Anúncio

Collapse
No announcement yet.

III Congresso do Centro da APELO de Coimbra

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    III Congresso do Centro da APELO de Coimbra

    A minha cara-metade faz parte da Associação e organização do evento.
    Eu achei boa ideia fazer a divulgação.
    Aqui fica:


    III Congresso do Centro da APELO (Associação de Apoio à Pessoa em Luto) de Coimbra


    Cartaz




    Para os interessados, aqui fica o Folheto/Ficha de Inscrição




    #2
    Acho extremamente benéfico, o existir de associações destas que possam ajudar pessoas que por motivos da sua vida se vejam confrontados com esses problemas, e forçosamente não tenham a quem recorrer. Acho que o tema que se trata desta associação, socialmente não é muito bem vista, digo isto porque já citei uma associação (Encontrar+se) e o feeback foi negativo.
    Só quando as pessoas se vêem confrontadas com um determinado problema é começamos a dar relativa importancia e ficamos sensibilizados por isso. Assim é de salutar a existência desta associação.

    Comentário


      #3
      nunomplopes,

      Infelizmente ainda há pessoas que "preferem" manter o silêncio e sofrer sozinhas...

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por T-Sport Ver Post
        nunomplopes,

        Infelizmente ainda há pessoas que "preferem" manter o silêncio e sofrer sozinhas...
        Sim, é uma grande verdade, temos de ser nós quando notamos certos sinais tentar procurar ajudar essas pessoas ou encaminha-las para uma ajuda especializada, por vezes as pessoas "debitam" conselhos que em nada podem ser benéficos ou dizer que situações destas são passageiras, as pessoas que sofrem isolam-se e ficam com marcas sentidas por estes momentos, e a isso é sempre necessário uma ajuda exterior que lhes transmita um apoio e uma ajuda para que possam prosseguir saudávelmente com as suas vidas.
        Parabéns por divulgares esta associação no qual desconhecia.

        Comentário


          #5
          nunomplopes,

          Tens razão no que dizes e agradeço em nome do Centro da APELO de Coimbra pelo apoio.


          De facto, a morte já há muito que é tabú na nossa sociedade. Não se pode falar porque não é aceitável... Dói...
          Como se a morte deixasse de existir por não falarmos nela!

          O tema incomoda... Obriga as pessoa a pensar na sua própria mortalidade, na possibilidade de "perderem" quem amam...

          Custa realmente, mas mais custará a quem sente essa perda real, porque alguém significativo morreu, e não tem com quem falar sobre o assunto, a quem dizer que ama aquela pessoa que já não vive, mas continua muito viva na sua mente, no seu coração e em si... Quem é obrigado ao silêncio, porque é muito difícil para os outros falar disso.

          Mais custa também a quem se vê confrontado com a necessidade de aceitar a inevitabilidade e proximidade da sua própria finitude, por doença, acidente ou velhice, sem poder despedir-se de quem ama ou preparar a sua própria morte, pedir os seus últimos desejos, fazer as pazes, resolver assuntos pendentes... Pois os outros não estão ainda preparados para aceitar a proximidade da morte dessa pessoa.

          Igualmente, custa mesmo muito a quem não lhe é permitido chorar a pessoa e parar um tempo, retirar-se para sofrer tudo, chorar tudo... Porque "a vida não pára" para quem fica, e porque "tem de ser forte", porque "chorar não adianta", porque "tem de seguir em frente", etc...


          Gostava que as pessoas pensassem também nisso...
          Que ganhassem e tivessem elas a força e a coragem de enfrentar a realidade de que a morte não deixa de existir por não se falar nela e, mais ainda, que se lhes custa a elas, custará muito mais a quem está de luto...




          Deixo aqui uma breve explicação do que é a APELO e o porquê deste Congresso... Da temática...


          "A APELO é uma Associação sem fins lucrativos, organizada com o intuito de prestar apoio directo a pessoas enlutadas e ainda fomentar redes de suporte (social e psicológico) para as mesmas. Além da perda por morte consideramos a questão da emigração (perdas culturais, sociais, de identidade), separação/divórcio e luto antecipado como em situações de doença crónica. Tentamos, ainda, desenvolver respostas de acompanhamento psicológico individual (crianças, jovens, adultos e idosos) e perspectivamos, neste mesmo sentido, a criação de grupos de apoio e partilha tão importantes em determinadas fases do processo de luto.

          No sentido de manter este trabalho de sensibilização e criação de respostas de apoio que cheguem, efectivamente, a cada um dinamizamos agora um Colóquio subordinado ao tema e intitulado como “Luto na vida, Luto pela Vida”. Assim, nos dias 14 e 15 de Novembro estaremos no Instituto Português da Juventude apresentando temas vários subordinados à perda (em todos seus sentidos) ao longo do ciclo vital: infância, adolescência, idade adulta e 3º idade."

          Comentário


            #6
            Up!

            Porque esta temática é muito importante e devia ser encarada com naturalidade...

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por Nuskas Ver Post
              nunomplopes,

              Tens razão no que dizes e agradeço em nome do Centro da APELO de Coimbra pelo apoio.


              De facto, a morte já há muito que é tabú na nossa sociedade. Não se pode falar porque não é aceitável... Dói...
              Como se a morte deixasse de existir por não falarmos nela!

              O tema incomoda... Obriga as pessoa a pensar na sua própria mortalidade, na possibilidade de "perderem" quem amam...

              Custa realmente, mas mais custará a quem sente essa perda real, porque alguém significativo morreu, e não tem com quem falar sobre o assunto, a quem dizer que ama aquela pessoa que já não vive, mas continua muito viva na sua mente, no seu coração e em si... Quem é obrigado ao silêncio, porque é muito difícil para os outros falar disso.

              Mais custa também a quem se vê confrontado com a necessidade de aceitar a inevitabilidade e proximidade da sua própria finitude, por doença, acidente ou velhice, sem poder despedir-se de quem ama ou preparar a sua própria morte, pedir os seus últimos desejos, fazer as pazes, resolver assuntos pendentes... Pois os outros não estão ainda preparados para aceitar a proximidade da morte dessa pessoa.

              Igualmente, custa mesmo muito a quem não lhe é permitido chorar a pessoa e parar um tempo, retirar-se para sofrer tudo, chorar tudo... Porque "a vida não pára" para quem fica, e porque "tem de ser forte", porque "chorar não adianta", porque "tem de seguir em frente", etc...


              Gostava que as pessoas pensassem também nisso...
              Que ganhassem e tivessem elas a força e a coragem de enfrentar a realidade de que a morte não deixa de existir por não se falar nela e, mais ainda, que se lhes custa a elas, custará muito mais a quem está de luto...




              Deixo aqui uma breve explicação do que é a APELO e o porquê deste Congresso... Da temática...



              "A APELO é uma Associação sem fins lucrativos, organizada com o intuito de prestar apoio directo a pessoas enlutadas e ainda fomentar redes de suporte (social e psicológico) para as mesmas. Além da perda por morte consideramos a questão da emigração (perdas culturais, sociais, de identidade), separação/divórcio e luto antecipado como em situações de doença crónica. Tentamos, ainda, desenvolver respostas de acompanhamento psicológico individual (crianças, jovens, adultos e idosos) e perspectivamos, neste mesmo sentido, a criação de grupos de apoio e partilha tão importantes em determinadas fases do processo de luto.



              No sentido de manter este trabalho de sensibilização e criação de respostas de apoio que cheguem, efectivamente, a cada um dinamizamos agora um Colóquio subordinado ao tema e intitulado como “Luto na vida, Luto pela Vida”. Assim, nos dias 14 e 15 de Novembro estaremos no Instituto Português da Juventude apresentando temas vários subordinados à perda (em todos seus sentidos) ao longo do ciclo vital: infância, adolescência, idade adulta e 3º idade."
              Obrigado. Eu tento sensibilizar as pessoas que temas como estes devem ser levados a debate com naturalidade, mas ainda persiste esse estigma que deve ser quebrado, e vejo nestas associações uma mais valia para a sociedade na quebra de tabús como no acompanhamento de quem sofre.
              Partilho de todas as tuas palavras, e sentir uma perda destas não é uma situação fácil de se digerir, envolve sentimentos, como a sua perda. Tudo isto envolve muito mais do que pensamos, e por vezes não paramos para pensar "o que tudo isto signica" e o valor que temos de dar á vida. Todos teremos momentos que nos veremos confrontados com isto, e nestes momentos as pessoas ficam debilitadas pela perda de um ente querido que mais nos toca, e tentar superar isso (e todos nós devemos tentar ajudar as pessoas e comprêende-las nestes momentos frágeis e não debitar conselhos inócuos que possam abrir mais feridas, aqui temos muito que aprender, e vejo pelos temas da associação é um bom caminho para sensibilizarmos para isso) e tudo isto se revela num caminho pessoal, mas também uma abertura para a compreenção da nossa sociedade em aceitar isto. Temos ainda um longo caminho a percorrer para podermos falar destes e muitos temas sem pudores..
              Ás pessoas que sofrem que consigam superar isso, conhecerem-se a si próprias e dar o valor devido há aquelas pessoas que amamos.

              Comentário


                #8
                Lidando com a Morte


                A missão tradicional do médico é aliviar o sofrimento humano; se puder curar, cura; se não puder curar, alivia; se não puder aliviar, consola. Ao pensar na morte, seja a simples idéia da própria morte ou a expectativa mais do que certa de morrer um dia, seja a idéia estimulada pela morte de um ente querido ou mesmo de alguém desconhecido, o ser humano maduro normalmente é tomado por sentimentos e reflexões. As pessoas que se regozijam em dizer que não pensam na morte, normalmente têm uma relação mais sofrível ainda com esse assunto, tão sofrível que nem se permitem pensar a respeito. Esses pensamentos, ou melhor, os sentimentos determinados por esses pensamentos variam muito entre as diferentes pessoas, também variam muito entre diferentes momentos de uma mesma pessoa. Podem ser sentimentos confusos e dolorosos, serenos e plácidos, raivosos e rancorosos, racionais e lógicos, e assim por diante. Enfim, são sentimentos das mais variadas tonalidades.
                Isso tudo pode significar que a morte, em si, pode representar algo totalmente diferente entre as diferentes pessoas, e totalmente diferente em diferentes épocas da vida de uma mesma pessoa.

                O Eu diante da Morte
                De um modo geral, descontando as defesas das reflexões zen, das meditações transcendentais e de toda sorte de subterfúgios do medo e do temor do nada, a idéia da morte nos remete aos sentimentos de perda, portanto, em tese, nos desperta sentimentos dolorosos. Trata-se de uma espécie de dor psíquica, a qual muitas vezes acaba também gerando dores físicas, ou criando uma dinâmica incompreensível para quem a vida continua sorrindo.
                Poderíamos dizer que na Depressão, o tema morte está mais presente, seja o medo dela, seja a vontade de que ela aconteça casualmente ou, mais grave, sob a forma de ideação suicida. De qualquer forma, pensa-se na morte e, como não poderia deixar de ser, acompanha sentimentos dolorosos. Essa é uma dor psíquica, naturalmente movida por sentimentos de tristeza, de finitude, de medo, de abandono, de fragilidade e insegurança.
                Na espécie humana a dor psíquica diante da morte pode ser considerada fisiológica, mas sua duração, intensidade e resolução vão depender, muito provavelmente, de como a pessoa experimentou a vida. Diz um ditado: “teme mais a morte quem mais temeu a vida”.
                Durante a fase de enfrentamento da morte, o paciente é estimulado a profundas reflexões sobre a própria vida; se lhe foi satisfatória sua trajetória de vida, se houve algum desenvolvimento emocional, se pode criar vínculos afetivos fortes e permanentes, se ele pode auxiliar a outros seres humanos. Orientado psicologicamente (cognitivamente) poderá ser possível que, apesar de doloroso, esse momento possa ter um importante e saudável balanço emocional.
                Os 5 Estágios da Perspectiva de Morte
                A reação psíquica determinada pela experiência com a morte, ou mesmo diante de um diagnóstico médico associado com a perspectiva de vir a morres foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo cinco estágios (Berkowitz, 2001):
                Primeiro Estágio: negação e isolamento
                A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.

                Segundo Estágio: raiva
                Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.

                Nessa fase, a dor psíquica do enfrentamento da morte se manifesta por atitudes agressivas e de revolta; - porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta gente ruim pra morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto”...
                Transformar a dor psíquica em agressão é, mais ou menos, o que acontece em crianças com depressão. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte.
                Terceiro Estágio: barganha
                Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.

                Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além de sua vida, e como Este parece estar tomando-a, quer a pessoa queira ou não, as barganhas assumem mais as características de súplicas.
                A pessoa implora que Deus aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade ... Na realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil (não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que se hostiliza pessoas).
                Quarto Estágio: depressão
                A Depressão aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua, como ela é realmente, é a consciência plena de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.

                Quinto Estágio: aceitação
                Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem.

                É claro que interessa, à psiquiatria e à medicina melhorar a qualidade da morte (como sempre tentou fazer em relação à qualidade da vida), que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz, com dignidade e bem estar emocional. Assim ocorrendo, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente.
                A Medicina Paliativa
                O termo "paliativo" tem uma conotação leiga pejorativa que não corresponde, absolutamento, à verdade. Paliativo é a qualidade de aliviar, e é o que mais interessa à pessoa que sofre, portanto, quando se fala Medicina Paliativa não se pretende, de forma alguma, atribuir um sentido pejorativo, minimizado ou frugal ao termo. Devemos ter cuidado quando alguém diz... “esse medicamento é APENAS um paliativo”, com intenção clara em atribuir alguma conotação pejorativa.
                No Brasil a Medicina Paliativa ainda caminha a passos lentos mas, no Reino Unido, onde tudo começou, somando-se com a Austrália, USA e Canadá, existem mais de 6.000 centros de Medicina Paliativa, sendo considerada uma especialidade médica e de grande notoriedade.

                No Brasil, a atuação da Medicina Paliativa, iniciada em 1983 pela Dra. Míriam Martelete no Hospital das Clinicas de Porto Alegre, é ainda praticamente desconhecida pelos médicos brasileiros. Os Cuidados Paliativos são tipos especiais de cuidados destinados a proporcionar bem estar, conforto e suporte aos pacientes e seus familiares nas fases finais de uma enfermidade terminal.
                Assim, a Medicina Paliativa procura conseguir que os pacientes desfrutem os dias que lhes restam de forma mais consciente possível, livres da dor e com seus sintomas sob controle. Isso tudo é pretendido para que esses pacientes possam viver seus últimos dias com dignidade, em sua casa ou em algum lugar mais parecido possível, rodeados de pessoas que lhes queiram bem. Na realidade, esse tipo de cuidado pode ser realizado em qualquer local onde o paciente se encontra, seja em sua casa, no hospital, em asilos ou instituições semelhantes, etc.
                Cuidado Paliativo é uma atenção médica e multiprofissional aos pacientes cuja doença não responde aos tratamentos curativos. Para a Medicina Paliativa é primordial o controle da dor, de outros sintomas igualmente sofríveis e, até, dos problemas sociais, psicológicos e espirituais. Os Cuidados Paliativos são interdisciplinares e se ocupam do paciente, da família e do entorno social do paciente.
                Os Cuidados Paliativos não prolongam a vida, nem tampouco aceleram a morte. Eles somente tentam estar presentes e oferecer conhecimentos médicos e psicológicos suficientes para o suporte físico, emocional e espiritual durante a fase terminal e de agonia do paciente, bem como melhorar a maneira de sua família e amigos lidarem com essa questão.
                Essa área médica objetiva o alívio, a preparação e, conseqüentemente a melhoria das condições de vida dos pacientes com doenças progressivas e irreversíveis como, por exemplo, crônico-degenerativas, incapacitantes e fatais. Atualmente diz respeito mais aos pacientes com câncer, AIDS, pneumopatias, degenerações neuromotoras, doenças metabólicas, congênitas, Doença de Alzeheimer, Doença de Parkinson, etc, bem como os politraumatizados com lesões irreversíveis.
                Uma das maiores dificuldades para a Medicina Paliativa ter desenvoltura próxima à de outras especialidades, pode ser o preconceito universal existente em relação às condutas terminais, mais precisamente, em relação à morte.
                A Qualidade da Vida e da Morte
                Na formação do médico, bem como na formação das especialidades, a morte costuma ser abolida do rol de preocupações clínicas. Dificilmente os médicos perguntam, na anamnese, se o paciente tem medo de morrer, pensa em morrer, pensa em suicídio, ou coisas assim. Aliás, nem sequer é perguntado se o paciente está triste, nem sequer como ele ESTÁ... E isso se deve, provavelmente, à total falta de conhecimento sobre o que fazer com a resposta do paciente.
                Quanto mais avança o conhecimento médico em todos os campos (farmacologia; terapêutica, anestesia, cirurgia, transplantes de órgãos, fertilização humana, genética, imunologia, medicina nuclear, recursos diagnósticos, etc...), quanto mais se desenvolvem tecnologias aplicadas à medicina, mais o médico se distancia da morte.
                Os protocolos de procedimentos médicos, as normas administrativas da medicina e os rígidos manuais de conduta acabaram por institucionalizar a morte. É comum vermos em livros-texto uma perfeita descrição de determinado quadro clínico, reconhecidamente irreversível e com desfecho fatal, mas nada se fala dos cuidados finais, da atenção familiar e afetiva que o paciente deveria receber nesse momento. Não, fala-se muito em deixá-lo nos centros de terapia intensiva.
                É objetivo da Medicina Paliativa é a preocupação com a desinstitucionalização da morte, dando ao paciente a possibilidade de escolher permanecer em casa durante sua agonia. A discussão que pretendemos alimentar é, sobretudo, um protesto contra as condições de vida impostas pela medicina moderna aos doentes terminais, subtraindo deles as opções de um morrer menos sofrível.
                Pensamos que, intervir no paciente terminal em centros de terapia intensiva, quando não objetiva exclusivamente minimizar sofrimentos, pode refletir sentimento de onipotência da medicina sobre a vida, sobre a vida física, como se ela fosse considerada o bem supremo e absoluto, acima da liberdade e da dignidade.
                O amor pela vida, quando a toma como um fim em si mesma, se transforma em um culto pela vida. A medicina que se preocupa insensivelmente com as “condições vitais”, deixando de lado as “qualidades vitais”, promove implicitamente esse culto idólatra à vida.
                Nessas circunstâncias a medicina interfere na fase terminal como se travasse uma luta a todo custo contra a morte e não, como seria preferível, numa luta em defesa do paciente. A maneira de morrer, portanto, não pode ser excluída, absolutamente, do projeto de vida da pessoa. A maneira de morrer também é uma forma de humanizar a vida no seu ocaso, devolvendo-lhe a dignidade perdida.
                O Paciente Terminal
                O grande desenvolvimento da Medicina nas últimas décadas do século XX, assim como as melhorias inegáveis nas condições de vida, elevaram a expectativa de vida de 34 anos, no começo do século XX, até quase 80 anos no começo do século XXI.
                Conseqüente ao aumento da perspectiva de vida e ao envelhecimento progressivo das populações, nas últimas décadas está havendo um aumento gradual na prevalência de algumas doenças crônicas e invalidantes.
                Os avanços conseguidos no tratamento específico do câncer têm permitido um aumento significativo da sobrevivência e da qualidade de vida desses pacientes. Mesmo assim, estima-se atualmente que 25% das mortes sejam devidas ao câncer.
                Por outro lado, sem nenhuma relação com o envelhecimento da população, a AIDS grassou tenazmente em nossa sociedade, demandando fortes medidas sanitárias. Aqui também, apesar dos avanços nessa área, continua grande o número anual de pacientes terminais produzidos por essa doença.
                O estado mórbido que chamamos de Doença Terminal se caracteriza por algumas situações clínicas precisamente definidas, as quais se podem relacionar da seguinte forma:
                1. Presencia de uma doença em fase avançada, progressiva e incurável.
                2. Falta de possibilidades razoáveis de resposta ao tratamento específico.
                3. Presença de numerosos problemas ou sintomas intensos, múltiplos, multifatoriais e alternantes.
                4. Grande impacto emocional (no paciente e familiares) relacionado à presença ou possibilidade incontestável da morte.
                5. Prognóstico de vida inferior a 6 meses.

                Os Pacientes Terminais apresentam peculiaridades próprias que o profissional médico deve conhecer. O controle dos sintomas do estado terminal deve ser abordado não só do ponto de vista farmacológico, senão também, do ponto de vista psicológico, social, familiar, espiritual, etc.
                Nesses pacientes os sintomas costumam ser devidos a diversos fatores. Podem ser decorrentes da própria doença que levou ao estado terminal, podem ser devidos aos tratamentos médicos fortemente agressivos à saúde, da debilidade física geral ou de causas totalmente alheias à doença grave, entre elas, do estado emocional do paciente.
                Seja qual for a origem dos sintomas e do quadro geral que o paciente apresenta, é necessário explicar, da melhor forma possível, sobre o que está ocorrendo e sobre as possíveis questões que possam estar preocupando. Também a família deve estar sempre bem informada, especialmente quando os cuidados estiverem a cargo dela (Sánchez, 2000).
                A Família na visão Paliativa
                De modo geral, exceto as infelizes exceções, o familiar representa mais do que a simples presença de alguém promovendo cuidados ao paciente. O familiar representa alguém que, independente das possibilidades terapêuticas, pode compreender e realizar com carinho difíceis tarefas como, por exemplo, dar banho, às vezes no leito, dar a medicação nas doses e horários certos, preparar e dar uma alimentação adequada, fazer curativos, etc.
                É claro que os profissionais contratados para essas tarefas poderão fazê-las melhor, tecnicamente, mas importa muito a maneira e o carinho com que são realizadas. Havendo a qualidade afetiva dos cuidados, outros cuidadores, além da família podem ser envolvidos no Tratamento Paliativo.
                Um dos propósitos da Medicina Paliativa é orientar a família para que ela seja um bom suporte de auxílio ao paciente terminal, priorizando sempre as condições necessárias para manter o paciente em casa onde, seguramente, terá uma qualidade de vida melhor. Em casa ele estará cercado de carinho e atenção, o que pode minimizar o seu medo de morrer.
                Para a desejável participação familiar plena devem ser identificados, dentro da dinâmica familiar, os eventuais pontos de conflitos, anteriores e posteriores ao diagnóstico da doença.

                Antigamente o paciente em fase terminal morria em sua própria casa, lentamente, onde tinha tempo para despedir-se e passar seus últimos momentos com seus familiares. Nossa cultura científica e objetiva por excelência, muitas vezes acaba por deixar pessoas morrerem sozinhas, na assepsia fria dos hospitais e experimentando, como último sentimento, um dos medos mais primitivos do ser humano: a solidão.
                Com o desenvolvimento científico morrer tornou-se solitário e desumano. Geralmente o doente, cognominado Doente 620-C ou doente do Box 3-B, é confinado ao seu leito onde aguarda a morte chegar, estando as pessoas seriamente preocupadas com o funcionamento de seus pulmões, secreções, pressão venosa central, traçado eletrocardiográfico, etc.
                Diante do paciente terminal, quando a medicina já sabe que a doença venceu a guerra, não cabe mais ao médico a tentativa de cura, muitas vezes extremamente sofrível e estéril, mas assistir, servir, confortar e cuidar. Se pretendermos ajudar alguém nessa fase, seja terapeuticamente, medicamente ou humanamente, deveremos nos informar e nos preparar para lidar com a morte.

                Mas sempre tem alguém que já sabe sobre a morte, não precisa saber mais nada, como é comum dizerem sobre qualquer tema da psicologia e da psiquiatria. Ora, todos também sabemos correr. O problema é que, se não treinarmos e aperfeiçoarmos a arte de correr, jamais faremos alguma coisa meritosa com nossa maneira, digamos, “natural” de correr. Portanto, vamos falar da morte para ajudar pessoas que morrem...
                Segundo o paradigma cartesiano, segundo ainda os dicionários objetivos, a morte se constitui o oposto da vida. Por isso, torna-se um fenômeno aterrorizante, repulsivo e desconhecido para nossa espécie, que exulta instintivamente a vida. Dor e medo são os sentimentos básicos predominantes nesta relação com a morte.
                Mas a morte é um processo biológico natural e necessário. Falar que a morte é o contrário da vida não é correto. A morte é uma condição indispensável à sobrevivência da espécie e, através dela a vida se alimenta e se renova. Desta maneira a morte não seria a negação da vida e sim um artifício da natureza para tornar possível a manutenção da vida.
                A sociedade ocidental, basicamente, rejeita a morte procurando constantemente vencê-la e para isso se baseia no seu desenvolvimento científico. A tentativa de vencer ou, no mínimo, contornar a morte é pretendida com certo sucesso pela medicina moderna.
                Tomando por base a aspiração natural do ser humano para a vida, considerando ainda que o maior desejo do ser humano é a imortalidade, na maioria das vezes a morte é considerada uma inimiga.
                O sonho da permanência eterna ou, no mínimo, muitíssima prolongada, ganhou um importante aliado com os avanços da medicina, com o aumento da expectativa de vida, com a possibilidade de haver cura para todas as doenças, mesmo o câncer ou a Aids.
                Enfim, a ciência médica com seus progressos para a melhoria da vida, com seus avanços científico-tecnológicos, com a indiscutível eficiência dos diagnósticos, dos medicamentos, das técnicas cirúrgicas, etc, não tem tido tempo de falar da morte. Não a ciência médica, mas os médicos, embevecidos pelo sucesso na promoção da vida, acabam achando um despropósito dedicar-se a cuidar da morte, único evento decididamente atrelado à vida.
                Não se sabe bem porque mas, apesar do sucesso da ciência em prolongar a vida útil do ser humano, em manter jovem por mais tempo as pessoas, em atrasar o envelhecimento, em fazer viver mais de 100 anos, enfim, apesar de todos esses fatores de valorização da vida e da conquista da beleza e jovialidade duradouras, a idéia da morte continua assombrando ainda mais.
                Poderíamos perguntar, hipoteticamente, ao ser humano: - “depois de todas essas conquistas da ciência para aumentar o tempo e a qualidade da existência humana, você está satisfeito?” Certamente a resposta é não. E é graças a esse inconformismo com a finitude que o ser humano promove, cada vez mais, sua permanência entre os vivos. Talvez todo esse avanço tenha servido para estimular maior apego ainda à vida.
                Enfim, tudo o que possa lembrar a morte, seja a doença grave, a velhice, a decrepitude e até a própria idade é escamoteado. Para a ocultação ser completa, o próprio doente que vai morrer, morre no hospital, longe dos olhos (e do coração). Também os rituais de luto são cada vez mais rápidos e pragmáticos, digamos, mais empresariais e mais clean.
                Como se não bastasse o verdadeiro pânico do ser humano diante da morte, ainda somos educados com a personificação da morte representada por um esqueleto coberto com uma capa preta e carregando uma foice afiada na mão, pronta para degolar quem quer que se aproxime. Dificilmente as pessoas entenderão que a morte possa apenas representar uma vida que chegou naturalmente ao fim, uma existência que simplesmente expirou.
                A duração máxima da vida humana atualmente é de, aproximadamente, 120 anos. Alguns centros científicos dedicados à pesquisa da longevidade trabalham com uma expectativa de levar a vida humana até os 400 anos.
                Hoje se acredita que o processo de envelhecimento, que culmina com a morte, não se dá aleatoriamente, simplesmente como conseqüência natural da degeneração, mas como um processo ativo e geneticamente programado. Este programa estaria impresso nos cromossomos, ou seja, nossas células se regenerariam um número geneticamente definido de vezes, depois do qual morreriam.

                O que Podemos Fazer
                A dificuldade do ser humano em geral e, particularmente, do profissional de saúde em lidar com a morte pode ser trabalhada e melhorada, com isso, pode melhorar qualidade de vida de todos envolvidos na questão; do próprio paciente, dos familiares, do médico e de toda equipe.
                Inicialmente, é claro, o maior investimento deve ser dirigido ao paciente, deve pretender melhorar o conforto e a qualidade de vida de quem agoniza mas, em seguida, como “a morte é para quem fica”, os familiares e os próprios profissionais envolvidos com o morrer cotidiano, devem ser acudidos.
                O ser humano, normalmente, recebe alguma preparação antes mesmo de vir ao mundo; o bebê, de uma forma ou de outra, uns mais outros menos, tem sua chegada preparada. Aí então, a criança é preparada para ficar maiorzinha, para entrar na pré-escola, para entrar na escola. Preparam-se, uns mais outros menos, para a adolescência e, na família ou fora dela, para ser jovem, depois adulto. O adulto é preparado, pela própria vida, uns mais outros menos, para a velhice. Mas, raramente alguém é preparado para a morte.
                Por isso, primeiramente, o profissional de saúde deve preparar-se para lidar com a morte ele próprio, quando esta pode ser uma ocorrência comum no ambiente de trabalho. Além disso, para poder ajudar os outros, deverá conhecer e estudar a Tanatologia; conhecer a reação psicológica da perda de algo (pessoa, situação etc.), saber identificar o luto normal e o patológico e entender como crianças, adolescentes, adultos e velhos reagem à morte e às perdas da vida.
                Notamos a falta de preparo das equipes de saúde quando existe, no ambiente hospitalar, um temor pela morte como se tratasse de um forte potencial de “contágio”. Esse aspecto temerário e despreparado explica a solidão e a frieza das unidades de terapia intensiva, onde, muitas vezes, os doentes terminais morrem sem a chance de dizer uma última palavra aos que amam e sem estes lhes ofereçam qualquer conforto emocional.
                Para a formação do médico uteísta, preocupa-se muito em treiná-lo para passar um intracat, a interpretar uma gasometria, um eletrocardiograma ou um exame de fundo-de-olho. Estes são, sem dúvida, requisitos indispensáveis para salvar vidas. Mas, quando tudo isso não for suficiente e o paciente insiste em não reagir, o médico versado nas urgências e emergências não costuma saber mais o que fazer; não sabe segurar a mão agonizante, falar palavras de apoio, conforto e carinho.
                É claro que, sendo assim, morrer no hospital é muito mais sofrível, dá muito medo. A quase ausência total de auxílio emocional (espiritual) para aqueles que vão morrer não pode ser justificado pelo apego acadêmico à ciência, pois o cuidado afetivo e espiritual é um direito essencial de todo ser humano. Não é, de forma alguma incompatível, que se ensine técnicas da medicina moderna aos jovens médicos que se formam, simultaneamente aos preceitos milenares do humanismo caridoso e fraterno.

                Uma longa perspectiva da medicina sobre este tema.

                Comentário


                  #9
                  Pedro, acredita que tenho muita pena de não estar por aí nessa altura.

                  Como já disse noutra ocasião, a morte tocou-me profundamente no ano passado. A minha mãe morre em Fevereiro e o meu filho em Novembro.

                  Ao Nuno é-lhe impedido de nascer às 27 semanas de gestação devido a uma mal-formação cerebral. É-lhe impedido pelo pai e pela mãe. Neste ponto os médicos apenas informaram de todos os cenários possíveis e coube-nos a nós a decisão.

                  Imaginam que não foi fácil. Mesmo difícil parece uma palavra sem sentido, foi muito mais que isso.

                  Foi uma decisão tomada com muito amor pelo Nuno e pelo irmão Pedro.

                  Se me arrependo? Todos os dias. Mas também todos os dias voltava a tomar a mesma decisão.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por Zizo Ver Post
                    Pedro, acredita que tenho muita pena de não estar por aí nessa altura.

                    Como já disse noutra ocasião, a morte tocou-me profundamente no ano passado. A minha mãe morre em Fevereiro e o meu filho em Novembro.

                    Ao Nuno é-lhe impedido de nascer às 27 semanas de gestação devido a uma mal-formação cerebral. É-lhe impedido pelo pai e pela mãe. Neste ponto os médicos apenas informaram de todos os cenários possíveis e coube-nos a nós a decisão.

                    Imaginam que não foi fácil. Mesmo difícil parece uma palavra sem sentido, foi muito mais que isso.

                    Foi uma decisão tomada com muito amor pelo Nuno e pelo irmão Pedro.

                    Se me arrependo? Todos os dias. Mas também todos os dias voltava a tomar a mesma decisão.
                    Os meus desejos sinceros que consigas ultrapassar estes "momentos" que a vida nos trás. É preciso muita força e coragem para enfrentar tudo isto.

                    Comentário


                      #11
                      Zizo, certamente que mais oportunidades irão surgir - e eu cá estarei para te avisar

                      Comentário


                        #12
                        Ainda sobre a APELO, aqui fica um video do presidente/fundador num programa da SIC - http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2...px?directo=SIC

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por T-Sport Ver Post
                          Ainda sobre a APELO, aqui fica um video do presidente/fundador num programa da SIC - http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2...px?directo=SIC

                          O link está incorrecto, já estive a pesquisar sobre a reportagem e não encontrei nada.

                          Comentário


                            #14
                            nunomplopes, parece que o link já não está disponivel.

                            Entretanto encontrei isto ---> http://sic.aeiou.pt/online/Templates...ACHEHINT=Guest

                            Dor maior


                            Dizem os especialistas que não há experiência mais dolorosa do que perder um filho. É o último degrau do sofrimento. Há quem desista de viver, há quem se transforme numa estátua de sal como a mulher de Ló da Bíblia. Mas também há quem, vivendo todas as fases do luto, canalize a dor para ajudar os outros.
                            São estes últimos, os rostos que podemos conhecer na Reportagem SIC deste sábado.


                            Rostos como o de José Eduardo Rebelo, doutorado em biologia, que, num acidente de viação, perdeu duas filhas – uma com 7 anos, outra com um ano e meio – e ainda a mulher grávida de um terceiro filho.

                            Passaram 12 anos. Hoje José Eduardo Rebelo gasta os dias a ajudar pessoas que sofreram perdas irreparáveis como as suas. Fundou uma associação de apoio a pessoas em luto, especializou-se em psicologia do luto, escreveu livros, organizou acções de formação com um projecto no horizonte: desatar o nó do luto. Diz que ajudar os outros é a melhor forma de auto-ajuda. Mas para chegar aqui, esteve 10 anos perdido na dor que o atolava e só quando fala desse período percebemos a dimensão do seu sofrimento.

                            Mas há mais exemplos, como o de Maria Emília Pires que, na ressaca da morte da filha, fundou a “Nossa Âncora”, associação pioneira na técnica de entreajuda a pessoas em luto, ou como o de Francisco Cunha que viu o filho morrer ao carregar num botão de semáforo e que, contra tudo e contra todos, encetou uma batalha jurídica para encontrar responsáveis para a morte do filho. Venceu essa batalha, fundou uma associação de apoio a crianças com dificuldades, mas do que mais se orgulha é de manter o núcleo familiar unido, mesmo que em torno de uma tragédia.

                            Morrem 13 jovens por dia em Portugal. 5 mil famílias ficam, todos os anos sem os seus filhos, entregues a um luto sem fim. São números impressionantes, que motivaram estes homens e mulheres a partilhar os seus testemunhos com a SIC. Para eles, se uma só pessoa se sentir ajudada com os seus exemplos, o trabalho terá valido a pena. Para nós, os repórteres da SIC, também.

                            Daniel Cruzeiro
                            Jornalista


                            REPORTAGEM SIC
                            TÍTULO – “DOR MAIOR”
                            JORNALISTA – DANIEL CRUZEIRO
                            IMAGEM – JOSÉ EDUARDO
                            EDIÇÃO DE IMAGEM – RITA NOLASCO
                            GRAFISMO – AGOSTINHO RIBEIRO
                            PRODUÇÃO – ISABEL MENDONÇA
                            COORDENAÇÃO – DANIEL CRUZEIRO

                            Comentário


                              #15
                              DEPOIS DO ADEUS - Vídeos Multimédia RTP=

                              DEPOIS DO ADEUS - Vídeos Multimédia RTP=

                              Comentário


                                #16
                                Neste trabalho conceptualiza-se a intervenção psicológica no processo de luto. Procura-se relacionar as características de cada fase desenvolvimental do ciclo vital com as dificuldades subjacentes ao processo de luto e reflecte-se sobre as dinâmicas psicológicas associadas à perda e a morte. Procura-se compreender as contingências psicológicas de diferentes abordagens ao processo de luto e sobre a influência de alguns aspectos culturais na elaboração psíquica da perda.

                                No âmbito da psicologia, devemos colocar a abordagem à morte na morte representável, ou seja no processo de luto e na elaboração psíquica/emocional perda. O terreno da irrepresentabilidade da morte tem servido de pasto para filosofias esotéricas e religiões, tem alimentado oportunistas morais e económicos (vide mediuns, videntes e companhia ilimitada) com ligações directas para o além que (impunemente!) perpetuam o sofrimento e atrofiam o desenvolvimento emocional. Esse, naturalmente, não é o terreno da psicologia. Na abordagem à pessoa em luto devem ser respeitadas e conceptualizadas crenças e contextos culturais numa determinada estrutura de personalidade, no entanto não é objectivo da psicologia criar ateus ou católicos, e muitos menos devem as pessoas servir de telas fantasmáticas para projecções do próprio psicólogo, assunto maior, que a ética psicológica desvaloriza no seu discurso, e nós psicólogos silenciamos, numa cumplicidade comprometida.
                                No seu trabalho com pessoas em processo de luto (por isso em luta pelo sentido da vida) o Psicólogo deve ser um observador atento e interveniente no processo de integração da perda na estrutura de personalidade que é objecto do seu estudo, tendo por preocupação única a saúde mental da pessoa que se lhe apresenta com um pedido de ajuda..
                                É no entanto certo que há vida que há depois da morte, tem a ver com o que fica de nós nos outros, o que fica de nós na Humanidade, a nossa obra, o nosso projecto de vida e acima de tudo as nossas relações emocionais, perduramos nos outros, porque existimos por dentro dos outros. A morte é o contrário da vida? Quem morre continua a viver por dentro dos sobreviventes.
                                Quando confrontados com a perda daqueles que mais amamos, a vida pode deixar de fazer sentido. Podemos sentirmo-nos perdidos. Emocionalmente, nada em nós será mais profundo e doloroso do que o sentimento de perda irremediável. Pensamos que nada nem ninguém pode preencher o sentimento de vazio que os que partem deixam em nós. Pensamos que nada nem ninguém acalmará a angústia e as feridas interiores. É importante perceber a dimensão emocional da perda, pois há lágrimas que tem de ser choradas e há gritos que tem de ser gritados. A nossa condição humana pede-o, a saúde mental exige-o. Quem desconhece o amargo da tristeza não se delicia com o doce da alegria.
                                Uns partem suavemente num sabor agridoce, outros deixam-nos chagas por dentro, no coração. A isto não é alheia a teia relacional que connosco construíram. Repito: existimos por dentro dos outros e só por isso, quando a morte chega para os que mais amamos, a ausência física impõe um processo de desvinculação, achámos por bem chamar-lhe processo de luto, e verificámos que se divide em três fases: torpor/negação, desorganização e organização emocional, é a resposta psíquica à agressividade do meio.
                                É de importância maior saber que é da condição humana reagir à morte com a força do instinto de vida, Eros prevalece sobre Tanatos. Quando tal não se verifica, aparecem os lutos prolongados e complicados com sentimentos depressivos para além da razoável, pode-se então pensar que o luto nada mais fez do que pôr a nu a fragilidade estrutural preexistente. Furacão ou sismo emocional demasiado severo para a arquitectura do edificio psíquico. Impõe-se o espaço terapêutico como refundador da estrutura mental que vinga na vida, e se disponibiliza para a viver, como aliás é de seu direito.
                                Excluem-se da prioridade de intervenção psicoterapêutica sintomas reactivos, verbalizados pela voz ou pelo corpo, que pela sua própria definição tendem a extinguir-se quando deixarem de ser necessários à organização psíquica.
                                Pelo mesmo motivo se exclui a medicação para aliviar (calar) o sofrimento, o luto é um processo que implica expressão da dor, retardá-lo não ajuda em nada, pelo contrário pode comprometer. Já ambientes permissivos à expressão emocional são facilitadores e por isso transformadores da dor em expressão, fica-se mais próximo da vida.
                                Na infância o mais aceitável é a partida de avós ou familiares próximos. Nestas alturas temos uma tendência quase inata para proteger as crianças romanceando a morte ou omitindo a verdade. Ainda que as crianças só compreendam o sentido irreversível da morte a partir dos seis anos, é importante deixar claro que a pessoa não volta e que não partiu por sua vontade. A criança intui o sofrimento dos outros e pior que a dor associada á verdade é a criação do tabu. O que a criança infere é que este é um sofrimento tão grande que os adultos acham que ela não aguenta, desvaloriza-se a capacidade emocional da criança, desvalorizando-se a própria criança afastada e impedida de estar próxima emocionalmente dos seus, cria-se uma barreira invisível que pode condicionar o espectro relacional futuro. Muitas vezes a criança entende que a pessoa partiu porque quis, contribuem para isso explicações como: foi fazer uma viagem, está num sítio muito melhor ou então essa espécie de silêncio ensurdecedor onde a voz se cala e os olhos gritam. Pelo seu egocêntrismo, está fácil de ver que a criança se pode colocar numa posição de abandono e culpabilidade, o que não é, de todo, conveniente em fases tão precoces de estruturação da personalidade. Acho que não se deve, pela ausência de verdade, pela mentira ou pelo silêncio deixar a criança entregue apenas á sua imaginação. É necessário enquadrar a fantasia da criança numa base realística, assim sim para sua protecção. “Proteger” a criança pela negação da dor, pode ser muito conveniente para familiares mais angustiados, mas desvaloriza a criança e cria o tabu da morte associada a um sofrimento incompreensível e inadmissível à consciência. As crianças não precisam de ser “infantilizadas” precisam de sinceridade e disponibilidade afectiva para chorar ou para construir a mais fantástica das histórias que permita elaborar de forma construtiva a angústia e a ansiedade.
                                A adolescência caracteriza-se pela afirmação da identidade. É necessário uma separação emocional das figuras parentais, o que acarreta alguma (saudável) agressividade inconsciente dirigida para tais figuras ou deslocada para figuras de autoridade, pior é quando, não encontrando alvo, a mesma agressividade se dirige para dentro (acting in) e corrói o frágil Self adolescente dando continuidade a uma tonalidade depressiva mais ou menos consciente. Não sendo o alvo da deslocação agressiva socialmente aprazivel (que permita elaboração da agressividade) aprofunda-se a culpabilidade e retrai-se o self no seu desejo de implementação no meio extra-familiar. Não sendo socialmente aceitável, chamamos-lhe acting out, esse heroísmo anti-social que esconde o desejo de aceitação e projecta a culpa massivamente. Isto porque há sentimentos (sofrimentos) demasiado grandes para Homens ainda tão pequenos.
                                A idealização dos mortos (depois de morrer todos são perfeitos) associada as características desenvolvimentais da adolescência pode desvirtuar o processo de autonomização e agudizar (pela culpabilidade) sentimentos “persecutórios”. Quando na descoberta do mundo se aventuramos por caminhos menos esperados (fora dessa espécie de praga que é a normalidade) a típica ideia de que o morto está lá em cima a olhar por nós, pode ser uma fonte de segurança e protecção contra os maus olhados da vida, mas também se pode tornar numa espécie de Big Brother esse sim da vida real, em que se rege a própria vida em nome do mui perfeito, omnipotente e omnipresente morto. Assassina-se o gesto espontâneo e criativo. Hipoteca-se o sonho, morre-se para a Vida, em nome do morto. Humanizar a morte é também retirar os mortos do pedestral em que uns se colocaram em vida, e outros os colocámos nós depois da sua morte. É necessário que a morte não lhes retire a condição de humanos com qualidades e defeitos. Neste tipo de lutos é necessário estar atento a deslocações da agressividade e ao agir da tristeza e dos sentimentos de culpa. È preciso dar tempo ás pessoas para integrar a perda e respeitar os seus silêncios e revoltas. Tentando não criar mais culpabilidade pela agressividade agida ou verbalizada e remetendo para a irremediável tristeza subjacente ao gesto que a revolta (voz da indignação) grita.
                                O que se pode dizer a uma criança ou adolescente que perdeu o pai ou a mãe para aliviar o seu sofrimento? O que se pode dizer a um pai ou a uma mãe que perde um filho? Provavelmente nada... a profundidade da questão não é da mesma ordem de grandeza das palavras, é da dimensão o indizível. Por isso talvez só se possa ajudar com uma presença serena, disponível e sincera na afectividade. Talvez um silêncio sentido que respeite a dor alheia. Talvez um espaço de aceitação emocional incondicional (e a raiva e o ódio também são sentimentos) que dinamize a vida psíquica, para a pessoa não se feche (num silêncio igual ao dos cemitérios) e encontre mecanismos psicológicos capazes de transformar a angústia da perda em actividades satisfatórias de Vida.
                                A morte, o fim de si próprio, está sempre presente nos adultos de forma consciente ou inconsciente. Tenho como certo que o melhor que os pais podem dar aos filhos é tão simples (e complexo) como isto: ensiná-los a viver sem eles. Não considero então as personalidades construídas em relações de grande dependência emocional como as mais prevenidas para enfrentar processos de luto. Ansiedade de separação, angústia de perda e castração podem-se traduzir num medo de morte e no medo da morte, do próprio e das bengalas que injustamente ocupam o espaço mental onde deveria estar a valorização narcísica. O Ser Per Si do Humano valorizado nas suas diferenças e singularidades permite-lhe renascer das cinzas emocionais que a dor deixa e fazer dessas cinzas fertilizante para a vida. O coxo da bengala mental caí se lha tiram. Se não gostado e protegido o suficiente na primeira infância, se não autonomizado numa separação que valoriza e respeita o Self emergente, se não aceite e valorizado na identidade de género, então a casa não tem pilares mestres suficentemente fortes, e com fachadas mais ou menos enfeitadas, vai-se abaixo na primeira rabanada de vento. O luto é um tufão emocional, daí a importância da prevenção e da atenção que os processos de luto requerem, a adversidade do meio pode pôr a nu equilibrios precários e fragilidades emocionais encobertas por mecanismos pouco adaptativos.
                                Olhemos agora para o conceito de morte na nossa sociedade. Uma das coisas que mais se ouve nos funerais é este já lá está e Deus leva os que mais gosta. Aliás, todo o conceito dos nosso funerais mais típicos é baseado numa ideia de passagem para outro lado. Será que não temos coragem de fazer uma despedida e ficamo-nos pelo até já? Que consequências têm estes aspectos no processo de luto? Bom, em mentes mais acicatadas os rituais fúnebres podem provocar no mínimo alguma ambiguidade e confusão: devo eu dizer adeus para sempre? Como pode Deus levar o meu filho? Ouvimos também dizer que é preciso seguir em frente. Julgo que a maioria das vezes que demostramos esta falta de afecto dizemos duas coisas: desculpa lá mas eu não tenho tempo para ouvir as tuas lágrimas e por favor não acordes em mim um sofrimento do tamanho do teu. O que pode levar as pessoas em luto a perguntar-se se tem o direito de estar tristes, se uma tristeza do tamanho do mundo pode ser normal. É necessário que alguém lhes diga que seguir em frente pode ser correr para lado nenhum.
                                Até porque negar o sofrimento é sofrer duas vezes, esquecer e seguir em frente nunca foi um acto de coragem, não é mais do que a frouxa arma dos que não têm a valentia de chorar a aceitação da verdade e a ruína da idealidade. Vive-se à superfície, nas ondas, nas marés de um sofrimento interior inaceitável. Perde-se o controlo, o rumo, o sentido da vida. Sofre-se duas vezes: por uma ferida interior dispersa (“Sofro sem saber porquê...”) e por uma vida futura amputada da vertente emocional, logo sem sentido.
                                Mas que não se confundam mecanismos psicológicos adaptativos e funcionais nascidos do desejo e da necessidade de vida com negação do sofrimento, sob pena de ficarmos prisioneiros de uma tristeza esclarecida, que não deixa de ser tristeza.
                                Imagino eu, que o confronto com a morte próxima ou eminente obriga a uma espécie de processo de luto de si próprio. Aparte as crenças pessoais, a verdade é que se parte deste mundo e se deixam as pessoas que se amam. Muitas vezes este luto é associado a processos degenerativos e outras questões se levantam. Outras vezes técnicos de saúde mais preocupados com a omnipotência pessoal ou utilizando como defesa emocional a amputação afectiva impedem que a pessoa se despeça de si própria, da vida e dos que mais ama. Morre-se sozinho no meio de alta tecnologia, tal e qual como se cresce sozinho no meio de um qualquer plano tecnológico onde os recreios sejam orgulhosamente trocados pelo aprofundamento da esquizóide linguagem XPTO.
                                Não é justo que a ciência médica, na ânsia de “matar a morte”, se esqueça do Homem. Parece-me de imprescindível humanidade respeitar a pessoa num momento tão importante da sua vida. Até porque, como tão bem se sabe, a morte faz parte da vida. Será o passo final de uma dança emocional que começou muito antes de nascermos, e como em todas as danças os últimos passos querem-se sentidos...e nunca sozinhos.
                                Considero que entender o luto do outro é encontrar em nós os caminhos (antes trilhados) das experiências emocionais de perda e angústia, se calhar por isso dizemos tanta vez: esquece e segue em frente. Essa não é a atitude profissional correcta, é a negação da ciência humana, é alimentar a defesa psicopatológica que gera sofrimento, é colocar o técnico ao serviço da doença.
                                Como disse antes estar de luto é, antes de qualquer acção comportamental, um processo interior que não se condiciona com exteriores engalanados e muito ocupados, do tipo “para inglês ver”. Mais: andar vestido de negro é o aspecto exterior. Dizer que não se está a sofrer é uma verbalização. Até chorar é apenas o corpo a falar. Sejamos claros: O luto é uma experiência emocional profunda, subjectiva e individual. Como tudo o que é do psíquico e íntimo/afectivo humano, é pouco dado a catalogações objectivas, observações directas, Escalas de Likert e técnicas mais ou menos racionalizantes.
                                Considera-se então o luto um processo dinâmico de integração emocional do sofrimento irremediavelmente subjacente á perda. O seu grau de intensidade vai depender de vários factores e condições: do tipo de vinculação com o falecido ás circunstâncias e aos significados da morte, passando, naturalmente, pelas características de personalidade do sobrevivente. O facto de não existirem clones emocionais confere a cada Ser Humano a possibilidade de percorrer “mares nunca antes navegados” no sentido da vida e a cada profissional a oportunidade de crescimento pessoal na tentativa de realização profissional. Assim haja a criativa disponibilidade emocional que advém do conhecimento pessoal por oposição a objectividade enganadora do receituário (que acredita que uma dor adormecida é uma dor inexistente) e à negação pelo “espiritual” (que estagna e entorpece o processo de luto).
                                Está então delineado um caminho de descoberta no apoio à pessoa em processo de luto. Desta forma dão-se passos a caminho da tão necessária humanização da morte e ao encontro com vida real que fica depois da morte. Não esquecendo nunca que humanizar a morte é (re)encontrar um sentido para a vida.
                                Será que a seguir ao tabu da sexualidade virá o tempo da dismistificação da morte? Talvez a nossa sociedade tenha vivido até agora na fase de choque e negação da morte (o tal além perfeito, curiosamente sem desejo...talvez por isso também sem culpa...logo perfeito). Talvez hoje se viva a fase da desorganização (apesar dos novos profetas de bata branca que anunciam a vida eterna em directo no telejornal). E talvez um dia aceitemos a nossa condição de Humanos simplesmente finitos em vida mas infinitos de vida nos outros Homens como nós, esses sim, à nossa imagem (e altura).
                                Processo de luto e humanização da morte - coordenadas de um percurso emocional=

                                Comentário


                                  #17
                                  IV Colóquio do Centro da APELO de Coimbra

                                  IV Colóquio do Centro da APELO de Coimbra

                                  Aos possíveis interessados...
                                  Cartaz


                                  Folheto / Ficha de Inscrição



                                  Comentário


                                    #18
                                    Eu faria com todo o gosto em comparecer e poder participar, mas não conheço nada de coimbra.

                                    EDIT:Está a faltar aqui o espacinho desta associação.

                                    APELO - Associação do Apoio à Pessoa em Luto
                                    Editado pela última vez por nunomplopes; 27 September 2009, 01:32.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por nunomplopes Ver Post
                                      Eu faria com todo o gosto em comparecer e poder participar, mas não conheço nada de coimbra.
                                      Que isso não seja problema!


                                      A Praça da República é central e qualquer pessoa em Coimbra lhe indica o caminho... De lá é só seguir a indicação no mapa que está no folheto.


                                      Em último caso, também poderá telefonar para os números que estão no folheto ou envie-me e-mail para:
                                      - ana.ventura@apelo.pt




                                      Já agora, deixo o Blogue do CAPELO de Coimbra:
                                      Capelo Coimbra

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por Nuskas Ver Post
                                        Que isso não seja problema!


                                        A Praça da República é central e qualquer pessoa em Coimbra lhe indica o caminho... De lá é só seguir a indicação no mapa que está no folheto.


                                        Em último caso, também poderá telefonar para os números que estão no folheto ou envie-me e-mail para:
                                        - ana.ventura@apelo.pt




                                        Já agora, deixo o Blogue do CAPELO de Coimbra:
                                        Capelo Coimbra
                                        Obrigado pela informação, vou tentar chatear uma pessoa que também deverá ter o interesse de ir e conhece bem Coimbra.

                                        Qualquer dúvida também tentarei esclarecê-la.

                                        Gostei do texto exposto no blog.

                                        Caso não possa estar presente, assim o desejo que tudo corra pelo melhor.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Queria apenas deixar aqui um grande bem-haja a todos os responsáveis por este tipo de iniciativas.
                                          No meu entender, é necessário honrar a morte. Nada como estes encontros onde nos encontramos unidos pela dor, mas com o coração aberto para apoiar o próximo. Porque o entendemos, porque melhor que ninguém honramos a sua dor, o seu luto, estamos dispostos a descer até às profundezas do sofrimento para, depois, e sempre de mão dada, encontrar de novo luz e fazer com ele o resto da caminhada que é a nossa vida.

                                          Mais uma vez, bem-haja a todos e muita força.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por nunomplopes Ver Post
                                            Eu faria com todo o gosto em comparecer e poder participar, mas não conheço nada de coimbra.
                                            Puffff, oh Nuno, tu não brinques pah!! Que raio de esquisita justificação/desculpa que foste arranjar

                                            Se puderes vir, onde queres que te vá buscar? Se pagares um copo, até te faço uma visita guiada pela cidade
                                            Editado pela última vez por TSport; 20 October 2009, 14:37.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por TSport Ver Post
                                              Puffff, oh Nuno, tu não brinques pah!! Que raio de esquisita justificação/desculpa que foste arranjar

                                              Se puderes vir, onde queres que te vá buscar? Se pagares um copo, até te faço uma visita guiada pela cidade
                                              Prontos, prontos, já não está cá quem falou...

                                              Vais estar presente?

                                              Se não for muito incómodo, podemos marcar um ponto de refeência que quando lá chegar encontrmo-nos, eu deixarei o meu contacto por pm, mesmo antes disso irei tentar dar uma voltinha por ai ver se conheço um pouco isso e não me engano.

                                              Não tenhas problemas comigo que terei todo gosto de pagar o almoço e podermos conviver um bocadinho.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por nunomplopes Ver Post
                                                Vais estar presente?
                                                Ainda não tinha pensado nisso, mas já que trazes o assunto à baila, se calhar vou

                                                Faz lá a inscrição que depois combinamos um qualquer local que conheças para nos encontrarmos

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por TSport Ver Post
                                                  Ainda não tinha pensado nisso, mas já que trazes o assunto à baila, se calhar vou

                                                  Faz lá a inscrição que depois combinamos um qualquer local que conheças para nos encontrarmos
                                                  Melhor ainda, assim sempre tenho uma companhia para chatear, (), não sei mas é um tema que te interessa?

                                                  Estive a ver a inscrição dá para fazer por tranferência, o comprovativo terei de o enviar ou poderei apresentá-lo no próprio dia?

                                                  Ou será que a posso fazer no próprio dia?

                                                  Se puderes-me esclarecer nestes pontos como não tenho o folheto.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por NinaChampa Ver Post
                                                    Queria apenas deixar aqui um grande bem-haja a todos os responsáveis por este tipo de iniciativas.
                                                    No meu entender, é necessário honrar a morte. Nada como estes encontros onde nos encontramos unidos pela dor, mas com o coração aberto para apoiar o próximo. Porque o entendemos, porque melhor que ninguém honramos a sua dor, o seu luto, estamos dispostos a descer até às profundezas do sofrimento para, depois, e sempre de mão dada, encontrar de novo luz e fazer com ele o resto da caminhada que é a nossa vida.

                                                    Mais uma vez, bem-haja a todos e muita força.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Olá todos!


                                                      O folheto / ficha de inscrição é as duas imagens que "postei" por baixo da imagem do Cartaz... A primeira é a Frente do Folheto/Ficha de Inscrição e a segunda é o Verso.

                                                      Não é obrigatório estar a imprimi-lo, a preenchê-lo, a digitalizá-lo preenchido, para depois o enviar por e-mail. Nem a enviá-lo preenchido pelo correio.

                                                      Para se inscreverem, a maneira mais fácil será enviarem-me um e-mail com os dados requeridos na ficha, não se esquecendo de discriminar no que se inscrevem (Colóquio, Workshops), que eu trato de confirmar a vossa inscrição (pré-inscrição pois falta o pagamento)



                                                      O pagamento pode ser feito de várias formas...

                                                      1) Por transferência bancária: depois ou entregam o comprovativo da tranferência no secretariado no próprio dia do colóquio (mas avisem na inscrição que já fizeram a transferência e que só entregarão o comprovativo no dia); ou podem digitalizar o comprovativo e enviá-lo para o meu e-mail, juntamente com os dados da inscrição.

                                                      2) Por Vale dos Correios ou Cheque (preferencialmente não à ordem da APELO, Coimbra): enviado por correio com os dados da inscrição, para a morada constante no folheto.

                                                      3) Realizado no próprio dia do colóquio, no secretariado (por cheque, dinheiro, apresentação do comprovativo de transferência, etc)




                                                      IMPORTANTE! O CAPELO decidiu fazer promoções...
                                                      Ou seja, o folheto discrimina dois preços consoante a data de inscrição, certo?
                                                      Mas decidimos que:
                                                      Os preços mais elevados (a partir de 15 de Outubro / Colunas a azul) só serão aplicados a quem se inscrever no próprio dia do Cóloquio.
                                                      A quem se increver (ou pré-inscrever) até ao dia 29 de Outubro serão aplicados os preço constantes nas colunas cor-de-laranja do folheto (preços mais baixos).
                                                      Editado pela última vez por Nuskas; 21 October 2009, 22:42.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Tenho de ver isso melhor que já estou confuso...

                                                        Logo já trato disso.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Já confirmei a minha presença.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Muito interessante este congresso ao qual tenho a tirar coisas muito positivas.

                                                            Compreendo que para certas pessoas é dificil e delicado passar-se por um momento de luto, é marcante, como que algo de nós parte, mas teremos valorizar o que nos deixam, todas estas pessoas precisam da compreensão, do carinho, o apoio e tempo para viver o seu luto, a sua mágoa e exprimir os seus sentimentos faz parte de nós e não os poderemos reprimir.
                                                            Primeiro que tudo há que respeitar, e acima, aceitar.

                                                            Debatermo-nos sobre este tema, pode-se ter a percepção disto, não é nada deprimente (no meu entender e cada pessoa terá a sua sensibilidade própria ou pelo que viveu, que é importantissimo), proporciona-nos o convivio, interacção e descoberta de uma forma da própria pessoa lidar com o que lhe marca; além de no colóquio se abordar temas mais técnicos, ou (outras) formas de terapias, discutir e elaborar e consciencializarmos uma forma de ultrapassar o que a vida nos dá.

                                                            Gostei bastante do discurso de intevenção do Dr. Jorge Felicio, que tocou-me bastante e fez-me ver variadas perspectivas como assim interrogar-me a mim também sobre várias questões, muito pertinente!

                                                            Aos outros oradores, como a organização merece os meus aplausos pelo esforço como dedicação a tudo isto.

                                                            E como tudo também ouve momentos divertidos.

                                                            A todas a pessoas que passam por isto desejo-lhes as maiores forças, como possam acompanhar isto e/ou um dia estarem presentes.

                                                            Editado pela última vez por nunomplopes; 30 October 2009, 20:26.

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

                                                            Collapse

                                                            Ad Fim dos Posts Mobile

                                                            Collapse
                                                            Working...
                                                            X