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Road book mpferreira - O Reino de Marrocos

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    Road book mpferreira - O Reino de Marrocos

    Depois de ter lido os road books do Traveller e do Petrus decidi organizar o material que cá tinha por casa para fazer algo semelhante. O que me move é o gosto pela partilha destas experiências e saber que, não todos, mas alguns de vocês vão fazer a viagem.

    E como tudo começou?
    Tudo remonta ao ano de 2005, onde no inicio do verão se começa à procura de um destino. Eu e a minha companheira de viagens já fizemos algumas incursões pela Europa, mas desta vez estavamos com alguma curiosidade pelo norte de Africa. Lá começou a busca exaustiva de informação, mapas, sites, e relatos como este abundam na internet. A web revolucionou a forma de viajar. O reino de Marrocos foi o destino escolhido.

    Os amigos e os familiares tentam demover a nossa escolha. Existe sempre um relato de um conhecido-de-um-amigo-de-um-primo-qualquer que foi lá, roubaram-lhe tudo, ou trocaram a mulher por camelos, ou desapareceu como o D. Sebastião. Tretas!

    O instrumento de viagem:
    Rover 2.0 SDI Docklands
    Apinhado de garrafões de água, comida para um pequeno exército, sacos de cama e tenda. Tirando a água, metade destas coisas não precisámos.

    Números:
    - Perto de 4000km. Não tenho bem a certeza, nem nunca me dei ao trabalho de totalizar os Km. Mas deve ter sido perto disso.
    - 10 dias de viagem.
    - Bilhete de ferry - perto de 200€ ida e volta, 2 pessoas e um carro.
    - Gasoleo a 0,70c/L em Marrocos
    - Média de 4,2L/100km
    - Dormida mais cara - 35€ (fazendo a conversão para €) com jantar e pequeno almoço.
    - Dormida mais barata - 18€ com pequeno almoço.
    - Hotel mais barato que encontrámos mas não ficámos - 5€
    - Almoço mais caro - 4,5€ por pessoa no Mcdonnalds de Casablanca
    - Almoço mais barato - 2,5 para 2 pessoas em Chefchaouem
    - Número de tapetes comprados - 1
    - Número de mostras de tapetes - 8 ao longo de toda a viagem

    1º Dia - Lisboa - Conil de la Frontera
    Curiosamente foi quase todo gasto a sair de Portugal. Qualquer pessoa que esteja habituada a fazer road-trips sabe que com as estradinhas que temos demoramos mais tempo a sair do país do que a atravessar Espanha. Ou quase isso. OK, é verdade que fui sempre por estrada nacional. Sim, o ritmo de viagem escolhido, assim como os trajectos eram bem lentos e alternativos. É assim que eu gosto. Montámos a tenda ao entardecer num Camping já próximo de Tarifa.

    2º Dia - Conil de la Frontera - Tanger
    Comprámos o bilhete de Ferry e em 45m estamos do outro lado. É preciso uma autorização para circular em Marrocos. No porto de Tanger a burocracia é prepositada para o turista largar 5€ e um marroquino qualquer tratar de tudo. Quem não quiser largar 5€ vai directamente ao serviços do porto e trata de tudo. Eu não quis, o que deixou lá a malta um pouco chateada. Por azar o meu passaporte foi mal carimbado, tinha um número pouco legivel e tive de gastar uma hora nestas coisas. Mas não me levaram
    5€!


    Começar a conduzir em Marrocos é coisa de cortar a respiração. Após os primeiros cruzamentos nota-se que o nosso código da estrada não é bem igual ao que eles praticam. Fazemos a Marginal e paramos a observar. Largamos o carro e vamos conhecer a cidade a pé. É uma cidade já muito ocidental com algumas partes muito pobres e degradadas e outras de grande influência Europeia. É uma cidade suja. O coração antigo da cidade tem grande beleza, e percorrer a pé a medina dá um enorme prazer.









    Começamos a aprender a cultura de Marrocos. Sempre que se larga o carro existe sempre alguém que aparece a dizer que o vai guardar. E guarda mesmo! quando voltamos (mesmo que seja muitas horas depois) lá está o mesmo marroquino ao lado do carro à espera do moeda. Ah! e não vale a pena rejeitar ou tentar não pagar. É sempre melhor dar a moedinha.


    3º Dia - Tanger - Chefchaouem - Fez
    Quem diz que as estradas em Marrocos são más, ou nunca lá foi, ou já lá foi há muitos anos, ou então vive na Alemanha. As estradas são perfeitamente normais, tirando, claro está, as pistas e os trilhos. Mas para esses só vai quem quer.
    Deste caminho recordo-me de ver alguma pobreza à saida de Tanger. Barracas, pessoas sujas, crianças à beira da estrada despidas. Em muitas das cidades do mundo é assim, só que aqui não está escondido.
    A estradas vão ficando mais estreitas e mais recortadas. Surge Chefchaouem.



    É uma muito típica (talvez para turista ver) vila encaixada no meio das montanhas. O azul e branco das casas é agradável à vista, e ao que parece serve para afugentar os mosquitos. Chefchaouem é muito conhecida também nos roteiros das drogas que fazem rir, ou como dizem os marroquinos "bronzear a cabeça".

    Deixamos Chefchaouem para trás.



    A estrada vai ficando mais montanhosa e mais recortada. O andamento é cada vez mais lento. O objectivo era Fez, mas decidimos tomar o caminho de montanha. Zona conhecida pelas plantações de cannabis.
    Foi nesta altura que aconteceu o único susto da viagem, que na realidade, depois dos factos apurados nada era preciso temer.
    Ao longo do caminho não encontrávamos muitos carros, mas certa altura um Fiat Uno cruzou-se connosco e decidiu seguir o nosso carro. O pé direito fez-se mais pesado e ele desapareceu do retrovisor. Em seguida o mesmo episódio com um Peugeot 306 que nos seguia e fazia sinais de luzes e novamente o nosso veículo transformou-se em carro de corrida, qual rampa da Falperra!. Depois um Mercedes 220, um Toytota Land Cruiser, o Peugeot mais à frente parado na estrada a barrar o caminho... Decidi parar. E o que é que aquela malta queria? que nós experimentassemos as 1000 variedades de produtos-que-fazem-rir da região, que podiam vender barato, que muitos amigos deles são portugueses (da Madeira, Porto, Lisboa, Algarve...) e perante as nossas negações em experimentar os seus aromas - "que tal jantarem connosco e dormirem na nossa casa e tal...". Eram já quase os meus melhores amigos.

    Chegada a Fez de Noite.

    4º Dia - Fez - Midelt

    Suja, muito suja. Confusa, muito confusa. Dava por mim a conduzir como um local. Afinal isto aprende-se. Nós conduzimos da mesma forma que se conduz no ambiente rodoviario onde estamos.
    O nosso pequeno Yossef, conhecido por acaso, miúdo de 14 anos foi uma mais valia para conhecer a cidade. Fala 7 linguas, incluindo o japonês. Como aprendeste? com os turistas respondeu ele.
    Visitámos a cidade no seu interior. As fábricas de curtumes, de porcelanas, e o pequeno Yossef falava com os responsáveis e lá visitávamos os locais.








    A partida fez-se ao final do dia. O carro pregou-nos uma partida e não pegava. A pequena arca frigorifica tinha ficado ligada por esquecimento e deitou abaixo a bateria. Não tenho cabos... em menos de um instante o Yossef aparece-me com uma legião de mecânicos atrás. Já está! pronto para seguir viagem.

    A viagem não era planeada. Fazia-se no momento ao sabor da leitura do American Express de Marrocos, e com o mapa na mão. Próximo destino - Sahara!

    A viagem fez-se ao entardecer. O caminho dava fotografias surreais.


    Editado pela última vez por mpferreira; 17 November 2008, 12:45.

    #2
    Muito louco

    Um dos locais que gostaria de visitar, mas com as crianças ainda pequenas tenho algum receio, por isso vai ter que esperar.

    Este bichinho dos road-books tá a pegar ...heheheheh

    Comentário


      #3


      O que é que há aqui para comer?


      Aproximava-se uma tempestade. Mal eu sabia que isto ainda ia dar problemas...



      As estradas são boas.



      Ao anoitecer decidiu chover a valer no meio daquela paisagem árida. Estavamos a 100km da cidade mais próxima - Midelt, quando de repente na estrada mal iluminada pelos faróis, o carro entra numa depressão, água por todo o lado e sai do outro lado. Acabámos de atravessar um rio.
      Como deve ser raro chover para aquelas bandas o leito do rio foi alcatroado. A maior parte das vezes aquilo deve estar seco, mas desta vez não estava. A uma velocidade de 100km/h entrar num rio tem as suas consequências. O carro começou a falhar logo após o mergulho. Acendeu todas as luzes de avaria, como se fosse uma árvore de natal. Temi ficar ali mesmo. Mas à medida que o carro andava (mal) as electronicas secavam e as luzes de avaria iam-se apagando.
      Cheguei ao hotel debaixo de diluvio.

      5º Dia - Midelt - Merzouga

      Saimos do hotel em direcção a Erfoud. Foi este o hotel mais caro em que estive. 35€ com jantar e pequeno almoço. Quando cheguei ao pé do carro para me ir embora tinha o carro lavado! Estes marroquinos sabem mesmo do que o ocidental gosta.
      Em Erfoud encontramos o tio de Yossef (sim, é muito facil arrajar contactos para visitar tudo em Marrocos). Que nos propõe mostrar o deserto. Mas como vamos os três num carro comercial? e a policia? não há problema diz Idriss. Ele conduz e nós vamos no banco do pendura... e fomos. Quando chegámos ao carro e ele pergunta - "2000 turbo diesel?" e ri-se.
      Idriss é louco! ele faz as pistas até Merzouga a grande velocidade (preferi não ver quanto era), coloca o carro em derrapagem em cada curva, passamos bancos de areia enormes sem o carro ficar lá enterrado.








      Começo a ficar chateado com o rally. Fiquei mais tranquilo quando chego a Merzouga e olho para debaixo do carro e vejo que apenas tem uns risquinhos na protecção do cárter.



      E quem é que encontrámos em Merzouga?
      É sempre bom ver portugueses fora do nosso território.

      Comentário


        #4
        Boas!

        Estou a gostar de ler este tópico, interessa me bastante uma vez que em Dezembro vou para Marrakech mas de aviao.

        Comentário


          #5
          Grandes imagens que Marrocos propociona...

          Melhor só fazer com um jipe.

          Comentário


            #6
            Anoitece. O carro a partir daqui não pode andar. Opta-se pelo meio de transporte mais apropriado para as areias do deserto.


            De noite, à luz da lua, guiados por um marroquino que nem francês falava, subia-se e descia-se dunas em cima do lombo do animal.
            Depois de se adormecer a ver as estrelas, acorda-se com o romper do sol. E consegue-se ver a realidade.

            6º Dia










            De volta à civilização


            Retomamos a estrada. A nova direcção é Ourzazate.
            Paramos numa pequena vila para comer qualquer coisa. Rapidamente um marroquino senta-se na nossa mesa para saber quem somos. Portugueses? hoje dá o porto-(qualquercoisa que já não me lembro), não é? - pergunta ele. Pois, deve ser - respondo eu. E o Figo, e o Rui costa, o Pauleta, o Simão, e outros tantos. O gajo percebe mais de futebol português que eu.
            Leva-nos a conhecer a vila, as casas das pessoas, as familias.
            De regresso à estrada apanhamos uma tempestade de areia. A visibilidade é nula, e o alcatrão apaga-se debaixo dos grãos de areia. Temos que parar. Passados uns minutos o vento acalma e prosseguimos caminho.

            A policia é uma constante nas estradas marroquinas. Sempre visiveis, com o Jeep Wrangler estacionado na berma e as correntes de pregos ao lado. Sempre simpáticos e prestáveis. E falam francês! ao contrário de muitos marroquinos do marrocos mais profundo. Não estão lá para multar ou pedir dinheiro (pelo menos aos turistas) ao contrário do que se diz. Quando ia numa destas estradas com velocidade acima dos limites uma destas brigadas não me mandou parar mas fez sinal para eu abrandar a marcha.

            Chegámos de noite a Skoura, uma pequena localidade fora dos circuitos turisticos. Procura-se onde dormir até que somos perseguidos por uma motorizada. Já conhecedor do ritual pergunto-lhe o que quer. Quer mostrar a casa dele para nós ficarmos lá a pernoitar. OK vamos ver. Ficámos.
            Junta-se a familia (homens apenas) e janta-se, dança-se, conversa-se, e toca-se instrumentos tradicionais. Vamos deitar e eles lá ficam.

            Editado pela última vez por mpferreira; 17 November 2008, 20:01.

            Comentário


              #7
              7º Dia - Marraquexe

              Mais um pouco de estrada. A sinalização vertical é curiosa.
              Também devia haver este sinal cá à entrada das rotundas para alertar os condutores. Da maneira que a malta circula nas rotundas....


              Surge Marraquexe na estrada.

              Os marroquinos são pessoas agradáveis. Ninguém aparece com o intuito de roubar ou enganar. O que eles querem é sempre fazer negócio. E por vezes dá jeito. Como por exemplo na entrada de Marraquexe.



              A sinalização é escassa e mais rua menos rua estamos no interior da medina. Ruas em que foi preciso fechar os espelhos para passar, outras um pouco mais largas onde foi necessário passar um burro pelo carro. Ainda pensei que ele conseguisse entrar dentro do carro. No meio da confusão aparece um local de bicicleta que pergunta para onde queremos ir. Lá nos leva para fora da aflição e para caminhos menos apertados. Carro parado, vamos lá dar corda aos sapatos.

              A cidade é linda!







              8º Dia - Marraquexe - Essauira - Safi

              Mais estrada, e desta vez em direcção ao mar.
              Ao fundo ve-se ainda o forte de construção portuguesa.





              Novo rumo. Apontamos a frente do carro para Casablanca... mas acompanhando a linha de costa. Esta é uma das mais belas estradas que já fiz. Praias desertas, e recantos da natureza.



              Dormimos em Safi.

              9º Dia - Casablanca

              É uma cidade quase ocidental. Tem um Mcdonnalds, que no parque de estacionamento estão bons carros. A refeição é ao mesmo preço de cá, e lá dentro só se encontram crianças gorduchinhas com os seus pais. A mesquita é das melhores coisas que Casablanca tem para mostrar.
              Ao que parece a segunda maior do mundo.





              Fica ao pé do mar. Para resistir à corrosão marinha o portão é de titânio...


              10º Dia - Regresso a Tanger

              De regresso a Tanger voltamos ao porto burocrático. Foi limpinho, nada de confusões desde que não se ligue a ninguém. Depois do carro revistado (sim, eles metem-se debaixo do carro e batem no fundo e guarda-lamas) prosseguimos para o ferry. 45m volvidos estavamos na Europa.... a partir daqui parece tudo fácil.


              Comentário


                #8
                Se quiserem ler um relato mais alongado da viagem podem visitar www.degustarmarrocos.blogspot.com escrito pela minha companheira de viagem. Através dos links para as fotos também podem ver o album quase todo. Espero que tenham gostado. Espero igualmente que postem as vossas viagens.

                Cumprimentos

                Comentário


                  #9
                  Relato/aventura 5*!

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                    #10
                    Fantastico!!

                    Comentário


                      #11
                      Adorei o teu ralato, obrigado por partilhares.
                      Tenho um primo que costuma ir a Marrocos ( Marraquexe e Casablanca )várias vezes por anos e, o seu testemunho vai de encontro com o teu. Ele diz que lá vê polícia por todo o lado. E a não ser que uma pessoa seja um bocado distraída é que roubam, sem se dar por isso, mas violência nos roubos a turistas parece nunca haver. Também me diz que eles são bastante prestáveis para todos os turistas.
                      Agora isso de deixar o outro bacano guiar o carro é que não deixava.

                      Comentário


                        #12
                        Aqui fica o mapa da viagem.
                        Está um bocado mau, mas quando tiver tempo ponho aqui um melhor.
                        A linha verde representa o trajecto.



                        Editado pela última vez por mpferreira; 17 November 2008, 22:09.

                        Comentário


                          #13
                          Caro mpferreira, gostei imenso do teu relato. As imagens são simplesmente magnificas.

                          Também eu, costumo fazer alguns road-trips, mas sempre pela Europa. Já neste verão esperava ter feito uma incursão por Marrocos, mas infelizmente não foi possivel.

                          Ainda assim, espero brevemente concretizar essa viagem.
                          Poderei perguntar-te uma estimativa do valor que gastaste ao longo dessas férias? ...isto porque viajo sempre com orçamentos limitados, e não quero ser supreendido por aquele ideia "africa é sempre barata" e acabar preso no deserto sem dinheiro para o combustivel!

                          antecipadamente grato

                          Comentário


                            #14
                            Excelente relato e que água na boca!

                            Uma pequena dúvida: a todos aqueles marroquinos que se prestaram a ajudar, qual era o intuito deles? Dinheiro? Quanto deste mais ou menos a cada?

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por setyoureyestozion Ver Post

                              Poderei perguntar-te uma estimativa do valor que gastaste ao longo dessas férias? ...isto porque viajo sempre com orçamentos limitados, e não quero ser supreendido por aquele ideia "africa é sempre barata" e acabar preso no deserto sem dinheiro para o combustivel!
                              Viva setyoureyestozion
                              Isso é dificil de contabilizar. Na altura fiz as contas por alto, mas a agora não me lembro. Também depende de onde quiseres ficar... consegues dormida a 5€, 8€, 12€, 25€... ou a 200€! Depende do teu grau de exigência. Isto faz-me lembrar uma amiga minha que foi a marrocos. Antes de ir perguntou-me se eu tinha gostado...e eu disse que sim. Lá comprou o pacote, meteu-se no avião. Quando voltou disse que tinha detestado. O hotel era mau, a comida não prestava, os locais eram antipáticos...

                              Mas as maiores fatias do orçamento são a dormida, o combustivel, os pagamentos do "turismo informal" e os gajos que te guardam o carro. Normalmente as pessoas também se perdem no artesanato.

                              Mas eu ajudo nas contas considerando preços médios
                              200€ do Ferry (http://www.frs.es/)
                              +
                              9 dormidas x 30€
                              +
                              9 x 20€/dia em turismo/guias/etc.
                              +
                              5 depósitos de combustivel
                              +
                              9 x 20€/dia de comida
                              +
                              100€ em despesas várias
                              +
                              100€ em artesanato (quando deres por ti tens o carro cheio de puffs em pele, candeeiros, tapetes, malas,... é preciso muito controlo!)

                              Se calhar estou a fazer as contas por cima, tomando como exemplo o meu caso penso que gastei menos, mas é melhor assim.

                              Será que ficaste esclarecido?


                              Originalmente Colocado por Varycela Ver Post

                              Uma pequena dúvida: a todos aqueles marroquinos que se prestaram a ajudar, qual era o intuito deles? Dinheiro? Quanto deste mais ou menos a cada?
                              Viva Varycela,
                              dinheiro? claro!
                              Não sei quais são os marroquinos a que te estás a referir. Mas muito provavelmente sim, foi dinheiro. Toda a gente vê uma oportunidade extra de ganhar uns cobres à conta dos turistas. É um país pobre... mas rico culturalmente e em natureza. Sabes como se diz do português em relação ao improviso e à capacidade de resolver problemas? Estes são 10x melhores nesse assunto.
                              EDIT: nem todos fazem por dinheiro. a caminho de Ourzazate o fulano que se sentou na nossa mesa a falar de futebol mostrou-nos a vila e fomos a casa da familia dele sem pedir dinheiro nenhum. Claro está que nos levou a uma fabrica caseira de artigos de prata de um familiar dele. para quê? pois...€€€€.
                              Mas vamos por partes.
                              O puto em Fez dei-lhe o equivalente a 10 euros. O puto andou o dia todo comigo a mostrar-me a cidade. Os mecânicos que ele arranjou lá tive que dar +/- 2 euros... . O tipo da motorizada em Skoura que me deu dormida e comida em casa dele dei-lhe +/-25€ bem regateados (o gajo queria mais se bem me recordo). Em Marraquexe o gajo que me ajudou a desencravar o carro de dentro daquelas ruas até à praça principal dei-lhe 1 ou 2€. O gajo que fez rally com o meu carro também foi bem pago... e ele por sua vez pagou lá ao pessoal de Merzouga para nos levarem pelas dunas até ao outro dia.
                              É assim que funciona. Podemos chamar a isto um turismo informal. Um pormenor interessante é que quando a malta dizia que eramos portugueses eles diziam - "pois os portugueses tem menos dinheiro que os Alemães ou Holandeses, por isso pedem para baixar os preços."
                              Mas o truque está em estreitares o relacionamento com quem te quer €ajudar€. Aquele jantar em Skoura provou isso mesmo. Na manhã seguinte, na despedida queriam-nos mostrar os arredores, que ficassemos com o número de telefone deles para ligarmos da próxima vez.
                              Aconselho mesmo é a dar-se a moedinha ao fulano que fica a guardar o carro nas cidades maiores. Está culturalmente imposto. Toda a gente dá.
                              Editado pela última vez por mpferreira; 18 November 2008, 16:04.

                              Comentário


                                #16
                                Obrigado mpferreira...

                                Já dá para ter uma estimativa. No meu caso, não me considero demasiado exigente, prefiro fazer mais um km´s a explorar o pais, do que a tomar banho com hidromassagem!

                                Entretanto li também o blog, 5*

                                Qd concretizar a viagem, dou noticias.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por mpferreira Ver Post
                                  Viva Varycela,
                                  dinheiro? claro!
                                  Não sei quais são os marroquinos a que te estás a referir. Mas muito provavelmente sim, foi dinheiro. Toda a gente vê uma oportunidade extra de ganhar uns cobres à conta dos turistas. É um país pobre... mas rico culturalmente e em natureza. Sabes como se diz do português em relação ao improviso e à capacidade de resolver problemas? Estes são 10x melhores nesse assunto.
                                  EDIT: nem todos fazem por dinheiro. a caminho de Ourzazate o fulano que se sentou na nossa mesa a falar de futebol mostrou-nos a vila e fomos a casa da familia dele sem pedir dinheiro nenhum. Claro está que nos levou a uma fabrica caseira de artigos de prata de um familiar dele. para quê? pois...€€€€.
                                  Mas vamos por partes.
                                  O puto em Fez dei-lhe o equivalente a 10 euros. O puto andou o dia todo comigo a mostrar-me a cidade. Os mecânicos que ele arranjou lá tive que dar +/- 2 euros... . O tipo da motorizada em Skoura que me deu dormida e comida em casa dele dei-lhe +/-25€ bem regateados (o gajo queria mais se bem me recordo). Em Marraquexe o gajo que me ajudou a desencravar o carro de dentro daquelas ruas até à praça principal dei-lhe 1 ou 2€. O gajo que fez rally com o meu carro também foi bem pago... e ele por sua vez pagou lá ao pessoal de Merzouga para nos levarem pelas dunas até ao outro dia.
                                  É assim que funciona. Podemos chamar a isto um turismo informal. Um pormenor interessante é que quando a malta dizia que eramos portugueses eles diziam - "pois os portugueses tem menos dinheiro que os Alemães ou Holandeses, por isso pedem para baixar os preços."
                                  Mas o truque está em estreitares o relacionamento com quem te quer €ajudar€. Aquele jantar em Skoura provou isso mesmo. Na manhã seguinte, na despedida queriam-nos mostrar os arredores, que ficassemos com o número de telefone deles para ligarmos da próxima vez.
                                  Aconselho mesmo é a dar-se a moedinha ao fulano que fica a guardar o carro nas cidades maiores. Está culturalmente imposto. Toda a gente dá.
                                  Obrigado pelo esclarecimento.
                                  Parece-me que deve ser seguro ir visitar Marrocos e interagir com os locais.
                                  Se calhar mais seguro que visitar certas vilas e aldeias deste País.

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                                    #18
                                    mpferreira só te digo: Fantástico!

                                    Adorei a tua reportagem!

                                    Se a moda continuar a pegar... daqui a pouco tempos road-books para todo o lado!

                                    Admiro muito a forma como interagiste com os locais, bem como a tua descrição e fotos!

                                    Marrocos é um país a visitar, mas a ir gostaria que fosse de moto!

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                                      #19
                                      Muito bom.

                                      Relato e fotos espetaculares!

                                      Comentário


                                        #20
                                        Epá, adorei este relato!!
                                        Eu que nunca liguei muito a Marrocos, fiquei fascinada! Espero um dia poder fazer uma viagem semelhante!

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                                          #21
                                          Relato impressionante! Gostei imenso, excepto da parte em que o chateavam para comprarem cannabis e pedirem para dormir nas casas deles. Mas a pobreza e falta de recursos tem destas coisas, não é verdade? Infelizmente é assim.

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                                            #22
                                            Os meus parabéns. Um bom relato com umas fotos fantásticas.

                                            Também já fiz alguns "road-book's" pela europa, mas tenho em mente (assim como muito gosto e curiosidade) de fazer um por Marrocos. Já o tive para o fazer, mas as indicações que tive relativamente "ao salve-se quem puder" nas estradas fez-me retroceder! A outra preocupação que tenho numa viagem destas é não dominar o francês que neste caso deve ser essencial ou não??!!!

                                            PS: Já referi que tens umas fotos fantásticas??

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por VTR Ver Post

                                              Já o tive para o fazer, mas as indicações que tive relativamente "ao salve-se quem puder" nas estradas fez-me retroceder! A outra preocupação que tenho numa viagem destas é não dominar o francês que neste caso deve ser essencial ou não??!!!
                                              PS: Já referi que tens umas fotos fantásticas??
                                              "Não é o salve-se quem puder", está descansado. Apenas tens de fazer uma condução extremamente defensiva

                                              Em relação à lingua francesa.... nas grandes cidades toda a gente fala tudo. No meios mais pequenos é preciso saber o básico. Nos meios muito pequenos é preciso saber árabe e não te safas com o francês.

                                              Lembro-me que perto de Ksar-el-Kebir estava sem gasoleo, sem dinheiro, e a caixa multibanco mais proxima ficava a uns bons 70km. E era de noite. Perguntei a um fulano componês "combien de kilometre pour..." e ele encolheu os ombros. Ou seja, só árabe.
                                              Claro que lembrei-me logo do D. Sebastião quando vi que estava em Ksar-el-Kebir sem gasóleo, sem dormida, sem dinheiro e longe de tudo...
                                              Mas de mim ninguém se ia lembrar...

                                              P.S. Obrigado a todos pelos elogios às fotos.
                                              Editado pela última vez por mpferreira; 19 November 2008, 21:43.

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                                                #24
                                                Brutal meu! podes ter a certeza que isto fica nos meus favoritos e que umas férias destas vou seguir o teu trajecto

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                                                  #25
                                                  Até esqueci de no outro dia referir que também andava com ideias de fazer um raide por Marrocos já há uns 2 anos. Agora que tenho o Outlander sinto-me mais preparado que com o Astra. Dormir em sítios pouco convenientes, digamos, tendas e fora de hotéis não me assusta muito, pois uma noite "ao relento" suporta-se bem.

                                                  Tem é que se ter cuidado com os nossos pertences, ter informação do terreno, cultura e hábitos do povo marroquino, como eu já pesquisei anteriormente e tentar convencer a minha esposa, já que temos uma filha pequena e esse é mesmo o maior problema. Tenho 1 casal amigo que também está interessado. Faltam é as contas e a disponibilidade.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Ora aqui está um excelente relato e com umas belas fotos ! Geralmente associamos Marrocos e o facto de nos deslocarmos no nosso carro como motivo para alguma insegurança, mas parece que não.....os locais visitados são realmente únicos, em relação aos marroquinos, apesar que nos quererem impingir tudo e mais alguma coisa, têm fama de ser simpáticos com os turistas mas sempre com a mãozinha esticada, certamente..não será em termos de população e locais muito diferente da Tunisia, onde estive e onde tive a oportunidade de viajar pelo pais, só não foi de carro proprio mas se tivesse sido, não teria havido problema nenhum, porque é bastante seguro.

                                                    Comentário

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