Comparações choque petrolifero do anos 70 e a actual crise

[MadRacer]

Será que toda a gente se esqueceu o que aconteceu à industria automóvel na na ultima grande crise petrolífera? Lembro que a actual não é apenas e só petrolífera...

E faço um resumo e ajude-me se estiver enganado:

1º Construtores nipónicos passam de pequenos construtores a lideres mundiais; Ford compra 25% da Mazda, alargado na década de 90 para 33,5%; GM compra participação na Suzuki; Toyota compra Daihatsu e Subaru (parte).

2º Grande parte dos construtores ocidentais desaparece ou é absorvido:
- Peugeot compra Citroen e Chrysler Europa (Talbot e SIMCA) e acaba com esta duas ultimas.
- Lee Iaccoca abandona o seu plano de domínio global... Deixa a Chrysler e a Chrylser só volta à Europa 20 anos depois, desta feita com marcas próprias e com o mesmo sucesso, nenhum...
- AMC desaparece, primeiro comprada pela Renault, que procurou entrar no EUA, sem sucesso, no final dos anos 90 vende a única marca sobrevivente da AMC, a Jeep, à Chrysler...
- Construtores Europeus retiram-se dos EUA (Fiat, Alfa Romeo, Peugeot)
- FIAT compra Ferrari, Lancia e Alfa Romeo (já na década de oitenta);
- Governo britânico unifica todas as marcas ainda existentes numa única holding (não me recordo o nome), desfeita com o sucessivo vender das marcas (primeiro à Ford (Jaguar) e depois à BMW, que deu o golpe final).
- VW compra Auto Union e mantém só a Audi, começando a construir o grupo VAG;
- Mercedes desistiu da compra da BMW (isto nos anos 60) e
- A BMW afirma-se como grande construtor mundial com o sucesso das recentes série 3, 5 e 7;
-GM retira independência à Vauxhall e Opel... A primeira deixa de produzir veículos próprios...
- Ford unifica a Ford Europa (Ford Alemanha e Ford UK era duas entidades com produtos distintos).
- Renault, como era estatal, não foi afectada... Penso eu

Em termos tecnológicos e de estratégias de marketing, o que nasceu naquela década, ainda hoje se mantém... Só com a recente adopção de tecnologia é que as coisas começaram a mudar...

O que vai acontecer agora?
A FIAT vai manter Lancia e Alfa?
A Peugeot vai manter Citroen?
A Porsche vai manter o grupo VAG como está? A SEAT irá manter-se?
A Ford vai manter Mazda e Volvo?
A GM vai manter Holden, Vauxhall, Daewoo... Opel?

E os chineses? É a oportunidade deles?

E os coreanos? A Hyundai vai manter a kia? Vão ser comprados por chineses (à imagem da Ssangyong)?

E a Tata... Será que vai-se afirmar como marca global?

São muitas dúvidas à procura de resposta...

[dysplay21]

quando começas por dizer que a actual crise financeira n é so por causa do petroleo n percebi. A actual crise n tem nada haver com o petróleo.

[MadRacer]

quando começas por dizer que a actual crise financeira n é so por causa do petroleo n percebi. A actual crise n tem nada haver com o petróleo.

Não disse que era por causa do petróleo, disse que ia muito além de só o petróleo, como da década de 70.

A crise petrolífera surgiu porque os investidores procuraram outro bem para investir, porque o imobiliário começou a entrar em colapso...

[migueldefender]

Nos anos 70 simplesmente não havia gasolina, o que é uma situação muito mais grave e que dá asus a um afundanço terrível. Actualmente o problema é outro...


Cumprimentos,

[MadRacer]

Nos anos 70 simplesmente não havia gasolina, o que é uma situação muito mais grave e que dá asus a um afundanço terrível. Actualmente o problema é outro...


Cumprimentos,

Ou seja, nada vai acontecer?

[TSport]

A Ford vai manter Mazda e Volvo?

Parece que não:

Ford estuda venda de participação na Mazda

A Ford Motors explora a possibilidade de venda de sua participação majoritária na Mazda Motor, como parte de um esforço para melhorar sua posição financeira, prejudicada pela forte queda nas vendas de automóveis no mundo, disseram pessoas próximas ao assunto.

Não está claro quanto da participação de 33 4% na Mazda a companhia estaria disposta a vender, mas a Ford estaria examinando várias opções nesse momento, frente às pesadas perdas que deverá apresentar na divulgação de seu balanço do terceiro trimestre no final do mês.

Um porta-voz da Ford para a região da Ásia/Pacífico não quis comentar, dizendo que a companhia não fala publicamente sobre a venda de ativos. A Mazda disse não estar ciente de qualquer plano da Ford nesse sentido. "Não anunciamos nada e nada foi decidido", disse a Mazda em comunicado distribuído. "Não temos nada para revelar".

A união das duas montadoras data de 1979, quando a Ford adquiriu uma participação de 25% na Mazda. Em 1996, com a Mazda afundada em dívidas por conta de retração nas vendas, a Ford aumentou sua participação na companhia para 33,4%, dando controle efetivo para a companhia, segundo as leis japonesas.

A Mazda e a Ford operam uma série de joint ventures pelo mundo, incluindo a fábrica Auto Alliance Internacional, onde a Mazda fabrica seu sedã Mazda6 e a Ford, o Mustang. As informações são da Dow Jones.

A Ford Motors explora a possibilidade de venda de sua participação majoritária na Mazda Motor, como parte de um esforço para melhorar sua posição financeira, prejudicada pela forte queda nas vendas de automóveis no mundo, disseram pessoas próximas ao assunto.

Não está claro quanto da participação de 33 4% na Mazda a companhia estaria disposta a vender, mas a Ford estaria examinando várias opções nesse momento, frente às pesadas perdas que deverá apresentar na divulgação de seu balanço do terceiro trimestre no final do mês.

Um porta-voz da Ford para a região da Ásia/Pacífico não quis comentar, dizendo que a companhia não fala publicamente sobre a venda de ativos. A Mazda disse não estar ciente de qualquer plano da Ford nesse sentido. "Não anunciamos nada e nada foi decidido", disse a Mazda em comunicado distribuído. "Não temos nada para revelar".

A união das duas montadoras data de 1979, quando a Ford adquiriu uma participação de 25% na Mazda. Em 1996, com a Mazda afundada em dívidas por conta de retração nas vendas, a Ford aumentou sua participação na companhia para 33,4%, dando controle efetivo para a companhia, segundo as leis japonesas.

A Mazda e a Ford operam uma série de joint ventures pelo mundo, incluindo a fábrica Auto Alliance Internacional, onde a Mazda fabrica seu sedã Mazda6 e a Ford, o Mustang. As informações são da Dow Jones.

Quanto à GM & Chrysler:

GM e Chrysler podem se associar
13/10/2008 - 12:15

Empresas lutam contra um inimigo em comum: a crise financeira

Segundo informações do respeitado jornal The New York Times, as diretorias de General Motors e Chrysler estão em fase avançada de negociação acerca de uma futura aliança - ou associação. De acordo com o periódico norte-americano, ambas estariam em conversas sobre tal assunto desde setembro, com 50% de chances de uma parceria ser firmada em um futuro próximo. O motivo da aproximação seria o mesmo para os dois lados: a crise financeira norte-americana (que já é mundial).

Apontada como uma das informações mais bombásticas dos últimos anos no setor pela imprensa local, a união entre General Motors e Chrysler LLC chegaria em um tempo de vacas magras para ambas. A primeira sofre com constantes quedas na cotação de suas ações nas bolsas de valores. A segunda ainda é a que menos perde das três gigantes de Detroit, mas é a que vem tomando medidas mais drásticas - e menos eficazes. A crise afeta fortemente ambas as empresas. A Chrysler registrou perdas de US$ 400 milhões recentemente, enquanto a General Motors chega a perder US$ 1 bilhão por mês, apesar dos 21 bilhões de dólares em caixa.

Tanto GM quanto Chrysler não se pronunciam sobre o assunto. O porta-voz oficial da General Motors, Tony Cervone, somente informou que a empresa "está continuamento conversando com outros fabricantes e negociando por possíveis interesses em comum". Já a Chrysler não dá qualquer informação ou declaração acerca do possível acordo. Tudo o que se sabe é que os executivos deste conglomerado trabalham para se aliar à Renault-Nissan.

Caso General Motors e Chrysler venham a se fundir, algo ainda mais impressionante, estará formada a maior empresa do ramo automotivo do planeta, tendo 35% de controle do mercado norte-americano - e o maior volume de produção de um conglomerado em nível mundial. Se a associação sair, será necessário um replanejament da empresa para compartilhamento de componentes e plataformas, fechamento de plantas ociosas e redução de fabricação de veículos que disputem o mesmo segmento. Algumas marcas ainda poderiam sumir do mercado, como aconteceu com a Oldsmobile no início desta década.

Ainda não há detalhes sobre a negociação e mesmo se trata-se apenas de rumor. A união pode não ser tão bem vista pelos mais antigos, nem pelo mercado, o que pode ocasionar queda nas ações das empresas. Mas o resultado final pode ser amplamente benéfico para ambas - e ser a resposta para a questão que mais amedronta o público norte-americano: uma das três gigantes sucumbirá à crise financeira?

Fonte - Autodiario

[RuiDCruz]

[quote=MadRacer;2576165- Governo britânico unifica todas as marcas ainda existentes numa única holding (não me recordo o nome), desfeita com o sucessivo vender das marcas (primeiro à Ford (Jaguar) e depois à BMW, que deu o golpe final)...[/quote]

British Leyland, se a memória não me falha.

[MadRacer]

British Leyland, se a memória não me falha.

Rover Group plc was the name that was given by the British government, in 1986, to the state-owned vehicle manufacturer British Leyland or BL.
British Leyland was a vehicle manufacturing company formed in the United Kingdom in 1968 as British Leyland Motor Corporation Ltd (BLMC). It was partly nationalised in 1975 with the government creating a new holding company called British Leyland Ltd which became BL Ltd (later BL plc) in 1978. [1] [2] It incorporated much of the British owned motor vehicle industry, and held 40% of the UK car market,[3] with roots going back to 1895.
After divesting of its commercial vehicle and bus manufacturing divisions the company then consisted of the car manufacturing arm Austin Rover Group and the Land Rover Group. This group was privatised in 1988 by the sale of the company British Aerospace who on 31 January 1994 sold the company on to German vehicle manufacturer BMW.[1] Millions of pounds of investment by BMW failed to turn the company into profit.[1] BMW retained Mini production, sold Land Rover to Ford and the remainder to the Phoenix Consortium as The MG Rover Group. Land-Rover was subsequently sold by Ford to TATA Motors; the rights to the Rover brand name are now owned by TATA Motors of India, owners of both Land-Rover and Jaguar - in addition TATA Motors also own Daimler and Lanchester brands.


in wikipedia

[MadRacer]

Após ler várias noticias de conversações entre GM-Renault/Nissan, GM-Chrysler e Chrysler-Renault/Nissan, sou da opinião que o mundo ficava mais bem servido com a ultima opção. Porque a segunda não trás nada de novo, são linhas que se cruzam no EUA, apenas serviria para cortar custos e acabaria com algumas marcas. A última sempre viabilizava uma entrada da Renault nos EUA, de onde está afastada desde 1988.

[330i]

As duas crises nada têm de semelhante, e nem há crise alguma no petroleo, as reservas são suficientes , não há guerras em curso, os preços estao bem abaixo dos 100 dolares, a questão que se coloca aos construtores hoje, é a dimensão global dos mercados, a competitividade das industrias Asiaticas, e como reduzir custos de produçao, as associaçoes/parcerias/fusoes, não são nem mais nem menos o que ja aconteceu muito antes desta crise finamceira, Ex:da Nissan/Renault, da Marcedes/Crysler, da Volovo/Ford da Saab/GM etc etc.

[RICTD]

As duas crises nada têm de semelhante, e nem há crise alguma no petroleo, as reservas são suficientes , não há guerras em curso, os preços estao bem abaixo dos 100 dolares, a questão que se coloca aos construtores hoje, é a dimensão global dos mercados, a competitividade das industrias Asiaticas, e como reduzir custos de produçao, as associaçoes/parcerias/fusoes, não são nem mais nem menos o que ja aconteceu muito antes desta crise finamceira, Ex:da Nissan/Renault, da Marcedes/Crysler, da Volovo/Ford da Saab/GM etc etc.

Ironic mode: Que marca de automovel é essa? Não digam que a volvo foi comprada pelos chineses passando agora a chamar-se "volovo" e eu não sabia?

[GranTurismo]

Muitas das operações de compra e fusão descritas foram feitas antes do choque petrolífero de 1973 e não foram consequencia directa do mesmo.
A Fiat comprou a Lancia e a participação de 50% na Ferrari em 1969.
A Vag comprou o grupo NSU Auto Union em 1965. A Ford Europe foi formada em 1967

[330i]

Ironic mode: Que marca de automovel é essa? Não digam que a volvo foi comprada pelos chineses passando agora a chamar-se "volovo" e eu não sabia?

julguei que ias postar algo relacionado com a crise (!!!)
nao te ocorreu mesmo nada (???)

[DjbF]

[quote=migueldefender;2576196]Nos anos 70 simplesmente não havia gasolina, o que é uma situação muito mais grave e que dá asus a um afundanço terrível. Actualmente o problema é outro...

Nessa altura a Mercedes começou a vender motores diesel do 220/8, que eram depois montados em automoveis a gasolina. O resultado era pavoroso, porque muitos motores eram soldados aos chassis. Modelos como 190 SL, 280 SE e mesmo carros de outras marcas, como os Rover P5 e os Jaguar XJ6, receberam motores Diesel Mercedes-Benz.

Excerto retirado do livro Mercedes-Benz em Portugal.

[MadRacer]

Eu não quis comparar o que deu origem há crise. Um foi o petróleo, outro foram investidores com dinheiro que especularam e depois a especulação rebentou. Especularam primeiro no imobiliário, este mercado rebentou, voltaram-se para as matérias primas, como o petróleo e este aumentou para 148 dólares. Entretanto o próprio sistema financeiro rebentou e foi este o busilis da questão.

O cerne deste post é debater o que poderá mudar.

Sim eu sei que tanto a compra da Auto Union pela VAG foi pré-choque petrolifero e teve como objectivo:
1º impedir a entrada da FIAT no mercado alemão (A auto-Union tinha excelentes relações com a FIAT);
2º Ir buscar tecnologia para substituir o carocha, o passat era um projecto auto-union

Sabia que a compra da Lancia e da Ferrari era pré-crise, não sabia era a data da criação da Ford Europa.