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A Miséria Humana

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    Sociedade A Miséria Humana

    A Miséria Humana

    Tanto se ouve falar da miséria humana que por aí grassa. Mas ao certo, não existe uma ideia concreta daquilo que efectivamente melhor traduz este termo ou o que melhor define a essência da verdadeira miséria humana.

    Será essa miséria, aquela que tem a ver com a pobreza financeira e está à vista de todos os que reparam nela e dos que não têm coragem para olhar? Será ela a pobreza de espírito? Terá a ver com o carácter? Estará relacionada com a maldade interior que vive escondida e se revela nas mais hediondas atrocidades? Ou será apenas a falta de coragem que os seres humanos têm de fazer aquilo que têm consciência de ser o mais correcto?

    E a miséria terá relação com alguma profissão ou grupo social em particular, ou estará agregada a alguma raça ou sexo, sistema político, social ou geográfico?

    A miséria será algo que acompanha a condição humana, porque se encontra no âmago do ser de cada um de nós que somos imperfeitos por natureza?

    E porque será que muitos, sabendo da existência dessa expressão tão desagradável que tanto nos afecta e choca, acabam por de uma ou outra forma evitar olhar para ela ou mesmo falar dela procurando ignorar a sua existência? Será porque “ há uma certa vergonha em sermos felizes perante certas misérias”1? Ou, por outro lado, temos uma propensão para nos afundarmos numa visão miserável da “Alegria: uma sensação agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros”2?

    E qual será o pior género de miséria que infecta/afecta a humanidade?

    Para vós o que é a verdadeira miséria humana?
    Vá lá, expliquem-me.

    PS: Mais tarde também irei dar o meu contributo à discussão.

    1(La Bruyère, Jean de)

    2(Bierce, Ambrose)

    #2
    Para mim a maior miséria é a intelectual, para além de demonstrar a ignorância que grassa e não queremos ver, altera-nos as acções numa sociedade que deveria ser mais justa e igualitária.

    Comentário


      #3
      A verdadeira miséria humana é viver-se apenas em função de si próprio esquecendo o seu semelhante. Nesse aspecto a sociedade materialista em que vivemos, que todos nós adoptámos e na qual nos integrámos, fez esquecer a muitos (talvez demasiados) de nós as necessidades de outros seres humanos e passou a viver-se apenas em função do todo poderoso dinheiro, que parece ser o único valor fundamental e tudo comprar.

      Aliás hoje em dia, como ao que parece quase desde sempre, as sociedades humanas criaram patamares de valor, níveis nos quais se encaixam pessoas, como regra em função dos bens patrimoniais que têm, ou se gravitam círculos sociais onde o património é um valor que se ostenta.

      A contrário, esquecemo-nos de dar valor às pessoas e àquilo que elas podem e dão de verdadeiramente útil à sociedade, esquecemo-nos da célula familiar que está cada vez mais incaracterística e arredada do "ram-ram" da vida, até das crianças e dos velhos nos esquecemos, despejando as primeiras nos infantários, colégios e escolas em vez de termos tempo para olhar para eles e ssaber escutá-los, esquecemo os tempos livres de puro lazer em comunidade, esquecemo-nos de viver...

      Comentário


        #4
        Ao longo da historia tem havido varias maneiras de combater a maldade humana, desde o Código de Hamurabi, às tábuas da lei da tradição judaico-cristã .

        Actualmente, os valores morais que tão antigas leis nos inspiraram, começam a cair em desuso e só o combate à iliteracia, a divulgação do conhecimento e o pleno conhecimento dos processos económicos e sociais, nos pode afastar do retrocesso a bestialidade.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
          Ao longo da historia tem havido varias maneiras de combater a maldade humana, desde o Código de Hamurabi, às tábuas da lei da tradição judaico-cristã .

          Actualmente, os valores morais que tão antigas leis nos inspiraram, começam a cair em desuso e só o combate à iliteracia, a divulgação do conhecimento e o pleno conhecimento dos processos económicos e sociais, nos pode afastar do retrocesso a bestialidade.
          Concordo em parte...

          A espiritualidade (verdadeira, abnegada) é compativel com o homem do conhecimento. Só essa componente pode evitar que o homem viva como se fosse uma besta.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por Manuel Jasmim Ver Post
            Concordo em parte...

            A espiritualidade (verdadeira, abnegada) é compativel com o homem do conhecimento. Só essa componente pode evitar que o homem viva como se fosse uma besta.
            Exacto.

            Na verdade, a espiritualidade é sempre compatível e necessita do suporte do conhecimento.

            Ou corremos o risco, de se cair no extremismo religioso.

            Comentário


              #7
              A miséria humana é perdermos a esperança e cairmos num extremo de pobreza, é não sermos compreendidos e estarmos sós apesar de ter todo o mundo à nossa volta, é não ter capacidade e vontade de dar outro rumo à vida, não sermos capazes de ajudar e confiar no próximo, é uma luz de um farol que vai brilhando cada vez com menos intensidade e nos afasta da vida rumo ao vazio
              Editado pela última vez por pmv6; 11 April 2009, 21:46.

              Comentário


                #8
                A miséria humana ressalta à vista pelas ruas onde estão os sem-abrigo paridos por uma sociedade que os concebeu e os abandonou; está no abandono das crianças que não pediram para ter nascido, e nos idosos abandonados por aqueles a quem deram vida e os largaram para morrer.

                A miséria humana está no dinheiro que se gasta a enviar naves para o espaço enquanto milhões na terra morrem à fome; encontra-se nas sondas que procuram novas formas de vida em Marte enquanto matamos a vida das espécies que dia após dia vamos deixando desaparecer.

                Está nos arsenais bélicos com que as nações se armam para todos os dias nos irmos matando uns aos outros.

                A miséria humana, essa palavra que nos vem à mente quando vemos pais contra filhos e filhos contra pais. Quando as crianças, que são a alegria do mundo, são abusadas por aqueles em quem elas confiam. Quando, egoístas em nós mesmos, destruímos o mundo que lhes servirá de abrigo pensando unicamente que daqui por alguns anos já cá não estaremos a viver.

                A miséria humana está na dificuldade que temos em lidar com a diferença dos outros, utilizando sentimentos de intolerância para os que têm uma cor, sexo ou credo diferentes do nosso. Procuramos primeiro nos outros, os pontos que nos diferenciam e afastam, antes de encontrarmos aquilo que nos une. E, muitas vezes, quando não olhamos para as diferenças que nos separam, acomodamo-nos na indiferença para com os nossos semelhantes. Essa velha miséria que criou palavras novas como o racismo, o sexismo, a xenofobia, o infanticídio, a pedofilia, o genocídio e o extermínio, e fez gritar bem alto perante os nossos olhos a pobreza, a inveja, a ganância, a corrupção, a discriminação, a indiferença, a intolerância e o ódio, está a tornar insuportável vivermos e convivermos uns com os outros de tão mergulhados que estamos nesta nossa condição.

                A miséria humana, está no dia-a-dia em que vendo o sofrimento do próximo, preferimos virar a cara para não ver, a ajudá-lo a sobreviver num mundo selvagem em que a culpa está no silêncio dos gestos e na vergonha dos rostos de todos nós.

                Mas o que ainda vai valendo, é que existem muitos a lutar contra esta maré de lástimas, fazendo-nos acreditar que ainda existe esperança. E, talvez, todos nós contribuindo de vez em quando com um pequeno gesto possamos fazer deste mundo um lugar onde seja possível viver. Talvez seja esse o verdadeiro milagre, o verdadeiro céu ou paraíso de que tantas religiões falam; talvez o tal salvador que nos virá libertar deste mundo de pecado esteja dentro de cada um de nós que temos nas nossas mãos o poder de nos salvarmos a nós próprios dos defeitos da nossa humanidade imperfeita.

                A principal causa dessa tal miséria humana está no facto de não sabermos lidar com as nossas próprias misérias, preferindo ignorá-las tentando acreditar que elas não existem. É como se, ignorando a própria dor, nos queiramos convencer que ela por si só nunca tenha existido. Por isso é que “chamo ruminantes aos homens que passam a vida a ruminar na miséria humana, preocupados em não cair neste ou naquele abismo”.1
                Afinal a verdadeira miséria humana está, isso sim, na pobreza de espírito que condiciona os nossos gestos e nos faz acreditar que contra ela não há nada a fazer.

                1(Unamuno, Miguel)
                Editado pela última vez por BLADERUNNER; 17 April 2009, 11:24.

                Comentário


                  #9
                  (Os restos do mundo) A miséria humana… sem palavras




                  Ficheiros anexados
                  Editado pela última vez por BLADERUNNER; 01 September 2009, 17:50.

                  Comentário


                    #10
                    (continuação)




                    Ficheiros anexados
                    Editado pela última vez por BLADERUNNER; 01 September 2009, 07:21.

                    Comentário


                      #11
                      (cont)




                      Ficheiros anexados
                      Editado pela última vez por BLADERUNNER; 01 September 2009, 07:22.

                      Comentário


                        #12
                        (contin)

                        Ficheiros anexados
                        Editado pela última vez por BLADERUNNER; 01 September 2009, 07:23.

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                          #13

                          “Uma lágrima desliza de uma cara inundada de desespero,
                          Ninguém sabe as amarguras de uma vida na pobreza,
                          A sua vida encheu-se com as agonias incertas,
                          Nós compartilhamos esta terra mas não partilhamos esta vida.”

                          Onde estavam os nossos motivos de orgulho quando deixámos estas coisas acontecerem? Para onde estávamos nós a olhar para não conseguirmos ver? Enfim, onde estávamos nós?
                          E Deus? Essa figura de que tantos falam mas que não está presente quando mais dele necessitamos. Onde está esse deus afinal? Será que nos abandonou e partiu para longe daqui para não ver naquilo em que nos tornámos? Terá ele vergonha daquilo que criou e do qual, ao fim e ao cabo, é o culpado? Não quero acreditar que ele existe e é culpado por tanta coisa triste; eu quero acreditar que ele existe e pode ainda remediar todo este mundo infeliz.
                          Talvez deus e o demónio estejam dentro de cada um de nós, por conhecermos perfeitamente o bem e o mal e tendo a noção do que deve ser feito, nada façamos. No fundo, a grande questão que se coloca é: porquê que deixámos isto acontecer? Afinal, não existe vergonha em ajudar. Vergonha há naquilo que fizemos ao nosso mundo, muitas vezes simplesmente por não fazermos nada.

                          Parece que de tudo isto que se passa, ninguém quer saber. Consideram “isto”, o lixo do mundo. Por isso, acredito que, tanto o céu como o inferno são aqui mesmo, na terra. É aqui mesmo que está todo o bem e todo o mal que existe. É em nós próprios, seres humanos, que está esta evidência de sermos capazes do melhor e do pior que se possa imaginar. Não precisamos, pois, de extrapolar para um mundo metafísico a realidade que convive connosco projectando em deus e no diabo, no céu e no inferno a culpa e a solução dos problemas que criámos. Temos é de encarar com coragem esta realidade para podermos ajudar.
                          A lágrima que escorre no meu rosto não lava a vergonha que sinto por não actuar. Tanta dor que ainda reina neste mundo. Um mundo que não consigo compreender. Esta, sim, é a nossa maior miséria. Não tanto a lástima disto assim ser, mas a miséria de virarmos a cara para não ver e deixarmos que isto aconteça sem fazermos nada. Esta é a nossa maior miséria, a derradeira miséria humana que teima em não desaparecer.

                          O que vale é que por mais ervas daninhas que haja no campo, quando aparece uma flor, esta faz toda a diferença. São essas flores que caminham entre nós praticando o bem que nos fazem acreditar que este mundo ainda pode ter salvação.

                          Por vezes, até nas mais pequenas coisas do dia-a-dia encontramos a tal miséria humana. E vocês?
                          Há algum de vós que já a tenha encontrado e queira contar?

                          Comentário


                            #14
                            Miséria Humana é culpa de todos nós, todos nós olhamos para o nosso próprio umbigo, não nos preocupamos com as crianças que morrem à fome, com as vitimas mortais destas guerras absurdas com vista a enriquecer os bolsos de uns parasitas. Esta sociedade está numa decadência tal que ninguém se importa com ninguém.
                            Influenciados pelos meios de comunicação, compactuamos com tudo o que há de miserável neste mundo.

                            O mundo devia de ser de TODOS e não de meia dúzia em busca de €€€€, que para atingirem os seus objectivos não olham a meios, nem que para isso, uns quantos tenham que morrer.

                            Depois existem pessoas que dão esmolas aos pobres, e ficam de consciência limpa, enfim.... De consciência limpa apenas se pudesse fazer algo que marcasse a diferença, até lá, envergonho-me do Homem.

                            Abandonam-se crianças e animais como se meros objectos se tratassem, mata-se por dá cá aquela palha, enfim
                            Editado pela última vez por Pitest; 01 September 2009, 18:20.

                            Comentário


                              #15
                              Maldade e miséria sempre houve, mas acho que chegámos a um ponto limite em que as pessoas têm conhecimento da realidade que se passa mas não querem saber.

                              A estruturação da sociedade e das leis também não ajuda. Antigamente se as pessoas gritassem por socorro, aglomerava-seuma multidão para ajudar, fosse dia ou noite. Hoje em dia, depois do sol se pôr, se se ouvir gritar por socorro, "toda a gente" fecha portas e janelas para não arranjar complicações.

                              Também o excesso de lida com máquinas, sejam elas televisões, computadores, consolas de jogos, telemóveis, ou outras, levou o ser humano a desumanizar-se e isso nota-se cada vez mais nas novas gerações.

                              O problema é complexo, mas quem tem a chave da solução não se mexe, talvez por lucrar muito com isso.

                              Basta um só exemplo: A pena de morte e o desrespeito pelos direitos humanos na china que os Estados Unidos pela frente tanto criticam, são aqueles que mais beneficiam com isso, pois é o país para onde se traficam mais órgãos da china dos condenados para transplantes (às vezes encomendados) e se traficam as crianças órfãs para adoção. É apenas e só um exemplo da hipocrisia que existe.

                              Claro que para muitos lhes interessa a miséria para a exploração sexual, exploração laboral e muitos outros géneros de expoliação do próximo.
                              Por isso é que toda esta situação convém a muita gente "de bem".

                              Comentário


                                #16
                                Penso que a nossa miséria surge da nossa própria natureza. Convenhamos que a sobrevivência do mais apto não é algo que vá conquistar prémios de socialização. Se somos incutidos para sermos o melhor, independentemente de quem ultrapassamos e como ultrapassamos, mesmo que muitos não sigam a ideologia, eventualmente as consequências surgirão para todos. Existe o "8", que é uma sociedade como as formigas ou as abelhas em que o individuo tem valor zero e apenas o todo tem razão de ser. Também não é uma perspectiva muito agradável, mas resulta como espécie e como sociedade. Mas quem quer ser formiga ou abelha? Quem não quer ter uma casa boa, um carro bom, um trabalho bom, ir de férias para onde quer, quando quer? Na prática é impossível isso acontecer para todos, e assim sendo alguns são sacrificados em função dos outros. No fundo penso que a nossa maior "miséria" é termos o poder, a capacidade, os meios de evitar que todas as misérias existam e escolhemos nada fazer.

                                Lembro-me sempre daquela anedota:
                                Num concerto dos U2, o Bono pára de cantar e pede silêncio. Depois começa a bater palmas num ritmo certo e intervalado. Passado um pouco chega-se ao microfone e diz:
                                -"A cada bater de palmas, uma criança morre em África"
                                Toda a gente fica em espanto, calada, a observar e a ponderar. Mas há uma alminha que não aguenta e exclama a gritar:
                                -"Então pára de bater palmas, c@br@o!".

                                Para acabarmos com a miséria, temos de deixar de bater palmas.

                                Comentário

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