É muito estranho aquilo. 24 suicídios em poucos meses. O que se passa? Os patrões são assim tão maus?
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Bad day at the office: Porque é que o pessoal da France Telecom se anda a matar?
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Já li acerca disso (não me lembro onde).
A conclusão a que se chegou é que a France Telecom tem tantos funcionários que, estatisticamente, a média de suicidios é perfeitamente normal a qualquer outra empresa.
Mas como os funcionários são muitos, em absoluto até parece algo de extraordinário...
Comentário
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Mas quem no seu perfeito juízo, se vai matar, por perder o emprego?
Por muitas dívidas que tenha, por a mulher/homem o/a ter deixado/a, por o patrão ser mau, só têm uma solução: MUDA DE VIDA, SIM.
Enquanto houver pão e água (e uma ponte), hã esperança .
Já agora, alguém sabe dados concretos?
Comentário
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Originalmente Colocado por Wolfman Ver PostMas quem no seu perfeito juízo, se vai matar, por perder o emprego?
Por muitas dívidas que tenha, por a mulher/homem o/a ter deixado/a, por o patrão ser mau, só têm uma solução: MUDA DE VIDA, SIM.
Enquanto houver pão e água (e uma ponte), hã esperança .
Já agora, alguém sabe dados concretos?
Essa notícia já tinha sido dada, aqui há uns tempos, mas como agora foi o 24º suicídio, trouxeram o assunto à baila outra vez.
Nas notícias anteriores, houve referência a um trabalhador que se cortou na barriga com uma faca, numa reunião, após saber da mudança de local de trabalho(isto, se não estou em erro).
Comentário
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Originalmente Colocado por ZylmhuinVII Ver PostDados concretos são essas 24 mortes desde o início do ano.
Essa notícia já tinha sido dada, aqui há uns tempos, mas como agora foi o 24º suicídio, trouxeram o assunto à baila outra vez.
Nas notícias anteriores, houve referência a um trabalhador que se cortou na barriga com uma faca, numa reunião, após saber da mudança de local de trabalho(isto, se não estou em erro).
A droga é legal por aqueles lados?
Comentário
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Originalmente Colocado por Wolfman Ver Post
A droga é legal por aqueles lados?França
22 suicídios em 18 meses na France Telecom
por Lusa11 Setembro 2009
Vinte e dois suicídios em 18 meses é o cenário trágico que se vive na France Telecom, monopolista francesa de telefones que se tornou líder mundial nas tecnologias, que anunciou quinta-feira medidas contra o 'stress' do trabalho e suspendeu reestruturações.
Estes anúncios surgem depois de os trabalhadores terem assistido a uma acção dos sindicatos do sector que imputam esta série de suicídios aos métodos de gestão do grupo que emprega mais de cem mil pessoas em França.
A direcção anunciou a suspensão até 31 de Outubro das "mobilidades de pessoas afectadas pelos projectos de reorganização" para "reexaminar as condições para implementar essa medida".
A empresa prevê ainda iniciar conversações sobre o 'stress' a partir de 18 de Setembro, bem como recrutar cerca de cem responsáveis de recursos humanos de proximidade e médicos do trabalho suplementares.
Mais de 16 por cento dos funcionários da France Telecom estiveram quinta-feira em greve, segundo uma contagem feita pela empresa ao final da tarde.
Na quarta-feira, um técnico de 49 anos tentou o suicido em plena reunião de grupo, em Troyes (Centro-Este francês), espetando uma faca no abdómen ao saber que ia ser mobilizado para um posto de menor qualificação.
O suicídio de um outro funcionário da empresa em Lannion (Oeste de França) tinha inflacionado para 22 o número de suicídios de trabalhadores da France Telecom ao longo dos últimos 18 meses, segundo os sindicatos.
Comentário
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é um tema muito debatido em frança, e acontece por algumas razões bem identificadas.
Primeiro que tudo, aquando da privatização, transformaram engenheiros com dezenas de anos de casa em comerciais.
Segundo, existe a prática (condenável) de empurar o trabalhador para fora, sem o despedir, para isso existem muitas técnicas bem documentadas, passa por encostar o trabalhador a uma secretária meses a fio sem fazer nada, passa por mandá-lo para muito longe para uma frunção que nunca teve ou para as quais não tem competência, passa por estabelecer metas completamente irrealistas, etc...
Tudo isto tem sido debatido, tudo isto tem sido destemunhado e tudo isto tem sido documentado.
Ao levar os trabalhadores ao limite, pode acontecer uma de duas coisas, ou se vai embora com uma depressão, ou suicida-se, em todo o caso, antes de tecerem juizos de valor, seria importante conhecer a política da empresa pós-privatização.
Comentário
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também tinha a impressão que as condições de trabalho eram draconianas.
é interessante que também por cá em instituições onde os objectivos são sagrados como os bancos, seguradoras e outros, os trabalhadores se desgastam muito rapidamente e sempre que podem saem para empregos mais tranquilos.
estaremos a atingir os limites de resistência psicológica do mesmo modo que já anteriormente se atingiram os limtes da resistência física [escravidão, revolução industrial.etc] ?
Comentário
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Originalmente Colocado por K2000 Ver Posté um tema muito debatido em frança, e acontece por algumas razões bem identificadas.
Primeiro que tudo, aquando da privatização, transformaram engenheiros com dezenas de anos de casa em comerciais.
Segundo, existe a prática (condenável) de empurar o trabalhador para fora, sem o despedir, para isso existem muitas técnicas bem documentadas, passa por encostar o trabalhador a uma secretária meses a fio sem fazer nada, passa por mandá-lo para muito longe para uma frunção que nunca teve ou para as quais não tem competência, passa por estabelecer metas completamente irrealistas, etc...
Tudo isto tem sido debatido, tudo isto tem sido destemunhado e tudo isto tem sido documentado.
Ao levar os trabalhadores ao limite, pode acontecer uma de duas coisas, ou se vai embora com uma depressão, ou suicida-se, em todo o caso, antes de tecerem juizos de valor, seria importante conhecer a política da empresa pós-privatização.
Número de suicídios na GNR quadruplicou nos últimos dois anos
O número de suicídios na GNR, que até 2006 era de dois por ano, é agora quatro vezes superior, de acordo com dados fornecidos hoje em Gaia pelo chefe do Gabinete de Psicologia daquela força policial.
«Em 2008 estamos com 10 e até 2006 tínhamos uma média anual de pouco mais de dois», referiu o major Ilídio Canas, que falava nas I Jornadas de Prevenção do Suicídio, uma iniciativa da associação Escutar.
O oficial revelou também os esforços para travar estes casos e explicou que 100 militares da GNR já recorreram a uma linha SOS que a corporação criou em Outubro do ano passado para prevenção de suicídios.
Contrariando os dados genéricos sobre o suicídio em Portugal, que apontam para uma maior prevalência na região Sul, a GNR regista situações um pouco por todo o país.
Também ao arrepio dos dados genéricos, que indicam uma prevalência dos suicídios entre os 15 e os 24 anos e a partir dos 45/50, a média etária dos casos na GNR ronda os 33 anos de idade.
Só um caso envolveu um militar do sexo feminino.
Além de criar uma linha SOS para estes casos, a GNR está a reforçar a avaliação de traços de personalidade das pessoas que concorrem aos quadros da corporação.
«Não é fácil encontrar testes ou de avaliação.
No entanto, estamos a desenvolver alguns estudos com institutos e universidades, no sentido de encontrarmos instrumentos para a fazer esta avaliação», disse.
Por decisão de junta médica, apoiada em recomendação do Gabinete de Psicologia, a GNR está igualmente a retirar a arma e a remeter temporariamente para funções administrativas militares sujeitos a acompanhamento psiquiátrico.
No âmbito desta estratégia de prevenção dos suicídios, a GNR criou uma rede de apoio psicológico e psiquiátrico aos seus 26 mil efectivos e incrementou em 2007 o despiste de álcool e substâncias psicotrópicas.
Um estudo sobre o suicídio nas forças de segurança, realizado no ano passado e envolvendo nove situações concretas permitiu concluir que estes casos ocorrem sobretudo em agentes de autoridade que em 90% dos casos têm apenas com a escolaridade obrigatória.
Em 56% das situações, os agentes de autoridade que se suicidaram eram pessoas reservadas, tinham mau relacionamento familiar e abusavam do álcool.
Verificou-se também historial de violência familiar em 88% dos casos e tentativas de suicídio próprias (22%) ou de familiares (33%).
O estudo mostrou que 78% tinham mudado de estilo de vida nos últimos seis meses, 57 tinham perdido familiares, 56% tinham-se endividado ou enfrentavam processos disciplinas e 77% tinham mudado a sua actividade profissional recentemente.
Dos casos estudados, 45% tinham solicitado ajuda.
Diário Digital / Lusa
Comentário
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PREFÁCIO
O suicídio é um fenómeno complexo que, através dos
séculos, tem atraído a atenção de filósofos, teólogos, médicos,
sociólogos e artistas; de acordo com o filósofo francês Albert
Camus, no ensaio
O Mito de Sísifo, é o único problema filosófico
sério.
Como um problema grave de saúde pública, requer a
nossa atenção, mas, infelizmente, a sua prevenção e controle não
são tarefas fáceis. Investigação actual indica que a prevenção do
suicídio, embora possível, envolve toda uma série de actividades,
que vão desde o proporcionar as melhores condições possíveis
para criar as nossas crianças e adolescentes, passando pelo
tratamento eficaz de perturbações mentais, até ao controle
ambiental de factores de risco. A apropriada disseminação de
informação e a consciencialização são elementos essenciais para
o sucesso dos programas de prevenção do suicídio.
Em 1999, a OMS lançou o SUPRE, a sua iniciativa a nível
mundial para a prevenção do suicídio. Este guia faz parte de uma
série de recursos preparados como parte do SUPRE e dirigidos a
grupos sociais e profissionais específicos, que são de particular
relevância para a prevenção do suicídio. O guia representa um
elo numa longa e diversificada cadeia que envolve uma variedade
de pessoas e grupos, incluindo profissionais de saúde,
educadores, serviços sociais, governos, legisladores, membros
da comunicação social, magistrados, famílias e comunidades.
Estamos particularmente gratos ao Doutor Scott Hinkle,
Coordenador da Formação Clínica, NBCC-Internacional,
Greensboro, EUA, que produziu uma versão anterior deste guia.
O texto foi posteriormente revisto pelos seguintes membros da
Rede Internacional da OMS para a Prevenção do Suicídio, aos
quais estamos agradecidos:
Dra. Annette Beautrais, Escola de Medicina Christchurch,
Christchurch, Nova Zelândia
Professor Jean Pierre Soubrier, Presidente da Secção de
Suicidologia da Associação Mundial de Psiquiatria, Paris, França
Dra. Lakshmi Vijayakumar, SNEHA, Chennai, Índia
Professora Danuta Wasserman, Centro Nacional Sueco para a
Investigação do Suicídio & Prevenção da Doença Mental e
Departamento de Saúde Pública, Estocolmo, Suécia.
Os recursos estão agora a ser amplamente distribuídos,
na esperança de que serão traduzidos e adaptados às condições
locais – um pré-requisito para a sua eficácia. Comentários e
pedidos de autorização para tradução e adaptação serão bemvindos.
Dr. J. M. Bertolote
Coordenador, Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do
Sistema Nervoso
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
UM RECURSO PARA CONSELHEIROS
Um maior número de pessoas comete suicídio anualmente
do que as que morrem em todos os conflitos mundiais
combinados. A assistência de conselheiros profissionais na
prevenção do suicídio, a uma escala mundial, é importantíssima e
claramente necessária.
Os suicídios resultam de uma complexa interacção de
factores biológicos, genéticos, psicológicos, sociológicos,
culturais, e ambientais. Uma melhor detecção na comunidade, o
encaminhamento para especialistas e a gestão do
comportamento suicida são passos importantes na prevenção do
suicídio. O desafio chave de tal prevenção consiste em identificar
as pessoas que estão em risco e que a ele são vulneráveis;
entender as circunstâncias que influenciam o seu comportamento
auto-destrutivo; e estruturar intervenções eficazes.
Consequentemente, os conselheiros necessitam de desenvolver,
na comunidade, iniciativas para prevenir, assim como para lidar
com o comportamento suicida.
1
A prática do
aconselhamento profissional é definida como
a aplicação de princípios de saúde mental, psicológicos, ou do
desenvolvimento humano, através de estratégias cognitivas,
afectivas, comportamentais ou de intervenção sistémica. Usando
estas estratégias, os conselheiros profissionais lidam com
questões de bem-estar, de crescimento pessoal e de
desenvolvimento da carreira, assim como com a patologia da
saúde mental. Os conselheiros têm formação e educação ao nível
superior e, frequentemente, trabalham em escolas, institutos
superiores e universidades, serviços de orientação da carreira,
centros de tratamento da toxicodependência, e clínicas e
hospitais.
Por conseguinte, a prevenção do suicídio envolve uma
variedade de actividades, incluindo a boa educação das crianças,
aconselhamento familiar, tratamento das perturbações mentais,
controle ambiental de factores de risco, e educação da
comunidade. A educação eficaz da comunidade, uma intervenção
vital e básica, inclui o entendimento das causas do suicídio, assim
como a sua prevenção e tratamento.
Os conselheiros podem ajudar os indivíduos a entender
melhor a relação entre abuso de substâncias e as perturbações
do humor, e pensamentos e comportamentos suicidas. Os
conselheiros também podem ajudar com o planeamento da
prevenção da recaída, a construção da rede de apoio social e,
quando necessário, com o encaminhamento para centros de
tratamento intensivo psiquiátrico ou do álcool e das drogas.
É evidente a necessidade de um conjunto claro de
parâmetros que sejam práticos, acessíveis e informativos para os
conselheiros que lidam com crises de suicídio, especialmente nos
países em vias de desenvolvimento.
2
Infelizmente, formação
abrangente a respeito da gestão do suicídio raramente faz parte
dos programas de formação em saúde mental.
3
O suicídio de um cliente é considerado “um risco
profissional” para os conselheiros. Estima-se que cerca de 25%
dos conselheiros já tenha tido um cliente que cometeu suicídio.
4
O suicídio pode ter um efeito potencialmente negativo quer nos
conselheiros já profissionalizados quer nos que ainda estão em
formação. Os conselheiros que passam por tal experiência
referem sentir perda de auto-estima, experimentar pensamentos
intrusivos e sonhos vívidos, e sentir, ao mesmo tempo, raiva e
culpa em resposta à morte do seu cliente.
Esta brochura foi preparada como um guia informativo
para a educação de conselheiros a respeito do risco e da
prevenção do suicídio.
O PESO DO SUICÍDIO
Estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas
tenha cometido suicídio em 2000, colocando o suicídio entre as
dez causas de morte mais frequentes em muitos países do
mundo. Dez a vinte milhões de pessoas terão tentado suicidar-se.
Mas presume-se que os números reais sejam ainda mais
elevados. Embora as taxas de suicídio variem de acordo com
categorias demográficas, elas aumentaram aproximadamente
60% nos últimos 50 anos. A redução da perda de vidas devida a
suicídios tornou-se um objectivo internacional essencial em saúde
mental. Os conselheiros podem ter um papel chave na prevenção
do suicídio.
FACTORES DE PROTECÇÃO
Os factores de protecção reduzem o risco de suicídio; são
considerados isoladores contra o suicídio e incluem:
•
Apoio da família, de amigos e de outros relacionamentos
significativos;
•
Crenças religiosas, culturais, e étnicas;
•
Envolvimento na comunidade;
•
Uma vida social satisfatória;
•
Integração social como, por exemplo, através do trabalho
e do uso construtivo do tempo de lazer;
• Acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
Embora tais factores de protecção não eliminem o risco de
suicídio, podem contrabalançar o peso imposto por circunstâncias
difíceis da vida.
FACTORES DE RISCO E SITUAÇÕES DE RISCO
Os comportamentos suicidas são mais comuns em certas
circunstâncias devido a factores culturais, genéticos,
psicossociais e ambientais. Os factores de risco gerais incluem:
•
Estatuto sócio-económico e nível de educação baixos;
perda de emprego;
•
Stress social;
•
Problemas com o funcionamento da família, relações
sociais, e sistemas de apoio;
•
Trauma, tal como abuso físico e sexual;
•
Perdas pessoais;
•
Perturbações mentais tais como depressão, perturbações
da personalidade, esquizofrenia, e abuso de álcool e de
substâncias;
•
Sentimentos de baixa auto-estima ou de desesperança;
•
Questões de orientação sexual (tais como
homossexualidade);
•
Comportamentos idiossincráticos (tais como estilo
cognitivo e estrutura de personalidade);
•
Pouco discernimento, falta de controle da impulsividade, e
comportamentos auto-destrutivos;
•
Poucas competências para enfrentar problemas;
•
Doença física e dor crónica;
•
Exposição ao suicídio de outras pessoas;
•
Acesso a meios para conseguir fazer-se mal;
•
Acontecimentos destrutivos e violentos (tais como guerra
ou desastres catastróficos).
Estima-se que cerca de 90% dos indivíduos que puseram
fim às suas vidas cometendo suicídio tinham alguma perturbação
mental e que, na altura, 60% deles estavam deprimidos. Na
verdade, todos os tipos de perturbações do humor têm sido
claramente associados aos comportamentos suicidas. A
depressão e os seus sintomas (como, por exemplo, tristeza,
letargia, ansiedade, irritabilidade, perturbações do sono e da
alimentação) devem alertar todos os conselheiros para o
potencial risco de suicídio.
O risco elevado de suicídio também tem sido associado
com esquizofrenia, abuso de substâncias, perturbações da
personalidade, perturbações da ansiedade, incluindo perturbação
de
stress pós-traumático, e co-morbilidade destes diagnosticos.
6
Aproximadamente 10 a 15% dos indivíduos com esquizofrenia
cometem suicídio, que assim é consistentemente a causa de
morte mais comum entre os indivíduos que sofrem de psicose.
Uma maior compreensão pessoal sobre a própria perturbação
mental, poucos anos em tratamento, e sintomas severos de
depressão estão associados com um risco maior de suicídio em
indivíduos da população psicótica. Os efeitos do uso do álcool na
presença de desafios significativos e de situações
stressantes da
vida podem levar a uma visão mais estreita da realidade e
potencialmente a infligir-se mal. O alcoolismo, particularmente na
presença da depressão e de perturbações da personalidade,
também pode aumentar o risco de suicídio.
Em 90% dos casos de morte de crianças e adolescentes
por suicídio, foi identificado como causa algum tipo de
perturbação mental,
7
sendo os diagnósticos mais comuns as
perturbações do humor, perturbações da ansiedade, abuso de
substâncias, e perturbações comportamentais do funcionamento
social.
Os indivíduos suicidas sofrem frequentemente com
maiores problemas ambientais do que os seus colegas não
suicidas, incluindo histórias de abuso, problemas familiares,
questões culturais, dificuldades de relação interpessoal, e
exposição a
stress extremo ou crónico. Em conjunto com o humor
depressivo, esta carga ambiental aumenta a probabilidade de
suicídio. Na verdade, o sentimento de desesperança decorrente
de circunstâncias difíceis da vida constitui um indicador ainda
mais potente do risco de suicídio do que a depressão por si
mesma.
Tentativas de suicídio anteriores aumentam o risco de suicídio.
Além disso, os factores de risco mais importantes incluem a
ideação persistente sobre fazer-se mal e planos definidos e
preparações para cometer suicídio. Portanto, os maiores riscos
apresentam-se quando um indivíduo tem os meios, a
oportunidade, um plano específico para consumar o suicídio, e a
falta de algo ou alguém que o detenha.
Identificar os factores de risco associados com o
comportamento suicida é um passo indispensável para a tomada
de decisão clínica pelo conselheiro. O conhecimento de tais
factores de risco pode orientar a prevenção bem como a
intervenção, ao ajudar os conselheiros a identificar os indivíduos
em maior risco. Assim, a formação de conselheiros para que
possam avaliar os riscos é de suprema importância para a
redução dos suicídios.
Embora não haja um “estilo geral” para comunicar
intenções suicidas, os sinais de alerta do comportamento suicida
incluem: falta de interesse pelo próprio bem-estar; mudanças em
padrões de comportamento social, declínio da produtividade no
trabalho ou do sucesso escolar; alterações nos padrões de sono
e de alimentação; tentativas de pôr os assuntos pessoais em
ordem ou de fazer as pazes com outros; interesse fora do comum
em como os outros se sentem; preocupação com temas de morte
e violência; súbita melhoria no humor depois de um período de
depressão; e promiscuidade súbita ou aumentada.
Texto I
Comentário
-
Elementos úteis do processo terapêutico com indivíduos suicidas
incluem o apoio para enfrentar emoções intensas e confrontar
comportamentos auto-destrutivos, ao mesmo tempo que se
encoraja a autonomia pessoal. Reconhecer e superar
sentimentos de desamparo, de falta de esperança e de
desespero, bem como desenvolver o auto-conhecimento e
construir uma identidade pessoal positiva também são elementos
essenciais para o processo de aconselhamento de indivíduos
suicidas.
A identificação da mensagem que o indivíduo está a tentar
comunicar e/ou do problema que o indivíduo está a tentar resolver
através do comportamento suicida, também é uma intervenção
útil. Dar ao indivíduo suicida a oportunidade de expressar-se pode
ajudar a esvaziar a situação de crise. Os conselheiros devem, no
entanto, ser cautelosos e não depender apenas da comunicação
verbal, pois a falta de referência ou a negação da ideação suicida
podem mascarar a verdadeira intenção suicida. Apoio imparcial,
ouvir atentamente, e perguntar questões relevantes e
reveladoras, podem ajudar a identificar quais as mensagens que
o indivíduo suicida está a tentar transmitir.
necessitará ser contactado, quais os conselheiros disponíveis
para oferecer seguimento, e por quanto tempo.
A ruptura prematura do aconselhamento e uma resposta
inadequada ao tratamento podem constituir um prognóstico
desfavorável de eventual suicídio.
O aconselhamento deverá ser específico para as
necessidades do indivíduo e, frequentemente, inclui o uso de
terapias cognitivo-comportamentais, terapia comportamental
dialéctica, terapia psicodinâmica, e aconselhamento familiar.
Elementos úteis do processo terapêutico com indivíduos suicidas
incluem o apoio para enfrentar emoções intensas e confrontar
comportamentos auto-destrutivos, ao mesmo tempo que se
encoraja a autonomia pessoal. Reconhecer e superar
sentimentos de desamparo, de falta de esperança e de
desespero, bem como desenvolver o auto-conhecimento e
construir uma identidade pessoal positiva também são elementos
essenciais para o processo de aconselhamento de indivíduos
suicidas.
A identificação da mensagem que o indivíduo está a tentar
comunicar e/ou do problema que o indivíduo está a tentar resolver
através do comportamento suicida, também é uma intervenção
útil. Dar ao indivíduo suicida a oportunidade de expressar-se pode
ajudar a esvaziar a situação de crise. Os conselheiros devem, no
entanto, ser cautelosos e não depender apenas da comunicação
verbal, pois a falta de referência ou a negação da ideação suicida
podem mascarar a verdadeira intenção suicida. Apoio imparcial,
ouvir atentamente, e perguntar questões relevantes e
reveladoras, podem ajudar a identificar quais as mensagens que
o indivíduo suicida está a tentar transmitir.
ACONSELHAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUICIDAS
O aconselhamento é apropriado para todas as crianças e
adolescentes com comportamentos suicidas e deve focar-se no
tratamento cognitivo comportamental, com ênfase na capacidade
para enfrentar problemas. Os objectivos do aconselhamento
eficaz podem incluir uma melhor compreensão de si mesmo,
identificar sentimentos conflituosos, melhorar a auto-estima,
mudar comportamentos desadaptativos, aprender a resolver
conflitos, e a interagir mais eficazmente com os colegas.
É provável que estudantes peçam ajuda a um amigo
durante os estádios iniciais da ideação suicida. Treinar
estudantes para que identifiquem colegas em risco de tal
comportamento pode contribuir para que os estudantes recebam
o auxílio de que necessitam. Os programas de aconselhamento
por colegas têm-se revelado de grande ajuda para aumentar o
conhecimento que os estudantes têm sobre factores de risco do
suicídio, e de como entrar em contacto com uma linha telefónica
de emergência ou centro de crise, e como encaminhar um amigo
para um conselheiro. Os estudantes necessitam de um foro onde
possam receber informação, fazer perguntas e aprender como
ajudarem os seus amigos e a si mesmos com as suas
preocupações suicidas. Infelizmente, apenas 25% dos estudantes
contarão a um adulto se um amigo tiver ideações suicidas. No
entanto, apresentações cuidadosamente preparadas para a sala
de aula, feitas por conselheiros, podem ajudar a aumentar essa
taxa.
Envolver os pais e colaborar com outros serviços de saúde
e escolas, também são processos de prevenção eficazes. Os
pais de crianças em escolas com programas de prevenção do
suicídio devem estar envolvidos nos esforços da escola para
hospitalização não é uma garantia; adolescentes decididos a
ferirem-se podem mesmo assim encontrar uma forma de realizar
o seu objectivo destrutivo. Depois da hospitalização, a criança ou
adolescente necessita de cuidados de seguimento por
profissionais de saúde adequadamente treinados, incluindo
conselheiros. O aconselhamento durante este período deve focarse
em reduzir fantasias mórbidas acerca da morte, rejeição,
alienação, perda e castigo, assim como em estabilizar a situação
e considerar uma avaliação psico-farmacológica.
1,11
Em termos da
prevenção do suicídio, é importante
considerar níveis de intervenção primária, secundária e terciária.
O nível primário diz respeito a pessoas que ainda não mostram
sinais de tendência suicida, ou em que os transtornos são ainda
muito limitados. A prevenção deve focar-se no apoio e melhoria
do funcionamento em contextos interpessoais e sociais, bem
como em diminuir significativamente as condições de risco
emocionais, físicas e económicas.
Os programas de educação na escola podem ajudar os
professores a aprender como identificar estudantes
potencialmente suicidas, e a treinar os estudantes para a
consciencialização de como podem ser úteis para os seus
colegas com problemas. Os programas comunitários que se
concentram na saúde mental positiva também são úteis para a
prevenção do suicídio. Embora a sua eficácia pareça ser
discutível, centros de crise e linhas telefónicas de emergência
para o suicídio são centrais nos esforços de prevenção do
suicídio em muitas comunidades.
CONSELHEIROS QUE LIDAM COM O SUICÍDIO DE UM
CLIENTE
Os comportamentos suicidas estão entre as crises de saúde
mental mais frequentemente encontradas por conselheiros. Falar com colegas e supervisores, aceitar que o suicídio é um resultado
possível no aconselhamento, conduzir uma “autópsia psicológica”
e ir ao funeral, têm sido referidos como estratégias importantes
para os conselheiros que lidam com o suicídio de um cliente. Os
conselheiros também necessitam de estar atentos às suas
próprias dificuldades com o tópico da morte e suicídio, e não
devem permitir que tais dificuldades inibam os seus esforços na
prestação de cuidados ao indivíduo suicida.
A ansiedade face a morte é um elemento central na
capacidade do conselheiro para trabalhar com indivíduos
suicidas. Há uma relação entre as atitudes e valores do
conselheiro a respeito do suicídio e a sua eficácia ao trabalhar
com indivíduos suicidas. Se um suicídio ocorre, o conselheiro
envolvido necessitará de uma oportunidade para falar do que
aconteceu e das suas reacções, incluindo uma reconstrução dos
acontecimentos que culminaram com o suicídio, identificando os
factores que conduziram à morte, avaliando a resposta da equipa
de saúde mental, e retirando consequências para melhorar
futuros esforços de prevenção. Os conselheiros envolvidos num
suicídio consumado podem experimentar sentimentos que vão
desde a raiva e o ressentimento até à culpa, à tristeza, e aos
sintomas pós-traumáticos. O apoio de colegas, e até
aconselhamento, podem ser extremamente benéficos nesta
situação.
FORNECENDO INFORMAÇÃO ÚTIL À COMUNIDADE
Os conselheiros podem prestar esclarecimentos e
educação à comunidade para ajudar a reduzir a incidência de
suicídios. Por exemplo, é importante que os conselheiros
divulguem os sinais de alarme do comportamento suicida. Educar
as pessoas sobre o suicídio pode ajudar a alertar as comunidades
para os sinais de aviso do suicídio, a dissipar os mitos do suicídio,
bem como a oferecer esperança àqueles que são potencialmente
suicidas e que necessitam de repensar as suas opções. As
organizações comunitárias, profissionais de cuidados de saúde
primários e conselheiros podem ser úteis na disseminação de
informação sobre o suicídio, tais como circunstâncias específicas
(como por exemplo, perda do emprego e subsequente efeito na
estabilidade familiar) e factores de risco do suicídio (como, por
exemplo, a depressão, perturbações mentais, a dependência de
droga e de álcool, a história familiar).
Além do mais, é importante que os conselheiros que
trabalham nas escolas ajudem a informar e educar professores e
pais sobre como identificar alunos em risco de suicídio. Os
conselheiros escolares devem preparar os estudantes para
detectarem comportamentos suicidas e aprenderem a obter
ajuda. Por exemplo, estudantes envolvidos em programas de
prevenção precisam de informação e formação em como
demonstrar empatia e como ouvir atentamente, e também como
estender a mão aos amigos que possam estar necessitados de
ajuda. Informação que ajude os estudantes a ultrapassar a crise
emocional de um suicídio ou de uma tentativa de suicídio
tornados públicos, também é importante para evitar suicídios por
imitação. Os Centros Americanos para o Controle de Doenças
desenvolveram recomendações que têm sido amplamente
usadas para reduzir suicídios em grupos.
12
É importante que os conselheiros tenham um plano para
lidar com a comunicação social quando ocorre um suicídio. Esse
plano deve incluir pedir aos meios de comunicação social que não
glorifiquem, embelezem, ou dramatizem a morte, com o objectivo
de prevenir a possibilidade de suicídios por contágio. Para
informação específica, os conselheiros devem consultar:
Prevenindo o Suicídio: um recurso para profissionais da
comunicação social
.
Grupos de auto-ajuda para sobreviventes são um método
construtivo e motivador de oferta de cuidados posteriores ao
suicídio, prestados para que as pessoas se possam ajudar a si
mesmas. Tais grupos de auto-ajuda, organizados por aqueles que
perderam alguém querido, podem fornecer informação útil sobre o
processo do luto, informação sobre suicídio, assim como sobre os
vários papéis dos conselheiros profissionais que ajudam os
sobreviventes.
Os conselheiros que trabalham com grupos de
sobreviventes podem dar grande conforto aos amigos e às
famílias afectadas pelo suicídio. Frequentemente, os
sobreviventes vacilam entre sentimentos de culpa, de raiva e de
profunda tristeza. Em tais casos, os conselheiros podem criar
uma oportunidade para que os sobreviventes processem os seus
sentimentos. Muitas famílias têm relatado a necessidade de
aconselhamento logo após uma tentativa de suicídio. Tal
aconselhamento ajuda as famílias a lidar com o
stress da
tentativa e pode esclarecer o seu papel nos cuidados a prestar ao
suicida, ou a lidar com a perda por suicídio de um amigo ou
membro de família.
Sempre que relevante, os conselheiros também podem
ajudar as famílias e os amigos a entender melhor o papel da
doença mental no comportamento suicida, assim como a reduzir
o risco de suicídios por contágio ou por imitação. O
aconselhamento com grupos necessitados de cuidados
posteriores ao suicídio inclui procedimentos para aliviar o
stress e
o luto associados com um suicídio e promove uma recuperação
saudável para os enlutados.
Os conselheiros podem ajudar as pessoas a aceitar o
suicídio, a seguir em frente com a sua vida de uma maneira
positiva, e a desenvolver um modo de lidar com a sua perda
formando um grupo de sobreviventes. Para informação específica
sobre como começar tal grupo, os conselheiros devem consultar:
Prevenindo o suicídio: como começar um grupo de
sobreviventes.
A mídia desempenha um papel significativo na sociedade atual, ao proporcionarcoberturas de suicídios.
uma ampla gama de informações, através dos mais variados recursos. Influencia
fortemente as atitudes, crenças e comportamentos da comunidade e ocupa um lugar
central nas práticas políticas, econômicas e sociais. Devido a esta grande influência, os
meios de comunicação podem também ter um papel ativo na prevenção do suicídio.
O suicídio é talvez a forma mais trágica de alguém terminar a vida. A maioria das
pessoas que consideram a possibilidade de cometer o suicídio são ambivalentes. Elas
não estão certas se querem realmente morrer. Um dos muitos fatores que podem levar
um individuo vulnerável a efetivamente tirar sua vida pode ser a publicidade sobre os
suicídios. A maneira como os meios de comunicação tratam casos públicos de suicídio
pode influenciar a ocorrência de outros suicídios.
Este manual procura enfatizar o impacto que a cobertura midiática pode ter nos
suicídios, indicar fontes de informação confiáveis, sugerir como abordar suicídios tanto em
circunstâncias gerais quanto especificas e apontar as armadilhas a serem evitadas nasEditado pela última vez por nunomplopes; 02 October 2009, 04:39.
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