Até as nossas ruas e praças
2008-06-06
Em Lisboa, a Câmara "arrendou" por 150 mil euros uma praça a um negociante de automóveis. Durante 17 longos dias (com a montagem e desmontagem do negócio, a coisa durará um mês), a Praça das Flores será propriedade exclusiva da "Skoda".
Para isso, a praça foi fechada ao trânsito, o estacionamento proibido e o jardim vedado aos peões. Enquanto durar o "arrendamento", os residentes perderão direitos como o livre acesso às suas habitações (e o direito ao sossego, pois o "arrendatário" pode emitir música e anunciar o seu produto em altos berros) e os comerciantes da zona ficarão sem clientes.
Como se sabe, as cidades não pertencem aos cidadãos, mas às câmaras (é assim que algumas autarquias pensam). Por outro lado, a cidadania dá votos de 4 em 4 anos, mas não dá dinheiro, ao passo que privatizar locais bem situados da cidade pode ser muito rentável.
Quando as câmaras pensam mais na mercearia que na cidadania, nem as nossas ruas e praças estão a salvo. Significativo é que o negócio tenha sido subscrito por um vereador (José Sá Fernandes, do BE) que se fez eleger como provedor dos cidadãos.
2008-06-06
Em Lisboa, a Câmara "arrendou" por 150 mil euros uma praça a um negociante de automóveis. Durante 17 longos dias (com a montagem e desmontagem do negócio, a coisa durará um mês), a Praça das Flores será propriedade exclusiva da "Skoda".
Para isso, a praça foi fechada ao trânsito, o estacionamento proibido e o jardim vedado aos peões. Enquanto durar o "arrendamento", os residentes perderão direitos como o livre acesso às suas habitações (e o direito ao sossego, pois o "arrendatário" pode emitir música e anunciar o seu produto em altos berros) e os comerciantes da zona ficarão sem clientes.
Como se sabe, as cidades não pertencem aos cidadãos, mas às câmaras (é assim que algumas autarquias pensam). Por outro lado, a cidadania dá votos de 4 em 4 anos, mas não dá dinheiro, ao passo que privatizar locais bem situados da cidade pode ser muito rentável.
Quando as câmaras pensam mais na mercearia que na cidadania, nem as nossas ruas e praças estão a salvo. Significativo é que o negócio tenha sido subscrito por um vereador (José Sá Fernandes, do BE) que se fez eleger como provedor dos cidadãos.
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