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    A gasolina mais barata do mundo...

    O país com a gasolina mais barata do mundo

    Especial Venezuela: José Sócrates reúne-se hoje com Hugo Chávez.

    António Sarmento, em Caracas

    Na estação de serviço de Altamira, um dos bairros chiques da cidade de Caracas, os “representantes de contacto com os clientes”, designação pomposa que o governo de Hugo Chávez decidiu dar aos gasolineiros, estão cheios de trabalho. Nesta bomba da companhia estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), filas de carros de marcas japonesas e americanas esperam a vez de ser atendidas. Vestidos com calças azuis, pólo e boné da mesma cor, os funcionários nunca perguntam aos condutores com quantos litros querem abastecer o automóvel: é sempre para encher o depósito.

    A razão é simples: a Venezuela tem a gasolina mais barata do mundo. Um litro de super, a mais usada, custa 0,0 70 bolívares (0,02 euros) enquanto que a sem chumbo tem o preço de 0,091 bolívares (0,030). Para se ter um termo de comparação, os habitantes sabem que um litro de combustível é vinte vezes mais barato do que uma garrafa de água pequena. De acordo com um relatório do Banco Mundial publicado no ano passado, Irão, Líbia, Kuwait e Arábia Saudita são os outros países, após a Venezuela, com a gasolina mais barata.

    Garcia, 30 anos, estudante do quarto ano de Economia na Universidade de Caracas, é o gerente desta estação de serviço em Altamira. Todos os dias tem de controlar a qualidade dos 40 mil litros de gasolina que entram nos depósitos. “É preciso ver se o combustível não chega com as octanas erradas ou misturado com água”; explica o responsável ao Diário Económico. Outra das suas funções é supervisionar o trabalho dos “representantes de contacto com os clientes”. São quase todos estudantes universitários, que ganham o ordenado mínimo – que na semana passada aumentou para os 240 euros – e recebem todos os dias uma senha para almoçar. “Também põem ar nos pneus e verificam os níveis de óleo. Depois recebem uma gorjeta dos clientes”, afirma Garcia.

    A Venezuela é o nono maior produtor de petróleo do mundo, atrás de países como a Arábia Saudita, Rússia, Irão, México e Canadá. Os poços mais importantes estão nos estados de Carabobo e de Maracaibo. Diariamente são produzidos 2,8 milhões de barris, o principal produto exportado pelo país.

    A alta produção de petróleo e o baixo preço da gasolina influencia o dia-a-dia dos venezuelanos. A começar pelo tráfego. O trânsito na cidade é caótico e carros de marca Toyota, Chevrolet ou Hyundai têm, no mínimo, 1.900 de cilindrada. Os utilitários são praticamente inexistentes. “Para quê comprar um carro com um motor fraco, se o preço da gasolina é tão baixo?”, pergunta, admirado, Nunez Sanches, técnico de telecomunicações da CANTV, uma operadora da rede de telefone fixa.

    Os bancos também alimentam o tráfego. Emprestam facilmente dinheiro para a compra de carro e isso reflecte-se no consumo. Em 2007, as vendas de automóveis subiram 81% em relação ao ano anterior. Ou seja, mais meio milhão de veículos na rua. Só ao fim-de-semana, quando a grande maioria dos habitantes de Caracas ruma às praias, em Catia La Mar, é que a capital venezuelana fica transitável. Respira-se melhor e é fácil estacionar junto a uma “panadaria” (as padarias que pertencem aos portugueses) para beber café e comer um pastel de nata.

    No resto da semana é insuportável. Às seis da manhã, as filas entopem todos os acessos da capital. Para piorar ainda mais a situação, muitos condutores estacionam os carros na berma da estrada para ir ao banco, à padaria ou até comprar o jornal. A esta hora, o ponteiro que controla a velocidade dos automóveis quase não mexe: 1,2 quilómetros por hora é a velocidade máxima a que se consegue circular na Avenida Francisco de Miranda, uma das principais de Caracas.

    Apesar do número de carros ser cada vez maior, ninguém se atreve a travar esta tendência. A decisão de aumentar o preço do combustível sempre provocou reacções fortes por parte da população. No dia 27 de Fevereiro de 1989, data que ficou conhecida como o “Caracazo”, o governo do presidente Carlos Andrés Perez anunciou uma série de medidas anti-populares para conter a crise económica do país. Uma delas foi o aumento do preço da gasolina.

    Milhares de pessoas saíram às ruas para protestar. Os conflitos duraram cinco dias e morreram mais de mil pessoas. Em 2002, temeu-se que acontecesse o mesmo. O presidente Hugo Chávez decidiu demitir os gestores da PDVSA e substituí-los por pessoas da sua confiança. Em protesto, e para tentar forçar a queda do presidente, os opositores convocaram uma greve geral de trabalhadores. Como consequência, metade dos poços do país ficaram paralisados.

    Na resposta, o governo decidiu limitar a venda de gasolina a 30 litros diários por veículo. Mas com o passar dos dias cada vez se podia abastecer menor quantidade. “Foi uma situação péssima. Filas e filas de carros a apitar e os condutores revoltados”, lembra Garcia, o gerente da estação de serviço de Altamira.

    Quando Hugo Chávez foi eleito presidente pela primeira vez, em 1998, o barril de petróleo valia 10 dólares. Com a subida dos preços, Chávez garantiu a popularidade, amealhando capital para financiar diversos projectos sociais. Outra das consequências foi o facto de o governo venezuelano decretar a nacionalização do sector, dando à estatal PDVSA o controlo das jazidas e das refinarias de grupos estrangeiros na promissora faixa do Orinoco. A Exxon Mobil e a ConocoPhilips foram duas das empresas que entraram em conflito com a petrolífera estatal.

    Na Venezuela, além das bombas da PDVSA, existem também as da pterolífera norte-americana Texaco. Apesar de Hugo Chávez chamar frequentemente burro ao presidente George W. Bush, no que toca à gasolina ninguém faz boicote aos Estados Unidos. As bombas da Texaco são tão concorridas como as do Estado. Os carros abastecem a bom ritmo e, aqui, os clientes têm mais opções de compra de produtos. No interior da estação de serviço vendem-se ‘croissants’ e folhados acabados de sair do forno e existem várias mesas e cadeiras com publicidade à Coca-Cola. Nas da PDVSA pode comprar-se pouco mais do que pastilhas elásticas, bolachas e água.

    Mário Cortez, de 38 anos, é o gerente da bomba Texaco na Avenida Principal Las Mercedes. Controla o trabalho dos “representantes de contacto com os clientes” e dos camiões que chegam para abastecer os depósitos. Em Caracas, a Texaco tem 11 bombas e a empresa não está a pensar em crescer mais. “Não vale a pena. Nós temos 85 bombas no país inteiro. Compramos gasolina à PDVSA, ainda temos de lhes pagar o transporte e, por isso, a nossa margem de lucro em cada litro vendido ronda os 0,020 bolívares”, afirma o gerente. Este valor, convertido em euros é praticamente nulo. Além disso, o número de estações de serviço pertencente ao Estado é três vezes superior ao da Texaco.

    Aqui, os empregados vestem pólo e boné vermelho e a escolaridade mínima para admissão é o liceu completo. Ganham igualmente o ordenado mínimo, mais senha de refeição. No que diz respeito à segurança, as bombas americanas são mais cuidadosas. Enquanto nas venezuelanas não existem seguranças, na Texaco há dois que controlam os passos dos clientes.

    De vez em quando surgem rumores de que o preço do combustível poderá aumentar. O gerente da bomba do Estado sabe que este é um assunto muito sensível, mas defende o governo ferozmente. ”Revoluções como o Caracazo nunca mais. Isso acabou”, diz.

    Já Mário Cortez, da Texaco, tem dúvidas. “Se mexerem no preço, será certamente um assunto muito complicado. As pessoas iriam ficar bastante exaltadas”, diz. Na Venezuela, a gasolina é poderosa: pode provocar confrontos armados e fazer cair presidentes.
    Editado pela última vez por bacalao; 03 February 2009, 19:07.

    #2
    Enfim, habituaram-los mal, agora coitaditos ... Querem subir a gasolina e não podem...

    Imagino os níveis ridículos de poluição lá, devia ser proibido ...

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      #3
      Tenho ideia que esta noticia é bem antiga.

      Esses preços eram na altura em que o Petróleo andava em alta, na casa dos 140 dólares. Nos dias de hoje, possivelmente será ainda mais barato.

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        #4
        Originalmente Colocado por bacalao Ver Post
        “É preciso ver se o combustível não chega com as octanas erradas ou misturado com água”
        então mas se dizem que o combustivel é mais barato que a água...

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          #5
          Bom, a esse preço desconfio que as minhas mudas de óleo e filtros iam ser e mês a mês.

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            #6
            Há uns tempos atrás recebi isto por mail, penso que tenha vindo numa revista ou num jornal:



            Dá para ter uma ideia dos preços da gasolina sem chumbo 95, na altura.

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              #7
              Originalmente Colocado por LeonHeart Ver Post
              Há uns tempos atrás recebi isto por mail, penso que tenha vindo numa revista ou num jornal:



              Dá para ter uma ideia dos preços da gasolina sem chumbo 95, na altura.
              em que revista sencionalista vinha isso?
              penso que vi, no expresso(nao sei precisar) algo desse genero, mas davam exemplo mais generalizados e nao so os mais baratos em comparaçao com portugal.
              ainda havia N paises, principalmente de 1º mundo onde a gasolina era mais cara, em alguns casos mais do dobro em comparaçao com pt.

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                #8
                tenho um tio que está la emigrado

                ele tem um audi 3.2 fsi

                em conversa ele disse que com quatro euros enche o deposito...




                agora é so fazer as contas
                (como diria esse vulto do meio politico portugues: Antonio Guterres)
                Editado pela última vez por afilipecf; 04 February 2009, 05:02. Razão: erro ortografico

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                  #9
                  Alguem sabe quanto é o Salário mínimo na Venezuela?

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                    #10
                    Originalmente Colocado por rodriguezzz Ver Post
                    Alguem sabe quanto é o Salário mínimo na Venezuela?
                    É só metade do nosso salário mínimo... Temos muito a mania de comparar o nível de vida de outros países pelo preço dos automóveis e dos combustíveis.

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                      #11
                      de desigualdades está o mundo cheio. prefiro pagar 1 euro por litro de gasóleo e viver cá, do que viver lá e encher o depósito com 3 euros.

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                        #12
                        Originalmente Colocado por badboyz Ver Post
                        Tenho ideia que esta noticia é bem antiga.

                        Esses preços eram na altura em que o Petróleo andava em alta, na casa dos 140 dólares. Nos dias de hoje, possivelmente será ainda mais barato.
                        Não, vi essa noticia relativamente no fim do ano.

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                          #13
                          Originalmente Colocado por LeonHeart Ver Post
                          Há uns tempos atrás recebi isto por mail, penso que tenha vindo numa revista ou num jornal:



                          Dá para ter uma ideia dos preços da gasolina sem chumbo 95, na altura.
                          Que raio de revista é essa onde 0.09 é inferior a 0.07
                          Vejam o Nº 30-Teerão..

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