Conforme já referi noutro tópico, há cerca de 2/3 semanas, fui a um concessionário Alfa Romeo daqui da zona norte e pedi para instalarem o diferencial auto-blocante que a Alfa disponibiliza para o meu GT.
As razões por trás desta opção são mais do que eu esperava (antes de começar a racionalizar a coisa).
Em primeiríssimo lugar, obviamente, estão os reconhecidos benefícios em termos de comportamento em curva e segurança que este sistema propicia.
Mas admito que também não foi estranho o facto de passar a ter um carro ainda mais exclusivo e, acima de tudo, com um elemento único no mercado (um FWD com diferencial) e exclusivo da Alfa Romeo.
Ou seja, não vou estar com "coisas". Reconheço que houve uma componente psicológica com algum peso na minha decisão.
Quando me decidi pela instalação, abordei dois concessionários Alfa Romeo.
Nenhum deles, sequer, tinha ouvido falar da possibilidade de instalação do sistema!
De qualquer forma, um desses concessionários informou-se, telefonou-me no mesmo dia e marcamos a instalação.
O preço foi de 1000 e muito poucos euros (acho que 1015).
A instalação demorou dois dias, porque necessitou de muita mão-de-obra, o que encareceu a coisa. A peça, isoladamente, custa pouco menos de 400 euros...
Quanto às impressões de utilização...
Antes de mais, aviso já que não sou "piloto", nem coisa remotamente parecida. Como já alguém disse aqui, sei conduzir e mal. Por isso, os meus comentários são os de um gajo normal que tem a certeza estar a conduzir algo que está muitos furos acima das suas competências e que, muito provavelmente, nunca conseguirá aproveitar a 100% o potencial do carro.
Além disso, apesar de já andar com o sistema há umas duas ou três semanas, ainda não tive muitas oportunidades para "queimar borracha", apesar de utilizar o carro todos os dias.
De qualquer forma, do que já me pude aperceber...
É épico!
Desculpem lá a hipérbole. Mas não encontro melhor descrição.
O GT, mesmo sem auto-blocante, é um carro muitíssimo estável em curva. Às vezes, até chega a ser enfadonho porque só consegue ser provocado deliberadamente, ou seja, ou se aborda uma curva já com o propósito de o "pôr de lado" ou, então, se o quisermos fazer no momento da manobra, dificilmente o conseguiremos. São apenas 150 cvs para um chassis que, parece-me, foi pensado para aguentar muito mais.
Claro que com o Q2, a vontade de provocar o carro é muito maior. Por isso, já existindo a intenção de o fazer, os 150 cvs já são suficientes...
Com o Q2, a condução entra noutra dimensão.
Do pouco de que já me consegui aperceber - não me canso de realçar isto - os limites físicos do carro aumentaram substancialmente.
Senti isto, principalmente, em duas curvas perto de minha casa que conheço bem e onde já tinha "experimentado" o carro sem o diferencial. Com o Q2, ainda não consegui fazer deslizar o carro (nestas duas curvas)...
Mas é mais do que isto.
Volto a frisar que não sou nenhum piloto. Mas, do que já tenho lido - inclusivamente aqui no fórum - parece-me que será a mesma coisa que conduzir um RWD (sem a possibilidade de fazer power-slide como é óbvio) mas com os benefícios de segurança e estabilidade de um FWD.
Passo a explicar (com as minhas limitações, evidentemente). Quando entro numa curva, a frente nunca (mesmo nunca, para já...) foge. Logo, quando chegamos aos limites físicos de aderência, o que foge é a traseira. Mas sem qualquer desequilíbrio pois basta ajustar a direcção (eu sei que há designações técnicas para isto mas eu não as conheço) para o lado de fora da curva para que a traseira regresse à trajectória. Ora, quando a curva é um pouco mais longa, a piada toda está em poder fazer fugir a traseira durante o tempo e na medida em que quisermos (claro que terá de existir um limite em que a traseira poderá fugir definitivamente se a continuarmos a provocar). Mas como a "fuga" é muito progressiva e a frente se mantém sempre (!) na trajectória que escolhermos, podemos aproveitar a diversão de fazer "sair" a traseira durante o tempo que quisermos (que é o mesmo que dizer, enquanto durar a curva ).
Claro que tudo isto tem obrigatoriamente que ser feito com o controle de tracção desligado. De outra forma, este sistema detecta a perda de tracção da roda da frente interior (face à curva) e intervém no motor e nos travões (parece-me), estragando toda a diversão.
Aliás, já estive a tentar analisar um pouco mais friamente o comportamento do carro em curva e parece-me que é precisamente assim que o sistema funciona, ou seja, tem-se a nítida sensação de que o carro se "pendura" na roda exterior e que é esta que assegura toda a tracção e assegura a permanência na trajectória, o que não acontecia sem o Q2 pois a potência era distribuída homogeneamente pelas duas rodas independentemente de estas terem mais ou menos tracção.
Dois aspectos negativos do sistema:
- Os consumos aumentaram. Não por culpa do diferencial, como é óbvio mas por culpa do condutor que tende a experimentar as curvas sempre que pode (na semana passada estava nos 7,8 l/100);
- Antevejo um prejuízo em pneus de dimensões bíblicas...
Coloquei isto no "geral" não nas "boxes" porque parece-me que o tópico representará algo mais do que uma mera intervenção mecânica no carro, mas se entenderem de forma diferente, é proceder aos ajustes necessários...
Acima de tudo, gostava de colher mais opiniões de outras pessoas que tenham carros com sistemas parecidos. Bem sei que em FWD isso será difícil e reservado apenas a Alfas mas, ainda assim, como me sinto a montante de um mundo diferente em termos de condução e, principalmente, muito "verde" no que respeita ao total aproveitamento deste sistema, qualquer "input" será muito bem vindo.
Obrigado.
Ah e desculpem o "testamento"...
As razões por trás desta opção são mais do que eu esperava (antes de começar a racionalizar a coisa).
Em primeiríssimo lugar, obviamente, estão os reconhecidos benefícios em termos de comportamento em curva e segurança que este sistema propicia.
Mas admito que também não foi estranho o facto de passar a ter um carro ainda mais exclusivo e, acima de tudo, com um elemento único no mercado (um FWD com diferencial) e exclusivo da Alfa Romeo.
Ou seja, não vou estar com "coisas". Reconheço que houve uma componente psicológica com algum peso na minha decisão.
Quando me decidi pela instalação, abordei dois concessionários Alfa Romeo.
Nenhum deles, sequer, tinha ouvido falar da possibilidade de instalação do sistema!
De qualquer forma, um desses concessionários informou-se, telefonou-me no mesmo dia e marcamos a instalação.
O preço foi de 1000 e muito poucos euros (acho que 1015).
A instalação demorou dois dias, porque necessitou de muita mão-de-obra, o que encareceu a coisa. A peça, isoladamente, custa pouco menos de 400 euros...
Quanto às impressões de utilização...
Antes de mais, aviso já que não sou "piloto", nem coisa remotamente parecida. Como já alguém disse aqui, sei conduzir e mal. Por isso, os meus comentários são os de um gajo normal que tem a certeza estar a conduzir algo que está muitos furos acima das suas competências e que, muito provavelmente, nunca conseguirá aproveitar a 100% o potencial do carro.
Além disso, apesar de já andar com o sistema há umas duas ou três semanas, ainda não tive muitas oportunidades para "queimar borracha", apesar de utilizar o carro todos os dias.
De qualquer forma, do que já me pude aperceber...
É épico!
Desculpem lá a hipérbole. Mas não encontro melhor descrição.
O GT, mesmo sem auto-blocante, é um carro muitíssimo estável em curva. Às vezes, até chega a ser enfadonho porque só consegue ser provocado deliberadamente, ou seja, ou se aborda uma curva já com o propósito de o "pôr de lado" ou, então, se o quisermos fazer no momento da manobra, dificilmente o conseguiremos. São apenas 150 cvs para um chassis que, parece-me, foi pensado para aguentar muito mais.
Claro que com o Q2, a vontade de provocar o carro é muito maior. Por isso, já existindo a intenção de o fazer, os 150 cvs já são suficientes...
Com o Q2, a condução entra noutra dimensão.
Do pouco de que já me consegui aperceber - não me canso de realçar isto - os limites físicos do carro aumentaram substancialmente.
Senti isto, principalmente, em duas curvas perto de minha casa que conheço bem e onde já tinha "experimentado" o carro sem o diferencial. Com o Q2, ainda não consegui fazer deslizar o carro (nestas duas curvas)...
Mas é mais do que isto.
Volto a frisar que não sou nenhum piloto. Mas, do que já tenho lido - inclusivamente aqui no fórum - parece-me que será a mesma coisa que conduzir um RWD (sem a possibilidade de fazer power-slide como é óbvio) mas com os benefícios de segurança e estabilidade de um FWD.
Passo a explicar (com as minhas limitações, evidentemente). Quando entro numa curva, a frente nunca (mesmo nunca, para já...) foge. Logo, quando chegamos aos limites físicos de aderência, o que foge é a traseira. Mas sem qualquer desequilíbrio pois basta ajustar a direcção (eu sei que há designações técnicas para isto mas eu não as conheço) para o lado de fora da curva para que a traseira regresse à trajectória. Ora, quando a curva é um pouco mais longa, a piada toda está em poder fazer fugir a traseira durante o tempo e na medida em que quisermos (claro que terá de existir um limite em que a traseira poderá fugir definitivamente se a continuarmos a provocar). Mas como a "fuga" é muito progressiva e a frente se mantém sempre (!) na trajectória que escolhermos, podemos aproveitar a diversão de fazer "sair" a traseira durante o tempo que quisermos (que é o mesmo que dizer, enquanto durar a curva ).
Claro que tudo isto tem obrigatoriamente que ser feito com o controle de tracção desligado. De outra forma, este sistema detecta a perda de tracção da roda da frente interior (face à curva) e intervém no motor e nos travões (parece-me), estragando toda a diversão.
Aliás, já estive a tentar analisar um pouco mais friamente o comportamento do carro em curva e parece-me que é precisamente assim que o sistema funciona, ou seja, tem-se a nítida sensação de que o carro se "pendura" na roda exterior e que é esta que assegura toda a tracção e assegura a permanência na trajectória, o que não acontecia sem o Q2 pois a potência era distribuída homogeneamente pelas duas rodas independentemente de estas terem mais ou menos tracção.
Dois aspectos negativos do sistema:
- Os consumos aumentaram. Não por culpa do diferencial, como é óbvio mas por culpa do condutor que tende a experimentar as curvas sempre que pode (na semana passada estava nos 7,8 l/100);
- Antevejo um prejuízo em pneus de dimensões bíblicas...
Coloquei isto no "geral" não nas "boxes" porque parece-me que o tópico representará algo mais do que uma mera intervenção mecânica no carro, mas se entenderem de forma diferente, é proceder aos ajustes necessários...
Acima de tudo, gostava de colher mais opiniões de outras pessoas que tenham carros com sistemas parecidos. Bem sei que em FWD isso será difícil e reservado apenas a Alfas mas, ainda assim, como me sinto a montante de um mundo diferente em termos de condução e, principalmente, muito "verde" no que respeita ao total aproveitamento deste sistema, qualquer "input" será muito bem vindo.
Obrigado.
Ah e desculpem o "testamento"...
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