52 condutores dizem-se vítimas de combustível adulterado com substâncias como água
Hoje às 17:14
Mais de meia centena de automobilistas queixaram-se de gasolineiras que terão vendido combustível misturado com substâncias como água, provocando estragos graves nos veículos, revelou uma responsável do Centro de Arbitragem do Sector Automóvel (CASA).</SPAN>
Entre 2000 e 2006, só o CASA recebeu 52 pedidos de apoio de condutores que dizem ter escolhido um posto de abastecimento que vendia combustível adulterado, contou à Lusa a secretária-geral Sara Mendes.
«As pessoas abastecem e depois de andar alguns quilómetros o carro pára. Como o carro não tinha qualquer problema até então, desconfiam que o problema só pode vir dali», lembrou a responsável pelo centro que em 2000 começou a revolver problemas relacionados com a venda de combustíveis.
Nos veículos movidos a diesel, a introdução de substâncias impróprias levou a «reparações avultadas no sistema de injecção» e nos de gasolina e «reparações no motor», explicou.
Contactado pela Lusa o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC), Augusto Cymbron, disse não ter recebido nenhuma queixa até hoje e garantiu que os «postos associados da ANAREC são bandeiras conhecidas que não o fazem», reconhecendo no entanto que «neste país tudo pode acontecer».
Segundo Sara Mendes, «as análises técnicas confirmaram que o combustível tinha água ou outros aditivos». No entanto, o CASA «nunca fez julgamentos sobre esta matéria», porque a arbitragem é voluntária e as entidades acusadas são apenas «convidadas a estar presentes». Resultado: quase metade dos casos foram arquivados por recusa da uma das partes.
«Apenas dois casos foram resolvidos por mediação», disse.
Sobre a responsabilidade de a venda de combustível adulterado ser dos postos de abastecimento ou das empresas petroliferas, Sara Mendes aponta o dedo às gasolineiras. «A entidade que vende o combustível é a responsável pelo produto. Agora se foi ele ou a empresa petrolífera isso já passa a ser um problema dele», explicou Sara Mendes.
«Existe uma sonda electrónica que detecta a presença de água nos combustíveis e os postos devem fazê-lo«, alertou Augusto Cymbron.
Quando à possibilidade de os responsáveis dos postos serem os culpados, o presidente da ANAREC aconselha a «vítima» a chamar uma entidade oficial para tomar conta da ocorrência ou pedir um relatório ao técnico da oficina responsável por arranjar o carro em como foi encontrado combustível estranho.
Para os condutores mais desconfiados, Augusto Cymbron lembra que existe «uma pomada que se põe na ponta da vara para ver se existe ou não água no combustível».
O CASA foi criado há 14 anos para resolver litígios relacionados com a reparação de automóveis. Desde então já recebeu mais de 4.500 processos e prestou cerca de 22.500 informações, mas também alargou as suas competências. Hoje, entre as suas competêncais estão também os problemas relacionados com a compra e venda de veículos novos e usados e «guerras» com parques de estacionamento.
Lusa
Hoje às 17:14
Mais de meia centena de automobilistas queixaram-se de gasolineiras que terão vendido combustível misturado com substâncias como água, provocando estragos graves nos veículos, revelou uma responsável do Centro de Arbitragem do Sector Automóvel (CASA).</SPAN>
Entre 2000 e 2006, só o CASA recebeu 52 pedidos de apoio de condutores que dizem ter escolhido um posto de abastecimento que vendia combustível adulterado, contou à Lusa a secretária-geral Sara Mendes.
«As pessoas abastecem e depois de andar alguns quilómetros o carro pára. Como o carro não tinha qualquer problema até então, desconfiam que o problema só pode vir dali», lembrou a responsável pelo centro que em 2000 começou a revolver problemas relacionados com a venda de combustíveis.
Nos veículos movidos a diesel, a introdução de substâncias impróprias levou a «reparações avultadas no sistema de injecção» e nos de gasolina e «reparações no motor», explicou.
Contactado pela Lusa o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC), Augusto Cymbron, disse não ter recebido nenhuma queixa até hoje e garantiu que os «postos associados da ANAREC são bandeiras conhecidas que não o fazem», reconhecendo no entanto que «neste país tudo pode acontecer».
Segundo Sara Mendes, «as análises técnicas confirmaram que o combustível tinha água ou outros aditivos». No entanto, o CASA «nunca fez julgamentos sobre esta matéria», porque a arbitragem é voluntária e as entidades acusadas são apenas «convidadas a estar presentes». Resultado: quase metade dos casos foram arquivados por recusa da uma das partes.
«Apenas dois casos foram resolvidos por mediação», disse.
Sobre a responsabilidade de a venda de combustível adulterado ser dos postos de abastecimento ou das empresas petroliferas, Sara Mendes aponta o dedo às gasolineiras. «A entidade que vende o combustível é a responsável pelo produto. Agora se foi ele ou a empresa petrolífera isso já passa a ser um problema dele», explicou Sara Mendes.
«Existe uma sonda electrónica que detecta a presença de água nos combustíveis e os postos devem fazê-lo«, alertou Augusto Cymbron.
Quando à possibilidade de os responsáveis dos postos serem os culpados, o presidente da ANAREC aconselha a «vítima» a chamar uma entidade oficial para tomar conta da ocorrência ou pedir um relatório ao técnico da oficina responsável por arranjar o carro em como foi encontrado combustível estranho.
Para os condutores mais desconfiados, Augusto Cymbron lembra que existe «uma pomada que se põe na ponta da vara para ver se existe ou não água no combustível».
O CASA foi criado há 14 anos para resolver litígios relacionados com a reparação de automóveis. Desde então já recebeu mais de 4.500 processos e prestou cerca de 22.500 informações, mas também alargou as suas competências. Hoje, entre as suas competêncais estão também os problemas relacionados com a compra e venda de veículos novos e usados e «guerras» com parques de estacionamento.
Lusa
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