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O Carnaval de Verão: a campanha está na rua

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    [Política] O Carnaval de Verão: a campanha está na rua

    O Carnaval de Verão
    O carnaval está na rua!
    Vamos todos a levantar do sofá e correr para a rua onde está a passar o cortejo carnavalesco de Verão. Há uma multidão, música, malabaristas das palavras, festa, risos e abraços, bandeiras, conversas mansas e alegria no ar, comida e bebida até fartar, animais políticos a fazer acrobacias difíceis de acreditar. Uma caravana mascarada para enganar.
    Para muito Zé-povinho mais inculto, a romaria do voto é apenas mais uma forma de diversão. É o momento de oferecer a cara lavada de lágrimas esperando que quem as provocou agora as venha limpar com uma mão de consolo e uma palavra compreensiva de conforto. No fundo, é preciso tão pouco para conquistar o apreço do simplório que antes se queixava tanto e agora defenderá quem parece lhes der a atenção pretendida. Logo, logo irão ficar todos contagiados pelo fanatismo que lhes provocará a cegueira colectiva e acabará com todos os queixumes. Mas sabendo que “quem não sabe nada vai ter de acreditar em tudo”1, pouco ou nada há a fazer.

    Este povo queixa-se, queixa-se, mas no fim acaba sempre por votar outra vez nos mesmos. E depois vai-se lamentando do facto de nunca mudar a sua condição… de miséria.
    Provavelmente, iremos continuar na mesma: ciclo PS – PSD.
    PS com ou sem D, com um Sócrates prometendo que irá fazer uma grande mudança no país (como se os quatro anos e meio anteriores tivessem apenas servido para eles fazerem turismo) ou com uma Ferreira Leite «old fashion» que não fará mais do que desgraças iguais às que fez aquando do exercício do cargo de ministra da Educação no governo Cavaco e de ministra das Finanças no governo Barroso. Se os nossos políticos são assim tão bons e tão fiáveis como os pintam, qual é a explicação para o nosso país ser considerado um dos mais corruptos, o mais pobre e o de economia mais débil da EU? O povo terá aquilo que merece, porque escolhe aquilo que quer. E o que quer é continuar a acreditar na competência e honestidade daqueles que nos trouxeram até esta situação.
    Se não conseguirmos sair da crise, elejam-se então gestores de nomeada e rigor com provas dadas nacional ou internacionalmente para gerirem eficazmente e tirarem esta nossa «empresa» da falência técnica em que se encontra.

    O PS pede maioria absoluta para ter condições para poder governar. Mas estarei eu com amnésia ou não terão sido estes os tais que tiveram uma maioria absoluta durante quatro anos e meio? Então se não governaram foi porque não quiseram… ou não souberam. Ou será que estiveram lá só em fase de experimentação, a fazer exercícios de aquecimento para se prepararem para a verdadeira governação. É que antes não valeu, não contava, era só a brincar. Sim, a brincar com o povo. Mas como é carnaval, ninguém leva a mal.

    Porém, o melhor deste carnaval é a tendência que têm de anunciar e prometer aquilo que sabem que não podem ou não irão cumprir. Mas o quê que se há-de fazer!? É algo que é mais forte do que eles. Mas também o que é que isso interessa? A campanha é somente um caderno de (boas) intenções. Serve apenas como trampolim para chegar ao poder. Só nessa altura é que o povo conta. Depois o Zé-ninguém lusitano volta ao estatuto de ignorante tomando novamente consciência de que os elegeu apenas para ser uma vez mais ignorado.

    Paciência; sacrifícios e paciência é o que nos pedem durante a governação; depois, nas campanhas eleitorais prometeram-nos mundos e fundos; quando são eleitos voltam a pedir-nos mais sacrifícios e mais paciência, e nós, do prometido, não vemos coisa nenhuma. Até quando irá durar a paciência? “Tudo o que peço aos políticos é que se contentem em mudar o mundo sem começar por mudar a verdade.”2

    Esta é a temporada das expectativas. Como a realidade é negativa, então criam-se expectativas positivas nas pessoas, substituindo a realidade por fantasias. É a época da política da peta, do espectáculo e da palhaçada.
    Estão a tentar convencer-nos de que a crise está a chegar ao fim. Ao fim de tantas vezes nos terem prometido o mesmo, já deveriam pensar em mudar a lengalenga dos carnavais passados. É a mesma coisa que estar a fazer crer a um cego que ele está a começar a ver. A ver vamos, como diz o cego.

    Sei bem que “um político pensa nas próximas eleições; um estadista nas próximas gerações.”3 Estes são os motivos que me levam a desgostar desses animais políticos que se fingem amestrados no corso carnavalesco, mas logo que termine o espectáculo nos irão comer a todos. “Que ideia a de que no carnaval as pessoas se mascaram. No carnaval desmascaram-se.”4 É uma boa altura para conhecer a máscara que usam esses seres que nunca cumprem a palavra.

    Ao fim e ao cabo, não são mais do que mentes criminosas tentando apanhar os intelectos mais ingénuos.
    Isto é simplesmente o que eu penso. Sei que as palavras que uso não são caras como as dos políticos, mas "é o que as palavras simples têm de simpático, não sabem enganar."5

    1(Neruda, Jan)
    2(Paulhan, Jean)
    3(Clarasó, Noel)
    4(Ferreira, Vergílio)
    5(Saramago, José)
    Ficheiros anexados

    #2
    Posteriormente a este foi aberto um tópico similar a este mas mais abrangente.
    Posto isto, pedia à moderação que fechasse o meu tópico e transferisse o meu post para o "Tópico da política, dos partidos e das eleições", para concentrarmos tudo no mesmo tópico. Bem haja.

    Comentário


      #3
      se queres pedir coisas à moderação, faz report do post original, em vez de ficar à espera que algum moderador (por acaso) leia o tópico.

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