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A exploração humana, algum dia acabará ?
A exploração humana, algum dia acabará ?
Escravos oito anos em Espanha
Vítimas escolhidas por serem frágeis e nem família terem Oito anos sequestrados numa exploração agrícola espanhola, sem receberem absolutamente nada pelo trabalho, constantemente ameaçados de morte e até alvo de violações. Este casal é um dos exemplos de cidadãos portugueses vítimas de uma associação criminosa -constituída por famílias de etnia cigana - que promovia a escravatura e o tráfico de pessoas e foi agora desmantelada pelas autoridades portuguesas e espanholas.
No âmbito das investigações foram já apuradas 51 pessoas que passaram por este inferno, embora a Polícia Judiciária (PJ) do Porto aponte para um número aproximado de 150 vítimas. Um dos casos mais graves refere-se a duas mulheres e dois homens. Angariados em 1997 e 1998 com a promessa de contratos de trabalho remunerados, descanso semanal e outras regalias, como alimentação e alojamento, foram colocados em situação de cativeiro laboral e sexual em Lacena de Jalon, Saragoça.
As mulheres eram violadas pelos angariadores e alimentavam-se muitas vezes de restos de comida. Sempre sob ameaças e agressões consumadas, durante oito anos.
Fugiram em Outubro de 2005 e regressaram a Portugal. O pesadelo parecia terminado até que foram localizados, em Maio de 2006, pelos referidos indivíduos de etnia cigana. Um novo sequestro foi inviabilizado por populares, mas em Outubro de 2006 foram novamente abordados pelas famílias ciganas. Conseguiram fugir e acabaram por denunciar o caso às autoridades.
Esta situação é apenas uma entre muitas outras levadas a cabo por aquele grupo de famílias agora indiciadas por crimes de associação criminosa, escravidão e sequestro, tráfico de pessoas e branqueamento de capitais.
Segundo apurou o DN junto de fonte ligada à investigação, as vítimas eram levadas a situações "no limite do humanamente suportável". Eram normalmente indivíduos (na sua maioria homens) com grandes fragilidades, quer psicológicas, quer psíquicas ou económicas, muitas vezes sem familiares directos e com problemas de droga e álcool, que acreditavam ter arranjado um emprego quando eram abordados na rua.
Depois, nos campos agrícolas de Espanha, começava o tormento. Os angariadores ficavam com o dinheiro pago pelos empregadores, de forma a que as vítimas, sem documentação e sem dinheiro, não conseguissem fugir.
A libertação só era obtida pela fuga, como foi o caso de dois portugueses que, em Dezembro de 2005, partiram de livre vontade para Abalos, em La Rioja. Viveram sob agressões permanentes, sem pagamento e com vigilância constante, até que fugiram, em Janeiro de 2006,mesmo sem nada receber. Contaram depois à polícia que um dos arguidos, um cigano espanhol com cadastro, exibia com frequência uma arma de 9 mm.
Outra das vítimas foi angariada em Janeiro de 2006, com a promessa de trabalhar oito horas por dia, a receber 600 euros por mês. Foi parar a Arguedas, Navarra, e logo percebeu o engodo. Dormia com a porta trancada, era obrigada a fazer as necessidade fisiológicas na mata e tomava banho apenas uma vez por semana e com água do rio. Sem documentação pessoal, fugiu em Abril de 2006.
Outros três indivíduos denunciaram às autoridades terem sido angariados por três dos arguidos em Agosto de 2004 para a actividade agrícola em Espanha. Combinaram condições laborais, remunerações e tarefas, incluindo horário de trabalho e descanso semanal. Quando chegaram a Rincon de Soto, La Rioja, viram ser-lhes negado o contrato de trabalho e foram colocados num barracão com animais. Ali dormiam, sempre com a porta trancada. Sob apertada vigilância, eram obrigados a trabalhar 13 horas por dia até que conseguiram finalmente fugir, em Novembro de 2004.
DAVID MANDIM e JOANA DE BELÉM
Diário de referência
Vítimas escolhidas por serem frágeis e nem família terem Oito anos sequestrados numa exploração agrícola espanhola, sem receberem absolutamente nada pelo trabalho, constantemente ameaçados de morte e até alvo de violações. Este casal é um dos exemplos de cidadãos portugueses vítimas de uma associação criminosa -constituída por famílias de etnia cigana - que promovia a escravatura e o tráfico de pessoas e foi agora desmantelada pelas autoridades portuguesas e espanholas.
No âmbito das investigações foram já apuradas 51 pessoas que passaram por este inferno, embora a Polícia Judiciária (PJ) do Porto aponte para um número aproximado de 150 vítimas. Um dos casos mais graves refere-se a duas mulheres e dois homens. Angariados em 1997 e 1998 com a promessa de contratos de trabalho remunerados, descanso semanal e outras regalias, como alimentação e alojamento, foram colocados em situação de cativeiro laboral e sexual em Lacena de Jalon, Saragoça.
As mulheres eram violadas pelos angariadores e alimentavam-se muitas vezes de restos de comida. Sempre sob ameaças e agressões consumadas, durante oito anos.
Fugiram em Outubro de 2005 e regressaram a Portugal. O pesadelo parecia terminado até que foram localizados, em Maio de 2006, pelos referidos indivíduos de etnia cigana. Um novo sequestro foi inviabilizado por populares, mas em Outubro de 2006 foram novamente abordados pelas famílias ciganas. Conseguiram fugir e acabaram por denunciar o caso às autoridades.
Esta situação é apenas uma entre muitas outras levadas a cabo por aquele grupo de famílias agora indiciadas por crimes de associação criminosa, escravidão e sequestro, tráfico de pessoas e branqueamento de capitais.
Segundo apurou o DN junto de fonte ligada à investigação, as vítimas eram levadas a situações "no limite do humanamente suportável". Eram normalmente indivíduos (na sua maioria homens) com grandes fragilidades, quer psicológicas, quer psíquicas ou económicas, muitas vezes sem familiares directos e com problemas de droga e álcool, que acreditavam ter arranjado um emprego quando eram abordados na rua.
Depois, nos campos agrícolas de Espanha, começava o tormento. Os angariadores ficavam com o dinheiro pago pelos empregadores, de forma a que as vítimas, sem documentação e sem dinheiro, não conseguissem fugir.
A libertação só era obtida pela fuga, como foi o caso de dois portugueses que, em Dezembro de 2005, partiram de livre vontade para Abalos, em La Rioja. Viveram sob agressões permanentes, sem pagamento e com vigilância constante, até que fugiram, em Janeiro de 2006,mesmo sem nada receber. Contaram depois à polícia que um dos arguidos, um cigano espanhol com cadastro, exibia com frequência uma arma de 9 mm.
Outra das vítimas foi angariada em Janeiro de 2006, com a promessa de trabalhar oito horas por dia, a receber 600 euros por mês. Foi parar a Arguedas, Navarra, e logo percebeu o engodo. Dormia com a porta trancada, era obrigada a fazer as necessidade fisiológicas na mata e tomava banho apenas uma vez por semana e com água do rio. Sem documentação pessoal, fugiu em Abril de 2006.
Outros três indivíduos denunciaram às autoridades terem sido angariados por três dos arguidos em Agosto de 2004 para a actividade agrícola em Espanha. Combinaram condições laborais, remunerações e tarefas, incluindo horário de trabalho e descanso semanal. Quando chegaram a Rincon de Soto, La Rioja, viram ser-lhes negado o contrato de trabalho e foram colocados num barracão com animais. Ali dormiam, sempre com a porta trancada. Sob apertada vigilância, eram obrigados a trabalhar 13 horas por dia até que conseguiram finalmente fugir, em Novembro de 2004.
DAVID MANDIM e JOANA DE BELÉM
Diário de referência
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