A noticia é de ontem e o empresário disse para quem quis ouvir na TV, que haja alguém com funções governativas, que com coragem, diga que as frotas de pesca em Portugal são para acabar.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Crise/combustíveis: Armador Silva Vieira despede 219 trabalhadores e admite mais desemprego na pesca longínqua
2008-06-12 13:32:16
Porto, 12 Jun (Lusa) - O armador de Aveiro e presidente da Associação dos Armadores da Pesca Longínqua (ADAPLA), Silva Vieira, vai hoje despedir 219 dos 700 trabalhadores da sua frota por dificuldades financeiras, e admitiu mais despedimentos noutras empresas do sector.
"Há outros armadores [da ADAPLA] que estão a ponderar [despedimentos], mas não há ainda uma tomada de posição", afirmou em declarações à agência Lusa, acrescentando que "há uns que têm mais pé-de-meia, mas outros não aguentam muito".
Segundo o presidente da ADAPLA, estudos efectuados pela associação demonstraram que os armadores proprietários dos navios de pesca longínqua "não têm viabilidade económica a curto e a longo prazo", dada a escalada dos preços dos combustíveis.
De acordo com Silva Vieira, cuja frota de 20 navios dá emprego a mais de 700 dos cerca de 2.000 trabalhadores dos armadores da ADAPLA, os navios da pesca longínqua são dos mais penalizados porque "são os que mais consomem combustível", mas foram "abandonados e esquecidos" pelo Governo.
Garantindo que o aumento dos combustíveis tornou "incomportável" a exploração das suas embarcações, responsáveis por 44,44 por cento das quotas de bacalhau em Portugal, a Sociedade de Pesca Silva Vieira decidiu imobilizar quatro dos seus navios de pesca longínqua (Brites, Joana Princesa, Caribe e Red) e dois da costa portuguesa (Mar de Viana e Mar de Sines).
Como consequência, a empresa vai despedir esta tarde 219 trabalhadores e garante que, se o Governo não atender algumas das reivindicações da ADAPLA, os navios permanecerão imobilizados até final do ano.
Em comunicado hoje divulgado, a associação reclama a redução do valor pago pelo sector da pesca à Segurança Social de 34,75 para 12,5 por cento, nível de que já usufrui a Marinha Mercante nacional.
Adicionalmente, pretende a redução dos impostos referentes aos serviços prestados pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), a redução das despesas facturadas pelas capitanias, ajudas imediatas aos subsídios de abates dos navios com mais de 20 anos e a redução, "por qualquer via possível", da factura dos combustíveis.
Segundo salienta Silva Vieira, cada navio de pesca longínqua consome 10 toneladas de gasóleo por dia, e as empresas simplesmente deixaram de ter capacidade para abastecer um navio que leva mil toneladas de combustível.
"Não temos pedalada económica para ter navios a trabalhar", concluiu.
PD.
Lusa/Fim
Crise/combustíveis: Armador Silva Vieira despede 219 trabalhadores e admite mais desemprego na pesca longínqua
2008-06-12 13:32:16
Porto, 12 Jun (Lusa) - O armador de Aveiro e presidente da Associação dos Armadores da Pesca Longínqua (ADAPLA), Silva Vieira, vai hoje despedir 219 dos 700 trabalhadores da sua frota por dificuldades financeiras, e admitiu mais despedimentos noutras empresas do sector.
"Há outros armadores [da ADAPLA] que estão a ponderar [despedimentos], mas não há ainda uma tomada de posição", afirmou em declarações à agência Lusa, acrescentando que "há uns que têm mais pé-de-meia, mas outros não aguentam muito".
Segundo o presidente da ADAPLA, estudos efectuados pela associação demonstraram que os armadores proprietários dos navios de pesca longínqua "não têm viabilidade económica a curto e a longo prazo", dada a escalada dos preços dos combustíveis.
De acordo com Silva Vieira, cuja frota de 20 navios dá emprego a mais de 700 dos cerca de 2.000 trabalhadores dos armadores da ADAPLA, os navios da pesca longínqua são dos mais penalizados porque "são os que mais consomem combustível", mas foram "abandonados e esquecidos" pelo Governo.
Garantindo que o aumento dos combustíveis tornou "incomportável" a exploração das suas embarcações, responsáveis por 44,44 por cento das quotas de bacalhau em Portugal, a Sociedade de Pesca Silva Vieira decidiu imobilizar quatro dos seus navios de pesca longínqua (Brites, Joana Princesa, Caribe e Red) e dois da costa portuguesa (Mar de Viana e Mar de Sines).
Como consequência, a empresa vai despedir esta tarde 219 trabalhadores e garante que, se o Governo não atender algumas das reivindicações da ADAPLA, os navios permanecerão imobilizados até final do ano.
Em comunicado hoje divulgado, a associação reclama a redução do valor pago pelo sector da pesca à Segurança Social de 34,75 para 12,5 por cento, nível de que já usufrui a Marinha Mercante nacional.
Adicionalmente, pretende a redução dos impostos referentes aos serviços prestados pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), a redução das despesas facturadas pelas capitanias, ajudas imediatas aos subsídios de abates dos navios com mais de 20 anos e a redução, "por qualquer via possível", da factura dos combustíveis.
Segundo salienta Silva Vieira, cada navio de pesca longínqua consome 10 toneladas de gasóleo por dia, e as empresas simplesmente deixaram de ter capacidade para abastecer um navio que leva mil toneladas de combustível.
"Não temos pedalada económica para ter navios a trabalhar", concluiu.
PD.
Lusa/Fim
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