco elevado de aquaplaning nas estradas portuguesas não merecem comentários por parte do chefe do núcleo de planeamento de tráfego e segurança do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), João Cardoso, por desconhecer se os conceitos estão a ser bem aplicados pela organização não governamental.

    Em termos gerais, João Cardoso acredita que as estradas portuguesas cumprem os requisitos de segurança exigidos quanto ao aquaplaning: "Suponho que essas verificações são feitas. De resto, o problema tem que ser visto caso a caso."

    Instado também pelo PÚBLICO a pronunciar-se sobre a segurança das estradas portuguesas relativamente ao risco de aquaplaning, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, sublinha que "seria ridículo um decreto-lei a impor regras na construção de estradas, há sim boas práticas e devem continuar". As infra-estruturas rodoviárias resultam de "vários equilíbrios, entre os quais o traçado, a adaptação ao terreno e os custos". Fernando Santo põe a tónica no comportamento do condutor, que deve adequar-se às condições da estrada, do tempo e do tipo de viatura. De outra forma, conclui, "estamos a passar um atestado de estupidez aos condutores".

    Francisco Salpico alega que o problema do aquaplaning é subestimado até na formação de técnicos como os auditores de segurança rodoviária. Henrique Machado, do Centro Rodoviário Português, promotor dos cursos de auditorias de segurança rodoviária (que inspeccionam as estradas em projecto), confirma que o tema só merece cerca de 20 minutos numa aula. Lembra que o piso drenante é mais dispendioso e que perante chuvas como as que ocorreram a 18 de Fevereiro deste ano "qualquer condutor deve abrandar". Quanto às conclusões do OSEC sobre aquaplaning, Henrique Machado não poupa críticas: "O Observatório é tecnicamente incompetente. Faz juízos de valor sem base técnica."

    A macrorrugosidade do pavimento mede-se através do ensaio da mancha de areia. Tomando um determinado volume de areia calibrada fina, verte-se sobre o pavimento e, com recurso a uma peça simples, vai-se espalhando gradualmente em movimentos circulares até não se conseguir aumentar mais a mancha de areia. A areia vai entrando nas cavidades do pavimento. Mede-se o diâmetro da mancha de areia, e sabendo o volume inicial, é possível calcular a espessura média da mancha de areia, e é este o valor utilizado. Actualmente, existem aparelhos para medir a macrorrugosidade do pavimento de forma contínua, em grandes extensões e rapidamente.

    http://ultimahora.publico.clix.pt/no...097&idCanal=62

    #2
    Isto só é novidade para quem nunca andou lá por fora à chuva e vê a diferença de spray a sair das rodas dos outros carros.

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      #3
      Originalmente Colocado por Gil Duro Ver Post
      Isto só é novidade para quem nunca andou lá por fora à chuva e vê a diferença de spray a sair das rodas dos outros carros.
      nem precisas de ir lá fora. a própria Brisa tem troços de AE com diferentes tipos de asfalto...

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        #4
        é daquelas vantagens ter pneus 135, em que esse efeito é minimizado! mas já agora, que é feito das palas trazeiras que dimunuiam o efeito spray?! O meu carro tem-as e não vejo spray atrás

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          #5
          Ontem fiz a viagem entre Caneças e Sesimbra, seguindo para Azeitão, à hora do temporal e só posso constatar a veracidade da noticia... Há vias rápidas que nem sequer tem inclinação para a agua escorrer para a valeta. E em relação ao piso, sería bom que as principais estradas tivessem piso drenante (mais caro), infelizmente isso raramente acontece.

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            #6
            Originalmente Colocado por panpipe Ver Post
            nem precisas de ir lá fora. a própria Brisa tem troços de AE com diferentes tipos de asfalto...
            E o mais vergonhoso é que aqui à uns anos tinham no site e em alguns propectos "publicitários" em que deviam estar todos contentes por terem 200metros de piso drenante de X em Xkms (não me lembro bem quantos eram e não quero inventar )

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              #7
              Isto é somente mais um belo exemplo dos excelentes engenheros que projectam as nossas estradas

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                Isto é somente mais um belo exemplo dos excelentes engenheros que projectam as nossas estradas
                Desculpa lá mas não podes por todos no mesmo saco, porque ao dizeres uma coisa dessas estás a ofender-me! um familiar chegado já projectou estradas e aposto que não foi nada irresponsável naquilo que fez, não é por acaso que actualmente é chefe de projectos de uma grande empresa de eng. civil de portugal.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por RicardoDTI Ver Post
                  Desculpa lá mas não podes por todos no mesmo saco, porque ao dizeres uma coisa dessas estás a ofender-me! um familiar chegado já projectou estradas e aposto que não foi nada irresponsável naquilo que fez, não é por acaso que actualmente é chefe de projectos de uma grande empresa de eng. civil de portugal.
                  Mas aquilo que está á vista em todo o lado deixa muito a desejar quanto á qualidade da sua concepção.
                  Temos exemplos de estradas novas com curvas perigrosas, inclinação inversa, sinalização desadequada para a via, etc, etc.

                  Foi apenas uma observação generalista e não a visar ninguem em particular.

                  P.S. - Tambem já vi politicos a serem nomeados CEO de grandes empresas em Portugal.
                  Editado pela última vez por Alpiger; 18 April 2008, 20:01.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                    Mas aquilo que está á vista em todo o lado deixa muito a desejar quanto á qualidade da sua concepção.
                    Temos exemplos de estradas novas com curvas perigrosas, inclinação inversa, sinalização desadequada para a via, etc, etc.

                    Foi apenas uma observação generalista e não a visar ninguem em particular.

                    P.S. - Tambem já vi politicos a serem nomeados CEO de grandes empresas em Portugal.
                    Nem mais....

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post

                      P.S. - Tambem já vi politicos a serem nomeados CEO de grandes empresas em Portugal.
                      empresas publicas, não privadas!

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                        #12
                        Originalmente Colocado por RicardoDTI Ver Post
                        empresas publicas, não privadas!
                        Non non

                        Eu estava a falar precisamente de empresas privadas.

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                          Isto é somente mais um belo exemplo dos excelentes engenheros que projectam as nossas estradas
                          Serão os engenheiros que são incompetentes? Eu sempre pensei que tivesse a ver com o orçamento disponível para cada obra. Como já aqui foi dito as AE's tem diferentes tipos de piso em determinados troços e as diferenças por vezes sao muito assinaláveis, passamos de uma piscina para um piso que apenas aparenta estar húmido!

                          E como é sabido este tipo de piso é muito disp€ndioso e sabendo nos de todos as derrapagens, restrições e jogadas que são feitas nas obras publicas portuguesas aponto mais para a diferença de orçamento. Nao quer dizer claro que muitas vezes exista uma clara ma concepção da via.

                          Abraço

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                            Serão os engenheiros que são incompetentes? Eu sempre pensei que tivesse a ver com o orçamento disponível para cada obra. Como já aqui foi dito as AE's tem diferentes tipos de piso em determinados troços e as diferenças por vezes sao muito assinaláveis, passamos de uma piscina para um piso que apenas aparenta estar húmido!

                            E como é sabido este tipo de piso é muito disp€ndioso e sabendo nos de todos as derrapagens, restrições e jogadas que são feitas nas obras publicas portuguesas aponto mais para a diferença de orçamento. Nao quer dizer claro que muitas vezes exista uma clara ma concepção da via.

                            Abraço
                            Mas erros de inclinações inversas e curvas mal projectadas (eixo N-S, por exemplo), não tem nada a haver com orçamentos, assim como zonas que não tem nenhum escoamento de agua.
                            Agora tambem é certo que o que seja proposto no orçamento, no final seja diferente. Afinal, depois de aceite o orçamento, quanto mais o empreiteiro poupar na execução da obra e na qualidade dos materiais, maior é o lucro.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                              Mas erros de inclinações inversas e curvas mal projectadas (eixo N-S, por exemplo), não tem nada a haver com orçamentos, assim como zonas que não tem nenhum escoamento de agua.
                              Agora tambem é certo que o que seja proposto no orçamento, no final seja diferente. Afinal, depois de aceite o orçamento, quanto mais o empreiteiro poupar na execução da obra e na qualidade dos materiais, maior é o lucro.
                              Em determinadas zonas onde se formam poças de agua com 3 ou 4 m2 é claramente má concepção e o pior é que muitas vezes estão la anos, Inverno após Inverno provocam acidentes e quem devia proceder à manutenção apenas ignora.

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                                #16
                                O problema muitas vezes esta em quem executa a obra e quem esta por tras a fornecer dinheiro, os engenheiros so fazem os que lhes mandam e quando o dinheiro é curto e existe muita serra para cortar sai sempre asneira.

                                Os engenheiros ate preferiam ter melhores condiçoes para poder fazer obras notaveis.

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                                  #17
                                  Originalmente Colocado por panpipe Ver Post
                                  nem precisas de ir lá fora. a própria Brisa tem troços de AE com diferentes tipos de asfalto...
                                  Até na propria A5, como é referida!
                                  Na zona do estádio nacional até Linda-a-Velha o piso tem uma drenagem boa, mas antes e depois dessa parte, é com cada spray que os carros/pesados levantam...! E então na zona das portagens de Carcavelos é necessário ter bastante atenção!

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